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10 dezembro 2006

Origens




Justiniano Henriques Tibúrcio deixou sua cidade natal, Santa Luzia (região metalúrgica) e migrou-.se para Patos (hoje Patos de Minas). Consta que tenha tomado tal atitude, deixando, inclusive estudos superiores, por desentendimentos com familiares. Casou-se com Maria Madalena, moça simples e muito dedicada à família, com quem teve prole numerosa. Dedicou-se à profissão de sapateiro (fabricante de sapatos e botinas sob medida) e, nas horas vagas foi também mestre-escola, nome dado aos professores de primeiras letras, na época. Numerosos de seus descendentes, mesmo não levando seu nome, se destacaram na Cidade de Patos de Minas: Dácio Pereira da Fonseca, advogado e professor, que foi Prefeito da Cidade; Eurípedes Gonçalves Martins, contador e empresário, foi Presidente da Associação Comercial e Industrial de Patos de Minas (primo e cunhado do anterior, Dácio). Ambos são visnetos de Justiniano Henriques Tibúrcio. Monsenhor Vicente Ambrósio dos Santos, sacerdote conceituado em Uberaba, onde é vigário da Paróquia de São Benedito, que é seu neto, filho de sua. filha Hermínia (e João Ambrósio dos Santos).

Maria Madalena, uma das filhas de Pé Justo (como era carinhosamente chamado o Sr. Justiniano acima referido), casou-se com o comerciante Zama Alves Pereira, com quem teve doze filhos. O Sr. Zama foi pessoa de destaque na comunidade patense, tendo sido Juiz de Paz durante algum tempo, época em que chegou a assumir as funções de Juiz Municipal, autoridade de quem o Juiz de Paz era o substituto legal. Embora vivendo em época em que não se dava o devido valor à educação e formação profissional qualificada, o Sr. Zama preocupou especialmente em proporcionar aos filhos esta formação. Vejamos: um médico, um dentista, um farmacéutico, dois advogados, três professoras. Dos quatro outros, uma faleceu em criança, um faleceu adolescente, um deixou os estudos de medicina por motivos de saúde o outro foi seu auxiliar no comércio e depois seu sucessor, não tendo prosseguido os estudos. Destaquemos as atuações de alguns deles: Da. Celcídia Alves Tibúrcio Campos, professora., foi a Diretora do então Grupo Escolar (hoje Escola Estadual de 1º e 2º Graus) “Marcelino de Barros” durante muitos anos. Omar Alves Tibúrcio, advogado, foi Diretor do Rádio Clube de Patos a que impulsionou e em cujos funções veio a falecer, além de advogado de renome, juntamente com seu irmão Zama Alves Tibúrcio. Ambos se dedicaram a causas cíveis. O Sr. Zama foi ainda Vereador à Câmara Municipal de Patos de Minas.


José Pereira, português, veio da Cidade de Guimarães e para se distinguir de outros Pereira, vindos de outras localidades, era chamado José Pereira de Guimarães. O local de origem acabou se incorporando ao nome, como aconteceu também com outros: Porto, Liboa, Coimbra, etc. quase sempre indicam a cidade de origem da família. José Pereira Guimarães era Capital da Guarda Nacional, amigo do Imperador Pedro II, chegou a arregimentar um bom contingente para a Guerra do Paraguai. Seguindo destino diferente de outros seus irmãos que vieram para o Brasil e ficaram em Cidades importantes, o Capitão Zé Pereira se embrenhou pelos sertões como um desbravador, fixando-se onde hoje é o Distrito de Santana de Patos. Tornou-se uma figura quase lendária pela bravura com que enfrentava seus adversários ou inimigos (coisa comum, na época. Mas especialmente ficou famoso pela perspicácia e inteligência com que intuía ou desconfiava de ciladas que lhes eram preparadas. Deixou prole numerosa.
Um seu neto, do mesmo nome e também Capitão da Guarda Nacional (que foi dissolvida, exatamente no seu tempo), Capitão José Pereira Guimarães, conhecido pela alcunha de JUCA MANDÚ, foi chefe político no mesmo distrito de Santana de Patos, sendo vereador por vários anos à Câmara Municipal de Patos de Minas. Em sua homenagem a Escola Estadual de 1º Grau de Santana de Patos e uma rua em Patos de Minas se chamam JUCA MANDU. Sempre se preocupou com o bem da comunidade e era pessoa muito querida. Um seu filho, Vicente Pereira Guimarães (Vicente Mandu) foi Prefeito de Patos de Minas de princípios de 1.948 a princípios de 1.951. Foi o primeiro Prefeito eleito depois do Estado Novo (período ditatorial implantado por Getúlio Vargas. Preocupou-se com escolas e estradas para a zona rural; água e eletricidade e esgoto nas sedes dos distritos; Urbanização da Cidade, fazendo ser elaborado uma planta Cadastral da Cidade em que previa a criação de um Parque Municipal onde tinha sido a Lagoa dos Patos que, drenada, se transformou em um brejal infestado de cobras e outros animais, bem no centro da Cidade. Este seu projeto não foi executado nas gestões subseqüentes, sendo o terreno correspondente invadido e nele criadas ruelas destoantes com a estrutura urbanística da Cidade. Infelizmente nem todos pensam de modo igual. Foi também o iniciador do asfaltamento da Cidade que, até então, tinha suas ruas todas com piso de terra batida. Para isto foi necessário refazer toda a rede de água e esgotos, pelo que foi impiedosamente criticado, devido o transtorno que as valas (necessárias para o serviço) causavam ao trânsito urbano.

Pedro Ferreira da Silva, também da Guarda Nacional, no posto de Tenente, era conhecido por Pedro Luiz, fazendeiro perto de Serra do Salitre (então distrito do Município de Patrocínio, hoje município autônomo).
Foi casado com Rita Francelina Leite, com quem teve 13 filhos. Ficando viúvo, casou-se com Rosa Cortes, irmã da primeira, com quem teve outros 17 filhos. Alguns destes filhos morreram em criança, mais a maioria chegou à idade adulta. Em reuniões de membros da Guarda Nacional formou conhecimento e amizade com o Capitão Juca Mandú, do que resultou troca de visitas (a família toda visitava a outra família). Hoje as localidades de Serra do Salitre e Santana dos Patos estão perto e de fácil acesso. Mas naqueles tempos eram dois dias de viagem a cavalo. Em marcha forçada, pode-se-ia fazer o percurso em um dia, desde que se saísse de madrugada. Destas visitas surgiu o namoro de José Pedra, primogênito de Pedro Luiz e Maria Delfina de São José (Maroca), filha primogênita de Juca Mandú. Casaram-se no dia 30 de julho de 1.911, ele com 24 anos e ela com 15. Tiveram 15 filhos. Alguns destaques Ana Guimarães Silva teve oportunidade de freqüentar aulas em escola particular em fazenda de parentes, juntamente com outros dois irmãos. Depois dedicou-se a ensinar os mais jovens, bem como a filhos de colonos. Os estudos primários recebidos nesta época valeram sobremaneira a todos. Com a falência (negócios de Zebu) a família ficou sem recursos financeiros. Aquele estudo serviu de base paro continuar e arrumar serviço para muitos dos filhos. O 7º filho, Gaspar Guimarães Silva foi pracinha na Força Expedicionária Brasileira, que lutou na Itália contra a prepotência de Hitler. Maria Teresa, a 10ª filha foi tabeliã no Distrito de São João de Serra Negra, Município de Patrocínio; Antonio Rafael da Silva, o único que pode estudar, formou-se em engenharia de minas e trabalhou nesta profissão até bem pouco tempo, na firma ALCAN (Alumínios Canadense). Fez cursos no exterior por diversas vezes (Alemanha, Japão e várias vezes no Canadá). É o mais novo, o l5º filho.

Baltazar Guimarães Silva, o 8º filho de José Pedro e Moroca, deixou de estudar (no Seminário) e, não tendo condições financeiras (coincidiu com a falência do Pai) foi ser funcionário da Prefeitura Municipal de Patos de Minas. Casou-se com Maria de Lourdes Alves Tiburcio, filha do Sr. Zama Alves Pereira, professora. Depois de 4 filhos fez o curso de Técnico em Contabilidade, estudando a noite e trabalhando durante o dia. Na profissão de contabilista (deixou a Prefeitura, naturalmente) teve oportunidade de ser Assessor da Associação Comercial e Industrial de Patos
de Minas, durante 20 anos. Ajudou a re-estruturar esta entidade pô-la a funcionar, pois já existia há 10 anos, mas quase nunca atuava, só esporadicamente. Iniciou a escrita da APAE, do Sindicato Rural, visando mais colaborar para que estas entidades pudessem sobreviver. Ajudou a fundar a Associação Profissional dos Contabilistas de Patos de Minas e, depois, a transformá-la em Sindicato. Depois de aposentado com 35 anos de serviço, ainda continuou por algum tempo, sendo compelido a parar por problemas visuais. Ajudou a fundar a Associação dos Aposentados e Pensionistas de Patos de Minas, especialmente na elaboração de seus Estatutos. Foi o Secretário Geral na Diretoria Provisória. É membro do Conselho Deliberativo e Segundo Secretário da Diretoria Executiva na Primeira Diretoria definitiva.
Tem cinco filhos de seu casamento, aos quais procurou dar condições de estudar, para o que contou com a boa vontade dos mesmos.

(Texto de Baltazar Guimarães Silva, para sua neta Caísa, de 1992. Na foto, Baltazar e Lourdes)

Crise aérea

O mais relevante foi dito na entrevista do dirigente da Vale


"Temos alguns problemas no Brasil que têm impacto lá fora. Como, por exemplo, a questão de segurança nos grandes centros urbanos e a crise de energia há alguns anos. Vira-e-mexe, temos problemas de natureza estrutural que influenciam a imagem brasileira."

O efeito da crise aérea


No Estadão de hoje:

"O caos da semana passada elevou o prejuízo das companhias aéreas para R$ 80 milhões, segundo estimativas preliminares do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea). Nos primeiros dez dias de crise, o prejuízo havia sido de R$ 40 milhões. 'Os problemas dos últimos dias foram bem mais graves', afirma o diretor de assuntos institucionais do Snea, Anchieta Hélcias.

Além dos prejuízos diários com atrasos e cancelamentos, as companhias estão perdendo receita com passageiros que desistiram de voar. No caso de TAM e Gol, houve ainda o impacto financeiro. Nos últimos três meses, desde o acidente com o Boeing da Gol, a perda de valor de mercado das ações das duas companhias juntas na Bovespa foi de R$ 5 bilhões.

O prejuízo das companhias aéreas se soma ao do setor de táxi aéreo, que fala em perdas de R$ 70 milhões, por conta das restrições impostas pelas Aeronáutica."


Além dos estragos diretos, o apagão aéreo também está afetando a economia

"Economistas consideram difícil estimar os prejuízos, mas no setor aéreo já se fala em perda de R$ 1 bilhão

(...) Segundo os analistas, a cadeia de contaminação do apagão aéreo é longa e tem como principal destaque o turismo - que já fala em uma perda de receita da ordem de R$ 1 bilhão. Empresas como as de transporte aéreo de cargas também estão sendo afetadas - mas aqui o prejuízo está concentrado mais no mercado doméstico do que na importação e exportação de componentes indústriais, uma vez que os vôos internacionais são menos afetados. Isso sem falar no prejuízo óbvio das companhias de aviação regular e de táxi aéreo, que calculam os prejuízos diretos em mais de R$ 150 milhões.

A dificuldade para mensurar o tamanho do impacto na economia deve-se, entre outros fatores, à pobreza de estatísticas do setor de turismo no Brasil. Nem mesmo a Embratur, órgão oficial do governo para a área, sabe informar qual sua participação no PIB. Extra-oficialmente, analistas dizem que esse porcentual varia entre 3% e 5%"


A crise é sentida no setor de turismo com as promoções inéditas de pacotes:

"Em plena alta temporada, a maior operadora de turismo do Brasil, a CVC, lançou uma grande campanha publicitária para anunciar descontos de até 20% em 10 mil pacotes turísticos, incluindo até mesmo noites de réveillon no Nordeste."

Quantos as exportações, os efeitos também são sentidos:

"Produtos que requerem agilidade e cuidados especiais, como as flores cultivadas em Holambra, no interior de São Paulo, chegam com pelo menos um dia de atraso, uma ameaça a contratos firmados com japoneses e americanos, caso o problema se agrave este fim de ano."

08 dezembro 2006

Impacto da crise aérea


Conforme noticiado aqui, a crise aérea está causando impacto no setor de turismo. O Estado de S Paulo de hoje informa que a crise provoca redução de 50% nos pacotes vendidos. O setor hoteleiro tem uma projeção de queda de 20%. (Observe a incoerência entre as duas informações...)

Ao mesmo tempo aumenta o número de reclamações no Procon contra as empresas aéreas.

Notícias breves

1. Novo contador - clique aqui para ler

2. YouTube de dados - projeto da Swivel pretende transformar-se no You Tube dos dados. Quem tiver uma base de dados pode colocar neste sítio. Clique aqui para ler

3. Contabilidade de clubes - Segundo a Folha de S. Paulo (8/12/2006), "apesar de a Timemania ter como objetivo principal o saneamento fiscal dos clubes de futebol, times que não têm dívidas poderão participar. A vantagem é que poderão utilizar livremente a sua parte na verba, sem a preocupação de saldar compromissos com o governo. (...) Além de ceder suas imagens, os times terão algumas obrigações. A partir do ano que vem, adotarão o balanço uniformizado de clubes, formatado pelo Conselho Federal de Contabilidade." (Sem-dívida pode aderir ao novo jogo)

4. Contabilidade de partidos políticos - O PT já admite que as contas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva podem ser aprovadas com ressalvas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na terça-feira. Isso porque os advogados do partido não alimentam esperanças de que, mesmo depois de terem retificado dados da contabilidade de campanha, a área técnica do tribunal vá alterar parecer em que sugere a rejeição das contas de Lula. O parecer dos técnicos serve como base para que os ministros do TSE decidam a questão. Eles podem segui-lo ou podem decidir de forma diversa. (...) No caso da Deicmar, os advogados do PT apostam que as contas serão "salvas" por um precedente da ministra Ellen Gracie, relatora da contabilidade de Lula em 2002. A resolução (nº 21.308) foi resgatada pelo PT e anexada ao termo de retificação. À época, Gracie relevou uma doação de R$ 50 mil da Associação Nacional de Factoring, "fonte vedada" pela Lei Eleitoral": O argumento dela foi que a quantia era "ínfima". Ou seja, Materialidade. (PT já admite aprovação do TSE com ressalvas, Folha de S. Paulo, Silvio Navarro)

5. A Comissão Européia extendeu o prazo para que empresas estrangeiras possam adotar os padrões contábeis por mais dois anos. A idéia é promover o uso do IFRS, mas de uma forma mais eficiente. Esta decisão está de acordo com o compromisso realizado entre o Iasb e o Fasb para convergência das duas normas para 2009.

6. Pensão - Segundo notícia da Reuters, o Britain's Accounting Standards Board (ASB) está incentivando os planos de pensão a apresentar maior transparência sobre como medem os custos.

O futuro da contabilidade


As seis maiores empresas de contabilidade do mundo (PricewaterhouseCoopers (PwC) International, Grant Thornton International, Deloitte, KPMG International and Ernst & Young) produziram um documento sobre a revolução na evidenciação contábil. (Clique aqui para ler o documento).

O título é “Global Capital Markets and the Global Economy: A Vision from the CEOs of the International Audit Networks,” o documento reune algumas das idéias que estes executivos têm sobre a contabilidade.

Uma das questões apresentadas é a possibilidade do investidor ter acesso, em tempo real, as informações da empresa. Outra questão apresenta é necessidade de apresentar, além do desempenho passado, a projeção do futuro baseado na informação financeira, inclusive intangível.

Outra questão é a necessidade de convergência das normas internacionais.

O relato enfatiza a necessidade de adotar a Global XBRL Initiative. No mundo, segundo o relatório, mais de 40 mil empresas já usam o XBRL para colocar seus dados.

Vale briga com os chineses


Além de discutir com os chineses sobre o reajuste do minério no próximo ano, a Vale enfrenta os chineses na África (Vale briga com a China por espaço na África, Estado de S. Paulo, 08/12/2006, de Jamil Chade). A China busca na África os recursos minerais que precisa. A reportagem narra o caso do Gabão:

"Um funcionário do alto escalão do governo do Gabão na Organização das Nações Unidas (ONU) informou ao Estado que a Companhia Vale do Rio Doce estava suspendendo suas atividades no país. A empresa teria revisto seus plano de exploração de manganês, setor que é tido como uma grande esperança no Gabão para gerar novos recursos ao país.

Um dos motivos que levou a Vale a desistir no momento de investir no país africano teria sido o fato de ter perdido um dos contratos mais cobiçados na África em 2006. A mina de ferro de Belinga, no norte do Gabão, acabou nas mãos de um consórcio chinês. Há cerca de três meses, o governo do Gabão optou pelos investimentos da China, apesar da proposta feita pela Vale do Rio Doce.

A Vale nega que esteja desistindo de investir no Gabão. A empresa informa que, apesar da perda do concorrência para a mina de Belinga, ainda mantém projetos de pesquisa de manganês e cobre no país.

Os investimentos em um complexo siderúrgico no Gabão seriam de quase US$ 3 bilhões, incluindo a construção de um porto, mais de 500 quilômetros de ferrovia e uma hidrelétrica para alimentar a produção."