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12 setembro 2007

Iasb e o Poder

Um comunicado do Iasb de 18 de julho de 2007 (Summary of the IASC Foundation Trustees meeting 2 and 3 July 2007 Madrid) mostra quem possui o poder no Iasb. No final do texto, sobre o novo Chairman, informa-se que o foco será num candidato europeu.

Amistosos da Seleção

Firmas de marketing sofisticam promoção de amistosos de seleções
Wilson A. Liévano, 11/09/2007
The Wall Street Journal Americas

Eles percorrem dezenas de cidades, enchem estádios e têm suas apresentações transmitidas por televisão a muitos países ao redor do mundo. Não surpreende, portanto, que despertem o interesse de profissionais de marketing. O que talvez surpreenda é que, embora os times de futebol façam jogos amistosos desde que o esporte surgiu, só recentemente eles tenham começado a receber esse tratamento profissional.

(...) Empresas como a SUM e a suíça Kentaro tentam explorar a essa nova demanda. A Kentaro, divisão de marketing do conglomerado russo Renova, que opera em áreas tão diversas quanto metalurgia, petróleo e finanças, adquiriu os direitos de comercialização, TV e organização dos jogos do Brasil e da Argentina até 2010, em acordos separados. Foi ela que cuidou de toda a logística para a preparação da seleção brasileira na fracassada campanha da Copa do Mundo de 2006.

O exemplo do Brasil em 2006 é um dos que ajudam a alimentar as críticas de que a excessiva comercialização e as viagens dos amistosos desgastam e distraem os jogadores, afetando seu rendimento.

Mas como a Fifa estabelece entre seis e oito datas oficiais por ano para a realização dos amistosos, as empresas de marketing tentam explorar o potencial mercadológico das seleções, especialmente em mercados nos quais o futebol está em ascensão, como os EUA, o Oriente Médio e mesmo a África. A Ásia é outro mercado potencial, mas atrapalhado pela distância para as viagens dos jogadores. A Kentaro e a SUM se associaram para organizar jogos em que times que ambas agenciam se enfrentam esta semana: o de Chicago domingo, quando o Brasil fez 4 a 2 nos EUA, e Brasil e México amanhã em Boston. A SUM tem os direitos de marketing da seleção americana e de organização dos jogos da mexicana nos EUA.

As partes envolvidas não revelam detalhes financeiros de seus contratos. Mas, segundo pessoas do meio, em geral empresas como a Kentaro e a SUM pagam uma taxa a cada federação e ficam com os direitos de marketing, bilheteria e transmissão dos jogos. As firmas também arcam com despesas como o aluguel do estádio.

A organização das partidas começa com seis meses ou mais de antecedência. As empresas normalmente sugerem alguns possíveis rivais e locais às federações, que escolhem seus adversários.

Grothe, como seus rivais, não revela detalhes financeiros de seus contratos. Mas as empresas de marketing informam que o negócio só é rentável quando jogam as seleções de maior prestígio e suas estrelas. "Tanto os clubes como as associações nacionais entendem a importância de sua marca e que esta está inexoravelmente atada a seus jogadores", diz Rodríguez, da SUM.

(...) Ainda assim, os promotores de amistosos garantem que não há nenhuma obrigação contratual para que as federações ponham em campo seus astros, nem pressão para a convocação de determinados jogadores.

No total, Kentaro e SUM calculam empregar de 600 a 700 pessoas por jogo, com um investimento de US$ 500.000 a US$ 2 milhões. A arrecadação na bilheteria representa cerca de 40% da receita por partida da Kentaro, o que exige que o estádio tenha capacidade para pelo menos 50.000 pessoas. Também são vendidos ingressos VIP. Nos jogos do Brasil, há coquetéis, comida brasileira e sambistas no camarote VIP. Patrocínios e direitos esportivos correspondem cada um a 30%.

Grothe calcula que, dependendo da partida, é possível obter lucros de US$ 1 milhão a US$ 3 milhões por jogo. Os amistosos de futebol ainda representam apenas 10% das receitas da Kentaro, que foram de US$ 160 milhões em 2006. A empresa tem como principal atividade a negociação de direitos de transmissão de jogos de futebol e lutas de boxe pela TV.

Pode-se questionar se essa promoção profissional das marcas das seleções não corre o risco de ter o efeito contrário. O ambiente festivo da concentração brasileira na Suíça foi visto como um dos motivos do fracasso na Copa do Mundo.

Grothe admite que a tranqüila Weggis virou uma loucura à época. Ele diz que Brasil e Argentina são casos especiais de seleção, que chamam naturalmente mais atenção. "São como os Backstreet Boys do futebol. Quando Ronaldinho chega a um aeroporto, o pessoal enlouquece." Depois da Copa da Alemanha, a CBF decidiu abandonar a cobrança de ingresso nos treinos, mas continuará permitindo o acesso dos torcedores. "O Brasil ganhou cinco copas do mundo desta maneira, e não vamos mudar agora", diz Rodrigo Paiva, porta-voz da CBF.

"As grandes equipes deveriam saber como administrar esses efeitos", diz Guy Vitkovsky, editor do EuFootball.biz, um website especializado no futebol como negócio. "Ter a imprensa e o público ao redor faz parte da natureza do jogo."


Negrito meu.

Comparabilidade nas normas do Iasb

Artigo no Financial Times mostra a dificuldade de comparação com a adoção das normas internacionais. A comparabilidade tem sido uma das vantagens para a adoção das normas do Iasb. Entretanto, Lawrence Cunningham (Beware the temptation of global standards,
Financial Times - 11/09/2007) acredita que seja difícil considerar este fator atualmente. A visão de Cunningham é pessimista, não acreditando ser possível obter a comparabilidade sequer na União Européia. Ele cita uma série de exemplos para apoiar seu ponto de vista.


(...) Comparability requires uniform standards and uniform application. It would be surprising if people in the 100 countries endorsing international standards achieved uniform application, considering the varying political, economic and cultural environments that exist in the world and absence of any global enforcement authority that could overcome them.

Every important accounting decision requires judgment. People making the judgments do so in local, not global, contexts. Judgments differ between countries to reflect local conditions, such as legal norms; financial market size and scope, ownership concentration, the character and status of the auditing profession and the press, and a government's role in an economy.

The European Union has told members to use international rules. Will companies in those countries do so uniformly? Some of those countries are notorious for ignoring EU directives, especially the Czech Republic, Greece, Italy, Luxembourg and Portugal. Many members - which include such diverse countries as Cyprus, Germany, Hungary and Spain - have already altered the international standards to reflect local needs. Beyond the EU, endorsers of international standards include such assorted countries as Armenia, South Korea and Kuwait. It seems naive to believe that accounting standards will be applied uniformly in all these places.

No government will prize global accounting uniformity over competing priorities. When accounting rules required Japanese banks to record big losses on large loans in the 1990s, Japan's government intervened against doing so to avert a national financial crisis. Also, when the International Accounting Standards Board proposed rules for financial instruments, the French government lobbied for an exception to reduce volatility in reports of French banks. Amid the 1970s' energy crisis, the US Congress directed the SEC to set special accounting rules for US oil companies to manage the fallout. Steps such as these willcontinue and would stealthily destroy global uniformity.

Governments also influence the world's large auditing firms, disabling them from assuring uniformity in accounting practice. Consider how Ernst & Young, pressed by China's four state banks, last year withdrew its report on the banks' non-performing loans. The firm estimated these to be Dollars 358bn while the official figure put them at Dollars 133bn. Similarly, PwC, pressed by the Russian government, recently withdrew audit reports on Yukos, the oil group.

Champions of international standards say that converging global markets make uniform global accounting inevitable. Yet divergent accounting will persist, given enduring local diversity. Some believe that adopting uniform written standards can influence local behaviour. While this is possible, it would require a global enforcement authority that does not exist and is unlikely to appear. So the proposals risk misleading investors into believing that nominal uniformity means real uniformity. (...)

Empresa Familiar

No Wall Street Journal Americas uma reportagem sobre a Casio, uma empresa familiar do Japão (Casio já cogita sair de seu reinado familiar, Yukari Iwatani Kane, The Wall Street Journal, de Tóquio, 11/09/2007). Mostra uma mudança na mentalidade de gestão de empresas familiares no Japão

(...)
Kazuo diz que ainda não decidiu quem vai sucedê-lo [na Casio]. Mesmo assim, sua determinação em entregar o poder ao candidato mais capaz é parte de uma mudança na mentalidade japonesa — um país em que as empresas freqüentemente passam para as mãos da geração mais nova da família.

Manter uma empresa na mesma família fornece estabilidade de liderança quando as coisas vão bem. Mas esses executivos freqüentemente são avessos a riscos e agem vagarosamente demais. Com o aumento da concorrência, ficou mais arriscado manter a tradição.

No Japão, tradicionalmente, as famílias fundadoras são obrigadas a abrir mão da administração de suas empresas quando as coisas vão muito mal. Toshimasa Iue, o neto do fundador da fabricante de eletrônicos Sanyo Corp., foi obrigado a sair da presidência em abril depois que a empresa foi atingida por um escândalo de contabilidade e por baixos lucros. (...)