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23 fevereiro 2007

Prediction Markets


As mudanças que estão ocorrendo na contabilidade nos últimos anos provocam a necessidade do contador de trilhar os caminhos profundos e incertos da previsão. Como avaliar um ativo a valor justo sem considerar a sua projeção pelo mercado. Além disso, novas tarefas, como gerenciamento de risco, orçamento e outras demandam deixar um pouco de lado o passado e arriscar a fazer projeções. Tendo dito aos meus alunos que projetar é uma atividade muito interessante e que os contadores deveriam interessar mais sobre isso. Afinal, a cartomante faz advinhações estranhas e não é cobrada pelo seu resultado; o mesmo ocorre com o pai de santo que joga búzios.

A tarefa de fazer projeções tem sido facilitada nos últimos tempos pela grande quantidade de dados, pelos pacotes estatísticos com modelos preditivos e pelos mercados que recebem o nome de Prediction Markets.

Esses mercados concentram pessoas que apostam sobre o futuro de tudo: quem deve ganhar o Oscar, quem vencerá um torneio de futebol, que será o próximo presidente, entre outras questões.

Em 2003 o Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA), do governo norte-americano, chegou a propor o uso desse mercado para previsão do risco geopolítico. A proposta foi muito criticada, chegando a ser denominada de "terrorism futures", e derrubada.

Mas a existência desses mercados é real e interessante para o analista. A principal pergunta é: até que ponto podemos confiar nesse tipo de mercado para fazer/ajudar nas projeções?

A resposta , segundo Justin Wolfers e Eric Zitzewitz, é que esse tipo de mercado pode ser muito útil e preciso nas suas projeções.(clique aqui, para artigo em inglês e PDF)

Uma análise da literatura mostra que esses mercados podem ser ferramentas preditivas. A figura, retirada do trabalho citado, mostra um caso em que o mercado funciona de forma adequada. Observe que a diferença entre projeção e realizado é muito pequena, indicando que o mercado tem acertado nas projeções do sucesso de um filme de Hollywood.

Entretanto, os próprios autores alertam que esse mercado é enviesado para situações onde os eventos possuem probabilidades pequenas.

Competência x Desempenho

Recebi o seguinte e-mail de um ex-aluno, Vinicius Alves Dos Santos Pereira, :


Foram públicados na revista época duas pesquisas sobre gestão. O paradoxo da execência e outra sobre recursos humanos, essa última nem tão interessante
assim.

Um trecho da reportagem : '' Os executivos americanos David Mosby e Michael Weissman têm uma tese curiosa: quando uma empresa realiza um trabalho excelente, os clientes
simplesmente não percebem. Ao contrário. A melhora contínua leva a um aumento de
expectativa do cliente. "O desempenho positivo se torna invisível, por já ser esperado", diz Weissman, presidente da consultoria Fresh Perspectives. "O cliente começa então a fazer cobranças freqüentes, por motivos sem importância", diz Mosby, executivo-chefe da empresa de informática InterWorks Software. Essa é a idéia principal do livro O Paradoxo da Excelência, que os dois escreveram em conjunto. Segundo eles, o único modo de evitar a armadilha é gerenciar a expectativa dos clientes e aprender a comunicar o valor que a empresa tem para eles..''

A pesquisa sobre recursos humanos comprova que empresas que motivam seus funcionários tem maiores retornos financeiros. Essa parece não ser muito atual, é verdade?
A primeira eu achei interessante, nunca havia pensado nisso!


Mais recentemente li uma pesquisa sobre as empresas mais admiradas da revista Fortune. Mas estas empresas tem o problema do Winner´s Curse quando se analisa seu desempenho financeiro. Ou seja, as empresas mais admiradas possuem baixo retorno no mercado acionário. (Clique aqui para um link sobre isso)

Ano do porco

Iniciou-se o ano do porco do calendário chinês. Isso significa mais chineses no mundo.

De fato, o número de nascimentos na China tem uma relação com o ano. Em 2000, no ano do Dragão, o número de novos filhos duplicou em certas cidades na China. Em 2004, no ano do Macaco, esse número também aumentou.

Espera-se que o ano do porco, que é considerado um bom ano para os chineses, tenha um aumento nos nascimentos.

Fonte The Economist, 10/2, The Golden Pig Cohort

Custo de um país

Recentemente postei um comentário que o principal custo para se fazer negócios nos Estados Unidos talvez não fosse mais a Sarbox (clique aqui). A The Economist de 10/2, que terminei de ler somente agora, fala o mesmo ponto. A indústria de viagem tem problemas com os visitantes nos Estados Unidos, o que tem levado a uma queda no turismo naquele país.

Um informação interessante é que a "crise de viagem" (travel crisis), conforme a The Economist, foi um dos fatores citados para que os Estados Unidos perdessem os jogos Pan-Americanos para o Brasil. Que pena!

As maiores empresas

A maior empresa do mundo, em faturamento, é a Exxon Mobil, com 340 bilhões de dólares e lucro de 36 bilhões. A segunda maior é a Wal-Mart, com 316 bilhões. Depois, duas outras petrolíferas, Shell e BP, e GM.

Um dado interessante é o número de empresas por habitantes. Suiça possui um pouco mais de duas empresas por milhão de habitantes (16 no total) e é o país com maior número de grandes empresas per capita. Depois Estados Unidos (423 das mil empresas maiores), Escandinávia (24), Grã-Bretanha (73), Bélgica (10), Holanda (15) e França (44).

Fonte: The Economist, 10/02/2007. Tomorrow the World.

Rir é o melhor remédio 45

Filantropia

Segundo notícia do Valor Econômico de hoje (STJ restringe isenção à filantropia) o Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu que a isenção tributária para as entidades filantrópicas tem que ser comprovada. Analisando o caso do Instituto São José, o STJ foi contrário a tese defendida pela instituição.

A entidade alegou que possuía certificados de utilidade pública e de filantropia desde os anos 60 e requeria na Justiça o reestabelecimento de seu certificado de entidade beneficente junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para poder obter a isenção à contribuição patronal à Previdência. A primeira seção do STJ negou a concessão por entender que a imunidade não é um direito adquirido, e portanto precisa ser comprovada.