Translate

18 julho 2007

Crime: causa x efeito

Uma reportagem do Estado de S. Paulo (Estudo liga gravidez indesejada a crimes violentos em cidades de SP SEGURANÇA Queda de 10% no número de crianças que vivem com mães solteiras reduziria em 5,1% os homicídios, de Fernando Dantas, 16/07/2007, p. c1) informa que a gravidez indesejada pode ser uma das causas dos crimes violentos em São Paulo. Esta conclusão faz parte de um estudo feito por um economista, Gabriel Hartung, usando dados de 643 dos 645 municípios de São Paulo.

É fácil lembrar do famoso estudo de Levitt - autor do best-seller Freakonomics - que registrou um vínculo entre legalização do aborto e redução da criminalidade. Este estudo ainda é muito polêmico já que Levitt cometeu um erro estatístico no seu estudo.

Como não existe legalização do aborto no Brasil, Hartung mostrou um vínculo entre a redução do número de crianças vivendo com mãe solteira e homicídios. A reportagem afirma que "segundo o pesquisador, o trabalho aponta o controle de natalidade como instrumento fundamental para o combate à criminalidade no Brasil. Pessoalmente, ele também defende a descriminalização do aborto. "O meu estudo é uma evidência de que a gravidez indesejada aumenta o crime", diz Hartung, que faz doutorado na Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio."

Mais recentemente um artigo do Washington Post comenta uma pesquisa realizada por Rick Nevin onde a presença de chumbo foi a causa da variação nos crimes violentos nos Estados Unidos. A proposta decorre da constatação de que a exposição ao chumbo torna a criança mais violenta. Anteriormente, existia presença de chumbo na gasolina e na tinta usada nos Estados Unidos. Nevin afirma que este não é o único fator a explicar a redução no crime, mas é o principal.

Esta não é a única explicação para a redução na criminalidade nos Estados Unidos. clique aqui para ler

Links

1. Sindrome do Aplauso Excessivo (SAE)

2. Cade, aquisição e fusão

3. A concentração na imprensa norte-americana. Uma análise de Murdoch, pelo NY times

Bovespa

Os avanços da bovespa
Gazeta Mercantil - 18/07/2007

18 de Julho de 2007 - A Bovespa tem sido um dos grandes destaques mundiais em termos de captação de recursos através de oferta de ações.

Entre os países emergentes, a Bovespa figura em terceiro lugar, perdendo apenas para as bolsas de Hong Kong e de Xangai, o que apenas reflete o tamanho e o crescimento da China, mas de qualquer forma a Bovespa ainda supera com folga - principalmente quando analisamos apenas as novas companhias vindo a mercado - as bolsas que vêm em seguida na lista, como as bolsas da África do Sul, da Índia, de Istambul, de Teerã e da Coréia.

Mesmo incluindo-se os desenvolvidos, a posição da Bovespa é de destaque mundial. Figurando na sétima posição, a Bovespa está atrás apenas das duas bolsas chinesas, da bolsa da Espanha, do Canadá, da Austrália e das mais tradicionais bolsas do mundo: a de Londres e a de Nova York (Nyse). Se considerássemos apenas as novas companhias vindo a mercado, a Bovespa ainda estaria na frente das bolsas da Espanha e do Canadá, ficando muito próxima da australiana, perdendo ainda apenas para as mais tradicionais americanas (nesse caso, incluiria a Nasdaq) e londrina e para as chinesas.

Desses dados podemos chegar a algumas conclusões. Primeiro, que a Bovespa efetivamente vive um momento um tanto excepcional, em parte como resultado de mais de uma década de oferta reprimida, quando nenhuma nova companhia conseguiu emitir ações no Brasil.

Por outro lado, há também uma conjuntura internacional muito positiva, bastante líquida, e que os países emergentes têm conseguido tirar proveito disso, particularmente a China, o Brasil, a Índia e a África do Sul. Este último quase não aparece nos destaques da mídia, mas além de ter tido um volume relevante de captações também está entre as principais bolsas de países emergentes, com tamanho apenas um pouco menor que a Bovespa. Na verdade, é uma bolsa que é um bom benchmark de comparação para a Bovespa.

Finalmente, esses dados também dizem muito sobre a sustentabilidade do movimento de aberturas de capital. Apesar de o atual ritmo ser acima do esperado, os dados mostram que outras bolsas de países emergentes de destaque também têm conseguido captar recursos consistentemente e que a Bovespa tem total condição de continuar sendo uma alternativa viável de captação de recursos.

Por outro lado, fica a questão de qual vai ser o futuro da Bovespa. Entre os mercados mais avançados, vê-se uma tendência crescente de consolidação, seja a verificada no passado recente entre algumas bolsas européias (e ainda há espaço para mais), seja a aliança entre a Nyse e a Euronext ou a compra da Nasdaq de participação na Bolsa de Londres ou da bolsa sueca, além, claro, da recente fusão de CBOT e CME formando a maior bolsa do mundo - de commodities e futuros nesse caso.

Naturalmente, o papel que se espera natural da Bovespa é o de consolidadora do mercado de capitais da América Latina. O primeiro desafio seria a barreira da língua, uma vez que, operando totalmente em português, fica muito mais complexa a integração com bolsas onde os participantes falam espanhol - nesse sentido, por exemplo, a bolsa do México levaria uma vantagem sobre nós.

Ao mesmo tempo, ainda que a Bovespa consiga desempenhar esse papel de consolidação, a soma de todas as bolsas latino-americanas excetuando-se a mexicana não representa cerca de 30% da capitalização de mercado atual da Bovespa, o que não faria com que ela saltasse de patamar. Ao mesmo tempo, a do México, que representa pouco menos da metade da Bovespa, tenderia mais facilmente para as bolsas americanas que para a nossa.

Representando a décima-sétima posição entre as capitalizações de mercado das companhias listadas e a vigésima-primeira entre as médias diárias de negociação, parece hoje improvável que a Bovespa desapareça, até pela facilidade de transação, mas é de se esperar que ela acabe se juntando a um grupo de bolsas estrangeiras, seja através de parcerias operacionais ou através de uma eventual venda de participação.

Enquanto isso, a Bovespa tem cumprido com excelência o seu papel de viabilizar as aberturas de capital no Brasil, crescendo organicamente e aproveitando o boom brasileiro e buscando viabilizar novas opções para atrair mais companhias e investidores, como o Bovespa Mais e o próprio Novo Mercado.

Diz-se que a própria Bovespa pretende abrir o capital, talvez então a gente descubra que ela já tem um plano para responder essas questões.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Márcio Veríssimo - Consultor)

Diretor Volta

Sergio Weguelin volta ao cargo na CVM inocentado
Valor Econômico - 18/07/2007

"Se eu soubesse que demoraria tanto, não teria me afastado", diz Sérgio Weguelin, diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que enfrentou na pele a lentidão dos processos de investigação da autarquia. Ele retornou ontem as suas tarefas no órgão regulador de mercado, depois de 10 meses longe das atividades. No cargo desde novembro de 2004, Weguelin volta para seu posto tranqüilo com o resultado das investigações sobre sua conduta no caso da reestruturação da Telemar. Ele foi transformado no pivô de uma suspeita de vazamento de informação da CVM, a respeito do parecer 34. O documento foi determinante para os rumos da reorganização planejada pela operadora, que acabou barrada pelos acionistas minoritários. No final de agosto passado, ao saber que a autarquia estava sendo acusada, por meio de carta anônima que circulou na imprensa, o diretor revelou ao então presidente Marcelo Trindade uma troca de emails com um investidor estrangeiro.

Diante do mal estar com a situação, decidiu voluntariamente se afastar do cargo, para garantir transparência aos procedimentos. Mas acreditava que retornaria ao trabalho em dois ou três meses, no máximo. "Na verdade, pensei em menos de um mês. Quando o Marcelo (Trindade), falou dois ou três meses já foi um choque."A causa de seu afastamento foi a resposta a um e-mail de um representante de um fundo internacional que questionava a operação da Telemar e debochava da governança corporativa no Brasil. Weguelin disse sucintamente na sua mensagem que a CVM avaliava a formulação de um parecer de orientação sobre o tema, mas sem mencionar o conteúdo do documento - que sequer estava pronto. As relações com esse investidor tiveram início de um contato no exterior, quando apresentava a melhora da governança corporativa no mercado brasileiro, no âmbito de um projeto do regulador, com a Bovespa, BM&F e outros - o Best.Weguelin foi alvo de investigação interna da CVM e também de uma comissão de sindicância do Ministério da Fazenda. A conclusão de ambos os processos é de que o diretor é inocente, pois não forneceu nenhuma informação sobre o conteúdo do parecer. Além disso, predominou o entendimento que sua conduta diante do questionamento foi adequada. Ele não errou ao informar ao estrangeiro que a autarquia avaliava a formulação de um parecer. (...)

17 julho 2007

Brasil e Normas Internacionais

Padrão internacional pressupõe aumento de responsabilidades
Gazeta Mercantil - 17/07/2007

São Paulo, 17 de Julho de 2007 - As companhias brasileiras vão enfrentar vários desafios para adotar o padrão contábil internacional, o International Financial Reporting Standadrs (IFRS). O primeiro obstáculo a ser vencido é o próprio contexto da norma. Como o IFRS é baseado em princípios, sua aplicação requer uma grande dose de interpretação, o que pressupõe um aumento das responsabilidades de quem está preparando e auditando as informações, comenta Gregory Gobetti, sócio de instituições financeiras da Ernest Young, uma das quatro maiores empresas de consultoria e auditoria do mundo. "Trata-se de um conjunto de normas diferentes para os brasileiros, reunidas em 1.500 páginas e em língua inglesa, que terão que usadas para preparar o balanço e sua utilização pressupõe alterações nos processos internos de controle e nos sistemas de informações das companhias", diz.

O consultor conta que há dificuldades na opção que atingem o próprio negócio. A escolha de um determinado principio podem geram lucro ou prejuízo na contabilização de uma operação, afirma.

A língua e a adaptação do meio acadêmico são outros limitadores, na avaliação de Gobetti. "As faculdades no Brasil não formam profissionais nessa área", diz. Só nas grandes consultorias e na empresas com matriz na Europa há profissionais com experiência nas normas do IFRS, acrescenta. O prazo para a adaptação das empresas européias terminou em dezembro de 2005.

No Brasil, a utilização da norma contábil internacional foi determinada pela Instrução nº 457 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), publicada no último dia 13. A instrução diz que a adoção do IFRS é opcional entre 2007 e 2009 e que a partir de 2010 a utilização do padrão será necessária. A instrução da CVM acompanha medida do Banco Central que já determinou que as instituições financeiras adotem o padrão internacional também a partir de 2010.

Ao contrário do BC, porém, a instrução da CVM não tem força de lei. Para se tornar obrigatória, a medida ainda precisa que a legislação sobre a contabilidade das companhias seja tirada do âmbito da lei atualmente em vigor, que é tão antiga que não prevê sequer normas para a contabilização de operações com derivativos.

O projeto que tira a contabilidade do âmbito da lei está em tramitação no Congresso e espera-se que até 2010 já esteja aprovado. O projeto de lei transfere a regulação contábil brasileira para a Comissão Nacional de Normas Contábeis (CNC), que será a versão brasileira do International Accounting Standard Board (IASB), o regulador das normas internacionais. O CNC, de acordo com Gobetti, já tem compromisso com o padrão contábil internacional.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Lucia Rebouças)

Pan

Ana Flávia Sgobin conquistou medalha de prata no ciclismo. Ana Flávia trabalha num escritório de contabilidade.

China

CHINA: País implanta padrões internacionais de contabilidade
Gazeta Mercantil News (Tempo Real) - 13/07/2007

SÃO PAULO, 13 de julho de 2007 - As companhias estatais chinesas e as grandes e médias empresas privadas adotarão até o fim de 2009 novos padrões internacionais de contabilidade de acordo com as Normas Internacionais de Informação Financeira (NIIF).

O diretor do departamento de contabilidade do ministério da Fazendo, Liu Yuting, explicou que as novas diretrizes se aplicarão primeiro nas empresas estatais em 2008 e se ampliarão para alcançar a empresas privadas um ano depois. (...)