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21 dezembro 2006

Incoerência


Do jornal Gazeta do Povo

"Cozinha do zoológico é ampliada para melhorar cardápio
O próximo passo, afirma o diretor, é informatizar a cozinha, ampliar as parcerias com universidades para que acadêmicos possam estudar a alimentação dos animais e capacitar os envolvidos no processo alimentar.
21/12/2006
Gazeta do Povo

Desde o dia 16, o Zoológico de Curitiba conta com uma nova cozinha para o preparo da ração dos animais. Segundo o diretor do zoológico, o zootecnista Marcos Traad, o objetivo era ampliar a área existente, melhorando a higiene, armazenamento, manipulação e distribuição de alimentos, além de permitir um planejamento de cardápio mais adequado para cada espécie. “Com a otimização dos custos, poderemos aplicar recursos na ampliação e melhoria dos recintos”, afirma Traad. A cozinha, que segue os padrões industriais, foi construída em 4 meses, com recursos próprios e com o auxílio de funcionários do parque."


Perguntar não ofende:

Como é possível "otimizar" custos com um nova cozinha, com cardápio mais adequada para cada espécie?

20 dezembro 2006

Best-selling


Os mais vendidos na matriz:

Hardcover novels:

1. For one more day - Mitch Albom
2. Beach Road - J. Patterson
3. Cell - S. King

Non Fiction

1. Marley & Me - John Grogan
2. Cesar´s Way - Cesar Millan e Melissa Jo Peltier
3. Freakonomics



No Brasil, os blogs mais visitados:

Interney aqui
Blog do Noblat aqui
Br-Linux aqui
Blue Bus aqui
Kibe Loco aqui
Jacare Banguela aqui
Josias de Souza aqui
Sedentário & Hiperativo aqui
Contraditorium aqui
Cocadaboa aqui

Costumo dar uma olhada diária no Blue Bus e no Noblat. São blogs de informação. O Kibe Loco tem muito plágio de outros blogs, mas não deixa de ser interessante. O Cocadaboa não tem sido atualizado, mas é inteligente.

Solucionado


Segundo o sítio Mahalanobis um dos grandes problemas da humanidade foi solucionado: a divisão de zero sobre zero.

Nova maneira de fazer multiplicação


Interessante. Clique aqui para ver

Economics discovers its feelings


Clique aqui para ler (em inglês) reportagem do The Economist de ontem

E aqui para ler reportagem do Valor Econômico de 21/12/2006 sobre contabilidade mental

Coersão social


Coerção social em comunidades de insetos

Fernando Reinach*

Para desgosto de alguns teóricos do socialismo, Darwin demonstrou que um dos motores da evolução é a competição entre os indivíduos de uma espécie. Nessa competição, os mais adaptados ao meio se reproduzem rapidamente, enquanto os menos adaptados acabam por se extinguir. Uma das dificuldades enfrentadas por Darwin foi encontrar explicação para a existência de animais sociais, como as abelhas, em que aparentemente a competição é substituída por uma cooperação de tal modo sofisticada que alguns membros da sociedade (no caso a casta das trabalhadoras) abdicam da capacidade de reproduzir para, num gesto altruísta, auxiliar na criação de seus irmãos.

Foi somente em meados do século 20 que um geneticista demonstrou que a melhor maneira de uma abelha trabalhadora transmitir seus genes para a próxima geração é abdicar da reprodução e ajudar na criação de seus irmãos, aumentando suas chances de sobrevivência. Como os irmãos compartilham genes com as trabalhadoras, a estratégia garante a sobrevivência dos genes das trabalhadoras. O fenômeno explica como o altruísmo é compatível com a competição.

ALTRUÍSMO E REPRESSÃO

Durante décadas se discutiu como a reprodução das trabalhadoras é bloqueada pela colônia. Sabemos que muitas trabalhadoras nem sequer tentam produzir ovos mesmo sendo férteis, o que sugere a existência de um “altruísmo voluntário”.

Por outro lado sabemos que uma pequena fração das trabalhadoras produz ovos, mas nesse caso os ovos são destruídos pelas outras trabalhadoras, um caso típico de coerção social. Agora, por meio de estudo comparativo, foi descoberto que provavelmente o mecanismo envolvido no bloqueio da reprodução das trabalhadoras é a “coerção” das demais trabalhadoras.

Foram comparadas dez espécies de insetos sociais. Para cada espécie foram determinados três parâmetros: a porcentagem das trabalhadoras que reproduzem, que varia de 0,075% na abelha comum, a Apis mellífera, até 30% em Polistes chinesis; a efetividade do coerção social, medida através da porcentagem dos ovos postos por trabalhadoras que são destruídos (varia de 30% a 100%); e, finalmente, a similaridade genética entre as trabalhadoras de uma colônia, que varia de 30% a 75% dependendo da freqüência com que a rainha mantém relações sexuais.

Se a causa principal que impede as trabalhadoras de se reproduzir fosse relacionada a uma forma de “altruísmo voluntário”, seria de se esperar que nas espécies em que a similaridade entre as trabalhadoras fosse maior, a porcentagem das trabalhadoras que reproduzem deveria ser menor, mas o que se observou foi exatamente o contrário. Por outro lado, se observou que nas sociedades em que o patrulhamento é mais eficiente, o número de trabalhadoras que se reproduz é menor. Esse resultado demonstra que o bloqueio da reprodução das trabalhadoras não se deve a um “altruísmo voluntário”, mas sim à coerção social.

Muitos criticaram o darwinismo por demonstrar que a competição, um mecanismo considerado por muitos de nós como politicamente incorreto, é uma das forças motrizes da evolução. Agora, mais uma vez, um mecanismo que nós humanos tenderíamos a considerar politicamente incorreto, a coerção social, parece ter um papel importante na evolução das sociedades de insetos.

Mais informações em Enforced altruism in insect societies, na Nature, volume 444, página 50, de 2006.


Estado de São Paulo, 20/12/2006

Good Food?

Com este título a The Economist (9/12/2006) contesta aqueles que pensam que para salvar o planeta é necessário tomar algumas medidas como comprar produtos orgânicos, produtos que são socialmente responsáveis ou produtos locais.

Produtos orgânicos - Pelo argumento da revista, agricultura é essencialmente ruim para o meio-ambiente pois significa redução das florestas e desmatamento. Os métodos orgânicos possuem uma produtividade menor por área plantada, o que significa uma maior área desmatada a médio e longo prazo.

Produtos justos - Correspondem aos produtos que se propõe remunerar o produtor por uma parcela mais justa do seu esforço. Pesquisas mostraram que a parte maior do lucro dos produtos justos ficam com o comerciante. Além disto, remunerar agricultores estimulam a produzir mais de commodities cujo preço está em baixa.

Produtos locais - Enfatiza o consumo de produtos que foram cultivados por agricultores locais. Seu objetivo é reduzir o gasto no transporte de produtos distantes até o local de consumo. Pesquisas mostraram que o maior consumo de combustível ocorre no trajeto casa-supermercado feito pelo comprador. Ou seja, é uma atitude ineficiente. Além disto, já se mostrou que é mais eficiente consumir um produto cultivado em terras distantes mas que utiliza menor energia.