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07 janeiro 2007

Desempregado com R$2 bilhões


Uma história incrível contada essa semana pela Isto é:

Francisco Nunes Pereira, 44 anos, mora em cima de uma garagem na periferia de Tatuí, no interior de São Paulo. Franzino e reservado, é conhecido como Mineirinho. Casado e pai de dois filhos, pouco circula pelas ruas da cidade. Quando sai de casa, está sempre atrás do volante de um modesto Gol vermelho com mais de sete anos de uso, carrega uma pequena pasta preta e surradas roupas sociais. Normalmente, é visto levando a filha caçula para a escola. Emprego, ele não tem. Foi um pequeno empresário, mas na cidade o que informam é que ele faliu há cerca de dez anos. Muitos de seus ex-funcionários estão até hoje sem receber os direitos trabalhistas. Aparentemente, trata-se de um cidadão como milhares de brasileiros. Na verdade, porém, a história de Mineirinho esconde um mistério que vem desafiando as autoridades financeiras e tributárias do País. À Receita Federal, ele declara ser dono de R$ 2.358.845.398,72, em dinheiro vivo. Isso mesmo: mais de dois bilhões de reais, ou US$ 1,1 bilhão. No ranking das maiores fortunas brasileiras, o homem desempregado de Tatuí estaria em 16º lugar, ombro a ombro com Constantino Júnior, dono da Gol Linhas Aéreas.

(...) Os responsáveis pela investigação sobre a suposta fortuna de Mineirinho trabalham com algumas hipóteses. Uma delas aponta para a possibilidade de Mineirinho estar apenas emprestando o nome para o verdadeiro dono do dinheiro, que provavelmente teria origem em caixa 2. Em outra, os investigadores seguem a suspeita de que os R$ 2 bilhões possam ser produto de sobras bancárias. Centavos remanescentes de contas extintas, somados, teriam virado a fortuna e, por alguma tramóia financeira, ido parar na conta corrente dele. Os papéis com a descrição detalhada das contas de Mineirinho chegaram à PF e ao Ministério Público Federal no final do ano passado. Na declaração de renda de 2005, ele informou ser o dono de duas aplicações em CDB no Banco do Brasil. Uma delas de R$ 1.378.599.526,85. A outra, de R$ 899.322.699,36.

Na vida real Mineirinho é um sujeito muito aquém da realidade virtual demonstrada nos documentos. Ele, na verdade, costuma emitir cheques sem fundos, tem diversos títulos protestados e empurra com a barriga a negociação de diversas dívidas.

Custos adicionais da crise aérea


Crise aérea gera custos extras
Agência Jornal do Brasil - 04/01/2007

Crise aérea gera custos extras
O caos aéreo pode gerar custos extras para as companhias aéreas. Está em elaboração uma portaria que cria um plano de contingenciamento de crises, para evitar problemas como os vistos ao final de 2006. Entre as medidas, está em estudo a criação de frota reserva nas companhias aéreas para atender situações de emergência.
? Sem um sistema backup (reserva), qualquer coisa que ocorrer acarreta uma série de problemas em cascata, no chamado efeito dominó - disse ontem o presidente da Anac, Milton Zuanazzi.
Pelo estudo da agência os aviões , de propriedade das companhias aéreas, ficariam à disposição das próprias empresas para fazer frente a problemas como o da TAM em dezembro, quando seis aviões tiveram de voltar ao solo para manutenção ao mesmo tempo.
Integrar mais aeronaves à frota tem, obviamente, um custo expressivo. O impacto dessa medida está em análise e a direção da agência diz que está atenta e que não quer que o passageiro financie a frota extra. Um dos temas que tem preocupado técnicos nesse assunto é o mercado mundial de aeronaves.
Com a forte expansão do transporte aéreo, principalmente em mercados emergentes como a América Latina e China, a oferta de aviões de médio e grande porte é bastante reduzida. Isso poderia dificultar a iniciativa, ainda que especialistas acreditem que esse reforço de frota seria de uma ou duas aeronaves no caso das maiores empresas, como, por exemplo, a TAM e Gol.
O pacote preparado pela Anac também deve sugerir a criação de estrutura emergencial com controladores de tráfego e canais de comunicação entre a Anac, aéreas e Infraero.
Zuanazzi informou que, paralelamente à edição da portaria, que deve ser editada no fim do mês para vigorar no segundo semestre, a Anac quer criar ferramenta para diagnosticar casos de venda de passagens em número superior à capacidade das aeronaves, o chamado overbooking.
Nada impede que a gente faça isso. Por isso, queremos ter esse instrumento, disse a diretora da agência, Denise Abreu. Ela explica que a ferramenta pode permitir o acompanhamento em tempo real das reservas de todas as aéreas brasileiras.
Apesar de a ferramenta operar em tempo real, a agência não pretende acompanhar o mercado diuturnamente. Denise sinalizou que a leitura dos dados poderá ser feita em períodos críticos que, potencialmente, têm maior chance de overbooking. Ela se recusou a informar se o sistema poderá ser usado no Carnaval.
Denise e Zuanazzi rechaçam a análise de que esse sistema significaria algum tipo de intervenção branca nas empresas. A diretora sustenta que esse trabalho é apenas de monitoramento.
Procurado para comentar a portaria em elaboração na Anac, o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) não retornou os pedidos da reportagem.


Leia mais

Custos do Jogos Pan-Americanos


Já postei no passado sobre esse assunto no passado. Agora, outra reportagem da Folha de S. Paulo informando que o governo colocou mais dinheiro no Pan:

Governo injeta mais R$ 467 mi no Pan
Folha de São Paulo - 6/1/2007

Participação federal em Jogos no Rio cresce para R$ 1,28 bilhão, quase dez vezes a previsão inicial de gastos com evento
Medida provisória assinada ontem por Lula irá destinar R$ 154 milhões a centro de inteligência para combater crime organizado no Estado


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com R$ 467 milhões liberados ontem, o volume de recursos do governo federal para organização do Pan-Americano do Rio de Janeiro já chega a R$ 1,284 bilhão. A competição será realizada entre 13 e 29 de julho.
O valor é quase dez vezes maior do que os R$ 135 milhões de gastos orçados inicialmente pela União para o evento.
Desse total, já foram desembolsados R$ 817 milhões.
Dos recursos liberados ontem por meio de medida provisória, que será publicada no "Diário Oficial", R$ 313,5 milhões serão destinados a despesas com montagem de infra-estrutura e logística necessárias para a realização do Pan.
Mais R$ 154 milhões previstos na MP assinada ontem pelo presidente Lula serão destinados à instalação do centro de inteligência compartilhada de combate ao crime organizado e às ações do plano de segurança.
O novo centro, além de atuar no Pan, também servirá para melhorar a segurança no Estado do Rio de Janeiro de forma geral. Policiais da Força Nacional de Segurança vão reforçar o trabalho para prevenir incidentes violentos durante o evento.
Segundo interlocutores do governo, a previsão inicial era de que a União teria uma participação bem mais modesta nas contas do Pan. Governo do Estado do Rio e prefeitura arcariam com a maior parte.
Na prática, não foi o que ocorreu. Fora o R$ 1,284 bilhão assegurados até agora pelo Tesouro, o governo federal desembolsou mais R$ 260 milhões através de verba liberada pela Caixa Econômica Federal. Outras estatais como Petrobras e Correios também investiram na organização dos Jogos.
Apesar da boa vontade do governo, várias obras de arenas esportivas para o Pan estão com seus cronogramas atrasados, o que tem implicado custos adicionais ao poder estatal.
A maior praça esportiva sob responsabilidade do governo federal, o Complexo Esportivo de Deodoro, exemplifica disso.
Em março, o Ministério do Esporte previa gastar R$ 45 milhões com as reformas. No mês passado, a pasta refez as contas e admitiu que os custos seriam de no mínimo R$ 92 milhões.
As obras no Complexo do Maracanã custará aos cofres públicos R$ 252 milhões, quatro vezes o valor que estava previsto inicialmente, em 1999, pelo governo do Estado do Rio.






A revista The Economist explica a razão pela qual a Copa do Mundo é melhor que as Olimpíadas;

Começa o maior espetáculo de marketing, a Copa do Mundo

Custos do Pan

O custo de se fazer as Olimpíadas é elevado.

A estimativa inicial das Olimpíadas de Londres era de 2.3 bilhões de libras

Poder da Petrobrás


Apesar da recente redução no preço do petróleo, a Petrobrás ainda é uma empresa muito poderosa. Alguns números de uma reportagem da Gazeta Mercantil (5/1/2007):


O valor de mercado das ações da Petrobras cresceu 323%, em reais, no primeiro mandato do presidente Lula. O salto foi ainda maior em dólares: 600%. Os papéis da companhia somavam US$ 15 bilhões em 2002 e passaram a valer US$ 108 bilhões (ou R$ 230 bilhões) no último dia útil do ano passado - o equivalente a 15% de todo o valor de mercado das ações negociadas na Bovespa (US$ 721 bilhões ou R$ 1,54 trilhão) no fim de 2006. As reservas petrolíferas da maior empresa da América Latina cresceram 19% nos últimos quatro anos, num ritmo menor que a valorização de mercado e os investimentos em novas áreas de petróleo e gás.

05 janeiro 2007

Rir é o melhor remédio - 30

A diferença entre relações públicas, marketing, telemarketing, propaganda e marca.




















Fonte: http://aventuraspez.blogspot.com/

Ganhava demais...

Executivo é derrubado por salário alto demais
Por Ann Zimmerman, Mary Ellen Lloyd e Joann Lublin
The Wall Street Journal.

A Home Depot Inc. disse que seu presidente Robert Nardelli fez acordo para renunciar depois de seis anos marcados por uma polêmica sobre sua remuneração, seu estilo de administração autocrático e o desempenho capenga da ação. Nardelli, que assumiu a Home Depot em dezembro de 2000 depois de ter sido preterido para a sucessão de Jack Welch na General Electric Co., vai receber um pacote rescisório de US$ 210 milhões e será substituído pelo vice-presidente Frank Blake.

A notícia fez subir a ação da varejista americana de materiais para construção, reforma e decoração. A Home Depot é uma das 30 componentes da Média Industrial Dow Jones. A ação fechou em alta de 2%.

(...) Ano passado, Nardelli virou o garoto-propaganda do inchaço na remuneração corporativa; sua remuneração foi avaliada em mais de US$ 245 milhões em cinco anos, a maior parte em opções. Na véspera da assembléia geral em maio, vários grupos de acionistas questionaram por que o conselho havia mudado o cálculo de um componente de sua remuneração por desempenho — associando-o ao lucro por ação, um indicador em que a empresa estava indo bem, em vez do retorno ao acionista, um indicador em que ela ia mal. Em maio de 2006, por exemplo, a ação estava caindo cerca de 12% desde sua chegada, enquanto a da principal concorrente, a Lowe's, estava em alta de 173%.

Por orientação de Nardelli, nenhum dos membros do conselho participou da assembléia anual, e os acionistas que queriam questionar a diretoria eram silienciados depois de um minuto. O resultado foi um desastre em termos de relações públicas para Nardelli e a varejista.

Preços

Como a Abbott decidiu elevar preços para proteger seu remédio para aids
Por John Carreyrou
The Wall Street Journal

No fim de 2003, a Abbott Laboratories estava preocupada com os novos concorrentes de seu principal remédio para aids, o Kaletra. Então ela usou uma arma incomum que ajudou as vendas mundiais do Kaletra a superar US$ 1 bilhão por ano, embora a tenha exposto a críticas de que estava colocando pacientes em risco.

A arma era um remédio mais velho da Abbott, chamado Norvir. Ele é um componente fundamental de regimes de medicamentos que incluem drogas de empresas rivais. Documentos e emails antes não divulgados e que foram examinados pelo Wall Street Journal mostram como executivos da Abbott discutiram maneiras de diminuir a atratividade do Norvir, com o objetivo de forçar pacientes a abandonar os remédios concorrentes e passar para o Kaletra.

(...) Uma terceira proposta foi a vencedora: quintuplicar o preço do Norvir. Um documento interno alertou que a decisão faria a Abbott parecer uma "empresa farmacêutica grande, má e gananciosa". Mas os executivos esperavam que um aumento do preço do Norvir ajudaria as vendas do Kaletra, e apostaram que a polêmica, se houvesse, cedo ou tarde desapareceria.

(...) O debate na Abbott sobre o Norvir fornece uma rara visão interna dos esforços de uma farmacêutica para maximizar o lucro e rechaçar concorrentes. O setor passou a sofrer críticas nos últimos anos por táticas como o forte marketing de remédios que oferecem pouca vantagem em relação a drogas mais antigas, e por pagarem a fabricantes de genéricos para que atrasassem o lançamento de cópias baratas. O episódio do Norvir mostra uma empresa tirando vantagem de seu monopólio sobre um medicamento para proteger as vendas de outro, mais rentável. (...)