O número de páginas nas dissertações (e trabalhos científicos que não possuem limitação de páginas) está caindo. É uma constatação empírica, mas para ter certeza fiz um cálculo simples.
Tomei as 105 dissertações do mestrado Multiinstitucional (
clique aqui para ter acesso) e peguei os número de páginas. Para simplificar não fiz distinção entre páginas de anexo, elementos textuais e outros.
Sei que a amostra é limitada, mas o que encontrei está de acordo com a minha teoria. O primeiro gráfico mostra todas as dissertações em ordem de defesa e o número de páginas de cada trabalho.
Como o número de pontos é razoavelmente grande, não é possível perceber uma tendência. Entretanto, nos anos recentes, tivemos algumas das dissertações com menor número de páginas.
O segundo gráfico permite uma visualização melhor. Para cada ano, exceto 2007 que possui 2 dissertações, foi calculada a mediana de páginas das dissertações. De uma mediana de 150 páginas em 2002, o ano de 2006 trouxe uma mediana de 122 páginas.
Qual a possível explicação para isso? Se acreditarmos no Padre Vieira, os alunos agora possuem mais tempo para escrever menos. Uma outra possível explicação é que estamos aprendendo com outras áreas, em particular a economia, que uma dissertação não precisa ter mais de 150 páginas para ser uma boa dissertação. Ou seja, não existe, aparentemente, relação entre qualidade e número de páginas. Pode ser também que os alunos já estão aprendendo que não é preciso ser extensivamente longos para serem corretos.