Padrão internacional deve ser adotado em 2010
Catherine Vieira
16/07/2007
A partir do exercício de 2010 as companhias abertas terão de adotar obrigatoriamente as normas internacionais ditadas pelo Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês) em suas demonstrações financeiras consolidadas. A regra foi confirmada na sexta-feira pela Instrução 457, editada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que já tinha submetido o tema à audiência pública há cerca de dois meses.
Até o exercício de 2009, as companhias que preferirem já poderão optar pela utilização das normas internacionais.
A CVM informou, por meio de comunicado que o incentivo à convergência das regras está pautado pela necessidade de uniformizar as informações para fins de comparação das empresas locais com as estrangeiras, principalmente aquelas que se candidatam a captar recursos junto a investidores globais.
Vale lembrar que as regras são para as demonstrações consolidadas anuais. De acordo com a norma, as companhias deverão fazer uma nota explicativa na forma de reconciliar os efeitos dos eventos que ocasionaram diferença entre os montantes da controladora com os montantes de patrimônio e lucro ou prejuízo consolidados.
Na avaliação da CVM, os custos que poderão surgir da necessidade de adaptar as demonstrações anuais consolidadas aos padrões internacionais devem ser compensados pelos benefícios que essa uniformização de informações vai trazer.
O sócio da KPMG, José Luiz Carvalho, concorda com essa visão. "É uma notícia muito boa [a unificação das normas], pois essa era uma das grandes defasagens do mercado brasileiro para outros mais desenvolvidos", analisa Carvalho.
Para ele, a novidade pode ter impactos positivos inclusive para a classificação de grau de investimento do país. "Os benefícios certamente superam os custos, além disso muitas empresas que já acessavam o mercado externo já estão familiarizadas com o tema", concluiu.
A autarquia lembra que o esforço para a padronização das normas contábeis no Brasil está ocorrendo hoje em outra frente, que é a reforma da lei das sociedades por ações, que tramita atualmente no Congresso Nacional.
Valor Econômico
Enviado por Ricardo Viana