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06 agosto 2007

Influencia na avaliação

Os periódicos científicos adotam, geralmente como padrão, a avaliação de um trabalho sem saber a autoria do mesmo. Uma experiência interessante mostrou que ao saber algo sobre o autor isto muda a percepção do avaliador.

Uma pesquisa da JAMA de 2006 mostrou os efeitos em 67 mil resumos submetidos na American Heart Association (AHA) entre 2000 e 2004. No começo de 2002 a AHA mudou o processo de análise, retirando o nome dos autores e sua origem dos resumos antes de mandar para análise. Ao comparar os dois períodos, o número de trabalhos de autores norte-americanos reduziu significativamente. (Aqui para ler mais)

Reputação na Wikipedia

Pesquisadores estão desenvolvendo um programa que apresenta cores nas frases da Wikipedia conforme a credibilidade do escritor. O programa calcula a reputação conforme a história de edição de cada escritor. Se as contribuições de um escritor são editadas constantemente, sua credibilidade não é boa. (aqui para ler mais)

O segredo de Carlos Slim


O bilionário mexicano Carlos Slim talvez seja hoje o homem mais rico do mundo (aqui). Para tentar descobrir o segredo de um bilionário (como foi sua vida, como ele conseguiu sua riqueza etc) existem diversos livros (vide, por exemplo, as diversas obras sobre Warren Buffett).

Para Carlos Slim o segredo do sucesso parece simples: monopólio. Aos 67 anos, o empresário controla mais de 200 empresas, principalmente no México, em setores como telecomunicações, cigarros, construção, mineração, bicicletas, refrigerantes, aviação, hotel, ferrovias, imprensa e bancos. Estas empresas representam cerca de um terço do valor do mercado acionário mexicano. E sua fortuna significa 7% da economia do país.

Segundo um comentário de um blog, Slim construiu sua fortuna eliminando competição nos setores que atua. Já o Wall Street Journal traz uma série de comentários sobre as críticas a Slim no México. A seguir a reportagem completa:



Os segredos de Carlos Slim, o homem mais rico do mundo
August 6, 2007 7:36 p.m.

Por David Luhnow
Carlos Slim é o Senhor Monopólio do México. É difícil passar um dia neste país sem pôr algum dinheiro no bolso dele. O magnata de 67 anos controla mais de 200 empresas — ele diz que "perdeu a conta" — nos setores de telecomunicações, cigarros, construção civil, mineradoras, bicicletas, refrigerantes, companhias aéreas, hotéis, ferrovias, bancos e gráficas. No total, suas empresas correspondem a cerca de um terço do valor de mercado da principal bolsa do México e sua fortuna representa 7% da produção econômica anual do país. (No auge, a riqueza de John D. Rockfeller era igual a 2,5% do PIB dos Estados Unidos.)

É como brinca a piada no cardápio de um restaurante da Cidade do México: "Este restaurante é o único lugar no México que não pertence a Carlos Slim".

A fortuna de Slim cresceu mais rápido do que qualquer outra no mundo durante os últimos dois anos, aumentando de US$ 40 bilhões para US$ 60 bilhões atualmente. Embora o valor de mercado de suas empresas de capital aberto possa diminuir a qualquer momento, hoje em dia Slim é provavelmente mais rico que Bill Gates, cuja fortuna a revista "Forbes" calculou em março como US$ 56 bilhões. Seria a primeira vez que uma pessoa do mundo em desenvolvimento ocupa o topo dessa lista desde que a "Forbes" começou a acompanhar a riqueza fora dos EUA nos anos 90.

"Não é um concurso", disse Slim numa entrevista ao Wall Street Journal, com um charuto cubano apagado na mão, no segundo andar de seu escritório decorado com quadros de paisagens mexicanas do século 19. Um homem relativamente modesto, que usa gravatas de suas próprias lojas, o magnata diz que não se sente mais rico só porque o é em papel.

Como é que um mexicano, filho de imigrantes libaneses, chegou a esse patamar? Construindo monopólios, bem ao modo de John D. Rockefeller quando ele controlava o refino de petróleo nos EUA durante a era industrial. No mundo pós-industrial, Slim controla os telefones do México. A sua Teléfonos de México SAB e sua afiliada de telefonia celular Telcel têm 92% de todas as linhas fixas e 73% dos celulares. Como Rockefeller no passado, Slim acumulou tanto poder que é considerado intocável em sua terra natal, uma força tão grande quanto o próprio Estado.

O corpulento Slim é uma contradição ambulante. Ele diz que gosta da concorrência nos negócios, mas a bloqueia em todas as oportunidades. Adora falar sobre tecnologia, mas não usa computador e prefere papel e caneta. Os convidados em sua mansão na Cidade do México vão de Bill Clinton a Gabriel García Márquez, mas ele é provinciano em vários aspectos, não viaja muito e diz com orgulho que não tem nenhuma casa fora do México.

Seus admiradores dizem que o agressivo Slim, um insone que fica acordado até tarde lendo sobre História e aprecia estudar Gengis Khan e suas estratégias militares ardilosas, representa o potencial do México de virar um tigre latino. Sua frugalidade nos negócios e na vida pessoal é um modelo de humildade numa região onde magnatas extravagantes constróem sedes luxuosas e passam os feriados caçando na África.

Para seus críticos, entretanto, a ascensão de Slim diz muito sobre os profundos problemas do México, como o abismo entre ricos e pobres. A última lista da ONU coloca o México no 103o lugar de 126 países no critério da igualdade entre cidadãos. Nos últimos dois anos, Slim ganhou mais de US$ 27 milhões por dia, enquanto um quinto da população do país sobrevive com menos de US$ 2 por dia.

Os monopólios sempre foram um elemento da economia mexicana. Mas no passado os políticos atuavam como um freio para as grandes empresas, garantindo que o mundo empresarial não ameaçasse o poder deles. Esse controle desapareceu nos anos 90 com a privatização da maior parte da economia e a morte lenta do Partido Revolucionário Institucional, que deteve o poder por 71 anos, até 2000.

"É surpreendente como as grandes empresas fizeram do governo mexicano um refém. Isso é um risco para a nossa democracia, e está sufocando nossa economia", diz Eduardo Pérez Motta, o chefe da agência governamental antitruste.

Como a face da nova elite, Slim apresenta um grande desafio para o jovem presidente do país, Felipe Calderón. Ele terá de decidir se tentará conter Slim, apesar de o magnata ser o maior empregador privado do país e o maior pagador de impostos. Rotineiramente, o Congresso elimina leis que vão contra os interesses de Slim e suas empresas respondem por uma boa fatia da receita de propaganda do país, tornando a mídia relutante em criticá-lo.

Durante os últimos meses, Calderón tentou fechar um acordo com Slim nos bastidores. Em várias reuniões — cujos detalhes foram conhecidos pela primeira vez —, o presidente tentou convencer Slim a aceitar mais concorrência, segundo pessoas familiarizadas com as reuniões. O governo tem uma carta na manga: Slim não pode oferecer TV em sua rede de comunicações — um mercado de grande potencial — sem a aprovação do Estado.

Um homem falador que geralmente é gentil mas também pode se irritar com facilidade, Slim rejeita o rótulo de monopolista. "Eu gosto de concorrência. Nós precisamos de mais concorrência", diz ele, entre goles de Coca Light. Ele enfatizou que muitas de suas empresas operam em mercados competitivos, e apontou que o México corresponde a apenas um terço das vendas de sua operadora de telefonia celular América Móvil SAB, que tem clientes de San Francisco a São Paulo.

A estratégia de Slim tem se mantido consistente durante sua longa carreira: comprar as empresas barato, deixá-las em forma e esmagar sem dó a concorrência. Depois que Slim obteve o controle da Telmex em 1990, logo incursionou no mercado para cabos de cobre usados pela Telmex para linhas telefônicas. Ele comprou um dos dois principais fornecedores e garantiu que a Telmex não comprasse nenhum cabo do outro, forçando os donos a vender-lhe a empresa.

Slim concorda que muitos setores no México são dominados por grandes empresas. Mas não enxerga nenhum problema se elas oferecerem preço e serviço bons. "Se uma cerveja no México custa um peso e nos EUA custa dois pesos, então eu não vejo problema", diz ele.

Apesar de várias medidas mostrarem que suas empresas cobram mais caro, Slim rapidamente rejeita essa afirmação. Numa entrevista ao Wall Street Journal, ele pede que um assessor traga sua própria conta telefônica. "Vê? Cobramos US$ 14 por mês de assinatura, mais barato que os EUA", diz. Pode ser, mas as tarifas adicionais no México fazem com que a maioria das contas sejam mais caras que nos EUA. A própria conta de Slim totalizou impressionantes US$ 470 no mês passado. "Eu tenho muitas empregadas e meus filhos fazem ligações", diz ele.

O quinto de seis irmãos, Slim nasceu rico. Seu pai, Julian Slim, fez fortuna com uma loja chamada "A Estrela do Oriente". Ele morreu quando Slim tinha 13 anos.

Logo no ínicio Slim mostrou talento para os números. Ele ensinou álgebra na maior universidade pública do México. Depois da universidade, Slim e alguns amigos viraram corretores na nascente bolsa do país. Apesar do sucesso, os amigos dizem que Slim, menos farrista e mais reservado que os outros, queria administrar empresas em vez de negociar suas ações.

Sua primeira chance veio logo. Depois de reformar uma empresa de refrigerantes e uma gráfica nos anos 60 e 70, ele comprou, em 1981, uma grande fatia da segunda maior empresa mexicana de cigarros, a Cigatam. A empresa gerou o caixa de que Slim precisava para comprar outras.

Em 1982, a queda do petróleo descarrilou a economia mexicana e companhias foram postas à venda a preço de banana. Slim comprou dezenas. "Países não quebram", dizia Slim a amigos na época.

Apesar de suas habilidades, muitos aqui dizem que sua verdadeira chance veio com a eleição do presidente Carlos Salinas, em 1988. Eles eram amigos e, quando Salinas privatizou centenas de estatais, Slim acabou levando a Telmex, numa oferta em conjunto com a Southwestern Bell e a France Télécom.

THE FOUR D'S

Companies that dominate their industries often resort to the four D's to defend their turf when facing competition for the first time.
Deny -- When Mexico's long-distance market opened to competition in 1997, Telmex at first denied access to its network, arguing that rivals didn't have the legal authorization to operate in the country, say rivals. In recent years, Telmex has tried to block Internet calling service Skype's entry into Mexico, arguing it needs a government concession to enter the market. Telmex says it follows legal procedure.
Delay -- Telmex dragged its feet on allowing access to its network, often not returning calls from executives of rival companies or not showing up at meetings, rivals say. When Mexico's telephone regulator, Cofetel, tried to regulate Telmex in the following years, the company took it to court nearly every single time, tying up the regulator's rulings for years.
Deteriorate -- Rivals complain that Telmex hurt competitors' service. One small rival, MCM Telecom, says Telmex would route all of its calls through one particular station to overload the calls and create busy signals. Telmex says any such move was inadvertent.
Dump -- Mr. Slim's companies can put the squeeze on rivals. Since his Mexican cellphone company, Telcel, has more than 70% of the market, it collects high interconnection fees for calls between networks roughly seven in every 10 times. Rivals, however, have to pay the fee most of the time, making it hard for them to undercut Telcel's prices and gain market share.

04 agosto 2007

Rir é o melhor remédio



Mais um da série Super Nanny

O papel da imprensa e a fraude contábil

Gregory Miller analisou o papel da imprensa diante da fraude contábil em The Press as a Watchdog for Accounting Fraud, publicado no Journal of Accounting Research (dezembro de 2006).

Usando uma amostra de empresas que tiveram problemas com a SEC, Miller procurou identificar o papel da imprensa na identificação e investigação de problemas contábeis. Um dos pontos interessantes do artigo que Miller encontrou é que a imprensa facilita a investigação, mas sua análise é enviesada.

03 agosto 2007

Rir é o melhor remédio


Método da Super Nanny

Diferença de Desempenho

Paserman fez uma análise comparativa entre jogadores de tênis. Uma partida de tênis é um campo de pesquisa interessante para uma análise estatística pois o resultado é bem definido: um ponto pode ser obtivo por um "winner" (um ponto que é conseguido sem que o adversário toque na bola), um erro forçado ou um erro não forçado.

A análise da probabilidade depende do desempenho anterior dos jogadores. Um exemplo citado no artigo: no jogo de Federer e Nadal em Wimbledon em 2006, nas finais, a probabilidade de vitória de Federer era de 65,1%. Mas vencer o primeiro ponto (onde Federer tinha o saque) aumentava a probabilidade vencer a partida para 65,7% e perder o ponto reduzia a probabilidade para 63,6%. Em outras palavras, vencer o primeiro ponto do jogo tinha uma importância de 2,1%. (Paserman descobriu também que este não foi o ponto mais importante da partida).

Usando dados de 238 partidas de Grande Slam, Paserman chegou a uma conclusão muito interessante entre o gênero (este é o nome "correto" para definir o sexo dos jogadores). Enquanto que nos homens o desempenho não varia muito dependendo da importância do ponto, o desempenho das mulheres era significativamente inferior quando os pontos eram importantes.

Seria uma constatação da reação do gênero diante de uma situação de pressão? Talvez seja difícil fazer uma inferência tão forte.

Além disto a pesquisa comparou o desempenho dos jogadores mais fortes (o critério foi a força do saque) e o desempenho, Paserman encontrou que jogadores mais fracos são menos agressivos e fazem mais erros não forçados em pontos importantes.