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03 agosto 2007

Análise de uma empresa de varejo

Uma reportagem da Forbes mostra o perigo da análise econômico-financeira rasteira. Aquela história do quanto maior, melhor, que você aprende em péssimos livros de análise, é muito perigosa. Exemplo da reportagem: quanto maior a margem, melhor. A margem da Tiffany (54%) é melhor do que de um supermercado (12,2% de margem bruta, conforme citado na reportagem). Mas o supermercado pode estar perdendo vantagem competitiva. Clique aqui para ler em inglês

Ajuda da Austrália foi desviada pelo governo

Não é só no Brasil. O governo da Austrália está sendo acusado de desviar ajuda humanitária para o Iraque para finalidades comerciais.

ONG acusa Austrália de desviar ajuda destinada ao Iraque
Agencia EFE - Serviço em português

Sydney, 3 ago (EFE).- O Governo australiano desviou mais de US$ 150 milhões que tinham sido destinados à ajuda humanitária no Iraque, e utilizou os recursos para apoiar seus interesses econômicos no país, denunciou hoje a organização Aid Watch.

A entidade, que supervisiona as políticas comerciais do Governo e seus programas de ajuda no exterior, acusou as autoridades australianas de investir o dinheiro em acordos para que o Iraque eliminasse as tarifas sobre as importações, informou a rádio estatal.

"Em lugar de proteger a segurança alimentar no Iraque, que era o objetivo da AusAid (a agência governamental de cooperação internacional), pagaram representantes para garantir a manutenção de contratos de importação de trigo australiano", explicou o porta-voz da Aid Watch, Flint Duxfield.

Além disso, os representantes da AusAid eliminaram subsídios e proteções aos produtores iraquianos para dar vantagens consideráveis aos agricultores australianos, acrescentou Duxfield.

O grupo pediu uma auditoria sobre toda a ajuda financeira enviada pela Austrália ao Iraque desde 2003.

A antiga empresa estatal AWB foi investigada no ano passado por ter pago subornos ao regime de Saddam Hussein por meio do programa Petróleo por Comida da ONU. EFE

Análise temporal


E como seria no Brasil? A figura mostra a popularidade de alguns nomes de pessoas no tempo. O nome Aiden tornou-se popular nos últimos anos. Já Farrah era popular no final da década de setenta (devido a "pantera"?). Mary e David, nomes mais populares, perdem espaço nos últimos anos. Fonte, aqui

Intel e racismo


A figura mostra uma propaganda da Intel para o Core2, indicando que o processador possui uma capacidade melhor para os negócios. A questão é que a execução da idéia é racista e a propria empresa reconheceu isto.

Links

1) Termomêtro - A BBC lançou um termomêtro com as notícias mais "quentes".

2) A Disney compra sítio de Pinguins

3) O fator Murdoch, na aquisição da Dow Jones, significou 1 bilhão de dólares

4) Tabela periódica da internet

O perigo de terceirização: redução do custo e responsabilidade social

Chumbo em brinquedo chinês ainda preocupa
Jane Spencer e Nicholas Casey
The Wall Street Journal - 03/08/2007

Uma série de recalls nos Estados Unidos de brinquedos fabricados na China, contaminados por tinta com chumbo, está suscitando uma nova questão: por que o chumbo, uma potente neurotoxina, ainda é um ingrediente comum nas tintas vendidas na China?

Na quarta-feira, a divisão Fisher-Price da Mattel Inc. anunciou que faria o recall de 967 mil brinquedos fabricados por uma empresa terceirizada na China que podem conter níveis perigosos de tinta com chumbo. Isso depois de uma série de outros recalls de brinquedos produzidos na China. O país produz aproximadamente 75% dos brinquedos do mundo.

Os recalls ilustram um grande problema de saúde pública na China: o chumbo ainda é um aditivo comum na tinta vendida no país. O chumbo causa dano cerebral e outros problemas neurológicos, especialmente em crianças.

O chumbo é tecnicamente ilegal na maioria das tintas chinesas há mais de dez anos. Mas as regras são raramente impostas, e os fabricantes chineses têm relutado em parar de usá-lo porque é um aditivo barato que serve para múltiplas funções. Adicionar chumbo à tinta pode reduzir os custos de manutenção porque ela ajuda a tinta a secar mais rápido, acelerando a produção. Pode também tornar a tinta mais resistente à corrosão, estabilizar sua solução e ajudar a dar-lhe uma aparência mais nova.

Lei Ming, um comerciante de tinta de Shatou, na província de Cantão, diz que as maiores fabricantes de tintas estatais têm em geral ciência do problema do chumbo e produzem tintas seguras. Mas centenas de empresas menores podem não estar tão preocupadas. "O mercado é assim há muito tempo. Ninguém liga", diz.

Barcelona e como administrar um time de futebol

Barça prova: no futebol, dinheiro chama dinheiro
Balanço do clube catalão mostra que, quanto maior o gasto com atletas de nível, maior é o faturamento
Almir Leite
O Estado de São Paulo - 02/08/2007, p. E6

No futebol brasileiro é assim: se o clube está com problemas financeiros, opta pelo bom e barato na hora de montar o elenco e torce para dar certo. Invariavelmente, dá errado. De bom, os times baratos não têm nada e a conseqüência é que vão mal nas competições. A torcida se afasta, os patrocinadores também, dinheiro que é bom, não entra e a pindaíba financeira continua. Na Europa a filosofia é diferente. Várias direções de clubes entendem que investir é o melhor para sair da crise. O Barcelona é, talvez, o melhor exemplo de que quem aposta em ídolos e em times fortes acaba enchendo os cofres como recompensa.

Na semana passada, o Barça divulgou seu balanço da temporada 2006/2007. Entre os vários números, um ficou claro: quanto maior o gasto com salários (algo obrigatório quando se conta com jogadores de primeira linha), maior a receita. No último exercício, o clube catalão pagou 148,3 milhões a seus atletas - de todos os esportes, mas com o futebol como carro-chefe -, mas faturou 290,1 milhões, ou seja 79,8% do gasto salarial. Em 2002/2003, quando o Barça, recém-saído de buraco financeiro deixado pela administração anterior, do presidente Josep Lluís Nuñez, a relação foi de 12,8% (leia arte).

No próximo exercício, a diferença deve aumentar, pois o Barça continua investindo no futebol. Fez várias contratações, a principal delas do francês Henry - pagou 24 milhões ao Arsenal pelo atacante. E já prevê pagar 170,5 milhões de salários (15º a mais que o exercício recém-encerrado), para um faturamento estimado em US$ 315 milhões. "A gestão atual do Barcelona parte do princípio de que, quanto mais se investe, mas retorno financeiro se tem'', diz Amir Somoggi, especialista em gestão de clubes.

Com equipe forte e atrativa, o Barça viu suas receitas - de bilheteria, mídia, venda de carnês, produtos negociados no Camp Nou e em outras praças esportivas - aumentarem.

No Brasil, cuja realidade é outra, os clubes ainda recorrem à venda de jogadores para se manterem financeiramente. "Eu procuro vender bem o jogador e depois, tentar repor bem'', disse recentemente o presidente do Inter, Fernando Carvalho. O Barcelona pode fazer diferente. "Procuramos investir em grandes atrações, sabemos que compensa'', defende o presidente Joan Laporta.