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27 agosto 2007

Controle e Presidente

Um controller pode aspirar subir na carreira tornando-se CFO (Chief Financial Officer) de sua companhia. Mas para transformar esse desejo em realidade, provavelmente, terá um longo caminho a percorrer. Isso porque precisará adquirir habilidades bem diferentes das utilizadas em sua função, como saber negociar e gerenciar pessoas, por exemplo. Esta é uma das razões, pela qual boa parte desses profissionais não está conseguindo hoje galgar o tão sonhado posto em suas empresas. É o que aponta pesquisa realizada pela Korn/Ferry International, consultoria especializada na seleção para o alto escalão, que ouviu mais de 500 mil executivos, entre os quais 1,5 mil CFOs, das 500 maiores empresas do mundo. De acordo com o estudo, quando a companhia busca dentro de casa um novo CFO, o candidato número um é o controller, representando 33% do universo entrevistado.

"Mas se as empresas 'caçam' fora, apenas 4% dos executivos contratados para a função são controllers", afirma Jorge Maluf, sócio da Korn/Ferry. A grande maioria, 58%, já ocupa em outra empresa o cargo de diretor financeiro. Ou são presidentes de empresa, 17%.A principal causa desse fenômeno é a falta de visão de negócios e habilidade de liderança dos controllers, segundo aponta o levantamento.


Prata da casa não atende ao novo perfil dos CFOs - Valor Econômico - 27/08/2007

Santa Casa e a situação dos hospitais

Reportagem do O Globo (Santa Casa sob suspeita, 27/08/2007) mostra a situação da Santa Casa e os resultados de uma auditoria realizada na instituição.

Uma auditoria de técnicos do Ministério da Saúde traça um quadro preocupante do Hospital Geral da Santa Casa de Misericórdia, no Rio, um dos maiores do país. O documento indica problemas graves, que vão da distribuição de remédios não aprovados pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) até desvios de verbas destinadas ao custeio de atendimentos de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A investigação do Ministério da Saúde deverá ser ampliada pelo Ministério Público federal. (...)

A auditoria informa que o balancete registra o recebimento de R$198,5 mil em janeiro de 2006, mas os extratos bancários só apontam a existência de R$R$171,5 mil, uma diferença de quase R$30 mil. Nos dois meses seguintes, há uma inversão dos valores. Em fevereiro, o balancete não registra recebimento de verbas do SUS. Mas o extrato bancário indica a existência R$20,5 mil. Em março, o descompasso é mais gritante: são R$335,3 mil creditados na conta do hospital, dinheiro que não aparece no balancete.


(Parece existir uma confusão entre o saldo do balancete e a movimentação dos recursos, que ocorreu durante o mês)

(...) A direção geral do hospital não controla sequer a entrada de pacientes atendidos com base no SUS ou em nas clínicas particulares. “Não existe contrato ou qualquer outro documento entre a direção do hospital e as chefias de enfermarias definindo critérios e valores a serem pagos ao hospital pelos atendimentos a particulares realizados diretamente pelas clínicas”, destacam os auditores. O hospital também não divide com as clínicas particulares despesas básicas com energia, gás, lavanderia e telefone, entre outras. Ou seja, os custos destes serviços recaem sobre o hospital, financiado em parte pelo governo federal. (...)

A auditoria relata ainda a distribuição de insumos (luvas, agulhas, soro) para procedimentos em pacientes internados. Para os auditores, o exagero provoca desperdício e facilita o desvio de material. Os auditores descobriram que o hospital “recebe lotes de medicamentos em fase de experimentação e ainda não validados pelo Ministério da Saúde”.

A edição na Wikipedia pelas empresas

O problema da edição de verbetes na Wikipedia é tema de uma reportagem interessante da Slate (Wikipedia UnmaskedA new Web site reveals the sneak attacks and ego-fluffing of your friends and co-workers, de Michael Agger, 24/08/2007)

O texto destaca os problemas enfrentados por este tipo de enciclopédia, onde a participação de qualquer pessoa é possível. Isto faz com que as empresas tenham um interesse em "manipular" seus verbetes, reduzindo os impactos negativos. O texto destaca que a Wikipedia tem sido uma fonte importante de consultas na internet, o que torna um incentivo a edição "oficial".

A comparação da página original da Exxon sobre o episódio do Alasca e a edição realizada por se encontrada aqui. É muito interessante notar que no texto original, por exemplo, comentava dos danos causados ao meio ambiente e na edição realizada por alguém (supostamente da empresa) apareça a palavra "alegado".

Links

1. Os resultados dos fundos Hedge sugere que, apesar das diferenças, a estratégia é comum

2. O preço de fumar

3. Google - Uma visão do espaço

A história se repete?

O blog do Wall Street Journal apresenta uma comparação interessante entre os Estados Unidos de 1887 e a China em 2007. No final do século XIX os Estados Unidos era o paraíso da pirataria e escândalos de alimentos, conforme observa Stephen Mihm. Na época os Estados Unidos imprimiam livros sem permissão ou pagamento, inclusive de autores como Charles Dickens.

Existe um atrativo na idéia de que a história se repete. Mas as diferenças entre a China de 2007 e os Estados Unidos de 1887 são significativas. Mas a comparação, segundo o blog, pode ser interessante por indicar o caminho que deve percorrer um país para alcançar o desenvolvimento. Isto inclui novas tecnologias, expansão do mercado, empreendedores, expansão das cidades etc.

26 agosto 2007

Documentação contábil

Da coluna de Dora Kramer, Estado de S Paulo, 25 de agosto, A6 ou aqui

Central de produções

O contador José Appel, que acompanhou o presidente do Senado, Renan Calheiros, no depoimento aos três relatores de seu processo no Conselho de Ética, não é um contador qualquer. É dono de escritório bastante conhecido em Brasília, especializado na prestação de serviços de documentação contábil. Appel entrou na história em junho, logo depois de o senador Calheiros ter dito que não possuía comprovantes dos pagamentos feitos à jornalista Mônica Veloso a título de pensão alimentícia da filha e de, no dia seguinte, seu advogado, Eduardo Ferrão, ter entregado um maço de extratos ao Senado para, segundo ele, comprovar as transações.


O que seria "prestação de serviços de documentação contábil"?

25 agosto 2007

R$1,99 ou R$2,00?

Existem muitas teorias sobre a origem de lojas que vendem produtos a R$1,99 (ou 2,99 etc) em lugar do número exato R$2,00. Uma delas diz que o cliente tem a tendência a guardar o primeiro número, fazendo um arredondamento inapropriado. Deste modo, o R$1,99 passaria a ser "aproximadamente" R$1,00.

Agora li uma nova teoria para esta situação. Nos "caixas" antigos toda vez que era registrada uma venda tocava uma campainha que anunciava o registro da venda e a abertura da gaveta. Para o dono do estabelecimento o problema era que seus funcionários as vezes não registravam a venda e embolsavam o dinheiro. Em certas situações o dono estava muito distraído para perceber que era enganado pelo funcionário. Assim, se o cliente compra um produto por R$2,00, o funcionário não registrava e ficava com o dinheiro.

Ao colocar o preço como sendo R$1,99, o cliente passou a ajudar o dono do negócio a fiscalizar o seu funcionário, pelo módico custo de 1 centavo. O cliente espera o seu troco e o funcionário precisa registrar a venda para abrir a gaveta do caixa e assim campainha toca, indicando ao dono que mais uma venda foi registrada.

Recentemente estava escrevendo um capítulo de um livro, Contabilidade Geral e de Custos, que está sendo usado por mais de 5 mil alunos do curso de administração da Universidade Aberta (este livro foi produzido eletronicamente, em PDF). Fiz um capítulo de Caixa. Neste capítulo pensei em iniciar contando a história do "caixa" registradora, que é muito interessante. Esta pequena história da razão do R$1,99 só conheci agora, na leitura do livro The Armchair Economist, de Steve Landsburg. Uma pena.