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10 agosto 2007

Outra pesquisa: a Mulher e a TV a Cabo

Uma pesquisa na zona rural da Índia mostrou que a presença de televisão a cabo muda a atitude da sociedade com respeito ao status da mulher. A exposição as novas informações sobre o mundo termina por afetar o comportamento, incluindo o aumento de mulheres na escola e a redução na fertilidade. Clique aqui

Expectativa de vida e Nobel

Ontem foi postado sobre a relação entre o aumento na expectativa de vida e o fato de um indíviduo ganhar um Oscar (aqui)

Agora, segundo o Blog de Mankiw (aqui) o vencedor do prêmio Nobel consegue de 1 a 2 anos de vida.

Medalhas em Olimpíadas por habitantes


Um mapa que mostra o desempenho do país em medalhas obtidas em Olimpíadas, por habitantes. Fonte: Aqui

09 agosto 2007

Rir é o melhor remédio

O futuro do Balanço Social

Reproduzo o artigo de Ciro Torres (co-autor do livro que organizei, Balanço Social):

O futuro do balanço social
Gazeta Mercantil - 09/08/2007

9 de Agosto de 2007 - Há dez anos surgia a primeira versão da mais conhecida ferramenta de gestão e divulgação de ações sociais e ambientais realizadas por empresas no Brasil. Em 1997, o sociólogo Herbert de Souza (o Betinho, um dos fundadores do Ibase, cujo décimo aniversário de morte ocorre hoje) lançou a idéia de as empresas utilizarem um modelo simplificado de Balanço Social para diferenciarem-se e prestarem contas de suas ações à sociedade. Por conta da facilidade de aplicação e precisão, tornou-se uma ferramenta amplamente utilizada no mundo corporativo.

A discussão sobre ética e a transparência nas empresas brasileiras ganhou corpo no contexto do movimento pela ética na política (que culminou com o impeachment do então presidente Fernando Collor, em 1992) e durante os desdobramentos da Campanha contra a Fome, de 1993. O debate sobre o balanço social, que havia se iniciado no País, embora timidamente, em finais dos anos 1970, ganha um alcance nacional a partir da iniciativa de Betinho - e a sugestão (acompanhada por seu esforço de divulgação) de se utilizar um modelo único como ferramenta concreta para avaliar as práticas efetivas de transparência. Tratava-se de um instrumento desenvolvido para as empresas se planejarem e prestarem contas publicamente - divulgado em revistas e jornais de negócios, como a própria Gazeta Mercantil - tornando público dados e indicadores anuais. Informações que tradicionalmente não apareciam nas discussões dentro do universo e das publicações empresariais, como por exemplo as relativas à diversidade de gênero e raça, começaram a vir a público. Estas e outras discussões entraram na pauta de empresas, governos e sociedade - algumas delas jamais feitas antes com tanta visibilidade e informações qualificadas.

Os avanços no período foram muitos. O próprio modelo começou bem menor e mais tímido do que o atual. Os questionamentos, as perguntas e indicadores socioambientais foram evoluindo no próprio processo, com a participação de diversas instituições e empresas. No início desta longa jornada, apenas 9 empresas aderiram ao modelo de balanço social proposto pelo Ibase. Atualmente, 330 grandes empresas que atuam no Brasil já utilizam esta ferramenta, que por sua simplicidade e baixo custo de realização, muitas vezes é publicada em conjunto com outros instrumentos de gestão do social e do ambiental.

Todavia, o discurso evoluiu mais rápido do que a prática e agora se faz necessário que as empresas comecem a analisar com mais profundidade o conteúdo de seus balanços sociais - e não se contentem apenas em preenchê-los. Uma leitura dos balanços ao longo dos anos pode indicar o grau de evolução (ou não) das ações sociais e ambientais. Um exemplo concreto de como isto é necessário, é a pouca inclusão das pessoas portadoras de deficiência nos quadros das empresas, já que a grande maioria não cumpre as cotas mínimas. É necessário também superar o receio de tornar públicos os impactos negativos, em especial os passivos sociais e ambientais.

Mas a transparência propiciada pelo Balanço Social não é algo que interessa apenas ao mundo corporativo, muito pelo contrário. O Estado e a sociedade civil organizada precisam fazer mais, por exemplo na regulação, apoio e cobrança por uma efetiva mudança nas práticas empresariais. A sociedade, reunida em movimentos, ONGs e sindicatos, deve estar atenta e monitorar o ritmo destas mudanças - elogiando, criticando ou denunciando, quando for o caso. E as empresas ainda têm que colocar os seus discursos em prática, se preocupando, de fato, com os impactos gerados pelos bens, produtos e serviços disponibilizados, recolocando, antes de tudo, as pessoas e a vida em primeiro lugar.


(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Ciro Torres - Cientista político e coordenador de Responsabilidade Social e Ética nas Organizações do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase).)

Infraero e abertura de capital

Ainda a questão de abertura de capital da Infraero, uma frase do Ministro Jobim:

Se abrirem o capital da Infraero sem governança corporativa, não adianta. Temos de resolver antes o problema da gestão. Depois, pensamos na abertura de capital, se for a saída escolhida(Jobim não descarta concessões para aeroportos, Valor Econômico, 09/08/2007)


A mesma reportagem informa que a abertura de capital talvez não seja a única solução para a empresa. No mesmo jornal, um artigo Roberto Costa (Abertura de capital da Infraero, 09/08/2007)

Assim, não vejo como negativa sua inclusão no mercado de capitais, pois creio que, se a Infraero for bem gerida, poderá ser rentável sem prejudicar a prestação de serviços aeroportuários essenciais à comunidade.

A análise dos números da Infraero que foram divulgados surpreendeu aqueles que não imaginavam que sua atividade fosse deficitária, sobretudo levando em conta ácidos comentários de autoridades paulistas, segundo os quais a Infraero estaria privilegiando a área da exploração comercial.

O prejuízo dos dois últimos anos pode ser atribuído à forma de contabilização de parte dos investimentos.

Como os aeroportos são bens públicos da União, a aplicação de recursos próprios da empresa na infra-estrutura aeroportuária é contabilizada como despesa operacional. Só os investimentos em prédios, instalações e equipamentos próprios são tratados como investimentos.


Costa deveria ser mais direto: os investimentos são levados a resultado na contabilidade pública no momento do desembolso, e não ativado como numa empresa privada. Na contabilidade financeira, o aumento de investimento, como ocorreu com a Infraero, seria considerado inicialmente ativo e depois amortizado. Na empresa pública vai direto para resultado.

Os olhos do inseto


A esquerda, como os humanos enxergam uma flor. A direita, como uma abelha enxerga a mesma flor. Fonte: Aqui