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09 agosto 2007

Plágio

Quem trabalha com pesquisa e educação sabe que existe um fantasma rondando: o plágio e a falsificação de dados científicos. Isto é muito parecido com o que ocorre numa empresa com a fraude contábil. Alguém resolve criar algo que não existe ou modificar uma realidade para ajustar aos seus objetivos.

Na área acadêmica, isto pode ocorrer em trabalhos científicos submetidos em periódicos e congressos, assim como num mero trabalho de disciplina. Apesar deste problema e do fato de já ter passado por situações constrangedoras, acredito que ainda este é o modelo para pesquisa científica e educação.

No caso de um periódico, o processo de parecer torna-se importante para identificar problemas nas pesquisas. Trabalhos elaborados com base em informações distorcidas ou que foram manipuladas pode significar conclusões sem fundamentos que somente serão descobertas com a nova pesquisa no mesmo assunto feito por outro autor.

A existência do plágio tem sido constantemente noticiada (aqui por exemplo).

A internet facilitou e dificultou o plágio. Hoje é possível pegar muitas pesquisas na rede e reproduzir num trabalho acadêmico sem a citação. Além disto, é inegável que a internet aumentou o número de trabalhos disponíveis para os pesquisadores (temos uma grande quantidade de informação). Mas também é possível descobrir mais rapidamente a existência do plágio "mal feito" (aquele onde o autor simplesmente transcreve um texto obtido via Google).

Uma pequena notícia (aqui) mostra a dificuldade deste processo: um economista alemão de 63 anos foi descoberto depois de uma carreira de 34 anos com trabalhos em ética, estatística, meio-ambiente, ...

Itaú e alguns esclarecimentos do seu resultado

Neste link é possível ter acesso a transcrição da conferência de apresentação dos resultados do Itaú para os investidores, em especial estrangeiros. Alguns esclarecimentos são feitos sobre itens específicos e expectativas dos dirigentes são apresentadas.

Oscar e vida mais longa: errata

Postei, no dia 7 de agosto, um link para um estudo que mostrava que o Oscar aumentava a vida dos ganhadores (em relação aos perdedores).

Esta afirmação estava baseada num estudo de 2001 de Donald Redelmeier e Sheldon Singh: "Survival in Academy Award-winning actors and actresses", Annals of Internal medicine.

Um artigo mais recente, de James Hanley, Marie-Pierre Sylvestre e Ella Huszti, "Do Oscar winners live longer than less successful peers? A reanalysis of the evidence," no mesmo periódico, já em 2006, mostra que uma reanalise dos dados não permite fazer esta afirmação. (Clique aqui para ler mais)

É interessante este caso para mostrar que fazer uma pesquisa que alguém já fez permite alguns avanços na ciência. Inclusive quando o avanço significa negar uma conclusão anterior.

Impacto da China e India na América Latina

Segundo este texto, o sucesso da Índia e da China tem sido observado na América Latina com uma certa frustação, talvez pela perda da importância econômica. Em 1980, a América
Latina era duas vezes maior que a China e Índia, que representavam 3% do PIB mundial. Hoje a China é a sexta economia do mundo e a Índia é a décima, e representam 6,4% do PIB do mundo. Além disto, o crescimento destas economias significou integração, o que não ocorreu na América Latina.

Mas o crescimento destas duas economias beneficiou a América Latina, conforme apresenta o estudo. A correlação entre os dois blocos no crescimento é positiva e tem aumentado. Uma justificativa apresentada pelo estudo é o preço dos commodities.

Mas será que isto é suficiente para tal afirmação?

08 agosto 2007

Rir é o melhor remédio


Finalizando a série Super Nanny

Presidente da Usiminas é multado

Reportagem da Folha (07/08/2007) informa que a CVM multou o presidente da Usiminas, Rinaldo Campos Soares, em R$ 1 milhão para própria siderúrgica. Soares realizou pagamentos, sem comprovar os serviços, à SMP&B Propaganda, agência do publicitário Marcos Valério.

Ocorreu neste caso uma simulação de serviço com a finalidade de transferir recursos para campanhas políticas.

De acordo com a CVM, o valor da indenização a ser paga por Soares é superior aos eventuais prejuízos levantados na acusação. A previsão é que os recursos cubram os prejuízos causados aos acionistas da siderúrgica pelos pagamentos considerados irregulares.

A imagem da Contabilidade no México

É sempre interessante notar como está posicionada a contabilidade em outros países. Um artigo de Francisco Javier Calleja Bernal, para o periódico El Economista (A imagen contable-financiera, 07/08/2007) comenta a imagem do contador no México. Alguns trechos a seguir:

=> aunque los contadores dejamos atrás ya hace mucho tiempo la faceta de registradores de operaciones, el viejo tenedor de libros desapareció como tal hace un siglo, su imagen y sus defectos no han logrado desaparecer de la mente colectiva y todos los días tiene que seguirse librando batallas para establecer una correcta imagen de la profesión.

=> la profesión contable asumió como lógico y sabido que las finanzas eran parte de su área de influencia natural y aunque no privativo como la auditoría, sí era un sector en el que difícilmente entrarían otros profesionales. De nuevo la imagen exterior no fue esa y muchos profesionales comenzaron a participar en estos temas, con el fin de que después se crearan incluso licenciaturas aparentemente diferentes a la contaduría que se especializaron en finanzas y que desplazaron al contador de esta área.

=> Es curioso que los primeros intentos (hace 30 años) de separar contaduría y finanzas hayan fracasado notoriamente y que en cambio el día de hoy la administración financiera como profesión sea el fantasma que pareciera amenazar a la contaduría. Los contadores no hemos sabido incluir como parte de nuestro gremio a los administradores financieros, tampoco hemos hecho esfuerzos por dejarle claro al público que para las finanzas es siempre mejor contar con alguien que sabe a fondo contabilidad.

En tercer lugar, los números de alumnos inscritos en la licenciatura han descendido. La contaduría pública vive alarmada por el hecho de que las inscripciones bajan, por lo menos así en las universidades privadas, pero en realidad el número de inscritos ha aumentado si contamos esas licenciaturas nuevas, como la administración financiera.

=> En resumen, la realidad y la imagen de una profesión no son lo mismo, pero para que podamos tener la imagen deseada hay que trabajar en ello. El contador público proviene de una época en la que el trabajo era la recomendación única, sin publicidad y sin presumir los logros obtenidos.