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31 dezembro 2006

Contabilidade pública nos Estados dos EUA


Reportagem do The Milwaukee Journal Sentinel (Study sees big deficit; Accounting method differs from state's, de Stacy Forster, 30/12/2006) mostra a dificuldade de adoção do regime de competência na contabilidade pública norte-americana e os problemas de comparação com o regime de caixa.

Segundo o texto, o estado de Wisconsin terminou o último ano com um deficit de $2,15 bilhões pelos princípios de contabilidade, o que significa cerca de 400 dólares por pessoa. Além desse estado, somente Illinois tem adotado esses princípios.

O fato desses dois estados estarem adotando o regime de competência impede uma comparação com os outros estados que utilizam o caixa como base de mensuração. Ao adotar a competência a área pública evidencia os compromissos que são feitos hoje mas que não são pagos de imediato. Numa analogia interessante, para a reportagem, o regime de caixa seria como se ignorassemos o cartão de crédito nas nossas despesas.

No Brasil, nesse momento de transição política, reportagens mostram a situação financeira dos Estados da federação. Pelo regime de caixa. E ignorando a conta do cartão de crédito.

Sobre a Wikipedia


Do jornal La Nacion:

Wikipedia recauda fondos y sale a competir con Google
Ariel Torres De la Redacción de LA NACION
30/12/2006 (...)

Por eso, la enciclopedia libre no deja de crecer; se ha convertido en uno de los diez sitios web más visitados y sus lectores sacan miles de millones de impresiones de sus artículos cada mes.

La Wikipedia desafía el sentido común. Pero como observó oportunamente Chris Anderson, editor de la revista Wired ( http://www.wired.com [http://www.wired.com] ), se trata de un fenómeno probabilístico: "Google, Wikipedia y los blogs son sistemas que operan sobre una lógica que nos es extraña, la de la probabilidad y la estadística", dice Anderson en su weblog ( http://www.thelongtail.com [http://www.thelongtail.com] ). Es decir, puede que algunos datos no tengan la precisión que esperamos, pero éste es un precio aceptable para disponer de ocho millones de artículos. La Wiki mejora a medida que crece, asegura Anderson.

Los peligros que enfrenta Wikipedia no tienen que ver con su naturaleza cooperativa, sino con los vándalos que desfiguran artículos y publican datos falsos y, sobre todo, con sus costos.

Es que libre no significa gratis. Mantener la Wikipedia durante el período fiscal 2005-2006 costó más de 600.000 dólares. Por eso, hace quince días, la Wikipedia Foundation inició una campaña para recaudar fondos entre sus usuarios. Al cierre de esta edición, ya había recolectado más de 740.000 dólares y todo indica que al menos durante 2007 no necesitará echar mano de banners de publicidad.

Pero el asunto de cubrir al menos los costos está muy lejos de resolverse. El ideal de hacer algo entre todos suena bien hasta que llegan las facturas de hardware y comunicaciones. Wikipedia recibe 2000 solicitudes de página por segundo, y eso no es precisamente barato. Por ahora, ninguna de las organizaciones sin fines de lucro dedicadas a contenidos libres ha hallado la receta mágica contra la bancarrota.

Wales, sin embargo, acaba de anunciar una idea que de tan osada podría funcionar. Competirá con Google.

Con el objetivo de recaudar fondos para la enciclopedia, lanzará un buscador web que hasta ahora se conoce como Wikiasari ( asari en japonés significa ´buscar hurgando ), aunque ése posiblemente no sea su nombre definitivo. Los sitios que aparezcan en Wikiasari serán seleccionados por la gente, no por un motor de búsqueda automatizado como el de Google. Usará, pues, la misma metodología que Wikipedia. (...)

Crise aérea


Do O Globo de hoje sobre as conseqüências da crise aérea:

Com o apagão aéreo, 567 mil pacotes turísticos para o verão deixaram de ser vendidos no país. Só no Rio o prejuízo é de R$35 milhões.

Orçamento de Capital e Dilbert

The problem comes because of a classic agency problem: divisional managers are compensated in part on the basis of the financial performance of their division. Shareholder, in contrast don't care which division the costs and revenues are allocated to, since they have a claim on the cash flows of the entire company. So, the interests of the agents (the managers) diverge from those of the shareholders (the principals) and voila: the managers take actions that shareholders would prefer they didn't.

Now I have the perfect Dilbert cartoon to illustrate the concept



Fonte: Financial Rounds

Expressões do Ano


Da Folha de hoje:

"Expressões e palavras que entraram no vocabulário do brasileiro em 2006

Aloprado - Todo e qualquer petista que impede a vitória de Lula já no primeiro turno. Se não traz prejuízo eleitoral, passa a ser chamado apenas de "companheiro".

Eu não sabia - Expressão que deve ser usada para tentar convencer a opinião pública de que você não tem nenhum controle sobre o que fazem as pessoas que trabalham para você. Afinal, como é possível saber o que se passa na cabeça de um aloprado

Sanguessugas - Não se refere a atacantes gordos e fora de forma, mas a uma das máfias montadas para roubar dinheiro da Saúde. Análoga à máfia dos Vampiros ou à dos anões do Orçamento, empreendimentos suprapartidários que fazem da política brasileira um péssimo filme de terror.

Elite branca - Num país em que o líder do principal partido de esquerda diz que a "espécie humana caminha para o centro", não deveria causar espanto o fato de ter vindo de um governador do PFL, Cláudio Lembo (SP), a expressão que sintetizou e tornou consciente o aumento do conflito social e étnico na sociedade.

Destravar o Brasil - Depois de mais um ano em que a economia do país se comportou como a seleção de Carlos Alberto Parreira na Copa de 2006, este é o novo nome da fórmula mágica para o crescimento. Até agora, a comissão técnica de Lula não conseguiu chegar a uma conclusão sobre que esquema adotar. Alguns esperam que Delfim Neto surja como um Dunga da área e "tonifique" o PIB.

Nunca antes neste país - Nunca antes neste país um presidente usou tantas vezes a expressão "nunca antes neste país". É o modo petista de dizer que fez um choque de gestão à frente da Presidência.

Apagão aéreo - Expressão guarda-chuva, abriga as até pouco tempo também pouco conhecidas "transponder", "ponto cego", "controlador de vôo" e "plano de vôo". Provoca saudade do tempo em que "não decolar" era apenas uma metáfora para descrever o país.

Desligar o transponder - Gíria nova para enfiar o pé na jaca.

RDD e RBD - Não confundir "Regime Disciplinar Diferenciado", rígido sistema penitenciário que causa tanto pânico ao PCC quanto a organização criminosa provocou em São Paulo neste ano, com o grupo "teen" mexicano Rebeldes -embora alguns críticos desejassem aplicar o primeiro ao segundo.

Emo - Novo estilo de música e de comportamento entre os jovens. A atitude é próxima à do presidente Lula nas cerimônias de diplomação para a Presidência da República.

Deixa o homem trabalhar - Parece um lema pós-feminista, mas, como se sabe, é a fórmula que enaltecia o trabalhador Lula na campanha presidencial. Ajudou a destravar a votação.

Você foi mó rata comigo - Aos 64, Caetano Veloso, inmspirado em seu filho, continua liderando o movimento de emancipação masculina no país.

Eu sou o presidente da minha vida - Exemplo de atitude auto-ajuda do ano, o concorrente do programa "Aprendiz" encarou corajosamente o topete de Roberto Justus e "demitiu" o chefe. A idéia pode ter servido de inspiração para os controladores de vôo -e, segundo petistas, para os "aloprados".

Quadrado mágico - Nunca antes neste país jogadores de futebol se pareceram tanto com deputados federais. Muita atenção às próprias finanças, e pouca ao trabalho que era deles esperado.

Se ela dança, eu danço - Expressão "motivacional" do ano. Roberto Carlos (o cantor) gostou da idéia. Já Roberto Carlos (o lateral) ficou ajeitando o meião.

De onde veio o dinheiro? - Síntese da metafísica eleitoral tucana formulada pelo filósofo Picolé de Xuxu. Entrou para o rol das perguntas sem resposta, como "de onde viemos", "para onde vamos" e "que diabos estamos fazendo aqui".

Isso não te pertence mais - Bordão de "Zorra Total" e das perdas da classe média no governo Lula.

Fazer a Cicarelli - expulsar alguém de festa ou fazer sexo na praia. Fonte de problemas, nos dois casos. A moça devia deixar o pessoal se divertir mais, e vice-versa."

30 dezembro 2006

Multinacionais do Brasil


Em 2006, o recentemente superendividado (e caloteiro) Brasil passou a emprestar bilhões de dólares para países ricos . E foi o ano em que os investimentos de empresas brasileiras no exterior ultrapassaram os investimentos estrangeiros no Brasil. (...)

O segundo fato é o de que os investimentos das empresas brasileiras no exterior devem fechar o ano na casa dos US$ 26 bilhões. Enquanto isso, os estrangeiros terão injetado no Brasil pouco mais de US$ 18 bilhões. É a primeira vez que isso acontece desde que se começaram a fazer estatísticas sobre o comportamento da economia brasileira. A maior tacada aconteceu em novembro, quando a Vale do Rio Doce fechou a compra da canadense Inco, mineradora de níquel, por US$ 18 bilhões. Mas a Vale não está sozinha nisso. Além dela e dos grandes bancos brasileiros, estão despejando dólares no exterior Petrobrás, Votorantim, Gerdau, Embraer, AmBev, Odebrecht, WEG, Marcopolo, Natura, Multibrás, Embraco, Azaléia, Alpargatas... e a lista é enorme.

(...) Muda, também, a geografia da luta por vantagens comparativas e fatias de mercado: “A competição maior da Gerdau não é mais com a Companhia Siderúrgica Nacional, mas com a Arcelor; a da Embraer é com a Bombardier; a da Petrobrás, com as majors do petróleo; a concorrente principal da Odebrecht não é a Andrade Gutierrez, mas a Morrison Knudsen; a da AmBev não é nenhum cervejeiro nacional, mas os gigantes mundiais.”

Fonte: Estado de hoje, Celson Ming

Apple


Do Estado de S. Paulo de hoje

Jobs sabia da falsificação de documentos na Apple

(...) A Apple informou ontem à SEC, a comissão de valores mobiliários dos EUA, que seu presidente, Steve Jobs, tinha conhecimento das fraudes envolvendo a concessão de opções de ações a executivos da empresa. Mas, segundo a Apple, Jobs não se beneficiou financeiramente dessas operações nem “avaliou suas implicações contábeis”. A companhia disse ter total confiança na equipe de executivos.

A fraude cometida pela Apple é relativamente comum entre empresas americanas, principalmente as instaladas no Vale do Silício. Trata-se da vinculação de opções de ações a datas de concessão anteriores favoráveis, a fim de aumentar o prêmio de quem as recebe. A manipulação em si não é necessariamente ilegal, mas leis exigem que as companhias revelem adequadamente a prática em sua contabilidade e descontem qualquer encargo resultante.

(...)

No documento enviado à SEC, a Apple informa que a malversação envolvendo as opções resultará num encargo adicional de US$ 84 milhões. No seu relatório financeiro anual, adiado por causa da investigação sobre as opções, a empresa disse que os ganhos dos anos fiscais de 2006, 2005 e 2004 serão reduzidos em US$ 4 milhões, US$ 7 milhões e US$ 10 milhões, respectivamente.

A investigação interna de três meses levada a cabo pela empresa identificou casos nos quais as datas de concessão de opções foram escolhidas intencionalmente a fim de obter preços de exercício favoráveis. “A comissão especial, seu consultor independente e contadores forenses realizaram uma exaustiva investigação das práticas da Apple de concessão de opções de ações”, afirmaram, em comunicado conjunto, o ex-vice-presidente americano Al Gore, chefe da comissão especial, e Jerome York, chefe da Comissão de Auditoria e Finanças da Apple. Tanto Gore quanto York são membros da diretoria.

“O conselho de administração tem certeza de que a companhia corrigiu os problemas que levaram à revisão do balanço e tem total confiança em Jobs e na equipe executiva.” A fabricante do tocador de música iPod e dos computadores Macintosh é uma das mais proeminentes entre as cerca de 200 companhias que passaram a ser examinadas por causa da antedata de opções de ações. Dezenas de companhias já foram obrigadas a modificar suas declarações de ganhos, eliminando alguns dos lucros registrados, depois que suas manobras com opções de ações vieram à tona.

As investigações na Apple foram iniciadas em junho e, como resultado, a empresa adiou os relatórios do trimestre encerrado em 1º de julho e do ano fiscal terminado em 30 de setembro.