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19 março 2007

Rir é o melhor remédio - 64

Vale é verde

A mesma Piauí traz um texto sobre a questão ambiental na Vale do Rio Doce. Muito interessante e reproduzo alguns trechos a seguir:

"a empresa anunciou que gastará até o fim do ano mais de 400 milhões de reais na preservação do meio ambiente.(...) O investimento reforça sua imagem de companhia ´verde´, estratégia importante para ganhar pontos num mercado internacional cada vez mais sensível às questões ambientais.

Paradoxalmente, a Vale é também a mineradora campeã em multas do Ibama, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente. Desde a privatização, levou 56 autos de infração, no valor de 37 milhões de reais. A mineradora não reconhece a maioria deles. Defende-se com recursos ao órgao e a outras instâncias do Ministério do Meio Ambiente. No ano passado, as multas chegaram a 2,9 milhões de reais. Apenas 217 mil foram pagos. (...)

O diretor de licenciamento ambiental [do Ibama], Luiz Felipe Kunz Jr., confirma que a empresa desrespeita com freqüência a legislação, mas frisa que esse comportamento não destoa do de outras grandes mineradoras. (...)

[Engenheiro Pereira da Silva, do Ibama em Marabá] acha que "a Vale do Rio Doce, arrogante como ela só, ignora o Ibama" da região. A maior prova, segundo ele, é a reação da Companhia à multa da mina do Sossego, em Canaã dos Carajás.

Trata-se de uma multa, até hoje não paga, de 2 milhões de reais, aplicada em maio de 2004 por causa de danos na Floresta Nacional de Carajás (...) Maurício Reis, diretor da Vale, admite que "aconteceu realmente um acidente na operação inicial e a Vale imediatamente acatou a multa". Acatou, mas não pagou. Nem os 2 milhões, nem o que foi acertado, na Justiça Federal, para a conversão dessa dívida: a construção de dois centros de triagem de animais silvestres que seriam operados pelo Ibama. Reis atribui o não pagamento "a burocracia do Ibama".

O Instituo discorda. De acordo com o direto Luiz Felippe Kunz Jr., para quitar o que deve, a Vale teria simplismente de assinar um termo de conversão da multa. "Mas com isso eles se tornariam reús confessos em relação ao dano causado, o que não é bom para a imagem de uma empresa preocupada com o meio ambiente."

(...) As protelações continuadas se explicam pela lentidão geológica da Justiça."

Uma mentira repetida mil vezes...

Quando uma bobagem é repetida mil vezes torna-se um conselho sábio. A revista Piauí de março de 2007 apresenta um caso interessante.

A secretária de Estado Condoleezza Rice afirmou: "Eu não leio chinês, mas me contaram que o caractere chines para crise é weiji, que significa tanto perigo quanto oportunidade"

A revista comenta que isso é uma grande bobagem (ou oportunismo) e que um dos responsáveis pela divulgação disso foi Kennedy, em 1959.

Halliburton muda de sede

A empresa Halliburton anunciou mudança da sua sede, de Houston para Dubai, nos Emiratos Árabes Unidos. A justificativa foi estar mais perto do mercado mais importante da empresa. Qual a importância desse fato?

A empresa é a maior contratada pelo Pentágono no Iraque e possui um longo histórico de contabilidade criativa, contratos com o governo com valores elevados e injustificados. Mais ainda, no período de 1995 a 2000 foi dirigida por Dick Cheney, vice-presidente norte-americano.

18 março 2007

Contabilidade, uma Aplicação

Detenida una mujer por regentar un local donde se ejerce la prostitución
EFE - 17/03/2007
17 March 2007
Elmundo.es

La mujer regentaba un local en el que ejercían la prostitución varias mujeres, cuatro de las cuales y un hombre han sido detenidos por carecer de documentación para trabajar en España e infringir la Ley de Extranjería. (...)

Ampliadas las pesquisas, los policías tuvieron conocimiento de la existencia de libros de contabilidad, donde la responsable del local apuntaba los servicios sexuales que realizaban las mujeres y la venta de estupefacientes. (...)

Los policías incautaron libros de contabilidad de los servicios prestados en ese lugar y 690 euros en efectivo.

Contabilidade de TVs

Reportagem de 18/03 da Folha mostra os problemas das televisões estatais:


TVs estatais consomem R$ 544 mi ao ano

Em 2006, ao menos 80% desse valor foi custeado com recursos provenientes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário

Elvira Lobato

Os orçamentos das 26 maiores televisões subvencionadas pelo setor público somaram R$ 544,14 milhões no ano passado. Ao menos 80% desse valor foi custeado com recursos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. (...)

Durante três semanas, a Folha ouviu dirigentes de emissoras públicas em todo o país, para quantificar a presença estatal no setor. A conclusão é que nem os órgãos do governo responsáveis pela radiodifusão -Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e Ministério das Comunicações- têm este mapeamento.

Há estimativas de que as 58 TVs legislativas custem R$ 100 milhões ao ano. A despesa cresce com a proliferação de canais.

Parte das emissoras funciona como apêndices da estrutura administrativa de Executivo e do Poder Legislativo e não tem contabilidade separada.


É o princípio da entidade...

17 março 2007

Ainda o Pan

Agora a Isto é:

Obras
A gastança do Pan. O orçamento disparou. Empregados pararam. Obras atrasam e os jogos chegam em meio à crise

Por FRANCISCO ALVES FILHO

Calcular o custo de um evento monumental como os Jogos Pan-Americanos é desafio tão grande que em suas 15 edições virou tradição refazer as contas ao longo das obras. O caso do Pan do Rio, no entanto, ultrapassa as mais generosas margens de erro. Orçada inicialmente em R$ 386 milhões, a competição pode chegar a R$ 5 bilhões. Ou seja, 13 vezes mais. Só a injeção de dinheiro público será oito vezes maior que a prevista inicialmente (R$ 3,2 bilhões). Um escândalo? “É assustador”, reconhece a deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), que integra a comissão de Turismo e Desporto da Câmara. Os parlamentares vão instalar uma comissão que investigará a gastança. Na quarta-feira 7, o presidente Lula manteve o ritmo de esbanjamento e, pouco antes de bater três pênaltis em pleno Maracanã contra a baliza do governador fluminense Sérgio Cabral, liberou mais R$ 100 milhões. No mesmo dia, um relatório do TCU questionava o atraso nas obras da Vila Pan-Americana e do Complexo Desportivo de Deodoro, que poderá encarecer ainda mais o evento. O ministro do Esporte, Orlando Silva Jr. disse que irá ao tribunal prestar esclarecimentos.

O prefeito Cesar Maia acha tudo normal. “Não houve erro de cálculo”, disse a ISTOÉ. Segundo Maia, o valor divulgado inicialmente resultou apenas do “preenchimento das perguntas feitas” no questionário da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa). De todas as obras, a mais cara é o estádio João Havelange: somente ali já foram gastos R$ 380 milhões, quase o mesmo que o orçamento inicial de todo o Pan. Além do alto custo, o estádio, também conhecido como Engenhão, tem outro problema. No dia 3, os operários que trabalham na obra fizeram paralisação contra as péssimas condições de trabalho – no fim do ano passado, um operário morreu ao despencar de um andaime. Apesar disso, há poucas semanas o prefeito do Rio liberou, sem licitação, mais R$ 80 milhões para o consórcio que constrói o estádio. Maia explica que R$ 60 milhões foram transferidos de uma empreiteira para outra. Os outros R$ 20 milhões foram para “reforço de solda em função do ocorrido com o metrô de São Paulo”.

O vereador carioca Stepan Nercessian (PPS) já apostava no descontrole do orçamento do Pan. “Primeiro, as obras ficam atrasadas. Depois, gastam-se rios de dinheiro sob o argumento de que as instalações têm que ficar prontas a qualquer custo”, diz ele. O vereador estranha a inversão da parceria entre governo e iniciativa privada: “Em todo o mundo, as empresas gastam um bom dinheiro para criar novas instalações, que depois se tornarão públicas. Aqui, a iniciativa privada ganhou a exploração de locais públicos que já existiam, como o Riocentro e a Marina da Glória, e o governo é que fez o maior desembolso para criar instalações novas como o Engenhão, por exemplo.” A deputada Lídice da Mata espera que a comissão da Câmara Federal identifique os responsáveis por tanta diferença entre o orçamento original e os gastos efetivos. “Vamos fazer uma apuração rigorosa”, adianta.