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18 setembro 2007

Números

A revista The Economist destaca a importância dos números na vida moderna, tanto para os clientes quanto para as empresas. A quantidade de informação disponível é cada vez maior e as empresas devejam usar estas informações em situações mais complicadas. Como resolver isto? Nenhum ser humano consegue ser rápido o suficiente para processar tanta informação disponível, mas um algoritmo pode fazer esta função. Algumas das tarefas que são realizadas numa empresa são mais mecânicas que outras. O exemplo citado é uma transação envolvendo cartão de crédito, onde o algoritmo verifica se o número digitado pelo cliente está ou não correto. A figura mostra esta operação. O número digitado está na linha1. Na linha dois tem-se o seu reverso (o mesmo número, de trás para frente). A terceira linha apresenta o dobro dos números que estão na posição "par" (assim, o dois, segundo número, o seu dobro é quatro; o quatro, quarto número, seu dobro é oito, e assim por diante). A linha 4 adiciona o novo número. A soma deve apresentar um número divisível por dez, caso contrário o número digitado pelo cliente está errado.

Chiquita Brands condenada

Em postagem anterior já tínhamos comentado este assunto: o pagamento de dinheiro para um grupo terrorista.

Chiquita Brands recebe multa de US$ 25 milhões por pagamentos feitos às AUC
Agencia EFE - Serviço em português- 17/09/2007

Washington, 17 set (EFE).- O juiz americano Royce Lamberth concordou hoje com a multa de US$ 25 milhões imposta à multinacional Chiquita Brands Internacional por ter realizado pagamentos às Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC).

Segundo a promotoria, esta é a maior multa imposta até o momento no marco da nova legislação antiterrorista dos Estados Unidas.

Em março, a empresa se declarou culpada por ter feito mais de cem pagamentos ao grupo paramilitar colombiano AUC, no valor total de US$ 1,7 milhão.

(...) Como parte do acordo, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos também decidiu não apresentar acusações contra os ex-diretores e outros altos executivos envolvidos nos pagamentos feitos às AUC entre 1997 e 2004.

O assessor e executivo da multinacional James Thompson declarou à imprensa que a "decisão é correta", e leva em conta os esforços que a empresa fez para resolver a situação.

No entanto, ele disse que a empresa foi "obrigada a pagar extorsões" para as AUC. O executivo afirmou que a multinacional aceitou o pagamento unicamente para "proteger as vidas dos empregados e de suas famílias".

Para Thompson, o juiz levou em conta a confissão voluntária da empresa e a colaboração durante toda a investigação.

O promotor Jonathan M. Malis também ressaltou a disposição da empresa em colaborar com o caso.

Malis disse, no entanto, que a multinacional fez pagamentos milionários para financiar as armas com que as AUC "mataram civis inocentes".

O juiz Lamberth também destacou o fato ao pronunciar a sentença. Ele lembrou que a conduta da Chiquita Brands era ilegal, e permitiu que as AUC assassinassem civis inocentes na Colômbia.

(...) Com esta sentença, a empresa poderá abafar um escândalo internacional iniciado com os pagamentos às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e ao Exército de Libertação Nacional (ELN), e que se estendeu às AUC, os principais grupos ilegais do conflito armado colombiano.

(...) Em 10 de setembro de 2001, o Departamento de Estado dos EUA considerou as AUC um grupo terrorista.

No entanto, devido aos atentados do dia seguinte, em Nova York, a empresa só soube que o grupo colombiano havia sido considerado 'terrorista' em fevereiro de 2003, quando um advogado descobriu a notícia pela internet, segundo a própria companhia.

Um escritório de advogados aconselhou a empresa a "interromper imediatamente os pagamentos". Alguns diretores, no entanto, se opuseram à interrupção, com medo de colocar a vida dos empregados em risco.

Em abril de 2003, a multinacional comunicou os fatos às autoridades, mas os pagamentos continuaram até fevereiro de 2004.

Real Madrid também tem contas questionadas

Se você acha que problema contábil é privilégio de clubes brasileiros, notícia de jornal espanhol informa que contabilidade do Real Madrid foi questionada pela oposição. Grifo é meu:

Plataforma Blanca cuestiona las cuentas del Real Madrid
Expansión- 18/09/2007

La Plataforma Blanca, asociación que representa a casi 700 socios del Real Madrid, ha planteado "serias dudas y enorme preocupación" acerca de la gestión económica de la actual junta directiva del club deportivo. Después de un análisis profundo de las cuentas, Eugenio Martínez Bravo, presidente de la Plataforma Blanca, considera que "se ha cambiado el criterio contable, como señala el auditor, de forma que su comparación con las cuentas del ejercicio anterior es engañosa. Si tuviésemos en cuenta el criterio de amortización anticipada realizado en el ejercicio previo, habría ahora que incluir 86,7 millones de euros en el debe, lo que convertiría sus 43 millones de beneficio antes de impuestos en 43 millones de pérdidas".

En cuanto a la deuda del club, Martínez Bravo alude a un "importante incremento, donde la partida de acreedores a corto plazo asciende ya a 280 millones de euros, partida que, a fecha de hoy, será, probablemente, muy superior, tras el fuerte desembolso realizado en los fichajes de verano posteriores a la fecha de cierre de las cuentas", que, en su opinión, podría haber desembocado en "tener deuda bancaria después de años con esta partida a cero".

El auditor expresa una segunda salvedad a las cuentas, en cuanto al anticipo de ingresos realizado a través de la contabilidad de opciones de derechos futuros, que podría traducirse en "un menor resultado al declarado, 16 millones de euros".

El grupo de socios cuestiona la capacidad de gestión del presidente del Real Madrid, Ramón Calderón. "Queremos hacer ver a todos los socios el grave riesgo de que la capacidad de generar tesorería sea insuficiente para atender los cada vez más altos compromisos de deuda que se están adquiriendo. Es inadmisible que el Club se niegue a dar explicaciones a sus socios", señaló Martínez Bravo.

Contabilidade e Fraude no Corinthians

Mais notícias sobre a questão contábil no Corintians:

Deic vê enxurrada de notas frias
Policiais têm indícios que a N.B.L pode ter ramificação fraudulenta bem maior do que as 80 fornecidas ao clube
Robson Morelli
O Estado de São Paulo - 18/09/2007

A empresa de contabilidade que vendeu notas fiscais frias para o Corinthians durante cinco anos, de 2000 a 2005, com prejuízo ao clube de pelo menos R$ 436 mil e conhecimento e conivência do presidente Alberto Dualib e do vice Nesi Curi, pode ter espalhado no Parque São Jorge uma ramificação fraudulenta bem maior que as 80 notas apreendidas pelo Ministério Público Estadual. O Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) tem indícios de que a N.B.L. Serviços Contábeis, Consultoria Empresarial S.C. Ltda fabricou' notas falsas em diversos setores do Corinthians, de restaurante a trabalho de limpeza, passando pelo setor de informática, povoando assim a administração do clube de documentos ilícitos, cuja contabilidade registrou como sendo serviços prestados por fornecedores de fora.

A N.B.L. é de propriedade de Juraci Benedito, também acusado por crime de estelionato e formação de quadrilha. Ele confessou nos autos que recebia R$ 17 mil por mês no esquema fraudulento.

No dia em que os policiais do Deic, juntamente com promotores públicos do Gaeco, deram uma batida no Parque São Jorge, novas notas frias e de outras empresas ligadas a Juraci foram encontradas, entre elas a JLSB Consertos e Informática. Três computadores também foram apreendidos (um deles da MSI) e estão sendo periciados. Em gravações registradas pela Operação Perestroika', da Polícia Federal, Dualib aparece dizendo que protegeu Nesi Curi durante 14 anos - tempo de sua gestão no clube - emitindo notas frias. "Tirei notas de 14 anos para cá para poder livrar a cara dele (Nesi)", disse Dualib, dia 23 de novembro, em diálogo por telefone com Renato Duprat.

"São notas de valores pequenos, picados, que dificilmente chamariam a atenção dos contadores. É procedimento comum a quem faz isso", explicou o delegado Maurício Guimarães Soares.

17 setembro 2007

Rir é o melhor remédio


É melhor pensar duas vezes

Google dá prêmio para fotos da lua

A Google anunciou um prêmio de 30 milhões de dólares para quem conseguir pousar na lua e tirar fotos nos próximos cinco anos (aqui e aqui). Uma jogada de marketing ou novas informações para a empresa?

A mesma empresa lançou uma produto interessante:

O mundo pelos olhos de um amante de livros
Quarta-feira, Setembro 12, 2007 9/12/2007 03:22:00 PM
Publicado por: Jennie Johnson, Corporate Communications

Os profissionais da Pesquisa de Livros estão sempre procurando por novas maneiras de ajudá-lo a explorar o mundo da literatura. É por isso que eles estão entusiasmados com a parceria com o Google Earth para lançar a nova Pesquisa de Livros (em inglês). Talvez alguns de vocês estejam familiarizados com a ferramenta "Locais mencionados em livros", na qual mostramos no mapa lugares citados em alguns livros.

Agora, com a nova Pesquisa de Livros, é possível ter acesso a duas excelentes ferramentas que fazem o oposto do que era feito até então. Elas organizam os livros de acordo com os locais, e não o contrário. Isso quer dizer que pelo Google Earth, você pode "voar" de cidade em cidade e encontrar livros relacionados a elas enquanto navega pelo site. Ou, então, você pode buscar por um local específico, como Canterbury, no Reino Unido, e pesquisar por referências literárias ligadas a esse nome, encontrando uma grande oferta de livros.

E tem mais: como todos os livros que entram nesse index estão com seus direitos autorais liberados, você pode baixar a obra na íntegra que te interessar de onde estiver, ou fazer o download do arquivo em PDF e ler em seu computador depois.

Efeito do iPod

Será que as limitações de MP3s e iPods estão arruinando a música pop?
Lee Gomes - The Wall Street Journal - 13/09/2007

Se você sente que tem ouvido mais música mas desfrutado menos dela, algumas pessoas na indústria fonográfica dizem que sabem o motivo. Elas culpam aquele iPod que você não consegue largar e todos os arquivos MP3 de música comprimida que carregou no aparelho.

As pessoas que trabalham por trás dos microfones na indústria fonográfica — produtores, engenheiros de som e assim por diante — dizem que cada vez mais presumem que suas gravações serão ouvidas como MP3s num tocador de música como o iPod. Por causa disso, a combinação está se tornando a "plataforma de referência" usada como teste de como a faixa deve soar. (Produtores de cinema reclamam da mesma coisa quando vêem suas imagens em versões digitais de baixa qualidade.)

Mas por causa das muitas limitações das músicas comprimidas e da relativa baixa qualidade dos fones do iPod, produtores lamentam que estão mixando suas músicas para um baixo denominador comum técnico. O resultado, dizem eles, é uma música com volume alto mas áspera e chapada, e portanto pouco agradável por longos períodos de tempo.

"Agora, quando você acaba de gravar uma faixa, a primeira coisa que uma banda faz é carregá-la em um iPod e ouvir como soa", diz Alan Douches, que trabalhou com a banda de rock Fleetwood Mac e outros. "Anos atrás a gente poderia checar o som num Walkman, mas ninguém acreditava que seria o melhor que poderia soar. Hoje, artistas jovens acreditam que o MP3 é um meio de alta qualidade e o iPod representa o que há de melhor em som."

Não é. Produtores e engenheiros dizem que há muitas maneiras de adaptar uma faixa para um MP3 do iPod. Algumas vezes, as mudanças são para pior.

O veterano Skip Saylor, dono de um estúdio em Los Angeles, diz que as freqüências altas que parecem esplêndidas em um CD, por exemplo, podem não soar tão bem em um arquivo de MP3 e portanto serão cortadas da mixagem. "O resultado pode satisfazê-lo num MP3, mas não o deixaria contente num CD", diz. "Se você me perguntar se estou feliz em fazer isso, minha resposta é não. Mas este é o mundo real, é preciso se adaptar."

Essa mudança para a música comprimida ouvida em iPods está ocorrendo ao mesmo tempo em que outra tendência irrita os audiófilos: a música de hoje é lançada nos volumes mais altos da história, por causa da suposição de que isso vende melhor. O processo de aumentar o volume, porém, tende a eliminar a distinção dos altos e baixos de uma faixa.

Consequentemente, a música pop contemporânea tem um som característico, diz o veterano engenheiro Jack Joseph Puig, de Los Angeles, que trabalhou com os Rolling Stones e Eric Clapton. "Há dez anos, a música era mais quente; era rica e espessa, com mais tons e mais 'poder real'. Mas os novos álbuns são mais frios e brilhantes. Ele têm o que chamo de 'poder implícito'. É tudo feito com defasagens, reverberações e compressões para enganar o seu cérebro."

Todos esses engenheiros tendem a ser audiófilos, o tipo de gente que brigaria para deixar uma faixa perfeita. Mas eles estão começando a questionar se a briga vale a pena.

"Eu me importo com a qualidade, mesmo se o garoto na rua goste do que ele ouve no MySpace, que é ainda pior que MP3", diz Stuart Brawley, um engenheiro de Los Angeles que gravou com Cher e Michael Jackson. "Tentamos produzir a melhor qualidade de som possível, mas nós temos que ser cada vez mais realistas sobre quanto tempo podemos gastar com isso."

É claro que nem todos os produtores de música concordam que os MP3s e iPods estão afetando a música de maneira tão ruim. Larry Klein, conhecido por seu trabalho com Joni Mitchell, diz que "se algo soa muito bem num par de caixas acústicas normais, vai soar ótimo em fones de ouvido. Não posso imaginar fazer uma mixagem de um disco de modo que soe melhor em fones de ouvido".

Quando os primeiros CDs foram lançados, eles foram considerados frios e chapados se comparados com os discos de vinil. Mas seu som melhorou à medida que os engenheiros aprenderam mais sobre o meio, um processo que muitos esperam que se repita com MP3s e tocadores de música portáteis.

Mesmo assim, os engenheiros ainda sentem nostalgia das tecnologias antigas. "O que perdemos nesta nova era de compressão em massa e baixa fidelidade são discos que soam tão bem que você se perde neles. 'Dark Side of the Moon' — já não se fazem mais discos como aquele."