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18 janeiro 2007

wiki em periódicos científicos

A prestigiosa revista Nature tentou adotar o modelo wiki para análise de textos científicos. O textos submetidos para a revista eram disponibilizados online e existia um convite para pesquisadores de todo o mundo para participar do processo de revisão.

O resultado não foi muito promissor, pois poucos participaram e o número de feedback foi pequeno. Durante a fase experimental, 5% dos 1.369 papers foram selecionados e colocados na Internet para comentários. Desse total, 33 não receberam qualquer comentário e o restante receberam 92 comentários técnicos.

Qual a razão para o fracasso da experiência. Quem participa do processo de análise de textos científicos sabe como é um trabalho interessante e necessário. Mas que toma tempo e tem uma grande responsabilidade. Foi o que aconteceu com a Nature, que concluiu que pesquisadores estão ocupados ou não tem um incentivo para fazer análise.

17 janeiro 2007

Competição

John Kay no Financial Times discute casos que empresas que perderam a vantagem competitiva e não conseguiram mais recuperar sua importância. Em negócios dificilmente existe o "eu voltarei". No passado tivemos US Steel, International Harvester e American Tobacco. ICI era a maior empresa britânica, Pan American e Eastern dominavam as empresas aéreas e a Sears reinava no varejo.

Perda de vantagem competitiva é fatal, diz Kay. Clique aqui para ler

Melhores universidades norte-americanas

Um ranking com as melhores universidades norte-americanas por área pode ser encontrado em Chronicle. Em contabilidade temos a Michigan State e em finanças New York University

16 janeiro 2007

Rir é o melhor remédio - 31

Jobs é intocável

Valor de hoje publica a versão em português da reportagem da Business Week:

Chegou a hora de saber se Jobs é intocável

(...)
Um relatório publicado em 29 de dezembro por um comitê especial de dois membros, formado por nada menos que o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore e pelo obstinado e veterano financista Jerome B. York, "não constatou nenhuma conduta inadequada" de Jobs e outros administradores. Mesmo assim, o documento reconhece que Jobs tinha conhecimento sobre parte das 6.426 opções de ações concedidas entre o fim de 1996 e o começo de 2003 - mais ou menos 15% do total da época -, e que foram datadas de maneira imprópria para dar aos funcionários um preço artificialmente baixo. Em algumas ocasiões, Jobs chegou até a recomendar as datas.

As opções permitem a seus proprietários comprar ações em uma data posterior, geralmente ao preço de mercado do dia em que elas foram concedidas. Retroagir as opções para dias com preços mais baixos garante um lucro certo.

A Securities and Exchange Commission (SEC), o órgão regulador das bolsas americanas, está examinando uma auditoria interna da Apple como parte de uma investigação formal sobre a alteração das datas das opções pela companhia. Além disso, vários especialistas em legislação e em remuneração estão ficando surpresos com a maneira como a Apple lida com seu funcionário mais valioso, quando outros presidentes de empresas estão sendo demitidos por envolvimentos parecidos ou menos óbvios em casos de opções de ações exercidas com data retroativa.

"Ele sabia o que estava fazendo. Antedatou as opções de propósito e o comitê disse que dará a ele um passe livre", diz Alan Johnson, diretor administrativo da Johnson Associates, uma consultoria de Nova York especializada em remuneração. Até mesmo algumas companhias do Vale do Silício estão perturbadas com as conclusões do relatório da Apple. "Parece que o conselho da Apple está tentando encobrir a situação porque gosta muito dele", diz Willem P. Roelandts, executivo-chefe da fabricante de chips Xilinx Inc.

Mas será que o mundo está preparado para ver um de seus maiores inovadores ser sacrificado no altar dos deuses da boa governança - especialmente quando não está claro como ele foi beneficiado pelos atos, ou seus acionistas prejudicados?


Ou seja, até onde estamos dispostos a defender a governança? Vide essa notícia no dia 5 de janeiro nesse blog, clicando aqui

14 janeiro 2007

Carta para o Wall Street Journal

Honey, I Audited the Children!
13 January 2007
The Wall Street Journal

If tracking allowances is a problem for parents it says more about their own accounting system, or lack of it, than about their kids ("Allowance 2.0," Pursuits, Jan. 6). My 14-year-old daughter must tabulate what comes in (allowance plus job) and what goes out (expenditures) on a spreadsheet monthly. If she doesn't do it or it doesn't pass my audit, then there is no allowance until she does pass.

Double-entry bookkeeping, which goes back centuries, marked a major financial advance, and parents who don't teach their kids some variation of it are derelict. It's fun, and gratifying, to see my daughter struggle to get her tabulation to be consistent from one month to the next. When she grasps what is involved, it will scale up to her own household, or even a business when she reaches adulthood.

Samuel Burkeen

Reston, Va.

Dívida perdoada

Da Veja dessa semana (via blog do Reinaldo Azevedo):

Num dos períodos mais lucrativos para os usineiros de cana-de-açúcar no país, o Banco do Brasil concedeu ao setor perdão de dívidas superior a R$ 1 bilhão, segundo documentos obtidos pela Folha.O benefício foi garantido em repactuações de débitos fechadas no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sobretudo entre 2004 e 2006, referentes a empréstimos e financiamentos contraídos ou renegociados na década de 90.De 2003 para cá, o banco selou acordo com pelo menos 20 produtores, a maior parte do Nordeste. Apenas em quatro casos, a redução no valor alcança cerca de R$ 400 milhões.Dois advogados ouvidos pela Folha com vários clientes nessa situação, que pediram para não ter seus nomes divulgados, disseram que o perdão para os 20 usineiros ultrapassa facilmente R$ 1 bilhão. O grupo pernambucano União, por exemplo, pagou apenas 1,77% (R$ 3,7 milhões) dos R$ 208,63 milhões que devia originalmente.

Eu costumo usar o exemplo dos usineiros em sala da aula para comentar como é difícil fazer análise de balanços. A frase que fazer dívida é ruim (consequentemente endividamento quanto menor, melhor) não é válida. E cito o exemplo dos usineiros, que fazem dívida e não pagam. Fazer dívida pode ser bom.