07 dezembro 2006
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06 dezembro 2006
Sustentabilidade
Reportagem do Estado, sobre o ISE da Bovespa. Nestes casos a propaganda é pela "empresa do bem" versus a "empresa do mal". Será que a regressão à média não funciona no mercado também? Ou seja, as empresas que são hoje consideradas no índice serão também rentáveis amanhã?
Com o aval da Bolsa de Valores
Aumenta número de companhias no índice de sustentabilidade empresarial da Bovespa
Andrea Vialli
Os investimentos feitos em empresas 'socialmente responsáveis' - aquelas com preocupações sociais e ambientais - ganham impulso no Brasil. Na semana passada, entrou em vigor a nova carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa, que reúne empresas que aliam preocupação socioambiental a um bom desempenho econômico. Foi a primeira revisão da carteira do índice, que passou de 28 para 34 empresas listadas. São 43 ações, de setores como financeiro, energia elétrica, siderurgia e papel e celulose, entre outros.
Embora ainda bastante nova, a carteira sustentável da Bovespa já segue uma tendência de maior valorização das ações em relação ao índice da bolsa - fato que ocorre também com o índice de sustentabilidade Dow Jones, da Bolsa de Nova York, que chega ter valorização 30% superior em relação índice convencional. 'No acumulado de 2006, o ISE teve uma valorização de 28,8%, superior à registrada pelo índice Ibovespa, que foi de 25,3% no período', diz Ricardo Nogueira, superintendente executivo de Operações da Bovespa.
O lançamento da carteira, em dezembro do ano passado, fez com que vários bancos lançassem fundos de investimentos atrelados ou inspirados no ISE. ABN Amro Real, Bradesco, Itaú, HSBC, Banco do Brasil e Safra têm fundos com esse perfil. 'Pela primeira vez, os fundos que operam no Brasil com o conceito de investimentos socialmente responsáveis ultrapassaram R$ 500 milhões em recursos de terceiros', diz Nogueira.
A entrada de empresas de setores como petróleo e gás (Petrobrás) e siderurgia (Acesita e Gerdau) tornou a carteira do ISE mais diversificada, na avaliação de Alex Carpenter, diretor de renda variável do HSBC Investiments, que tem entre seus produtos financeiros um fundo de investimento atrelado ao ISE. Antes, a maior parte das ações do ISE era de bancos.
A rentabilidade do fundo, segundo Carpenter, foi de 32,11%, no acumulado de 2006, e o patrimônio líquido administrado ficou em R$ 42 milhões. No entanto, boa parte da rentabilidade do fundo se deve ao bom desempenho do setor financeiro. 'O fundo teve rentabilidade, independentemente do foco na sustentabilidade. Havia muitos bancos na primeira carteira', diz. Ele acredita, no entanto, que em um segundo momento o investidor brasileiro tenderá a valorizar os conceitos de sustentabilidade. 'Lá fora, isso virou moda entre os investidores institucionais, como fundos de pensão, e isso deve se repetir por aqui', diz.
Roberto Gonzalez, assessor de sustentabilidade da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), afirma que já existe interesse de fundos de pensão, como Previ, Petros e Valia, em investir em empresas focadas em sustentabilidade. 'As próprias empresas já incorporaram o conceito em seus processos produtivos, e a nova carteira reflete isso, com a entrada de grupos com visibilidade internacional como Petrobrás e Gerdau', diz Gonzalez.
CRITÉRIOS
Para compor o índice, as empresas são selecionadas a partir de uma análise de sua rentabilidade e de como lidam com questões socioambientais, feita por meio de um questionário com 150 perguntas que é enviado às companhias. Entram no índice as empresas que conseguem boa pontuação em todos os aspectos avaliados.
'Não adianta a empresa ter um bom desempenho ambiental se ela não for rentável, e vice-versa. E não adianta ter boa liquidez, se ela tem questões trabalhistas pendentes', explica Mário Monzoni, professor do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (CES/FGV), um dos responsáveis pela elaboração do questionário enviado às companhias.
Mercado para tudo
No blog Marginal Revolution postam artigos com a denominação "Mercado para tudo". Nossa versão tupiniquim é a seguinte (Estado, 6/12/2006, p. c7):
Direção queria vender ONG de Campinas por R$ 100 mil
Primeira parcela venceria 30 dias após assinatura de contrato com a SAP
Marcelo Godoy
Um negócio como qualquer outro. Era isso que diretores da organização não-governamental Associação Comunitária Brasileira na Defesa da Consciência da Cidadania (Ascombras) queriam fazer quando decidiram vender a ONG. Para tanto, um contrato previa o pagamento de R$ 100 mil em cinco parcelas iguais. A primeira venceria 30 dias após a 'assinatura de convênio para administração do Centro Hospitalar das Penitenciárias, entre as Ascombras e a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP)'.
O contrato da Ascombras com a SAP é um dos 13 feitos com ONGs que foram cancelados durante a investigação feita pelo secretário da Administração Penitenciário, Antônio Ferreira Pinto, revelada ontem pelo Estado. Contratos com outras três unidades prisionais estão sob suspeita. Ao todo, dez ONGs administravam 9,6 mil presos. Os convênios assinados somavam R$ 31,4 milhões.
O contrato de venda da Ascombras, que consta do dossiê de Ferreira, previa que o presidente da entidade ia substituir a 'atual diretoria e o Conselho Fiscal' e renunciar ao cargo de presidente 'no ato de assinatura do convênio'. O desligamento seria 'irrevogável de qualquer função ou cargo na mesma'. Segundo o relatório de Ferreira, o contrato evidencia 'a aventura irresponsável da administração pública na manutenção'. A transação não se realizou porque os diretores mudaram de idéia após a assinatura de convênio em 2005 para cuidar das 729 presas da Penitenciária Feminina de Campinas em vez do centro hospitalar.
No dossiê sobre a Ascombras há ainda notas fiscais frias apresentadas pela ONG. Elas encobririam gastos fictícios com computadores, reformas de presídio e compra de alimentos. São casos em que nos endereços dos fornecedores existem outras empresas, ou o prestador do serviço não é conhecido no local informado pela nota.
O caso da Ascombras é o primeiro em que o ex-secretário Nagashi Furukawa admite a possibilidade de irregularidades. Ele disse que tomou conhecimento em março do caso por meio de relatório do então coordenador de presídios, Hugo Berni Filho. O ex-secretário disse que se reuniu com a direção da ONG e ordenou a imediata prestação de contas sobre os gastos, pois até aquele momento, desde a assinatura do convênio, a entidade não havia feito isso.
Segundo a apuração feita na SAP por Ferreira, foram achadas 44 notas frias. Elas justificaram, por exemplo, o pagamento de R$ 5,7 mil a um pedreiro de São Paulo, que devia fazer um serviço em Campinas. No endereço da nota não havia ninguém com o nome do pedreiro. O mesmo expediente foi usado para justificar mais R$ 48 mil gastos.
Também foram constatadas cinco notas falsas para cobrir gastos de R$ 40,6 mil com materiais de informática. A empresa que supostamente vendeu os equipamentos em 2005 está inapta desde 2004 no Cadastro nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ). No endereço da empresa, na Rua Santa Ifigênia, funciona outra loja, que não vende material de informática. Há ainda uma dezena de notas fiscais de uma empresa de materiais escolares para justificar a aquisição de alimentos.
Por fim, a ONG juntou ainda notas de uma empresa chamada Sermix, em cujo endereço na Cidade Dutra, zona sul de São Paulo, não está estabelecida. As notas nesse caso justificaram gastos de R$ 32 mil.
Furukawa, que anteontem disse ao Estado por a mão no fogo pelos diretores das ONGs, voltou atrás ontem. 'Não posso pôr a mão no fogo por essa ONG. Não sei nem mesmo se foram os meus assessores que descobriram as notas frias e as indicaram para a atual administração', afirmou.
Lei do contador terá consulta pública
Conforme notícia do Valor Econômico de ontem (Lei do contador vai a consulta pública)
A proposta de projeto de lei a ser encaminhada ao Congresso Nacional para modificar a legislação que regulamenta a profissão dos contadores deverá ser colocada em audiência pública em todos os Estados da federação a partir do dia 12 de dezembro. (...) O setor até hoje obedece às regras previstas no Decreto-Lei nº 9.295, de 1946.
(...) Um dos pontos que deverá suscitar maior polêmica é com relação à reserva de mercado. A proposta tende a excluir os técnicos de contabilidade da carreira.(...) a existência de três vertentes possíveis: de elevação ao status de graduação para quem quiser manter o registro, de preservação apenas dos atuais técnicos, sem a inclusão de novos contadores sem graduação, e de que técnicos só poderão ter o registro de contadores com um determinado tempo de exercício profissional.
Os conselhos também querem passar a exigir um exame de qualificação para a profissão - à semelhança do que faz a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) - com exame de atualização a cada dois anos. O CFC já tentou instituir a prova em 1999, mas a exigência foi derrubada na Justiça por ser instituída por resolução, e não por lei, como querem agora os conselhos."
A proposta de projeto de lei a ser encaminhada ao Congresso Nacional para modificar a legislação que regulamenta a profissão dos contadores deverá ser colocada em audiência pública em todos os Estados da federação a partir do dia 12 de dezembro. (...) O setor até hoje obedece às regras previstas no Decreto-Lei nº 9.295, de 1946.
(...) Um dos pontos que deverá suscitar maior polêmica é com relação à reserva de mercado. A proposta tende a excluir os técnicos de contabilidade da carreira.(...) a existência de três vertentes possíveis: de elevação ao status de graduação para quem quiser manter o registro, de preservação apenas dos atuais técnicos, sem a inclusão de novos contadores sem graduação, e de que técnicos só poderão ter o registro de contadores com um determinado tempo de exercício profissional.
Os conselhos também querem passar a exigir um exame de qualificação para a profissão - à semelhança do que faz a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) - com exame de atualização a cada dois anos. O CFC já tentou instituir a prova em 1999, mas a exigência foi derrubada na Justiça por ser instituída por resolução, e não por lei, como querem agora os conselhos."
Itaú é o maior Banco?
Reportagem de hoje do Estado contesta a notícia que o Itaú é o maior banco do País ( Bradesco ainda é o maior, garante a Austin Rating, de Leandro Modé, Milton F. da Rocha Filho).
Para a Austin Rating o Bradesco ainda é o maior banco privado do País em ativos pois o Banco Central não leva em consideração os balanços consolidados.
'Os balanços consolidados do trimestre encerrado em setembro ainda colocam o Bradesco como a principal instituição privada do País em ativos, que é o único critério reconhecido em vários países desenvolvidos para esse tipo de mensuração', disse o presidente da Austin, Erivelto Rodrigues. para a reportagem.
O Bradesco não entrou na polêmica, mas o Itaú considera que o ranking do Banco Central é o correto. Segundo a reportagem,
O chefe do departamento do BC responsável pelo ranking, Cornélio Pimentel, explicou ao Estado que a diferença entre os números do levantamento da instituição e os divulgados nos balanços devem-se a questões metodológicas.
Entre outros pontos, ele observou que o BC não inclui as empresas não financeiras no cálculo dos ativos. Isso significa que estão excluídas operações de seguradoras, participação em indústrias ou empresas agropecuárias.
Para a Austin Rating o Bradesco ainda é o maior banco privado do País em ativos pois o Banco Central não leva em consideração os balanços consolidados.
'Os balanços consolidados do trimestre encerrado em setembro ainda colocam o Bradesco como a principal instituição privada do País em ativos, que é o único critério reconhecido em vários países desenvolvidos para esse tipo de mensuração', disse o presidente da Austin, Erivelto Rodrigues. para a reportagem.
O Bradesco não entrou na polêmica, mas o Itaú considera que o ranking do Banco Central é o correto. Segundo a reportagem,
O chefe do departamento do BC responsável pelo ranking, Cornélio Pimentel, explicou ao Estado que a diferença entre os números do levantamento da instituição e os divulgados nos balanços devem-se a questões metodológicas.
Entre outros pontos, ele observou que o BC não inclui as empresas não financeiras no cálculo dos ativos. Isso significa que estão excluídas operações de seguradoras, participação em indústrias ou empresas agropecuárias.
05 dezembro 2006
Críticas a SOX
Na Folha de S. Paulo de hoje Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, num artigo denominado "O controle do controle do controle" diz que:
"Normas de governança são novidade admirável na área corporativa. Mas excessos de burocracia são retrocessos (...)
NÃO VI em jornais brasileiros nenhuma referência a declarações feitas na semana passada pelo ex-presidente do banco central americano Alan Greenspan sobre a Lei Sarbanes-Oxley. (...)
Greenspan disse que a maior parte dessa lei americana, que estabeleceu regras de governança corporativa, é "criadora de custos sem benefícios". Ele tem uma forma jocosa de encarar o problema. Acha que todo o processo de contabilidade imposto pela lei é essencialmente um passatempo que desvia as atenções dos principais executivos das tarefas que eles efetivamente devem realizar, como projetar investimentos.
(...) É uma ótima lei. Ninguém pode ser contra normas que defendam ética, transparência e combate a fraudes. Ocorre que o conjunto de controles internos criados pela SOX gera um sem-número de burocracias de contabilidade que representa enormes aumentos de custos para as empresas e de receitas para os auditores. Segundo a Financial Executive International, uma entidade mundial que reúne diretores financeiros, uma empresa de capital aberto precisa gastar em média US$ 4 milhões por ano para cumprir a lei.
Nada contra as normas de governança. Elas representam uma novidade admirável deste novo século na área corporativa. Mas os excessos de burocracias significam retrocesso. Pela lei, a eficácia operacional das atividades de controle, por exemplo, precisa ser avaliada por equipes que gerenciam os programas de controle. Essas são controladas pelas auditorias independentes. Ou seja, criou-se o controle do controle do controle, com custos e burocracias que atrapalham a funcionalidade das empresas. "
"Normas de governança são novidade admirável na área corporativa. Mas excessos de burocracia são retrocessos (...)
NÃO VI em jornais brasileiros nenhuma referência a declarações feitas na semana passada pelo ex-presidente do banco central americano Alan Greenspan sobre a Lei Sarbanes-Oxley. (...)
Greenspan disse que a maior parte dessa lei americana, que estabeleceu regras de governança corporativa, é "criadora de custos sem benefícios". Ele tem uma forma jocosa de encarar o problema. Acha que todo o processo de contabilidade imposto pela lei é essencialmente um passatempo que desvia as atenções dos principais executivos das tarefas que eles efetivamente devem realizar, como projetar investimentos.
(...) É uma ótima lei. Ninguém pode ser contra normas que defendam ética, transparência e combate a fraudes. Ocorre que o conjunto de controles internos criados pela SOX gera um sem-número de burocracias de contabilidade que representa enormes aumentos de custos para as empresas e de receitas para os auditores. Segundo a Financial Executive International, uma entidade mundial que reúne diretores financeiros, uma empresa de capital aberto precisa gastar em média US$ 4 milhões por ano para cumprir a lei.
Nada contra as normas de governança. Elas representam uma novidade admirável deste novo século na área corporativa. Mas os excessos de burocracias significam retrocesso. Pela lei, a eficácia operacional das atividades de controle, por exemplo, precisa ser avaliada por equipes que gerenciam os programas de controle. Essas são controladas pelas auditorias independentes. Ou seja, criou-se o controle do controle do controle, com custos e burocracias que atrapalham a funcionalidade das empresas. "
Outras notícias
1. Ibovespa bate recorde - A Ibovespa fecha a segunda acima de 46.500 pontos. Isto significa alta de 1,72% em dezembro e de 27,50% em 2006.
2. Empresas aéreas tentam superar a crise - A TAM conta com novos perfis de tarifas. A Gol prefere concentrar nos clientes corporativos. A estratégia da TAM pode reduzir os custos do programa de milhagem. Segundo informa o Estado hoje, previsão de especialistas mostram que a ocupação média das empresas caiu para 67%, quase 8% abaixo do registrado até outubro.
3. A Telemar marcou para 15 de dezembro a assembléia geral extraordinária para sua reformulação e ingresso no Novo Mercado.
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