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21 dezembro 2006

Ainda o custo da Sarbox

Novos custos para as exportações

21/12/2006
Gazeta Mercantil

21 de Dezembro de 2006 - O mercado norte-americano ocupa espaço considerável na pauta de exportações brasileira. Principalmente como consumidor de produtos manufaturados, com maior valor agregado, o que significa empregos de melhor qualidade e maior geração de renda. Por este motivo, merece atenção o alerta do consultor Joel Stern de que mesmo com as sucessivas medidas tomadas pela Securities and Exchange Comission para abrandar as exigências da lei Sarbanes-Oxley, o quadro permanece pouco favorável para as empresas que pretendam "acessar o mercado dos EUA", especialmente as de menor porte.

O principal problema é o custo elevado da obediência desta lei, aprovada em 2002 para combater fraudes contábeis. Desde a implantação da Sarbanes-Oxley, as empresas norte-americanas reclamam do tempo gasto para o atendimento das exigências, em especial as determinadas pela chamada seção 404 do instrumento regulatório que obriga o uso de rígidos controles contábeis internos em todas as etapas de produção e comercialização das empresas. Estas exigências tornavam muito mais curto o prazo de informação periódica ao mercado, impondo rotação de auditorias e alterações de regras de operação e fiscalização dos conselhos de administração. A lei passou a exigir publicação antecipada de balanços trimestrais e anuais para as empresas de capital aberto com valor superior a US$ 75 milhões.

As demandas da Sarbanes-Oxley não se limitam às empresas norte-americanas. Toda companhia estrangeira que opera nas bolsas de valores dos EUA está submetida às mesmas exigências. O custo da implantação dos controles internos é alto, como já perceberam as empresas brasileiras com papéis negociados em Nova York. O custo inicial para atender às regras da seção 404 ultrapassa US$ 1 milhão, além de cerca de US$ 500 mil a cada ano. Na prática, como só grandes empresas conseguem atender tais exigências, a Sarbanes-Oxley acaba por impedir a presença das empresas menores no mercado americano.

(...)
A maior preocupação dos [NORTE-]americanos é a mudança de rota dos capitais na direção dos concorrentes. Em 2005, enquanto pouco mais de uma dezena de empresas brasileiras procuraram o mercado norte-americano, 48 companhias recorreram às bolsas européias. O lobby em Washington apresentou dados de que os "custos regulatórios" estão afastando investidores externos de Nova York.

(...)
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 2)

Incoerência


Do jornal Gazeta do Povo

"Cozinha do zoológico é ampliada para melhorar cardápio
O próximo passo, afirma o diretor, é informatizar a cozinha, ampliar as parcerias com universidades para que acadêmicos possam estudar a alimentação dos animais e capacitar os envolvidos no processo alimentar.
21/12/2006
Gazeta do Povo

Desde o dia 16, o Zoológico de Curitiba conta com uma nova cozinha para o preparo da ração dos animais. Segundo o diretor do zoológico, o zootecnista Marcos Traad, o objetivo era ampliar a área existente, melhorando a higiene, armazenamento, manipulação e distribuição de alimentos, além de permitir um planejamento de cardápio mais adequado para cada espécie. “Com a otimização dos custos, poderemos aplicar recursos na ampliação e melhoria dos recintos”, afirma Traad. A cozinha, que segue os padrões industriais, foi construída em 4 meses, com recursos próprios e com o auxílio de funcionários do parque."


Perguntar não ofende:

Como é possível "otimizar" custos com um nova cozinha, com cardápio mais adequada para cada espécie?

20 dezembro 2006

Best-selling


Os mais vendidos na matriz:

Hardcover novels:

1. For one more day - Mitch Albom
2. Beach Road - J. Patterson
3. Cell - S. King

Non Fiction

1. Marley & Me - John Grogan
2. Cesar´s Way - Cesar Millan e Melissa Jo Peltier
3. Freakonomics



No Brasil, os blogs mais visitados:

Interney aqui
Blog do Noblat aqui
Br-Linux aqui
Blue Bus aqui
Kibe Loco aqui
Jacare Banguela aqui
Josias de Souza aqui
Sedentário & Hiperativo aqui
Contraditorium aqui
Cocadaboa aqui

Costumo dar uma olhada diária no Blue Bus e no Noblat. São blogs de informação. O Kibe Loco tem muito plágio de outros blogs, mas não deixa de ser interessante. O Cocadaboa não tem sido atualizado, mas é inteligente.

Solucionado


Segundo o sítio Mahalanobis um dos grandes problemas da humanidade foi solucionado: a divisão de zero sobre zero.

Nova maneira de fazer multiplicação


Interessante. Clique aqui para ver

Economics discovers its feelings


Clique aqui para ler (em inglês) reportagem do The Economist de ontem

E aqui para ler reportagem do Valor Econômico de 21/12/2006 sobre contabilidade mental

Coersão social


Coerção social em comunidades de insetos

Fernando Reinach*

Para desgosto de alguns teóricos do socialismo, Darwin demonstrou que um dos motores da evolução é a competição entre os indivíduos de uma espécie. Nessa competição, os mais adaptados ao meio se reproduzem rapidamente, enquanto os menos adaptados acabam por se extinguir. Uma das dificuldades enfrentadas por Darwin foi encontrar explicação para a existência de animais sociais, como as abelhas, em que aparentemente a competição é substituída por uma cooperação de tal modo sofisticada que alguns membros da sociedade (no caso a casta das trabalhadoras) abdicam da capacidade de reproduzir para, num gesto altruísta, auxiliar na criação de seus irmãos.

Foi somente em meados do século 20 que um geneticista demonstrou que a melhor maneira de uma abelha trabalhadora transmitir seus genes para a próxima geração é abdicar da reprodução e ajudar na criação de seus irmãos, aumentando suas chances de sobrevivência. Como os irmãos compartilham genes com as trabalhadoras, a estratégia garante a sobrevivência dos genes das trabalhadoras. O fenômeno explica como o altruísmo é compatível com a competição.

ALTRUÍSMO E REPRESSÃO

Durante décadas se discutiu como a reprodução das trabalhadoras é bloqueada pela colônia. Sabemos que muitas trabalhadoras nem sequer tentam produzir ovos mesmo sendo férteis, o que sugere a existência de um “altruísmo voluntário”.

Por outro lado sabemos que uma pequena fração das trabalhadoras produz ovos, mas nesse caso os ovos são destruídos pelas outras trabalhadoras, um caso típico de coerção social. Agora, por meio de estudo comparativo, foi descoberto que provavelmente o mecanismo envolvido no bloqueio da reprodução das trabalhadoras é a “coerção” das demais trabalhadoras.

Foram comparadas dez espécies de insetos sociais. Para cada espécie foram determinados três parâmetros: a porcentagem das trabalhadoras que reproduzem, que varia de 0,075% na abelha comum, a Apis mellífera, até 30% em Polistes chinesis; a efetividade do coerção social, medida através da porcentagem dos ovos postos por trabalhadoras que são destruídos (varia de 30% a 100%); e, finalmente, a similaridade genética entre as trabalhadoras de uma colônia, que varia de 30% a 75% dependendo da freqüência com que a rainha mantém relações sexuais.

Se a causa principal que impede as trabalhadoras de se reproduzir fosse relacionada a uma forma de “altruísmo voluntário”, seria de se esperar que nas espécies em que a similaridade entre as trabalhadoras fosse maior, a porcentagem das trabalhadoras que reproduzem deveria ser menor, mas o que se observou foi exatamente o contrário. Por outro lado, se observou que nas sociedades em que o patrulhamento é mais eficiente, o número de trabalhadoras que se reproduz é menor. Esse resultado demonstra que o bloqueio da reprodução das trabalhadoras não se deve a um “altruísmo voluntário”, mas sim à coerção social.

Muitos criticaram o darwinismo por demonstrar que a competição, um mecanismo considerado por muitos de nós como politicamente incorreto, é uma das forças motrizes da evolução. Agora, mais uma vez, um mecanismo que nós humanos tenderíamos a considerar politicamente incorreto, a coerção social, parece ter um papel importante na evolução das sociedades de insetos.

Mais informações em Enforced altruism in insect societies, na Nature, volume 444, página 50, de 2006.


Estado de São Paulo, 20/12/2006