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25 novembro 2006

Unibanco e Nacional

Na terça-feira os jornais econômicos noticiaram um acerto entre o Unibanco e o Banco Nacional. Quando o Unibanco comprou a parte boa do Banco Nacional, no final de 1995, as relações entre os controladores de ambas as instituições ficaram estremecidas. A reaproximação é interessante para ambas as partes, mas o acerto final depende do Banco Central.

A questão contábil diz respeito ao valor do passivo do Nacional com o Bacen e a forma com deve ser corrigido no tempo. A posição que favorece ao Unibanco seria o passivo ser corrigido pela TR; o Banco Central entende que o passivo deve ser corrigido pelo valor das garantias mais 2%.

Decisões judiciais anteriores favorecem ao acordo entre os bancos. Para o Unibanco, o acordo pode trazer uma vantagem adicional: fica com os créditos tributários.

Clique a seguir para ler as notícias

Unibanco acerta compra do Nacional – Valor Econômico de 21/11/2006

Magalhães Pinto e Unibanco fazem acordo sobre o Nacional – Jornal do Commercio de 21/11/2006
Moreira Salles espera solução para Nacional - Valor Econômico – 24/11/2006

Unibanco nega compra da parte podre do Banco Nacional - Gazeta Mercantil 24/11/2006

24 novembro 2006

Vínculo entre conhecimentos

Não é possível nos dias atuais uma pessoa acreditar que o seu conhecimento de uma determinada área deve ficar restrito ao que acontece naquela área. A transição entre os conhecimentos é continua e por esta razão este espaço fala também de economia, administração, direito etc.

A figura mostra o mapa da cidade de Tel Aviv, onde as cores escuras representam as áreas iluminadas. O sítio Urban Economics utiliza esta imagem para mostrar como é difícil definir o que é área urbana e os seus limites. Alguns espaços em branco mostram a inexistência de prédios; outros é um espaço tão pequeno que poderia ser classificado como zona urbana.



O sítio mostra que é possível utilizar o conceito de fractal para identificação de autosimilaridade. O conceito de fractal tem sido utilizado em diversas ciências.

Poderíamos utilizá-lo na contabilidade financeira? Marcia Athayde mostrou em sua brilhante dissertação de mestrado que o conceito de fractal tem sido usado para pesquisa sobre preços de ativos. Mais especificamente, Márcia trabalhou com preços de cobre e tentou, com as teorias de fractais, determinar se era possível estimar os valores deste ativo.

Como estamos partindo para uma contabilidade a valor justo, a utilização de ferramentas como a teoria dos fractais pode ser interessante para os novos desafios.

23 novembro 2006

Preço da ação e conflito 02


Outra reportagem, agora do Valor Econômico de 21/11/2006, sobre mesmo assunto:

Custo dos conflitos Por Catherine Vieira
Os analistas sempre observaram que as disputas societárias entre acionistas controladores e minoritários puniam as cotações em bolsa dos papéis das companhias em litígio. Agora, pela primeira vez, um trabalho acadêmico avalia o efeito que as notícias sobre esses conflitos têm sobre as ações. No trabalho "Impacto da Divulgação de Disputas entre Acionistas Controladores e Minoritários sobre o Preço das Ações no Brasil", o professor da FEA-USP, Alexandre Di Miceli contabiliza o tamanho do dano em 22 empresas envolvidas em disputa societária entre 2000 e 2006. A perda média ocasionada pelo impacto das notícias foi de 7%. Quando analisados os sete principais conflitos, essa perda média eleva-se para 21%.

O trabalho não analisa cada empresa de forma isolada. "Pretendemos fazer isso nas próximas pesquisas, mas a título de exemplo, pegamos um caso como o da Cosipa, que ocorreu em 2001, e notamos que a desvalorização média foi de 4% ao dia e no acumulado chegou a 60%", diz o autor.

O professor da FEA esclarece que essas perdas referem-se ao chamado retorno anormal negativo, ou seja, a variação das ações nos períodos menos a variação esperada. "Esse retorno esperado é obtido por meio de uma regressão da correlação do papel com o Índice Bovespa", explica Miceli. O mecanismo é utilizado para evitar distorções. "Não adianta dizer que a ação caiu no dia seguinte a uma notícia sobre conflito, é preciso ver o que ocorreu com o mercado".

O trabalho, elaborado com auxílio dos alunos Armando Dias Junior e Antoninno Matazzo e que acaba de ser premiado pelo Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças (Ibef), seção São Paulo, analisa 26 eventos de conflitos societários por meio de notícias nos principais meios de comunicação via internet. "Analisamos apenas a primeira notícia relativa ao conflito e, com isso, chegamos a esse conjunto final de 26 notícias", diz. "Inicialmente coletamos 170, mas reduzimos também em função de outros eventos que poderiam estar influenciando as companhias naquele momento". Foram eliminadas companhias cujas ações têm baixíssima liquidez na bolsa.

O estudo analisa o comportamento das ações num intervalo de 16 dias, sendo cinco antes e dez depois da data de publicação da notícia. Também são comparados com a variação dos papéis nos 50 pregões anteriores à publicação. As disputas envolviam problemas como a troca de ações em condições desfavoráveis, cisão, incorporação, fechamentos "brancos" de capital, diluição e desrespeito a direitos de minoritários. "Nota-se que o poder da notícia é bastante grande, uma vez que muitos dos conflitos sequer estavam na esfera judicial", diz.

Dos 26 conflitos analisados, a maior parte está em empresas do setor de telecomunicações (8). Em seguida vêm os setores de química (5), siderurgia (5), energia elétrica (3), finanças e seguros (2), alimentos e bebidas (1), papel e celulose (1) e outros (1). "O fato de haver mais conflitos nas teles pode ser resultado de vários fatores", analisa Miceli. "É um setor com problemas decorrentes das estruturas de governança criadas nas privatizações e também é um segmento com muitas empresas grandes e de alta liquidez na bolsa".

Chamou também a atenção dos pesquisadores o fato de que o efeito negativo sobre as ações começa cerca de três dias antes da veiculação da notícia e se acentua até o dia seguinte da data de publicação. "Muitas vezes pode não ser exatamente um 'insider', mas investidores mais qualificados que percebem uma informação antes dos demais", avalia Miceli. Segundo ele, os papéis tendem a ensaiar uma recuperação no segundo e no terceiro dias, mas em seguida novo movimento de desvalorização ocorre. "Isso pode eventualmente ser causado por investidores institucionais, como fundos de pensão, que exigem um tempo um pouco maior para tomada de decisões".

Segundo o professor, os chamados "conflitos de agência" (nome técnico para esses embates) vêm sendo cada vez mais estudados no mundo à medida que a idéia do impacto positivo das práticas de governança ganha espaço. Nos países mais desenvolvidos, porém, onde boa parte das companhias têm controle difuso, essas disputas são entre os executivos que as comandam. "No entanto, habitualmente os estudos testam mais o impacto que podem ter a adoção de boas práticas de governança e, nesse trabalho, procurei fazer o caminho oposto e observar os problemas que podem decorrer da ausência destas práticas", explica.

Outra conclusão é a de que os conflitos não vêm se reduzindo com o tempo. Em 2001, foram observados três conflitos relevantes, mas em 2002 o número elevou-se para seis. Em 2003, foram quatro disputas societárias, número que voltou a subir para seis em 2004. O destaque positivo do ano de 2005, em que apenas duas brigas tiveram início, de acordo com o trabalho, logo se desfez este ano. Em 2006, até setembro, foram registradas cinco disputas. "Apesar de todo o movimento orientado para a adoção de boas práticas de governança, não se pode afirmar que os conflitos vêm diminuindo".

Entre as empresas analisadas estão: AmBev, Arcelor, Bamerindus, Biobrás, Bombril, Banco do Brasil, Brasil Telecom, Cataguazes Leopoldina, Cosipa, Eletrobrás, Enersul, Gerdau, Petroquisa, Rhodia Ster, Ripasa, Sanepar, CSN, Tele Centro Oeste Celular, Telefonica Data Holding, Telemar Norte Leste, Tele Norte Leste, Telesp Celular e TIM Participações.

Valor Economico - 21/11/2006

Preço da ação e Conflito 01


Reportagem da Gazeta de 21/11/2006:

Governança Corporativa - Notícia de conflito nas empresas faz ação cair São Paulo, 21 de Novembro de 2006 - O ano de 2006 vai passar para a história empresarial brasileira como o ano da governança corporativa. Nunca se discutiu tanto sobre o tema e nunca tantas companhias se mostraram abertas à busca de transparência, como mostra o aumento das discussões em público de conflitos de interesse envolvendo controladores e acionistas minoritários.

Este ano, o número de conflitos divulgados pela imprensa deve bater recorde. Já foram registradas oito ocorrências, entre elas Telemar e Arcelor, para citar as que mais fizeram barulho na mídia. Na avaliação do professor Alexandre Di Miceli, da Faculdade de Economia da USP, o aumento reflete um maior acompanhamento das empresas por parte de analistas de mercado e indica ainda que o público e a mídia estão mais atentos ao comportamento empresarial.

Miceli foi um dos vencedores do "Prêmio Revelação em Finanças Ibef-SP/KPMG", de 2006, com um estudo onde mostra, usando metodologia estatística, o rombo provocado pela falta de governança corporativa no bolso dos stakeholders (acionistas, fornecedores, consumidores). Segundo o estudo - realizado no período de 2000 e 2006, com base em 26 anúncios veiculados na imprensa, envolvendo 22 empresas -, as ações negociadas em Bolsa perdem em média 7% de seu valor nos dez dias após a divulgação do conflito.

Pesquisa com 22 companhias mostra que, na média, há perda de 7% no valor de mercado. O professor da FEA/USP, Alexandre Di Miceli foi premiado pelo estudo "Impacto das Divulgações de Disputas entre Acionistas e Controladores e Minoritários sobre o preço das Ações", onde demonstra, usando metodologia estatística, o rombo provocado pela falta de governança corporativa no bolso de todos os stakeholders.
O estudo, realizado no período de 2000 e 2006 , com base em 26 anúncios veiculados na imprensa, envolvendo 22 empresas, constatou que as ações negociadas em bolsa perdem, em média, 7% de seu valor nos dez dias após o nome da empresa aparecer na mídia. Entre os casos estudados, o da Cosipa foi o mais alarmante: a empresa chegou a perder 60% do seu valor de mercado.
"Esse resultado corroborou fortemente a hipótese do estudo de que o mercado reage de maneira brusca e negativa a notícias de disputas entre controladores e minoritários e outros conflitos", afirma Miceli.
Número de ocorrências
O setor econômico com maior número de ocorrências, conforme o estudo, foi o de telecomunicações, seguido pelos de química e siderurgia e metalurgia, com cinco ocorrências cada um. Os três foram responsáveis por 70% dos conflitos analisados.
A privatização esteve no centro dos conflitos apresentados por esses setores. Da maneira como foi realizada, criou estruturas de controle nebulosas. De acordo com Miceli, os principais conflitos apresentados pela amostra estudada foram: mudanças no bloco controlador; fechamento "branco" de capital; desrespeito aos direitos dos acionistas minoritários e transações duvidosas.
Como exemplo de transações duvidosas, o estudo cita o caso a multa que a Telefônica levou da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por deixar de convocar uma assembléia geral de acionistas para aprovar um contrato com a empresa do mesmo grupo, a Atento, para prestação de serviços de tele-atendimento.Concentração no Brasil
Um outro aspecto relevante do estudo diz respeito à estrutura de propriedade das empresas componentes da amostra. A existência de uma forte concentração de propriedade em países emergentes era esperado. No entanto, o Brasil tem uma concentração acima do esperado. "Aqui para uma pessoa ou grupo se tornar controlador de uma empresa é necessário possuir 50% das ações com direito a voto (ordinárias), mais uma, o que pode ser alcançado com um percentual bem inferior a 50% do capital total da companhia", conta.
Por outro lado, as empresas com menor concentração do direito de voto por um controlador, menor nível de endividamento, emissoras de ADR, maior tamanho e com ações mais líquidas apresentaram, em média, melhor desempenho, conforme o estudo do professor Miceli.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1 e B3)(Lucia Rebouças) - 21/11/2006

Vale x Funai


Notícia do Estado de hoje sobre o conflito entre Vale e Funai:

Funai e MP vão à Justiça contra Vale

A disputa entre a Companhia Vale do Rio Doce e a Fundação Nacional do Índio (Funai) ganhou novo capítulo com um pedido de liminar à Justiça Federal de Marabá. Junto com o Ministério Público, a Funai pede que a Vale restabeleça o pagamento de R$ 596.915,89 mensais aos índios xicrins, no sudeste do Pará, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia. A Vale cortou a indenização após o bloqueio às suas instalações em Carajás, há um mês.

22 novembro 2006

Remédio para quem precisa

Notícia da Reuters informa que prefeito da cidade Novo Santo Antonio, estado de Mato Grosso, começou uma campanha para distribuição de remédios para população idosa. Mais especificamente, para os idosos daquela cidade. Na realidade o prefeito decidiu distribuir um remédio: Viagra. A campanha está provocando uma alteração nos velhinhos de Novo Santo Antônio e recebeu o sugestivo nome de "Pinto Alegre".

21 novembro 2006

Olimpíadas de Londres - Parte 2


O custo de se fazer as Olimpíadas é elevado. A de Londres parece que não foge a regra. Foi revelado que a estimativa inicial, de 2,3 bilhões de libras, deve ultrapassar a 5 bilhões.

Uma das razões decorre de um erro de mensuração. Segundo o Financial Times, de 5 de novembro, os organizadores esqueceram de levar em consideração cerca de 1 bilhão de libras (quase dois bilhões de dólares) referente aos custos dos impostos dos projetos de construção de infraestrutura para os jogos. Estes custos não foram incluídos na proposta dos organizadores em 2004.

E os jogos Pan-Americanos? Quanto custa?

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