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18 março 2007

Contabilidade de TVs

Reportagem de 18/03 da Folha mostra os problemas das televisões estatais:


TVs estatais consomem R$ 544 mi ao ano

Em 2006, ao menos 80% desse valor foi custeado com recursos provenientes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário

Elvira Lobato

Os orçamentos das 26 maiores televisões subvencionadas pelo setor público somaram R$ 544,14 milhões no ano passado. Ao menos 80% desse valor foi custeado com recursos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. (...)

Durante três semanas, a Folha ouviu dirigentes de emissoras públicas em todo o país, para quantificar a presença estatal no setor. A conclusão é que nem os órgãos do governo responsáveis pela radiodifusão -Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e Ministério das Comunicações- têm este mapeamento.

Há estimativas de que as 58 TVs legislativas custem R$ 100 milhões ao ano. A despesa cresce com a proliferação de canais.

Parte das emissoras funciona como apêndices da estrutura administrativa de Executivo e do Poder Legislativo e não tem contabilidade separada.


É o princípio da entidade...

17 março 2007

Ainda o Pan

Agora a Isto é:

Obras
A gastança do Pan. O orçamento disparou. Empregados pararam. Obras atrasam e os jogos chegam em meio à crise

Por FRANCISCO ALVES FILHO

Calcular o custo de um evento monumental como os Jogos Pan-Americanos é desafio tão grande que em suas 15 edições virou tradição refazer as contas ao longo das obras. O caso do Pan do Rio, no entanto, ultrapassa as mais generosas margens de erro. Orçada inicialmente em R$ 386 milhões, a competição pode chegar a R$ 5 bilhões. Ou seja, 13 vezes mais. Só a injeção de dinheiro público será oito vezes maior que a prevista inicialmente (R$ 3,2 bilhões). Um escândalo? “É assustador”, reconhece a deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), que integra a comissão de Turismo e Desporto da Câmara. Os parlamentares vão instalar uma comissão que investigará a gastança. Na quarta-feira 7, o presidente Lula manteve o ritmo de esbanjamento e, pouco antes de bater três pênaltis em pleno Maracanã contra a baliza do governador fluminense Sérgio Cabral, liberou mais R$ 100 milhões. No mesmo dia, um relatório do TCU questionava o atraso nas obras da Vila Pan-Americana e do Complexo Desportivo de Deodoro, que poderá encarecer ainda mais o evento. O ministro do Esporte, Orlando Silva Jr. disse que irá ao tribunal prestar esclarecimentos.

O prefeito Cesar Maia acha tudo normal. “Não houve erro de cálculo”, disse a ISTOÉ. Segundo Maia, o valor divulgado inicialmente resultou apenas do “preenchimento das perguntas feitas” no questionário da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa). De todas as obras, a mais cara é o estádio João Havelange: somente ali já foram gastos R$ 380 milhões, quase o mesmo que o orçamento inicial de todo o Pan. Além do alto custo, o estádio, também conhecido como Engenhão, tem outro problema. No dia 3, os operários que trabalham na obra fizeram paralisação contra as péssimas condições de trabalho – no fim do ano passado, um operário morreu ao despencar de um andaime. Apesar disso, há poucas semanas o prefeito do Rio liberou, sem licitação, mais R$ 80 milhões para o consórcio que constrói o estádio. Maia explica que R$ 60 milhões foram transferidos de uma empreiteira para outra. Os outros R$ 20 milhões foram para “reforço de solda em função do ocorrido com o metrô de São Paulo”.

O vereador carioca Stepan Nercessian (PPS) já apostava no descontrole do orçamento do Pan. “Primeiro, as obras ficam atrasadas. Depois, gastam-se rios de dinheiro sob o argumento de que as instalações têm que ficar prontas a qualquer custo”, diz ele. O vereador estranha a inversão da parceria entre governo e iniciativa privada: “Em todo o mundo, as empresas gastam um bom dinheiro para criar novas instalações, que depois se tornarão públicas. Aqui, a iniciativa privada ganhou a exploração de locais públicos que já existiam, como o Riocentro e a Marina da Glória, e o governo é que fez o maior desembolso para criar instalações novas como o Engenhão, por exemplo.” A deputada Lídice da Mata espera que a comissão da Câmara Federal identifique os responsáveis por tanta diferença entre o orçamento original e os gastos efetivos. “Vamos fazer uma apuração rigorosa”, adianta.

16 março 2007

Empresa sustentável

O valor de ser sustentável
Valor Econômico - 16/03/2007

O investidor em ações precisa estar atento a uma discussão que ganha amplitude no mercado internacional, mas que pouca ressonância tem tido no Brasil: a importância do conceito de sustentabilidade para que as empresas agreguem valor a seus acionistas no longo prazo.

Assim como os investidores puderam ver uma nova geração de empresas na última metade do século passado que tinham a maior parte de seu valor associada aos ativos intangíveis, neste início do século 21 aspectos como responsabilidade social e ambiental, transparência e alinhamento de interesses entre acionistas controladores e minoritários ganham um peso relevante. "Empresa sustentável é aquela que gera lucro para os acionistas, ao mesmo tempo em que protege o meio ambiente e melhora a vida das pessoas com que mantém interações", diz Andrew W. Savitz, autor do livro "A empresa sustentável", editado no Brasil pela Campus.

O grande atrativo das empresas sustentáveis não é o ganho de curto prazo. São empresas com maiores chances de vida longa, pois tendem a ganhar cada vez mais a preferência dos consumidores e enfrentar menos problemas com a Justiça, uma vez que têm políticas de relacionamento com o meio ambiente, comunidade e funcionários. Como mostra Savitz, as empresas sustentáveis desfrutam de excelentes oportunidades para alcançar maior sucesso amanhã.

As primeiras empresas negociadas publicamente, surgidas na era industrial, extraíam dos ativos físicos a maior parte do seu valor. "Esses gigantes corporativos do passado, que incluíam General Motors, Standard Oil e AT&T, possuíam terrenos, propriedades e fábricas que se prestavam facilmente às mensurações contábeis e à avaliação", diz o professor Aswath Damodaran no livro "Damodaran on Valuation". Na última metade do século passado, aparecem empresas como Coca-Cola, Microsoft, Intel e Pfizer que obtêm o principal do seu valor a partir de ativos como a marca (Coca-Cola), as patentes (Pfizer) e a especialização tecnológica (Intel, Microsoft). "Uma parcela significativa dos valores de mercado dessas empresas provém desses ativos intangíveis; há comprovação, por exemplo, de que a marca pode, sozinha, explicar mais da metade do valor de muitas empresas de produtos de consumo", diz Damodaran.

Especialistas acreditam que movimento parecido está ocorrendo em relação a aspectos como governança corporativa e práticas socialmente responsáveis. Ian Davis, diretor gerente da McKinsey, empresa global de consultoria e gestão, acredita que novas pressões impostas pela sociedade, como regulamentações e sustentabilidade do meio ambiente, integram hoje a lista de preocupações dos CEOs de grandes empresas ao lado de pontos tradicionais como crescimento, globalização e tecnologia.

Segundo ele, é preciso que as empresas saibam se definir e explicar sua estratégia aos órgãos reguladores, funcionários e à comunidade em termos morais, e não só como entidades que visam lucro. Para agregar valor às suas ações e mantê-lo no longo prazo, as empresas também precisam beneficiar a sociedade, disseram os palestrantes de um simpósio realizado em 2003 que já discutia o tema Formação e Valorização das Estratégias de Sustentabilidade de uma Empresa, patrocinado pela Wharton Social Impact Management Initiative, da Wharton School.

Vários esforços já estão sendo feitos para começar a quantificar o valor das características sociais de uma empresa. Uma pesquisa realizada pela Wharton e pela Ernst & Young mostra que os executivos de empresas acreditam que os ativos intangíveis - como a qualidade da força de trabalho de uma empresa ou a reputação de sua administração - são mais importantes do que as características mais facilmente mensuráveis, como o desempenho financeiro no curto prazo.

Um índice desenvolvido pela Watson Wyatt Worldwide avaliou as empresas quanto a 30 práticas de recursos humanos, como a excelência no recrutamento, um sistema de recompensas transparente e um ambiente de trabalho colegiado e flexível. As empresas que apresentaram baixa pontuação no índice registraram retornos cumulativos de 53% sobre as ações, entre 1994 e 1999, enquanto aquelas que apresentaram alta pontuação obtiveram retornos de 103%.

Estudos da Innovest Strategic Value Investors, empresa americana de consultoria, aponta as indústrias responsáveis com o meio ambiente como melhores que suas congêneres e que têm probabilidade de lidar melhor com todos os aspectos de seus negócios. Segundo a Innovest, entre março de 1998 e fevereiro de 1999, a diferença de valorização no preço das ações de empresas que administram bem suas estratégias ambientais e as que não o fazem aumentou de zero para mais de 15%.

No Brasil toda essa discussão ainda não alcançou a profundidade vista em economias mais desenvolvidas. O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), criado pela Bovespa em dezembro de 2005, acumula alta de 6,63% nos últimos 12 meses. No mesmo período, o ganho do Ibovespa foi de 13,16%.

No entanto, o Índice de Governança Corporativa (IGC) acumula no mesmo período 21,32% e o Índice de Ações com Tag Along diferenciado (ITAG) exibe um ganho de 16,46%, ambos bem acima do Ibovespa. O mercado já consegue enxergar o valor de práticas justas em relação aos acionistas.

Falta agora entender que empresas com práticas mais justas também tendem a se sair melhor em seus negócios neste mundo em que consumidores começam a se preocupar com questões de aquecimento global e justiça social.


2007/16/03

Governança no México

O México decidiu conhecer melhor o modelo de Governança Corporativa do Brasil, informa a Gazeta de 16/03:

Governança corporativa do Brasil...
Gazeta Mercantil

São Paulo, 16 de Março de 2007 - México mira-se no modelo brasileiro para tentar alavancar seu mercado de capitais. O convite dos mexicanos reflete bem a percepção dos órgãos reguladores do mercado de capitais local quanto ao papel exercido pela governança no sentido de elevar o número de empresas listadas em Bolsa. No período 2005-06, a Bovespa registrou 26 estréias, sem contar outras sete que chegaram ao pregão em 2007. Todas ajudaram a reforçar os níveis de governança criados pela Bovespa em 2001, hoje com 102 representantes. Embora representem 1/4 das empresas listadas, esse grupo responde por mais de 60% do giro diário.

No mesmo biênio, a Bolsa mexicana, que tem 140 integrantes, registrou a entrada de apenas duas novas companhias. Para tentar reverter esse quadro, a autoridade regulatória local recentemente criou a Sociedad Anónima Promotora de Inversión (Sapi), segmento que lista empresas comprometidas com regras mais rígidas de transparência e respeito aos acionistas minoritários.

Característica comum de países emergentes, o mercado de capitais mexicano tem um histórico semelhante ao brasileiro, com o controle concentrado nas mãos de poucas famílias, conta Sandra Guerra, coordenadora do Círculo Latino-Americano de Empresas, entidade criada em maio de 2005 e que hoje reúne 13 companhias latino-americanas (oito do Brasil) pioneiras em governança. Por isso, conta, a experiência de companhias domésticas atraiu a atenção internacional. "Todo dia recebo pedidos de informações sobre a experiência brasileira", diz ela. (Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Aluísio Alves)

Rir é o melhor remédio - 63



A série de tirinhas do PhD Comics retrata uma universidade fictícia, com seus alunos, pesquisadores e professores. O foco geralmente são as questões dos alunos, suas angústias, "espertezas" e situações diárias. Para quem trabalha em ensino e pesquisa certamente já viu algo parecido ao que é retratado nas tirinhas. Publicamos aqui somente algumas das tirinhas e por isso vale a pena dar uma olha na coleção completa, disponível no sítio PhD Comics.

Links em Finanças Comportamentais

1. Aversão ao risco

2. Behavioral economics ou behavioral finance

3. Finanças Comportamentais e meio-ambiente

4. Os mais produtivos

Chiquita Brands e os Terroristas


A empresa Chiquita Brands fez pagamentos de 1.7 milhões de dólares para uma organização de direita da Colombia, que os Estados Unidos acusaram em 2001 de serem uma organização terrorista. A empresa já deixou uma provisão de $25 milhões para um investigação do Departamento de Justiça.

A Chiquita possui um faturamento de quase 5 bilhões de dólares e nos últimos dias o preço de sua ação está em queda, conforme mostra o gráfico.

Fonte: MarketWatch Yahoo Finanças e Seeking Alpha