Para revista, além do desafio de controlar o doping do atletas, as agências de controle de exame anti-doping tem um novo desafio: verificar o "não doping". A questão parece ser estranha, mas não é.
A razão disto é o chamado efeito placebo:
é um tratamento inerte, que pode ser na forma de um fármaco, e que apresenta efeitos terapêuticos devido aos efeitos fisiológicos da crença do paciente de que está sendo tratado. Medicamentos com princípios ativos também podem ter algum efeito placebo, apresentando efeitos terapêuticos diferentes do esperado. Por exemplo, um comprimido de Vitamina C pode aliviar a dor de cabeça de quem acredite estar ingerindo um analgésico, sendo um exemplo clássico de que o que cura é não o conteúdo do que inferimos mas sim a forma.
As agências de controle anti-doping divulgam uma lista de substâncias proibidas, divididas naquelas que são proibidas em qualquer tempo ou naquelas proibidas durante a competição. Pesquisas mostraram que um medicamento da segunda categoria pode ser usado em conjunto com o efeito placebo de forma criativa e engenhosa.
Por exemplo, considere uma droga que não é descoberta se ingerida até dois dias antes de uma competição. O atleta consome esta droga nos dias que antecede e durante os dois dias anteriores ingere um placebo (sem saber disto). Mesmo assim, seu desempenho será melhor do que os outros atletas. Isto já foi comprovado por alguns estudos, que a revista cita (How to cheat without cheating, 1/11/2007).