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25 julho 2007

Pesquisa: Descobrindo um Astro

Seria possível, baseado na experiência histórica, fazer uma expressão matemática para determinar a probabilidade de um artista se transformar num astro? Laura Spierdijk e Mark Voorneveld testaram um trabalho anterior de Chung e Cox e refutaram que a distribuição de probabilidade seja um modelo denominado Yule. Aqui e aqui.

Orçamento

NO BAÚ DAS PALAVRAS: ORÇAMENTO - Caio Tibúrcio

Há dezenas e dezenas de milhões de anos, a mulher e o homem aprenderam a usar a fala como forma de expressar as necessidades e as vontades; com a evolução, a laringe humana se alargou e a vibração das cordas vocais permitiu a emissão de sons variados.

No início, os povos primitivos criaram palavras curtas, básicas, algumas assemelhadas a grunhidos, mugidos, como podemos encontrar ainda em diversas línguas: moon (lua); mater (mãe); eau (água); stone (pedra); hierro (ferro), tierra (terra).

Assuntos dessa natureza estão relacionados à Linguagem (faculdade que o homem tem de expressar seus pensamentos por meio de sinais, da fala, da escrita); à Lingüística (ciência que estuda as linguagens em determinada época ou em períodos diferentes; as relações das palavras, as raízes); à Etimologia (estudo da origem e formação das palavras);(1) à Ecolingüística (estudo das relações da Língua com o Meio Ambiente)(2).

Segundo a Ecolingüística, para que se forme uma Língua é necessário “uma teia de relações”, que exista um povo cujos membros vivam e convivam em determinado território.(3) É o caso do Latim, língua mater do Português. Como se sabe, o Latim nasceu de um dialeto falado por uma tribo situada às margens do Rio Tigre, localizado na Península Itálica atual. Em 753 A.C., Rômulo e Remo fundaram, nas colinas de Latium (Lácio), a cidade de Roma. E, apenas recentemente, no fim do Século I do milênio passado, com a expansão do Império Romano, o Latim vulgar dos soldados e mercadores passou a ser a língua mais usada na Península Ibérica, região onde foram formados Portugal e Espanha. (4)

A palavra “Orçar” tem origem no Latim popular do século XV, ortĭa, orzare, segundo Antenor Nascentes. Orçar significa aproximar o navio da linha do vento. “O vocábulo veio da linguagem marítima. Meter à orça era proejar, chegar-se para o vento, bolinar”.(5)

No século seguinte, a palavra de origem náutica passou a ser utilizada no sentido figurado, no dia-a-dia, pelos navegadores, pelos portuários, pela população em geral, enfim na vida palaciana. A partir daí, a idéia de calcular aproximadamente, estimar. Diz Antenor Nascentes: “das tentativas para dirigir a proa na direção do vento teria vindo o sentido de ‘calcular por alto'” (6).

Nessa evolução, o substantivo “Orçamento” só veio a ser utilizado ao final do século XVIII e início do século XIX. Hoje, dicionários portugueses registram também esses significados para o termo: “acto ou efeito de orçar; cálculo ou conta das receitas e despesas prováveis de um estado, de um município, de uma empresa, etc., durante um ano econômico; cálculo pormenorizado do que é preciso gastar para se realizar qualquer obra“. (7)

Assim, a palavra “Orçamento” é um exemplo da relação do homem com o seu ambiente na geração das palavras, da utilização da língua como expressão de uma identidade coletiva, como meio de descrever a realidade de um povo.

Por isso, na proa da linguagem náutica, vem à tona os planos plurianuais, os planos setoriais, as leis de diretrizes orçamentárias, as leis orçamentárias anuais, que devem integrar um Sistema de Planejamento, Programação e Orçamentação das Unidades da Federação, nas dimensões de longo, médio e curto prazos. (8) Espera-se que a estes instrumentos sejam aportadas previsões corretas, de tal forma que possibilite o alcance dos objetivos da sociedade ou se aproxime deles, pois planejar é preciso. Ainda, que as finanças públicas não fiquem à deriva e a sociedade a ver navios.(9)

(1) Macedo, de Walmírio. Dicionário de Gramática. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1979.
(2) Couto, Hildo Honório do. Ecolinguística: Estudo das Relações Entre Língua e Meio Ambiente. Brasília: Thesaurus., 2007.
(3) Couto, Hildo Honório. Op. Cit.
(4) Gehringer, Max . Big Max - Vocabulário Corporativo: origens e histórias curiosas de centenas de palavras para você digerir. São Paulo: Negócio Editora, 2003.
(5) Nascentes, Antenor. Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Francisco Alves, Acadêmicos, São José e Livros de Portugal, 1932.
(6) Nascentes, Antenor. Dicionário de Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras. Rio de Janeiro: Bloch, 1988.
(7) Priberam Informática S.A. Dicionário - Língua Portuguesa On Line. < http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx >. Acesso em 10/07/2007.
(8) Anthony, Robert apud Cunha, Armando Moreira da. Manual da Disciplina: Planejamento,. Programação e Orçamentação. Rio de Janeiro: Escola Brasileira de Administração Pública/Fundação Getúlio Vargas/Curso Intensivo de Pós-Graduação em Administração. Pública – EBAP/FGV/CIPAD, 1981.
(9) Serra e Gurgel, J.B. Dicionário de Gíria – Modismo Lingüistico – O Equipamento Falado do Brasileiro. Brasília: J.B. Serra e Gurgel, 6ª Ed., 2000.

24 julho 2007

Rir é o melhor remédio: Mulher vive mais do que o homem





Fotografias que tentam explicar o motivo pelo qual a mulher vive mais do que o homem. Fonte: Aqui

ANP, Petrobrás e custos

No dia 23/07/2077 o Estado de São Paulo publicou a seguinte notícia:

ANP investiga contas da maior bacia da Petrobrás
COMBUSTÍVEIS Governo do Rio suspeita que empresa inflou custos do projeto Marlim e vem pagando menos participação especial ao Estado do que deveria
Nicola Pamplona

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) decidiu rever as contas da Petrobrás referentes ao campo de Marlim, na Bacia de Campos, o maior produtor de petróleo do Brasil. A medida foi tomada a pedido do governo do Estado do Rio. Há suspeitas de que a empresa inflou os custos do projeto e vem pagando um valor inferior ao que deveria a título de participação especial, taxa cobrada sobre os campos de alta produtividade no País. A revisão da contas, aprovada em reunião de diretoria da agência no dia 3, pode representar maiores ganhos para o caixa estadual, um dos beneficiários da cobrança. Regulamentada pelo decreto 2705/98, a participação especial é cobrada sobre a rentabilidade de um campo de petróleo. Ou seja, para calcular o valor devido por um projeto, a ANP abate os custos e cobra um porcentual sobre o restante da receita.

No ano passado, a participação especial representou uma arrecadação de R$ 8,84 bilhões, que são divididos entre os Ministérios de Minas e Energia e Meio Ambiente, além dos governos estaduais e prefeituras de municípios produtores de petróleo.

(...) Embora já tenha entrado em declínio, Marlim é o maior pagador de participação especial do País. No ano passado, o campo produziu uma média de 414,2 mil barris de petróleo por dia, o equivalente a 23% da produção nacional de 2006. O campo foi descoberto em 1985 e começou a operar em 1994. O pico de produção, de 586,3 mil barris por dia, foi atingido quatro anos depois. Hoje, o projeto conta com nove plataformas de produção, que extraem petróleo e gás de 107 poços submarinos.

A revisão do cálculo é encarada pelo governo estadual como uma chance de aliviar suas contas, que já acumulam déficit de R$ 1 bilhão este ano. Em 2006, a ANP chegou a fazer uma revisão das contas de Marlim, o que garantiu ganho extra de R$ 170,4 milhões aos cofres do Estado - os ministérios ficaram com R$ 213 milhões e os três municípios com R$ 42,6 milhões. (...)


No dia 24/07/2007 outra reportagem sobre o assunto:

ANP cobra R$ 1,3 bi da Petrobrás
Cobrança decorre de "deduções indevidas" na contabilidade do Campo de Marlim, na Bacia de Campos (RJ)
Nicola Pamplona
Estatal nega diferença e diz que vai defender seus direitos na Justiça

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) cobra R$ 1,3 bilhão da Petrobrás por "deduções indevidas" na contabilidade do Campo de Marlim, na Bacia de Campos (RJ). A cobrança é resultado de uma revisão nas contas do projeto, iniciada em 2004, e retomada este ano a pedido do governo do Estado do Rio, explicou o diretor da agência Victor Martins. A Petrobrás, no entanto, disse, em nota oficial, que não reconhece a dívida e vai recorrer. A ANP informou que outros campos operados pela empresa serão investigados. No ano passado, a estatal pagou R$ 399 milhões referentes à revisão da participação especial paga por Marlim entre 2002 e 2006. A participação especial é uma taxa cobrada sobre campos de petróleo com alta rentabilidade e é calculada após a dedução dos custos operacionais do projeto. Na auditoria de Marlim, a agência concluiu que a Petrobrás vinha pagando menos do que deveria, entre outros motivos, por deduzir como custo parte da remuneração paga à Nova Marlim Petróleo, empresa criada para financiar o projeto. A direção da ANP afirma que não houve "tentativa de dolo ou má-fé" da Petrobrás no episódio. Na avaliação do órgão regulador, o problema é fruto da pouca prática com a legislação que regula as participações especiais. "A própria ANP ainda não tinha analisado a fundo os custos operacionais dos projetos de petróleo", disse o diretor Newton Monteiro. "Chamamos a Petrobrás para conversar e eles concordaram com nossa posição", completou. "O projeto tem uma engenharia financeira extremamente complexa", acrescentou Martins. Em nota distribuída ontem, a empresa afirmou que já havia quitado qualquer pendência com a ANP e a nova cobrança "não encontra respaldo jurídico, ferindo princípios constitucionais e impondo a esta companhia a busca da proteção de seus direitos". (...)


É lógico que um cálculo baseado em receita menos custos será sempre questionável. Qualquer mudança no critério de alocação de custos irá afetar o resultado. Quem conhece um pouco de contabilidade de custos sabe como é difícil reportar para órgãos reguladores baseado nos custos.

Google

Custo do Google alerta investidores
Gazeta Mercantil - 24/07/2007

São Francisco (EUA), 24 de Julho de 2007 - Uma alta inesperada nas contratações e nas despesas operacionais abalou a confiança dos investidores no Google, líder de buscas na internet, pela segunda vez em seus três anos como empresa de capital aberto, causando queda nas ações do grupo.

Uma vez mais a culpa foi atribuída à teimosia do Google em manter Wall Street no escuro sobre suas perspectivas - o que ajuda a empresa a resistir a pressões de curto prazo quanto a lucros mas cria incertezas desnecessárias para os investidores, queixaram-se analistas.

Na quinta-feira, o Google reportou um aumento de 58% em sua receita no segundo trimestre, o que confirmou a estimativa média de analistas. Mas o lucro líquido ficou bem aquém do esperado, depois de uma alta de 13% no número de contratações nos últimos três meses, o que elevou a folha de pagamento e as despesas operacionais, e prejudicou a margem de lucro operacional do Google.

Desde que o Google abriu seu capital, em agosto de 2004, a empresa vem se recusando a fornecer projeções financeiras, usadas pelos analistas de Wall Street para estimar resultados futuros. Ajustes periódicos de contabilidade podem criar oscilação súbita nos resultados.

Na quinta-feira, o Google surpreendeu os analistas ao promover um repentino ajuste de US$ 60 milhões em suas contas, com o objetivo de distribuir as bonificações pagas aos funcionários igualmente pelos quatro trimestres, em vez de concentrá-las no balanço dos últimos três meses do ano.

Big Brother nas Empresas

Uma reportagem do Jornal do Commercio sobre a presença de vigilância nas empresas:

Big brother corporativo
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 24/07/2007

Sorria, você está sendo filmado. Se há dez anos a frase gerava curiosidade nas pessoas que estavam sendo observadas, atualmente, mais desconfiadas e com medo, gera intimidação. No mundo corporativo não é diferente. Empresas têm instalado câmeras em escritórios para, além da prerrogativa de segurança, espionar funcionários e inibir atitudes ilícitas. O Big Brother corporativo entra em ação, a perda de privacidade é garantia e, com o passar do tempo, os colaboradores se adaptam ao cotidiano vigiado pelas lentes, em alguns casos escondidas.

Na avaliação de Alexandre Freire, professor nos cursos de marketing e gestão empresarial da escola de pós-graduação em economia da Fundação Getulio Vargas (FGV) e autor do recém-lançado livro Inevitável mundo novo - O fim da privacidade, a alegação para todo esse controle é a proteção. Ele frisa que as organizações usam o discurso de segurança como moeda de troca com os funcionários para garantir aos mesmos sua integridade.

“Os funcionários abrem mão de sua privacidade para as empresas lhes garantir segurança. Este é o novo mundo empresarial. Deve-se tomar cuidado, no entanto, para não transformar o protegido em perseguido. A conseqüência direta do uso das câmeras é a intimidação. Contudo, observa-se movimento sutil de reação, que é a aceitação passiva da câmera como parte do dia-a-dia. O motivo de tudo isso é o medo. Fiz uma pesquisa com meus alunos do MBA e 40% deles responderam que gostariam de ver pelo celular suas casas enquanto estivessem fora”, revela Freire.

Na Datacom, empresa de microfilmagem e processamento de dados, 15 câmeras espalhadas pelos três andares do prédio de 900 metros quadrados monitoram o cotidiano. Os ambientes de produção, administrativo e corredores são vigiados pelas lentes. Todo este aparato garante que as imagens possam ser vistas no laptop de Fernando Ewerton, diretor executivo da empresa.

INFORMAÇÕES CONFIDENCIAIS. Segundo Ewerton, a exigência de controle surgiu de seus clientes porque muitas informações confidenciais são processadas na empresa. Para Ewerton, não é controle de gestão de pessoas, mas de ambientes. A presença das câmeras evita que pessoas não autorizadas circulem em determinados lugares do prédio e, em caso de auditoria, pode comprovar para seus clientes que todo o processo está seguro e o sigilo das informações está mantido.

“A função primordial das câmeras é garantir segurança. Indiretamente, funciona para controlar funcionários, seus horários de chegada e saída da empresa. Isso gerou auto-disciplina porque, como sabem que estão sendo vigiados, os funcionários evitam fazer coisas erradas. Embora este não seja o objetivo principal, o resultado foi ganho em produtividade”, ressalta o executivo da Datacom.

contato com a filial. Ewerton lembra também que uma das funções da câmera é a rápida localização de um funcionário. Para saber onde determinado colaborador se encontra, basta acessar em seu laptop as imagens. Além disso, permite o constante acesso da matriz no Rio de Janeiro com a filial em São Paulo. “No início da utilização das câmeras houve reação natural dos funcionários: todos eles se sentiram vigiados. Mas, com passar do tempo, passaram a reparar mais no equipamento, que passou a fazer parte do dia-a-dia. Não acredito que os profissionais ajam de maneira diferente”, diz.

No Grupo Rai, empresa de publicidade e promoção, a presença das câmeras, instaladas há dois anos, inibiu a o furto de pequenos brindes promocionais. Camisas, aparelhos celulares e canetas deixaram de ser levados para a casa devido à vigilância, informa Fábio Burg, presidente da companhia. Mesmo que até hoje ninguém tenha sido pego em flagrante, só o fato da existência das câmeras reduziu a zero a ação dos que furtavam.

“A função da câmera é dar segurança. Contudo, no caso da nossa empresa, inibe o furto de pequenos brindes promocionais dos clientes. Antes, os itens sumiam porque não havia vigilância. Não acredito que a câmera iniba o funcionário, mas evita que tenha atitudes erradas. O Grupo Rai é feito de profissionais criativos. A câmera não tem o objetivo de inibir os movimentos expansivos característicos deles”, aponta Burg. O executivo conta que quando as câmeras passaram por reparos há cinco meses, os furtos recomeçaram.

Juscilan Brasil, diretor da Berta Contabilidade, é avesso a qualquer tipo de controle que tire sua privacidade. Entretanto, diz que a instalação de câmeras no escritório foi uma ação exigida pelos próprios funcionários da empresa para garantir-lhes segurança, mesmo com a perda de privacidade.

“Não gosto da idéia de ter câmeras no escritório, mas os profissionais exigiram este aparato tecnológico para dar segurança. Acredito que isso iniba as pessoas e suas ações. A perda da liberdade é o preço da segurança. A intimidação é óbvia”, destaca.

IAS encoraja os ganhos de curto prazo

Leia, a seguir, um artigo sobre o IAS do Valor Justo e os efeitos sobre o comportamento das empresas:

Standards that encourage short-term gain.
Por CHARLES PICTET
Financial Times - 23/07/2007, p. 6

The 2005 IAS 36 fair value accounting standards encourage listed companies to pursue takeovers for short-term gain - a tendency exacerbated by low financing costs - regardless of possible longer term consequences.

A listed company has three basic ways to pursue a growth or value-creation strategy.

First, a company may simply buy back its own stock to increase earnings per share. This can be done either with cash, borrowings or a combination of the two. Although earnings per share may increase (as long as the company's return on equity is higher than its financing costs), this approach creates no real economic value. Its only purpose is to protect the company from takeover.

In the second, "traditional" method, a company expands through capital investment, which typically has a three to five-year pay-off. For the investor-entrepreneur, this presents uncertainty: it is difficult to assess the future value creation in advance, especially in new business fields, while the investment has to be amortised, which in the short term depresses profits and valuation multiples. Such organic growth is the classic long-term strategy of unlisted companies free from the pressures of quarterly earnings results.

The third, more straightforward, growth strategy is to acquire another company for cash or borrowings. The acquirer can achieve its objectives much more quickly and assess the return on its purchase more accurately.

The purchase price is generally higher than the shareholders' equity on the balance sheet of the acquired company. This difference, called goodwill, is an intangible asset that reflects the company's reputation, brand and client base. For the acquiring company, goodwill represents the additional cost of buying a business that is already productive.

Until the advent of IAS 36, the accounting and tax treatment was the same whether companies grew organically or expanded through acquisition. Companies growing organically had gradually to amortise their investments, while acquisitive companies had to amortise the recently purchased external goodwill. This approach considered goodwill as a wasting asset.

Writing off goodwill is not only transparent, but has the added virtue of limiting the acquisition price, because the amortisation requirement reduces the net profits of the acquiring company.

The new international accounting standards, known ironically as "fair value" accounting, have turned this notion on its head. Rightly, they recognise that goodwill should not necessarily be written off; a company's reputation, brand value and client base may well have an enduring value. Thus, under the new rules, a company that takes over another no longer has to amortise the goodwill of the business it acquires.

But the acquirer can also include the goodwill on its balance sheet immediately. If the company it buys is already efficient and productive, the acquiring company will therefore increase its profits instantly, boosting the share price and benefiting the management and board of directors of the acquiring company, even if the goodwill ultimately has to be written down.

What is the "fair" value of goodwill? For market purists, the price paid is by definition fair value. But in the event of a hostile takeover, for example, the price paid for goodwill is often far too high. This is especially true if the predator is sitting on a lot of cash or if it can borrow at low interest rates (as today), which naturally leads to overpaying.

The result is that in today's conditions of easy money, the recent change in international accounting standards has fuelled the mergers and acquisition boom, and given an acquiring company wide discretion in the statement of its profits, which in turn affects valuation multiples. The lure of short-term gain may be difficult to resist.

To be sure, since goodwill is held as an asset on the balance sheet, its value is subject to an annual "impairment" test under the new rules. Such impairment normally arises from a lower projected return on investment, either because the assets are deemed to have become less productive, or simply because of higher interest rates, which depress the internal rate of return. This is potentially very damaging, because such write-downs invariably come at the low point of the cycle.

Either way, IAS 36 allows companies that pay too much for acquisitions in a period of low interest rates the freedom to boost profits now and take the hit later, probably when they can least afford it. And, as the ancient wisdom has it: "If you don't pay at the beginning, you pay at the end." Investors would be well advised to heed this traditional advice.

Charles Pictet is a former managing partner of Pictet & Cie and a member of the Swiss Banking Commission