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04 janeiro 2007

Ministério público investiga campanha


Ministério Público investiga empresas por crime eleitoral

Em alguns casos, doação para candidatos paulistas superou o faturamento declarado pela pessoa jurídica

Fausto Macedo e Rodrigo Pereira

O Ministério Público Federal apertou o cerco a um grupo de 100 doadores de campanha e descobriu que o caixa 2 e o financiamento ilegal foram usados em larga escala nas últimas eleições em São Paulo. Com base nos resultados parciais da investigação, acionou a Receita Federal para rastrear balanços contábeis e fiscais de pessoas físicas e jurídicas que violaram regras eleitorais.

Há casos de pessoas físicas que contribuíram com valor superior ao da própria renda bruta auferida em todo o ano anterior. E de pessoas jurídicas que doaram total muito maior que o faturamento bruto declarado. “Suspeitamos que a origem dos recursos possa ser ilícita ou que possa estar havendo prática de caixa 2”, destacou o procurador-regional eleitoral, Mário Luiz Bonsaglia, que comanda a apuração. A maior parte das ocorrências envolve candidatos eleitos. “Esperamos que a Justiça Eleitoral seja rigorosa na punição desses abusos.” (...)

Problemas contábeis na Nortel

Na Nortel, um executivo testa seus limites
3/01/2007
Por Joann S. Lublin
The Wall Street Journal

TORONTO — Mike Zafirovski, o novo diretor-presidente da Nortel Networks Corp., levou um tremendo choque quando se reuniu com seu diretor financeiro no início de março último. Ele foi informado que a Nortel teria de refazer suas demonstrações financeiras pela terceira vez desde 2003.

Nas três noites anteriores à data marcada para dar a notícia a analistas de Wall Street, Zafirovski não conseguiu dormir. A companhia havia dito que tinha arrumado sua bagunça contábil fazia mais de um ano. Agora, "íamos ter de dizer de novo: 'Fizemos uma trapalhada'", lembra ele. Zafirovski estava preocupado com a reação de clientes, com a preservação de linhas de crédito e em defender as ações da Nortel na bolsa. Ele sabia que sua margem de manobra era limitada e sua credibilidade, frágil.

Zafirovski havia chegado à Nortel em novembro de 2005 com planos ambiciosos de ressuscitar a empresa de equipamentos de telecomunicações. Ele trazia fortes credenciais: 25 anos de ascensão na hierarquia da General Electric Co., seguidos de 5 anos na Motorola Inc., onde chegou ao posto número 2. Quando a Motorola contratou um diretor-presidente de outra companhia em 2003, Zafirovski decidiu chefiar outra banda.

Mas a presidência executiva acabou se provando um desafio bem maior do que ele jamais esperava. Sempre aparecem problemas inesperados: novos erros contábeis, processos na Justiça que ameaçam quebrar a empresa, investidores desiludidos, candidatos a emprego titubeantes e empregados descontentes. Zafirovski tem de lidar com tudo isso sem os ricos recursos da GE. A Nortel está às voltas com sistemas internos imperfeitos, uma grande burocracia interna e uma classificação de risco que deixa seus títulos de dívida no grau de investimento especulativo.

Com isso ele acabou trabalhando cem horas por semana, muitas vezes com não mais que quatro horas de sono à noite. Magro e alto, com penetrantes olhos azuis e um jeito de falar curto e grosso, Zafirovski, de 53 anos, é um competidor aguerrido que completou o difícil triatlo Ironman e oito maratonas. Fã de um mantra dos chefes da GE, o "otimismo à força", ele está sempre pra cima. Ainda assim, as incessantes demandas e a exaustiva agenda de seu novo cargo estão tendo um impacto. "Tenho sido exigido além do que julgava ser capaz", observa.



Desde que entrou para a Nortel, Zafirovski tem viajado entre a casa e o trabalho, morando em Toronto durante a semana e voando nas noites de sexta-feira para Lake Forest, no Estado americano de Illinois, para ver sua mulher e o mais novo dos três filhos do casal. E embora tenha ido adiante com uma viagem familiar de férias uma semana depois da correção dos balanços, ele passou metade do tempo ligando para clientes e respondendo a emails.

Perto de completar um ano no cargo, Zafirovski — natural da Macedônia e que mudou com os pais para os Estados Unidos quando tinha 16 anos — viu que a falta de sono estava tendo um impacto. "Eu estava me arrastando no fim do dia", diz ele, reconhecendo que quase cochilou durante algumas reuniões. Ele começou a se obrigar a um mínimo de cinco horas de sono.

Dia 16 de novembro, um ano e um dia depois de começar no emprego, Zafirovski refletiu sobre sua gestão até o momento. "É difícil ter uma idéia de todas essas pressões e expectativas se você nunca passou por elas", reconheceu, num raro distanciamento de seus tradicionais comentários positivos.

Fraudes em restaurantes de Portugal


O Jornal de Notícias de ontem informa a descoberta de contabilidade paralela em restaurantes portugueses. A estimativa era de 400 estabelecimentos que usavam um programa para burlar o fisco português. A seguir trechos da notícia:


Descoberta contabilidade paralela em 400 restaurantes
Jornal de Notícias

A Polícia Judiciária e a Inspecção Tributária detectaram 400 restaurantes que usavam um programa informático de contabilidade paralela, alegadamente criado por duas empresas da Póvoa de Varzim, para omitir a facturação real e assim fugir ao IVA e ao IRC.

Os montantes globais deverão ultrapassar, revelou à Agência Lusa fonte próxima do processo, 50 milhões de euros em vendas não declaradas. Em certos casos foram omitidas vendas superiores a dois milhões de euros. "Alguns dos visados estão já a proceder à liquidação ao fisco das verbas em dívida", esclareceu.

O programa informático, criado pela empresa NortRest e comercializado pela WinRest, permitiria que os restaurantes subtraíssem automaticamente à facturação entre 10 e 70% dos valores. "Os clientes pediam a percentagem de fuga e o programa era, alegadamente, executado à medida", especificou a fonte.

(...)As autoridades vão, agora, determinar se nas listagens de compradores do programa informático estão empresários de outros sectores, nomeadamente de pronto-a-vestir e calçado. (...)


A notícia da Agência Lusa informa que

Segundo a fonte, os restaurantes adquirem programas de contabilidade a várias empresas do ramo, entre as quais a Winrest, da Póvoa de Varzim, e descarregam, em seguida, um programa complementar da Internet, instalando-o para poderem furtar-se, de forma automática, ao pagamento de impostos.

TV finas e a redução do preço


O texto a seguir foi publicado no The Wall Street Journal. É um interessante estudo de caso que mistura marketing, curva de aprendizagem, economia de escala e custo. Para os professores usarem em sala de aula e debaterem esses conceitos.




Fabricantes de TVs finas tentam conter redução do preço
Evan Ramstad, The Wall Street Journal
3 January 2007
The Wall Street Journal Americas

SEUL — Agora que as televisões finas são um grande sucesso de vendas, as fabricantes de eletrônicos de consumo estão se perguntando como rechaçar as forças que podem transformá-las em commodities de baixa margem de lucro.

As vendas mundiais de TVs finas — que têm tela de cristal líquido ou plasma, em vez do tradicional tubo de imagem — dobraram em 2006 para cerca de 50 milhões de unidades, de acordo com estimativas preliminares. Isso representa mais de um quarto do mercado total. Analistas esperam que as vendas superem 70 milhões de unidades este ano. O produto apresenta a combinação mágica de altos volumes e margens de lucro com um preço final ainda alto: um modelo de 26 polegadas custa em média US$ 750 nos Estados Unidos, três vezes o preço de uma TV convencional de tubo do mesmo tamanho.

Mas a popularidade provocou uma guerra de preços. O preço das TVs finas caiu quase 40% em 2006, bem mais do que as fabricantes esperavam. As empresas de eletrônicos enfrentam agora a delicada tarefa de equilibrar custos de investimento, aumentos da produção e reduções de despesas para sustentar o crescimento da receita e do lucro.

Nos últimos 18 meses, as fabricantes se debateram para atender à demanda, construindo novas linhas de montagem ou mudando linhas de produção nas fábricas antigas. No terceiro trimestre de 2006, os modelos de plasma ou LCD passaram a ser a maioria dos televisores vendidos nos EUA, o maior mercado do mundo. A Europa alcançou este marco no segundo trimestre, e o Japão, em meados de 2005.

As TVs planas também viraram a principal força a moldar os destinos das maiores fabricantes de eletrônicos do mundo. A Matsushita Electric Industrial Co., dona da marca Panasonic, a Samsung Electronics Co. e a Sharp Corp., que entraram cedo — e com tudo — na onda das TVs finas, viram suas vendas e lucros subir. Aquelas que deixaram para depois — como a Sanyo Electric Co. e a TCL Corp. — cederam participação de mercado e lucratividade. O lucro da Sony Corp. recuperou-se nos últimos 12 meses depois que ela reformulou sua divisão de TVs em torno dos modelos finos.

A Samsung agora lidera o mundo em termos de produção de TVs de sua própria marca, com seu volume saltando 33% para 20 milhões de unidades em 2006. Ela provavelmente tirou da Sony a liderança mundial em receita com TVs no ano passado, embora os números finais só devam estar disponíveis daqui a várias semanas. A Samsung espera que sua receita com televisores em 2006 fique em torno de US$ 11 bilhões, ante US$ 6,5 bilhões um ano antes.

"Em alguns trimestres no passado, fomos número 1 em volume de produção, mas não podíamos nos considerar o verdadeiro líder porque não liderávamos em receita", diz Choi Gee Sung, presidente da divisão de eletrônicos da Samsung. "Agora, acho que podemos dizer isso."

Já há sinais de que os fabricantes estão buscando impedir que o produto passe pela rápida comoditização que afetou os aparelhos de DVD e outros eletrônicos. Um foi o fim, no ano passado, da construção desorganizada de fábricas para componentes de TVs finas.

Fundos de pensão


Os fundos de pensão e o consumidor
Gazeta Mercantil - 04/01/2007

(...) Estes, desde há muito amplamente reconhecidos em seu papel de instrumentos de proteção social na idade madura, fomentadores do crescimento econômico, estimuladores da criação de empregos pelos investimentos que realizam e incentivadores da melhor governança, são ao lado disso um formidável instrumento das políticas de recursos das organizações que os patrocinam, contribuindo assim para a convergência dos interesses e demandas de empregadores e seus empregados. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 3)(Fernando Pimentel - Presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp))

Just-in-time de empregados


Notícia da Gazeta de hoje:

Wal-Mart muda rotina de trabalho atrás de eficiência
Gazeta Mercantil

Nova York, 4 de Janeiro de 2007 - A rede varejista Wal-Mart mudará o horário fixo de trabalho de grande parte de seus 1,3 milhão de funcionários para um sistema baseado no número de clientes que se encontram nas lojas em determinada hora, informou ontem o jornal The Wall Street Journal. A mudança será feita com a ajuda de um novo sistema de horários computadorizado e deve resultar em maior produtividade e satisfação dos consumidores. Em contrapartida, a medida poderá exigir maior flexibilidade e disponibilidade dos trabalhadores, em vez de contar com turnos confiáveis e cheques de salários previsíveis.

É o Just-in-time do empregado...

Acidentes

Da Gazeta de hoje:

Acidentes de trânsito têm custos assustadores

Gazeta Mercantil

4 de Janeiro de 2007 - Quantificar o problema pode ser o primeiro passo para tentar uma solução. Os acidentes de trânsito no Brasil estão entre as principais causas de mortes, segundo o Ministério da Saúde. Se essa constatação já não significasse uma tragédia em si, o que dizer dos custos envolvidos e suas repercussões na economia do País extrapolando para muito além dos envolvidos diretamente? À procura de respostas, o Denatran promoveu e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) executou o estudo Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Rodovias Brasileiras.

O relatório final acaba de ser publicado, depois de analisadas as estatísticas de estradas federais e estaduais (sete unidades da federação), entre julho de 2004 e junho de 2005. O custo anual atingiu nada menos de R$ 22 bilhões. Segundo o Ipea, "a maior parte refere-se à perda de produção, associada à morte das pessoas e interrupção das atividades também dos feridos, seguido dos custos de cuidados em saúde e aos associados aos danos nos veículos". No estudo anterior, entre 2001 e 2003, centrado nas aglomerações urbanas e utilizando a mesma metodologia, o instituto havia contabilizado outros R$ 5,3 bilhões. Somando-se, o total alcança R$ 28,3 bilhões ou 1,54% do PIB (tudo o que o País produz por ano). Significa metade do crescimento atual da economia.

Na realidade, trata-se de análise conservadora por deixar de incluir os mortos até 30 dias após o acidente, bem como o tempo perdido nos congestionamentos, despesas judiciais, locação durante imobilização do veículo e outros ônus. Cada pessoa morta custa exatos R$ 270.165,00 e o total do acidente sobe a R$ 418.341,00. Um ferido representa R$ 36.305,00 e R$ 86.032,00, respectivamente.(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 3)(Fernando Calmon)