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03 setembro 2007

Bolsa de Valores

Uma série de notícias sobre bolsa de valores.

No Valor, Ingleses querem empresas do Brasil na bolsa de Londres, de 03/09/2007, informa que o prefeito do distrito financeiro de Londres, Lord Mayor John Stuttard, gostaria de ter empresas brasileiras na bolsa de Londres.

Na GAzeta, também de 03/09/2007, o foco é nas empresas que estão fora dos níveis de governança do Bovespa (Maioria das empresas está fora dos níveis de governança da Bovespa, por Luciano Feltrin, Finanças & Mercados - Pág. 4). Alguns dados interessantes são apresentados


=> das 402 companhias com papéis negociados na Bovespa, 74,8% do total (números de julho deste ano) ainda estão fora dos níveis de governança da Bolsa

= > O percentual inclui empresas cujas ações estão entre as mais negociadas do mercado, como é o caso da Petrobras.

=> Nos EUA, 92% das empresas não têm mais que 20% de suas ações concentradas em um controlador. Uma das explicações dessa característica é a cultura de mercado das companhias norte-americanas. No Brasil, por outro lado, há concentração dos papéis por um grupo ou família controladora.

=> Segundo dados da GMI Ratings,o Brasil está em penúltimo lugar entre 42 países no que se refere a boas práticas de governança. Só vence a China.


Isto mostra que ainda temos muito que evoluir em termos de governança.

A mesma Gazeta comenta a questão da sustentabilidade (Itaú é líder de sustentabilidade na AL, 03/09/2007, Finanças & Mercados - Pág. 4, por Aluísio Alves)

(...) O Itaú é o banco mais sustentável da América Latina. É o que diz a consultoria espanhola Management & Excellence (M&E), depois de verificar o desempenho das 40 maiores instituições financeiras da região em governança corporativa, ética, responsabilidade socioambiental e transparência. O levantamento consistiu em medir o enquadramento dos bancos a padrões internacionalmente respeitados, como a presença das ações no Dow Jones Sustainability Index (DJSI), a publicação de balanço social segundo o modelo GRI (Global Reporting Initiative) e a obediência a normas corporativas da OECD. Com 95,4 pontos, numa escala de zero a 100, o Itaú ficou em primeiro no ranking pelo terceiro ano consecutivo.

O estudo também apontou, no entanto, que a briga entre os bancos mais adiantados pela ponta ficou mais acirrada. O Bradesco, por exemplo, quase dobrou a pontuação de dois anos atrás, atingindo 94,5 pontos, 0,9 a menos do que o do maior rival. Para o sócio-diretor da M&E, Bill Cox, o esforço dos grandes para se firmar como referência em sustentabilidade se traduz no aumento dos investimentos no setor. "O tema consumiu de US$ 100 milhões a US$ 1 bilhão de cada um dos cinco primeiros em 2006, com um crescimento anual médio de 25%", diz.


Particularmente tenho certa restrição a um indicador que permite que uma instituição consiga dobrar a pontuação, atingindo o segundo lugar, em dois anos.

Crise aérea nos Estados Unidos

Apesar de não ser tão grave quanto a nossa crise, os Estados Unidos também estão passando por uma crise aérea.

O New York Times (Most Flights Are Late, and the Situation May Only Get Worse, por Jeff Balley, 03/09/2007) apresenta alguns dados dos atrasos nos vôos naquele país.

Já a Gazeta Mercantil apresenta reportagem no mesmo sentido (Sistema aéreo está saturado nos EUA, 03/09/2007) com um enfoque na American Airlines (a reporter, Regiane de Oliveira, viajou a convite da empresa). O destaque é a boa gerência da empresa


Na última semana, o presidente da American Airlines, Gerard. J. Arpey, fez um apelo as autoridades norte-americanas para que voltem a investir no setor. "Precisamos de infra-estrutura no ar", afirmou o executivo. "E melhorar a capacidade dos aeroportos". De acordo com Arpey, o aumento da demanda e a expansão das companhias de baixo custo levaram a saturação do sistema aéreo. Por enquanto, nada que afete a segurança dos passageiros. Só por enquanto.

(...) O modelo norte-americano prevê que as aéreas podem construir os terminais, mas eles devem ser doados ao estado. Em contrapartida, as empresas recebem, além de contrato - no caso da AA de 30 anos - benefícios de locação.

(...) Erli Rodrigues, diretor-geral da American Airlines no Brasil, lembra que foram períodos desgastantes. O projeto de reestruturação de custos tinha como objetivo inicial reduzir US$ 4 bilhões de um faturamento de US$ 20 bilhões ao ano da companhia. "Não dava só para cortar, tivemos de mudar processos", explica Rodrigues. A empresa vendeu ativos, fez leasing de aviões, cancelou encomendas e renegociou os contratos de funcionários com sindicatos, demitiu pessoas. Isso tudo tendo de concorrer com novos competidores. "Até 2000 enfrentávamos as empresas de baixo custo em cerca de 25% de nossas linhas. Hoje 80% do segmento já é operado por elas", explica.

Após 11 de setembro, a principal diferença foi o comportamento dos passageiros. "As pessoas ficaram com medo de voar e o fator custo começou a ser muito relevante", conta Rodrigues. A prioridade do passageiro passou a ser pontualidade e preço, e depois, conforto. Até o serviço de bordo mudou. "Hoje não temos mais serviço de bordo em vôos de até duas horas".

A primeira meta de corte de custos foi atingida, mas não foi suficiente. "Começamos a trabalhar num sistema de cortes constantes de custos", afirma. E segundo ele foi a criatividade que garantiu que a empresa não passasse por mais reduções. "Em vez de cortar mais ou terceirizar serviços, resolvemos oferecer alguns de nossos serviços para fora, como a manutenção", diz. Hoje a AA tem contrato com a Rolls Royce para manutenção de turbinas. "Isso trouxe receita de US$ 500 milhões ao ano". O resultado de todas as ações foi um caixa de US$ 6 bilhões.

Agências de Rating: conflito de interesse?

Já o periódico ABC informa que a Comunidade Européia está investigando se as agências de ratings tiveram culpa na crise (Bruselas investiga a fondo si las agencias de calificación cayeron en conflicto de interés, 03/09/2007, por David León)

La investigación abierta a las agencias de calificación de riesgo «rating» por parte de la Comisión Europea (CE) a través de la Organización Internacional de Comisiones de Valores (IOSCO) por no detectar la crisis de las hipotecas basura «subprime» norteamericanas, está centrada en analizar si estas agencias vulneraron los principios de independencia, objetividad y conflicto de interés, a los que voluntariamente están adscritas en su «Código de Conducta».

(...) Ahora no es validar con una firma toda la contabilidad de una empresa, pero son muchos los expertos consultados que creen que si estas agencias encargadas de «poner notas» hubieran alertado del cambio de expectativas de riesgo en fondos e inversiones ligados a las hipotecas «basura», la actual crisis podría haberse limitado.

Crise imobiliária e reputação das agências de rating

Acredita-se que o Brasil deverá receber nos próximos meses o grau de investimento por parte das agências de rating.

O problema é que as agências estão sendo questionadas pelo comportamento no caso da crise imobiliária dos EUA. Uma reportagem do Estado de S. Paulo de 02/09/2007 tenta fazer este vínculo (Crise imobiliária dos EUA faz estragos nas agências de rating, Patrícia Campos Mello, p. B10)

"A reputação das agências foi bastante prejudicada; só vamos saber a extensão do dano quando a crise acabar", disse ao Estado Lawrence J. White, professor de Economia da Universidade de Nova York, que vê semelhanças com a situação de empresas de auditoria como a Arthur Andersen durante os escândalos contábeis. As ações da Moody's, negociadas a mais de US$ 70 há três meses, estão hoje na faixa dos US$ 45.

(...) Segundo ele, é um problema inerente à função das agências, que tentam apresentar um panorama de longo prazo, e não flutuações diárias na saúde financeira. O segundo problema, segundo White, é que essas empresas têm consciência da importância de seus ratings - os mercados respondem vigorosamente a uma promoção ou rebaixamento de nota. Um grau de investimento funciona como um selo de qualidade que economiza milhões em juros de empréstimos. Já um rebaixamento pode custar milhões a uma empresa ou mesmo excluí-la de alguns negócios - certos fundos são proibidos, em seus estatutos , de comprar títulos de empresas ou países que não tenham atingido o grau de investimento.

01 setembro 2007

30 anos de Doutorado

Ontem foram as comemorações dos 30 anos do Doutorado em Ciências Contábeis da Universidade de São Paulo. Como doutor pela USP fica difícil postar algo para expressar o agradecimento pela instituição que transformou minha vida. A contribuição da pós-graduação da USP para o crescimento da contabilidade no Brasil é enorme e inegável.

Obrigado Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA/USP por tudo.

Internet: dois gráficos

Dois gráficos interessantes sobre a internet no mundo. O primeiro mostra a velocidade da internet em diferentes países do mundo. Inveja do Japão.



O segundo apresenta a relação da internet no mundo e os países onde ela é controlada pelo governo.