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02 julho 2007

Importância da Contabilidade numa IPO

(...) é preciso ter uma contabilidade de excelente padrão. A maioria das companhias fechadas mantém uma contabilidade mínima, apenas voltada para o pagamento de impostos.

Para ir ao mercado, os controles precisam ser significativamente melhorados, garantindo não apenas números confiáveis, mas também sólidas análises gerenciais, como margens por produtos, por exemplo.

Indo além, não devemos desprezar o fato que muitos setores da economia brasileira são absolutamente informais - um jeito um tanto mais polido de dizer que o caixa dois é uma instituição no segmento. Na verdade, só o fato de ter que limpar as contas - e isso é absolutamente necessário para ter um parecer favorável dos auditores e conseguir listar - já é um impeditivo para um bom número de companhias, principalmente nesses setores.


Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4, Márcio Veríssimo - Preparando-se para abrir o capital - 27/06/2007


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30 junho 2007

Rir é o melhor remédio

Conta uma história de que certo macumbeiro resolveu colocar seus serviços a disposição do Botafogo, o grande time comandado pelo técnico João Saldanha. Saldanha, experiente nestes assuntos, entregou um cartão para o macumbeiro. Este quis saber o que era isto. Saldanha disse que era o endereço do São Cristovão. "Faça um estágio no São Cristovão. Se der resultado eu te contrato".

Um Consultor Brasileiro

Roberto Shinyashiki (RS, a partir de agora) é escritor e consultor organizacional. A formação de RS é psiquiatra, conforme reportagem da Folha de S. Paulo de 2004 (Psicologia olímpica do Brasil é questionada Folha de São Paulo - 29/08/2004)

A primeira participação de RS em esportes foi o uso de suas idéias no Corinthians, dem 1998. O Timão ganhou os campeonatos paulistas de 1995 e 1997 e estava na disputa para o título de 1998, que foi do São Paulo. No ano seguinte, já sem inspiração do guru, o Corinthians conseguiu seu intento.

Em 2000 ele foi contratado pelo COB para ajudar a delegação brasileira do Jogos de Sidney. Segundo a reportagem da Folha de 13/09/2000 (Bastidores - Shinyashiki passa de guru a "supertécnico" do COB)

Responsável pelos nervos dos brasileiros nos Jogos, ele vai dividir espaço com os treinadores e tem carta branca do presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, para circular por todos os cantos da Vila Olímpica, opinando sobre o que lhe convir.

"Posso ir para onde eu quiser. Posso entrar em qualquer lugar. A idéia é que eu esteja nos ginásios, nos estádios, junto com eles (técnicos)", diz o psiquiatra, exibindo sua credencial administrativa.

Daí, segundo ele, surgiu a idéia de prestar atendimento instantâneo, in loco, às equipes que precisarem de seus serviços.


(...) A influência do psiquiatra junto a Nuzman é tanta que ele teve carta branca para colocar os preciosos pés dos atletas brasileiros sobre um caminho de brasas.

Descalços, atletas e dirigentes esportivos pisavam nas brasas e gritavam frases como "Brasil, eu posso! Raça!".

A "vivência" foi colocada em prática antes de a delegação embarcar para a Austrália e é um dos pontos altos dos métodos do psiquiatra para motivar atletas.


Esta mesma reportagem lembra que no ano anterior ele foi contratado para ajudar a seleção masculina de basquete do Brasil. O Brasil não conseguiu a avaga para os jogos.

Como se sabe, o desempenho do Brasil em Sidney foi um dos piores da sua história (vide a reportagem O fiasco dos abençoados, Gazeta Mercantil, 3/10/2000). Talvez seja por que RS utiliza de métodos que não são reconhecidos pela ciência (vide, novamente, Psicologia olímpica do Brasil é questionada Folha de São Paulo - 29/08/2004 e também Conselho de Psicologia não reconhece prática de andar na brasa, Agência Jornal do Brasil, 15/08/2000)

Quatro anos depois, o COB decidiu optar por um psicólogo em Atenas (reportagem Brasil troca as brasas pelo divã na Grécia, Folha de São Paulo de 26/05/2004).

Cada vez que é convidado para uma palestra RS cobra R$15 mil (conforme O mundo milionário dos gurus do momento, Estado de S. Paulo de 11/04/2004).

Neste momento, RS faz uma propaganda no Estado de S. Paulo com o seguinte título "Turbine sua Carreira - Os segredos dos campeões".

29 junho 2007

Rir é o melhor remédio

Carona

O problema do free-riding (carona) é muito discutido na economia, em especial na área de finanças públicas e teoria de mercados. Os caronas são agentes que consumem mais do que a parcela justa de recursos. O problema dos caronas é como evitar ou impor um limite a este consumo.

Um exemplo é o gasto com segurança: nenhuma pessoa de um país pode ser excluído do benefício da segurança, nem mesmo aqueles que não pagam impostos ou que são contrários a existência dela.

Considere uma rua onde os moradores resolveram pagar uma pessoa para fazer a segurança. Todos os moradores aceitam pagar, exceto um. Se a melhoria for implantanda, o morador que não paga será um carona, usufruindo do benefício. Isto torna-se um problema quando os demais moradores se recusam a melhorar a segurança se um deles for carona.

Um outro exemplo ocorreu com o serviço de rádio, que foi criado no final do século XIX. Como implantar este serviço de forma lucrativa? O problema do carona era sério. Em 1922, Herbert Hoover, então secretário de Comércio dos Estados Unidos, chegou a afirmar que não existia nenhum método prático para que os ouvintes pagassem pelo serviço. Seria o caso do governo ser responsável pelo mesmo?

A solução ocorreu de forma interessante: A ATT descobriu que poderia ganhar dinheiro vendendo propaganda. E isto solucionou o problema do carona.

Este mesmo caso poderia ser aplicado para a televisão e para ferramentas de busca da internet.

E a Contabilidade? O problema do carona também ocorre na contabilidade. Um exemplo importante e interessante são as demonstrações contábeis das empresas de capital aberto. Quem financia o sistema de divulgação das informações é a empresa e, em última instância, os atuais acionistas. Mas qualquer pessoa pode ter acesso as informações, inclusive os concorrentes e indivíduos que não terão nenhum vínculo futuro com a empresa. Estes seriam os caronas da contabilidade.