Perjúrio sobre caso homossexual derruba CEO da British Petroleum
Londres, 2 mai (EFE).- John Browne, diretor-executivo da British Petroleum, renunciou ao seu cargo, após a revelação de que ele mentiu sob juramento quando prestava depoimento a um tribunal sobre uma relação homossexual com um jovem canadense, num caso que encerra uma das carreiras brilhantes do mundo empresarial britânico.
O Barão Browne de Madingley, de 59 anos, membro da Câmara dos Lordes desde 2001, era considerado o símbolo do empresário inteligente e audaz, capaz de reestruturar uma empresa que sofria de diversos problemas para fazer dela uma potência global no setor petroleiro.
(...) Browne se viu obrigado a renunciar quando ficou demonstrado que ele mentiu a um tribunal sobre o lugar em que conheceu seu amante, Jeff Chevalier. Além disso, utilizou recursos e pessoal da BP para ajudar o jovem a montar sua própria empresa no setor da telefonia celular. Com o fim da relação, tentou destruir a reputação do ex-parceiro, a quem chamou de drogado e alcoólatra.
(...) Lorde Browne renunciou seis horas depois de os juízes da Câmara dos Lordes rejeitarem sua tentativa de impedir o jornal "The Mail on Sunday" de publicar detalhes de seus quatro anos de relação com Chevalier. Mas negou as acusações de "conduta imprópria" na BP.
Browne foi nomeado membro da Câmara dos Lordes em 2001 e mantém excelentes relações com muitos dirigentes do Partido Trabalhista. Alguns críticos chegam a chamar a BP de "Blair Petroleum".
O dominical "The Mail on Sunday" defendeu ontem à noite a sua decisão de publicar as revelações sobre a vida privada do empresário. A alegação é de que se trata de "informação econômica com temas de grande importância para os acionistas e empregados da BP".
"Lorde Browne tentou impedir a publicação da informação argumentando ao Alto Tribunal que, como a fonte era seu ex-namorado, a notícia violava seu direito à intimidade segundo a lei de direitos humanos", acrescenta o jornal em comunicado.
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