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09 outubro 2007

Tecnologia de Petróleo na Venezuela

Uma reportagem do Wall Street Journal (Oil Giants Leave More Than Oil Behind in Venezuela --- Firms' Technology, Expertise May Fall Into Hands of Rivals, Isabel Ordonez, The Wall Street Journal - 09/10/2007 - A11) mostra que a saída da Exxon e da ConocoPhillips da Venezuela pode representar mais do que o abandono de direitos na produção de petróleo. Estas empresas estariam deixando tecnologia e know-how nas mãos de competidores, em especial a forma para maximizar a produção de óleo pesado. Este tipo de petróleo é mais difícil e mais caro de processar e refinar. Entretanto, o aumento nos preços tornou este tipo de petróleo valioso e viável.

The two Western companies' technical legacy in Venezuela could offer competitors a chance to acquire expertise in drilling sophisticated wells, upgrading crude-oil quality and preventing costly accidents, analysts say. Access to this knowledge could prove to be a boon for national oil companies, which control the world's largest deposits yet often depend on technology developed by the private-sector Western companies to access their oil.


As empresas que podem ocupar o lugar da Exxon e da Conoco são a Petropars (Irã), Oil & Natural Gas (Índia), Lukoil (Rússia), National Petroleum (China) e Petrobrás.

A tecnologia que a Exxon e a Conoco usaram no Orinoco está disponível no mercado se as empresas pagarem um preço elevado. Mas o controle operacional será da PDVSA.

One of the most valuable pieces of expensive technology used in the Orinoco Belt is ConocoPhillips's delayed coking process, which converts viscous oil into lighter crude.

Governança Corporativa: uma entrevista

Adotar melhores práticas é crucial para o sucesso
Gazeta Mercantil - 09/10/2007

Governança é questão chave para quem investe nas empresas, diz o professor Di Miceli. A discussão sobre a forma como as empresas são governadas aumentou substancialmente nos últimos vinte anos em todo o mundo. Em entrevista concedida à Gazeta Mercantil, o especialista Alexandre Di Miceli, professor de finanças e contabilidade da Universidade de São Paulo e pesquisador senior do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) fala das mudanças que levaram as companhias a buscar melhores práticas.

Gazeta Mercantil - Quais as principais evidências de que a governança corporativa não é mais um modismo oportunista, de que veio para ficar?

Alexandre Di Miceli - A discussão sobre a forma como as empresas são governadas aumentou substancialmente nos últimos vinte anos em todo o mundo como resultado de mudanças estruturais e não pontuais, entre as quais: o substancial aumento do porte e do ativismo dos chamados investidores institucionais; o movimento de aquisições hostis e compras alavancadas que iniciou-se nos EUA nos anos oitenta e foi retomado nos últimos anos; a onda de privatizações ocorrida em países desenvolvidos e emergentes, incluindo os países da América Latina e antigos países comunistas. E ainda: a integração global dos mercados de capitais, incluindo a listagem de ações em outros países (cross-listings); os escândalos corporativos ocorridos nos EUA e em alguns países da Europa Continental no início deste século, com subseqüentes mudanças na regulamentação e regras de governança. Todos estes fatores vêm causando impacto nos relacionamentos entre acionistas, conselheiros e executivos na alta gestão das empresas, que é exatamente o foco da governança corporativa. Em resumo, a solução adequada das questões de governança será crucial para o sucesso de qualquer empresa.

Gazeta Mercantil - O sr. declarou recentemente que a governança é importante porque quem tem dinheiro acha que ela é importante. Por que o sr faz essa relação?

Di Miceli - Eu estava me referindo ao papel cada vez mais relevante dos chamados investidores institucionais que atualmente são os grandes compradores de ações e títulos de dívidas das empresas. Eles consideram cada vez mais a adoção de práticas de governança nas suas decisões de investimento. Assim, a governança corporativa é relevante não apenas porque reguladores de mercado e estudiosos consideram-no importante, mas simplesmente porque quem investe atualmente nas empresas considera-o um tema-chave. É importante destacar que os investidores institucionais (já detentores de mais de 50% das ações de todas as empresas listadas nos EUA) podem causar impacto nas práticas de governança das empresas antes, durante e depois do seu investimento.

Gazeta Mercantil - Quando se olha para os espaços que ocupam na mídia, a governança veio primeiro, a sustentabilidade depois. Como os dois conceitos se relacionam?

Di Miceli - Sem dúvida a linha de pesquisa em governança corporativa é prévia à de sustentabilidade e bem mais solidificada. Li centenas de artigos e trabalhos acadêmicos sobre governança corporativa nas áreas de economia, finanças, contabilidade e direito e, sinceramente, não me recordo de quaisquer referências nesses textos à expressão "sustentabilidade". Isto me leva a crer que são temas distintos, embora eventualmente possam ser relacionados. Quando falamos sobre sustentabilidade, em primeiro lugar é preciso definir mais precisamente sobre a que nos referimos. Recentemente participei de uma banca de mestrado sobre o tema onde o autor do trabalho encontrou mais de 50 definições substancialmente diferentes para esta expressão, o que mostra o quanto a expressão é ampla, ou até mesmo vaga. Dentro do mundo corporativo, entendo a expressão como a necessidade de se incorporar um horizonte de longo prazo nas decisões de alta gestão visando a assegurar um fluxo de caixa das operações por um período indefinido. Se esta definição for adequada, creio que ela simplesmente está embutida na visão dos livros textos de finanças de que a função dos administradores é maximizar o valor dos seus negócios. Isto é, quando se pensa no conceito de maximizar o valor das empresas, pensa-se em aumentar a perspectiva (em termos de montante e prazo) dos fluxos de caixa do negócio. Isto, portanto, já contempla a idéia de que as decisões devem levar em consideração os impactos de longo prazo sobre o negócio (e não apenas no resultado do exercício). Se a definição correta da expressão "sustentabilidade" não for esta, mas envolver temas como aquecimento global e linha de resultados tripla (triple bottom line), em minha opinião o tema se tornará mais polêmico, já que passará a envolver a discussão sobre a função do Estado (de regulamentação ambiental, por exemplo) e sobre a função-objetivo das empresas, que na minha visão continua a ter um propósito predominantemente econômico como negócio).

Gazeta Mercantil - Agentes do mercado têm afirmado que há muito joio no meio do trigo, referindo-se à quantidade de empresas que afirmam adotar boas práticas de governança. O sr. concorda?

Di Miceli - Sem dúvida há empresas que passam uma imagem de boas práticas de governança ainda distante da sua realidade diária. Infelizmente, muitos analistas acreditam que o fato de uma empresa estar no Novo Mercado constitui por si só uma garantia de que tal companhia possui ótimas práticas de governança e de que os investidores não terão problema. Há dois problemas nesta visão. Em primeiro lugar, estar no Novo Mercado (ou mesmo no Nível 2) é uma condição necessária, mas não suficiente. Isso foi evidenciado recentemente no caso da Cosan. Em segundo lugar, as práticas de governança das cerca de 90 empresas que vieram a mercado desde o início de 2004 ainda não foram realmente testadas. Como o mercado acionário como um todo apresentou ganho substancial no período, é natural que os investidores - principalmente os estrangeiros - se comportem de forma menos ativa e observadora das práticas corporativas em períodos de bonança como o atual.

Gazeta Mercantil - O que é preciso olhar para ver se uma empresa tem boa governança?

Di Miceli - É difícil aferir a real qualidade das práticas de governança das empresas. Entretanto, há alguns indícios importantes: presença de um conselho de administração ativo, independente e bem informado (com conselheiros independentes não apenas de renome, mas com dedicação à empresa), comitês do conselho bem estruturados, adoção de regras societárias que igualem os direitos dos sócios, entre outros.

Gazeta Mercantil - Os fundos de pensão de ações e as seguradoras têm contribuído para o aumento da governança nas companhias?

Di Miceli - A atuação dos fundos de pensão no país tem que ser dividida em função do porte dos fundos. Os maiores, notadamente Previ, por exemplo, tem sido bem mais atuantes no movimento em busca das melhores práticas de governança (mesmo que algumas posturas pontuais possam ser criticadas, como foi o caso do apoio ao fundo à polêmica proposta de conversão de ações da Telemar no ano passado). Por outro lado, os fundos de pensão menores basicamente têm se preocupado em acompanhar o Ibovespa nas suas carteiras de renda variável, não levando em consideração, portanto, as práticas de governança como critério para alocação de recursos. De fato, tenho percebido pouco envolvimento dos gestores desses fundos menores nos eventos e instituições que visam a promover as melhores práticas de governança. Em relação aos fundos de ações, também é preciso segmentarmos em grupos. De um lado, temos um histórico de alguns fundos ativistas que contribuíram muito positivamente para o avanço das melhores práticas de governança no país, como IP Participações, Dynamo, Franklin Templeton, entre outros. De outro lado, temos grandes fundos de ações, a maioria ligada a grandes bancos, que tem apresentado um comportamento bem mais passivo em relação às empresas investidas. Vejo dois temas relevantes a serem aprimorados na questão dos fundos de ações no Brasil: a maior divulgação sobre sua atuação nas assembléias de acionistas das empresas investidas, e o aprimoramento da governança dos próprios fundos de ações, já que seus tomadores de decisão também estão sujeitos a conflitos de interesses. No caso das seguradoras, tenho percebido pouca atuação ativa.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Lucia Rebouças)

Tributos no Supremo

Ao salvar o mandato de parlamentares que mudaram de partido antes de 27 de março deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) sinalizou que poderá salvar também bilhões de reais em disputa entre o governo e os contribuintes em grandes causas tributárias. O julgamento sobre a fidelidade partidária realizado na quinta-feira da semana passada foi a primeira grande causa em que o Supremo aplicou o princípio da não-retroatividade das decisões da corte - instrumento que no meio jurídico vem sendo chamado de "modulação" e que, na prática, significa estabelecer uma data a partir da qual a decisão da corte passe a surtir efeitos. O mesmo instrumento, se aplicado a discussões tributárias, poderá salvar contribuintes em apuros devido a derrotas iminentes - como nos casos que envolvem o crédito-prêmio IPI e a cobrança da Cofins de profissionais liberais. (...)

Decisão do Supremo sobre infiéis pode impactar causas tributárias - Valor Econômico - 09/10/2007

08 outubro 2007

Rir é o melhor remédio


Aqui

Cópia na internet

Num congresso como o Enanpad, onde centenas de trabalhos importantes e interessantes são apresentados, é difícil destacar uma pesquisa. No último Enanpad talvez tenha sido uma exceção.

Um trabalho foi muito comentado entre diversas pessoas na área de contabilidade. Trata-se da pesquisa "Fatores que levam Acadêmicos do Curso de Ciências Contábeis ao Uso Indevido de Trabalhos Prontos Retirados da Internet", de Nelma Terezinha Z Valente, Diva Abib, Sandro Camargo, Marcos Machado Pereira, José Alcides Ramos e Sandro da Silva. Os autores fizeram uma pesquisa entre os estudantes da Universidade Estadual de Ponta Grossa tentando identificar o que leva um aluno a entregar ao professor trabalhos prontos, retirados da internet.

Entrevistando 276 alunos, os pesquisadores obtiveram que 41% da amostra já entregaram ao professor trabalhos retirados da internet. O principal motivo alegado foi "falta de tempo" (28%), "preguiça de pesquisar" (4%) e "tinha todo conteúdo que precisava" (3%).

Os alunos apontam para o professor como o responsável por esta prática. A exigência de trabalho sem que o professor faça uma análise crítica (e até mesmo uma leitura do mesmo) e o fato do trabalho não estar associado a um projeto pedagógico (tema sem vínculo com a disciplina, por exemplo) são as razões apontadas no estudo.

Para leitura, clique aqui (para associados)

O modelo Black-Scholes-Merton

Nassim Taleb é um autor polêmico na área de finanças. Sua pesquisa mais recente é sobre o modelo de opções que foi formulado por Black-Scholes-Merton (BSM). Segundo Taleb, e Haug, em Why We Have Never Used the Black-Scholes-Merton Option Pricing Formula (aqui), na realidade este não é um modelo "formulado" por BSM.

"Muitas derivações foram produzidas por pesquisadores matemáticos. A literatura econômica, entretanto, não reconhece estas contribuições, substituindo por redescobertas ou subsequentes reformulações feita por (alguns) economistas"

Haug e Taleb argumentam que BSM não representam uma nova fórmula de opção, mas unicamente um argumento econômico, "marketing", que se estabeleceu no tempo e distorceu a essência das opções.

Outra questão apontada é que opções já eram comercializadas ativamente no século XVII através de um método heurístico. No século XIX e início do século XX já existia mercado de opções em Londres e Nova Iorque. Em 1904 foi publicado um livro "The ABC of Options and Arbitrage". Em 1908, Vinzenz Bronzin publicou um livro que derivava muitas fórmulas de opções, inclusive uma similar ao modelo BSM. Bachelier, pioneiro no estudo de carteiras e risco, também estudou o assunto. Segundo Haug e Taleb, o modelo BSM não é original e pioneiro no estudo de opções, como afirmado por livros de finanças.

Um segundo "mito" é que os operadores não usam este modelo.

Para quem gosta de finanças e opções, este artigo é uma leitura recomendada.

Lugares para se viver

Segundo a revista Reader´s Digest (Seleções, no Brasil), os melhores países para se viver:

1. Finlândia
2. Islândia
3. Noruega
4. Suécia
5. Austria
6. Suiça
7. Irlândia
8. Austrália
9. Uruguai
10. Dinamarca
11. Canadá
12. Japão
13. Israel
14. Itália
15. Eslovênia
16. França
17. Holanda
18. Portugal
19. Nova Zelândia
20. Grécia

27. Argentina

40. Brasil

As cidades:

1. Estocolmo, Suécia
2. Oslo, Noruega
3. Munique, Alemanha
4. Paris, França
5. Frankfurt, Alemanha
6. Stuttgart, Alemanha
7. Lyon, França
8. Dusseldorf, Alemanha
9. Nantes, França
10. Copenhagen, Dinamarca

54. Curitiba, Brazil

62. Sao Paulo, Brazil