Os acionistas do McDonald’s já foram alertados: a venda das operações da América Latina não garantirá a recuperação dos investimentos nem dos prejuízos acumulados ao longo dos anos. Segundo o Estado apurou, as perdas somam de US$ 2,2 bilhões a US$ 2,4 bilhões.
O alerta consta do último balanço enviado pela rede em 24 de janeiro à Securities Exchange Commission, a CVM americana. No balanço, a rede diz que a decisão, tomada no ano passado, de vender 2300 restaurantes - que passarão a ser operados sob o modelo de licenciamento - não deverá se traduzir na recuperação da “maior parte” dos investimentos e prejuízos dessas operações. O valor citado no balanço, de US$ 3 bi, inclui as perdas do McDonald’s com a venda de ativos na América Latina e outras regiões.
O balanço não cita nominalmente os países em que as operações estão à venda. Mas a principal divisão à venda hoje é a da América Latina, com 1656 restaurantes. Os 644 restantes, segundo fontes do mercado,são pequenas operações do Leste Europeu e Ásia. (...)
Depois de enfrentar uma série de problemas judiciais e fiscais no Brasil, a empresa começou a comprar restaurantes dos franqueados. Segundo fontes ligadas à empresa, esse processo foi o primeiro passo para preparar a rede para a venda. Hoje a América Latina é a região onde a empresa tem o maior porcentual de lojas próprias em relação a franquias. São 477 franquias, contra 1162 lojas próprias e 17 lojas operadas no modelo de licenciamento. No mundo, a rede conta com 18687 restaurantes franqueados, contra 8785 próprios e 4195 operados sob licença.
Quando anunciou seu balanço do 3º trimestre do ano passado, em 30 de setembro, a rede classificou o Brasil como um país de risco operacional. Segundo a empresa, os riscos se devem a “incertezas significativas, incluindo no que diz respeito à aplicação de requerimentos legais e o cumprimento de leis e obrigações contratuais.
fonte: Estado, 07/02/2007