O problema dos aeroportos, com a greve dos controladores de vôo e seus efeitos para as empresas.
De um lado, o prejuízo na ocupação dos hotéis (Clique aqui). O setor de turismo tem perdas em razão dos cancelamentos. Provavelmente a perdas serão também de médio prazo, com a redução do número de pessoas que neste momento estão fechando pacotes nas agências de viagem.
De outro lado, as companhias aéreas estão alegando prejuízo, com aviões parados no chão ou com o maior consumo de combustível para o caso de aviões que têm dificuldades de obter autorização para pouso. Entretanto, a TAM anunciou lucro recorde, de R$421 milhões.
03 novembro 2006
Ainda Petrobrás e Bolívia
Reportagem de hoje do Valor Econômico comenta a negociação da Petrobrás:
Fonte: Negociação do gás recomeça e Bolívia quer reajuste de 25%, de Cláudia Schüffner:
Nota-se o seguinte:
1) A mudança do local da reunião, que foi transferida do Rio para La Paz. Isto pode ser um sinal de quem está mandando na pauta de negociação;
2) A Bolívia que um aumento no preço de 25%. Isto representa um despesa adicional para Petrobrás de $250 milhões, que será, obviamente, transferida para o consumidor. Lembre-se: o consumidor é principalmente do Estado de São Paulo, que pode coincidência, votou na oposição. Ou seja, o problema político do aumento do preço pode ser repartido com a oposição.
3) A direção afirma que não aceita o aumento.
4) Um relatório do banco Credit Suisse, citado na reportagem, "calcula que o novo preço do gás é de US$ 3,37 por milhão de BTU na "cabeça do poço" na Bolívia, depois dos impostos, e sem incluir os custos de transporte pelo gasoduto da GTB, e no Brasil pela TBG, que opera o Gasbol. Com o transporte, o gás chega a São Paulo por US$ 5,20 e a esse preço são acrescidas as tarifas das distribuidoras locais." . Não seria custo?
5) O preço do gás boliviano em São Paulo não estaria distante do preço do mercado no mercado norte-americano. Entretanto, acredito que análise deve ser feita em termos do custo de oportunidade, comparando com alternativas disponíveis.
6) O relatório do Credit Suisse conclui que nas condições atuais as empresas podem recuperar custos de US$ 316 milhões por ano e ter uma margem de lucro de US$ 104 milhões/ano, o que é um boa margem. Deste total, 35% são da Petrobras
7) Nestas condições, o governo da Bolívia recebe US$ 600 milhões por ano pelos dois maiores campos do país.
8) Estes valores estão próximos as condições ocorridas nos últimos anos. Mas se o preço do petróleo cair para US$ 30 o barril Brent. Ou seja, é uma aposta.
Fonte: Negociação do gás recomeça e Bolívia quer reajuste de 25%, de Cláudia Schüffner:
Nota-se o seguinte:
1) A mudança do local da reunião, que foi transferida do Rio para La Paz. Isto pode ser um sinal de quem está mandando na pauta de negociação;
2) A Bolívia que um aumento no preço de 25%. Isto representa um despesa adicional para Petrobrás de $250 milhões, que será, obviamente, transferida para o consumidor. Lembre-se: o consumidor é principalmente do Estado de São Paulo, que pode coincidência, votou na oposição. Ou seja, o problema político do aumento do preço pode ser repartido com a oposição.
3) A direção afirma que não aceita o aumento.
4) Um relatório do banco Credit Suisse, citado na reportagem, "calcula que o novo preço do gás é de US$ 3,37 por milhão de BTU na "cabeça do poço" na Bolívia, depois dos impostos, e sem incluir os custos de transporte pelo gasoduto da GTB, e no Brasil pela TBG, que opera o Gasbol. Com o transporte, o gás chega a São Paulo por US$ 5,20 e a esse preço são acrescidas as tarifas das distribuidoras locais." . Não seria custo?
5) O preço do gás boliviano em São Paulo não estaria distante do preço do mercado no mercado norte-americano. Entretanto, acredito que análise deve ser feita em termos do custo de oportunidade, comparando com alternativas disponíveis.
6) O relatório do Credit Suisse conclui que nas condições atuais as empresas podem recuperar custos de US$ 316 milhões por ano e ter uma margem de lucro de US$ 104 milhões/ano, o que é um boa margem. Deste total, 35% são da Petrobras
7) Nestas condições, o governo da Bolívia recebe US$ 600 milhões por ano pelos dois maiores campos do país.
8) Estes valores estão próximos as condições ocorridas nos últimos anos. Mas se o preço do petróleo cair para US$ 30 o barril Brent. Ou seja, é uma aposta.
Fraudes na Internet
Um dos grandes problemas com os anúncios na internet é a aparente facilidade de medir o retorno. Entretanto, os anunciantes estão exigindo que as empresas online contratem auditores para verificar a contagem dos anúncios e visitantes.
Como se sabe, a publicidade na internet é baseada em cliques. Quando um usuário entre no endereço e clica o anúncio tem-se a geração de receita para as empresas online. A questão é que as medidas dos endereços não são confiáveis: um mesmo usuário, que utiliza dois computadores diferentes, é contado em duplicidade.
Leia a reportagem a seguir do New York Times, publicado no Estadão de 3/11/2006, p. B7:
Anunciantes querem garantias na internet
Grandes empresas começam a exigir uma contagem mais rigorosa dos acessos a seus anúncios nos sites
Louise Story
Empresas de internet têm tido um grande sucesso em vender espaço publicitários, em parte porque, supostamente, a eficácia desses anúncios é medida com facilidade. Mas os especialistas em marketing, mesmo continuando a deslocar mais dinheiro para a publicidade online, começam a exigir melhores comprovações de resultados.
Um grupo de grandes empresas, entre elas a Kimberly-Clark, a Colgate-Palmolive e a Ford, disse que, em meados de 2007, exigirá que os agentes de publicidade online contratem auditores para verificar as contagens de seus anúncios e do número de visitantes. E analistas dizem acreditar que o aumento dos anúncios online a longo prazo dependerá da avidez de grandes anunciantes como esses.
Em reação às dúvidas dos anunciantes, empresas de internet como Google, Yahoo e LookSmart começaram a se reunir com grupos industriais para responder questões básicas sobre como funciona a publicidade baseada em cliques. Outras empresas estão preocupadas que a chamada fraude do clique possa estar elevando suas contas de publicidade e, por isso, compartilham seus dados de anúncio confidenciais com as rastreadoras de cliques, que tentam descobrir a freqüência de tais cliques fraudados.
Há uma variedade de motivos por trás da fraude do clique. Às vezes, círculos de pessoas participantes da fraude clicam em anúncios de redes de publicidades afiliadas - como a Google AdSense - para que esses hospedeiros de sites façam mais dinheiro (o qual, às vezes, é compartilhado com os membros do círculo).
Um outro motivo é derrubar um anúncio de um concorrente de um site mais cedo, pois muitos anúncios são postados com o acordo de ficarem no ar só até terem atraído determinado número de cliques.
Mesmo empresas de medição online com reputações sólidas como a Nielsen/NetRatings, estão passando por novas homologações para provarem que suas contagens estão dentro dos padrões exigidos.
A elevação de 30% na receita de publicidade na internet nos últimos três anos provocou estremecimento em muitas pessoas da mídia. Cada vez mais, as empresas tradicionais de mídia têm visto anunciantes e consumidores passaram para a mídia eletrônica, e essa transferência tem encolhido seus rendimentos e influído negativamente no preço de suas ações.
Mas a verdade é que a internet ainda atrai apenas uma parte minúscula do total de gastos com anúncios.
No ano passado, os anúncios na web corresponderam a apenas 4,7%, ou seja, US$ 12,5 bilhões, dos US$ 267 bilhões gastos com publicidade nos EUA, segundo o Interactive Advertising Bureau (Instituto de Publicidade Interativa), uma associação de classe dos agentes de mídia online.
A Procter & Gamble, que foi a maior anunciante do país no ano passado, gastou em 2005 US$ 33,4 milhões em anúncios online, o que representa menos de 1% do seu orçamento publicitário, que foi de US$ 4,6 bilhões. A General Motors, a segundo maior anunciante, gastou US$ 110,5 milhões online, ou seja 2,5% do seu total de US$ 4,35 bilhões, segundo a TNS Media Intelligence.
'A natureza dessas organizações não é estar na ponta de uma grande revolução, mas sim assumir uma abordagem que visa uma maior precisão nisso', disse John Swallen, vice-presidente sênior de pesquisa da TNS. Esses grandes anunciantes 'precisam e querem mais prestação de contas para tomar suas decisões quanto ao dispêndio com publicidade'.
CONFIANÇA
Michael Zeman, diretor da Starcom IP, concorda que as medições nos sites nem sempre são confiáveis. Por exemplo, alguns sites de mídia contam uma pessoa específica como dois visitantes se essa pessoa utilizar tanto o computador doméstico como o do trabalho para visitar um mesmo site, disse.
O Interactive Advertising Bureau (Instituto de Publicidade Interativa) dos Estados Unidos foi procurado no início do ano por vários grandes agentes de mídia preocupados com a questão. O instituto juntou esses agentes numa carta pública declarando que a publicidade na web precisa ter seu sistema de rastreamento de anúncios monitorado e homologado pela Media Rating Council, uma entidade sem fins lucrativos com sede em Nova York. Esse conselho tem o rastreamento de mídia homologado desde a década de 1960 e é o principal árbitro do rastreamento de sites na web.
'Queremos deixar claro publicamente que esta é uma questão importante para nós', disse Braid Santeler, diretor de mídia e gerenciamento de relacionamentos da Kimberly-Clark, uma das empresas que quer a auditoria das contagens de anúncios dos sites online.
George Ivie, diretor-executivo do Media Rating Council, disse que os agentes de publicidade online demoraram para auditar seus números porque os anunciantes não exigiam isso. 'Ninguém está impingindo a questão', disse Ivie. 'Eles não estão dizendo que não vão comprar se não tiver credenciais'.
O grupo de Ivie e o instituto também estão comandando uma tentativa de criar padrões para anúncios que dependem de cliques e formaram um grupo para discutir a questão. Entre outras tarefas, é muito provável que o grupo estabeleça a definição de cliques válidos, inválidos e fraudulentos.
Mas, embora anunciantes e agentes da publicidade online digam que medições mais padronizadas irão ajudar, especialistas argumentam que as discussões tendem a durar para sempre. 'Vimos conversando sobre a medição na mídia impressa e na televisão há anos', disse Barbara Bacci Mirque, vice-presidente-executiva da Associação Nacional dos Anunciantes. 'Provavelmente, vamos discutir as medições online também durante anos'.
Como se sabe, a publicidade na internet é baseada em cliques. Quando um usuário entre no endereço e clica o anúncio tem-se a geração de receita para as empresas online. A questão é que as medidas dos endereços não são confiáveis: um mesmo usuário, que utiliza dois computadores diferentes, é contado em duplicidade.
Leia a reportagem a seguir do New York Times, publicado no Estadão de 3/11/2006, p. B7:
Anunciantes querem garantias na internet
Grandes empresas começam a exigir uma contagem mais rigorosa dos acessos a seus anúncios nos sites
Louise Story
Empresas de internet têm tido um grande sucesso em vender espaço publicitários, em parte porque, supostamente, a eficácia desses anúncios é medida com facilidade. Mas os especialistas em marketing, mesmo continuando a deslocar mais dinheiro para a publicidade online, começam a exigir melhores comprovações de resultados.
Um grupo de grandes empresas, entre elas a Kimberly-Clark, a Colgate-Palmolive e a Ford, disse que, em meados de 2007, exigirá que os agentes de publicidade online contratem auditores para verificar as contagens de seus anúncios e do número de visitantes. E analistas dizem acreditar que o aumento dos anúncios online a longo prazo dependerá da avidez de grandes anunciantes como esses.
Em reação às dúvidas dos anunciantes, empresas de internet como Google, Yahoo e LookSmart começaram a se reunir com grupos industriais para responder questões básicas sobre como funciona a publicidade baseada em cliques. Outras empresas estão preocupadas que a chamada fraude do clique possa estar elevando suas contas de publicidade e, por isso, compartilham seus dados de anúncio confidenciais com as rastreadoras de cliques, que tentam descobrir a freqüência de tais cliques fraudados.
Há uma variedade de motivos por trás da fraude do clique. Às vezes, círculos de pessoas participantes da fraude clicam em anúncios de redes de publicidades afiliadas - como a Google AdSense - para que esses hospedeiros de sites façam mais dinheiro (o qual, às vezes, é compartilhado com os membros do círculo).
Um outro motivo é derrubar um anúncio de um concorrente de um site mais cedo, pois muitos anúncios são postados com o acordo de ficarem no ar só até terem atraído determinado número de cliques.
Mesmo empresas de medição online com reputações sólidas como a Nielsen/NetRatings, estão passando por novas homologações para provarem que suas contagens estão dentro dos padrões exigidos.
A elevação de 30% na receita de publicidade na internet nos últimos três anos provocou estremecimento em muitas pessoas da mídia. Cada vez mais, as empresas tradicionais de mídia têm visto anunciantes e consumidores passaram para a mídia eletrônica, e essa transferência tem encolhido seus rendimentos e influído negativamente no preço de suas ações.
Mas a verdade é que a internet ainda atrai apenas uma parte minúscula do total de gastos com anúncios.
No ano passado, os anúncios na web corresponderam a apenas 4,7%, ou seja, US$ 12,5 bilhões, dos US$ 267 bilhões gastos com publicidade nos EUA, segundo o Interactive Advertising Bureau (Instituto de Publicidade Interativa), uma associação de classe dos agentes de mídia online.
A Procter & Gamble, que foi a maior anunciante do país no ano passado, gastou em 2005 US$ 33,4 milhões em anúncios online, o que representa menos de 1% do seu orçamento publicitário, que foi de US$ 4,6 bilhões. A General Motors, a segundo maior anunciante, gastou US$ 110,5 milhões online, ou seja 2,5% do seu total de US$ 4,35 bilhões, segundo a TNS Media Intelligence.
'A natureza dessas organizações não é estar na ponta de uma grande revolução, mas sim assumir uma abordagem que visa uma maior precisão nisso', disse John Swallen, vice-presidente sênior de pesquisa da TNS. Esses grandes anunciantes 'precisam e querem mais prestação de contas para tomar suas decisões quanto ao dispêndio com publicidade'.
CONFIANÇA
Michael Zeman, diretor da Starcom IP, concorda que as medições nos sites nem sempre são confiáveis. Por exemplo, alguns sites de mídia contam uma pessoa específica como dois visitantes se essa pessoa utilizar tanto o computador doméstico como o do trabalho para visitar um mesmo site, disse.
O Interactive Advertising Bureau (Instituto de Publicidade Interativa) dos Estados Unidos foi procurado no início do ano por vários grandes agentes de mídia preocupados com a questão. O instituto juntou esses agentes numa carta pública declarando que a publicidade na web precisa ter seu sistema de rastreamento de anúncios monitorado e homologado pela Media Rating Council, uma entidade sem fins lucrativos com sede em Nova York. Esse conselho tem o rastreamento de mídia homologado desde a década de 1960 e é o principal árbitro do rastreamento de sites na web.
'Queremos deixar claro publicamente que esta é uma questão importante para nós', disse Braid Santeler, diretor de mídia e gerenciamento de relacionamentos da Kimberly-Clark, uma das empresas que quer a auditoria das contagens de anúncios dos sites online.
George Ivie, diretor-executivo do Media Rating Council, disse que os agentes de publicidade online demoraram para auditar seus números porque os anunciantes não exigiam isso. 'Ninguém está impingindo a questão', disse Ivie. 'Eles não estão dizendo que não vão comprar se não tiver credenciais'.
O grupo de Ivie e o instituto também estão comandando uma tentativa de criar padrões para anúncios que dependem de cliques e formaram um grupo para discutir a questão. Entre outras tarefas, é muito provável que o grupo estabeleça a definição de cliques válidos, inválidos e fraudulentos.
Mas, embora anunciantes e agentes da publicidade online digam que medições mais padronizadas irão ajudar, especialistas argumentam que as discussões tendem a durar para sempre. 'Vimos conversando sobre a medição na mídia impressa e na televisão há anos', disse Barbara Bacci Mirque, vice-presidente-executiva da Associação Nacional dos Anunciantes. 'Provavelmente, vamos discutir as medições online também durante anos'.
Bolsa de Nova Iorque e a Contabilidade
Recentemente tem-se observado uma tendência das empresas mundiais de escolherem a bolsa de Londres em lugar do mercado norte-americano, ou seja, a bolsa de Nova Iorque. Possíveis explicações podem ser encontradas para este fato, mas a maioria delas tem sua origem na questão regulatória: o mercado norte-americano está muito regulado devido a Sox e existe uma grande quantidade de possibilidade de processos judiciais no direito norte-americano, alguns deles desnecessários.
Duas outras possíveis causas tem sido citadas para tentar explicar esta preferência por Londres: a globalização do mercado de capitais e a incompatibilidade dos padrões contábeis. O prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg, sugeriu, de forma polêmica, que os padrões norte-americanos são incompatíveis com os padrões mundiais, propostos pelo Iasb.
Isto despertou reações pois provavelmente não é verdade que os padrões do Iasb sejam melhores (ou piores) que os do Fasb. As pesquisas existentes não são conclusivas. Além disto, existe todo um movimento para compatibilizar ambos os padrões.
Duas outras possíveis causas tem sido citadas para tentar explicar esta preferência por Londres: a globalização do mercado de capitais e a incompatibilidade dos padrões contábeis. O prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg, sugeriu, de forma polêmica, que os padrões norte-americanos são incompatíveis com os padrões mundiais, propostos pelo Iasb.
Isto despertou reações pois provavelmente não é verdade que os padrões do Iasb sejam melhores (ou piores) que os do Fasb. As pesquisas existentes não são conclusivas. Além disto, existe todo um movimento para compatibilizar ambos os padrões.
Nintendo opta pelo simples e barato
Reportagem do Wall Street Journal mostra que a Nintendo está na contramão no setor de games.
Nintendo tenta reinventar mercado com videogame mais simples
November 3, 2006 4:05 a.m.
Por Yukari Iwatani Kane e Nick Wingfield
The Wall Street Journal
Vinte anos depois de comandar o mercado de consoles de videogame e as tardes dos adolescentes, a Nintendo Co. está parada no terceiro lugar, ultrapassada pela Sony Corp. e a Microsoft Corp.
Agora, a Nintendo está tentando reinventar o mercado indo atrás de um público pouco explorado — pessoas com mais de 25 anos. Num novo console a ser lançado este mês, a empresa está buscando simplicidade, em vez do poder de computação e dos gráficos velozes que puseram suas rivais na frente.
A empresa ainda vai vender os clássicos jogos de tiros e novas edições de seus sucessos dos anos 80, como Super Mario Brothers. Mas a Nintendo vai passar de joysticks e polegares ágeis para um novo tipo de controle que os jogadores movimentam no ar. Eles podem ficar em pé na sala de estar e imitar o movimento de lançar uma vara de pescar, arremessar uma bola de boliche ou fazer um voleio no tênis — e ver isso acontecer na tela da TV.
Se a arriscada estratégia da Nintendo for bem-sucedida, pode pôr em questão a idéia dominante na indústria de videogames, que movimenta US$ 17 bilhões por ano: a de que o sucesso está na máquina mais rápida, mais poderosa possível, seja qual for o custo. É por isso, em parte, que a Sony domina o setor desde 2000 com seu PlayStation 2, uma máquina tão poderosa que o governo japonês temia que pudesse ser usada para o desenvolvimento de armas avançadas. O PlayStation 3, que será lançado nos Estados Unidos uma semana antes do novo console da Nintendo, é ainda mais poderoso. A Microsoft, segunda colocada, está usando uma estratégia similar com seu Xbox 360, lançado ano passado.
[nintendo]
À medida que mais consumidores se sentem alienados por aparelhos cada vez mais complicados, algumas empresas estão tentando ganhar uma vantagem competitiva fazendo designs mais claros e simples. A Nintendo espera que uma inovação menos complexa consiga ter tanto impacto no mercado quanto a velocidade maior de um chip de computador — e a um custo menor.
A Nintendo tem tido lucros saudáveis em parte porque ela conta com produtos que são mais simples e custam menos para fabricar. A despeito de sua terceira colocação, ela teve lucro de US$ 841 milhões para um faturamento de US$ 4,35 bilhões no ano passado. Ela espera que seu novo sistema — chamado de Wii — e seus games sejam rentáveis em um ano.
Em contraste, a Sony e a Microsoft estão gastando bilhões de dólares no desenvolvimento de suas máquinas, com pouco retorno até agora. Os videogames da Sony geraram um lucro de US$ 75 milhões e receita de US$ 8,19 bilhões no ano fiscal encerrado em março de 2006. A Microsoft não lucrou ainda nenhum centavo com sua divisão Xbox, dizem analistas.
No Japão, a demanda por consoles de videogame está em queda. Nos últimos três anos, o número de aparelhos vendidos no país caiu mais de 8%, enquanto cresce o número de pessoas que não estão interessadas em jogar, segundo um levantamento anual feito pela Associação de Fabricantes de Eletrônicos para Entretenimento. As vendas tanto de consoles quanto de games caíram cerca de 20% de 2000 a 2005, para 496,5 bilhões de ienes (US$ 4,3 bilhões).
Nos Estados Unidos, a porcentagem de domicílios com consoles não passou dos 36% nos últimos dez anos, de acordo com a firma de pesquisa de mercado Odyssey LP, de São Francisco. As vendas de consoles nos EUA quase triplicaram no mesmo período, com as fabricantes vendendo mais jogos para o mesmo universo de usuários.
"Todos pensavam que os consumidores continuariam a comprar novos consoles desde que pudessem jogar games mais reais e impressionantes", disse o diretor-presidente da Nintendo, Satoro Iwata, ao Wall Street Journal. Embora os fãs tenham aplaudido os novos jogos, disse, "também havia pessoas que discretamente se afastaram porque eles ficaram complexos demais".
Clique aqui para ler mais
Nintendo tenta reinventar mercado com videogame mais simples
November 3, 2006 4:05 a.m.
Por Yukari Iwatani Kane e Nick Wingfield
The Wall Street Journal
Vinte anos depois de comandar o mercado de consoles de videogame e as tardes dos adolescentes, a Nintendo Co. está parada no terceiro lugar, ultrapassada pela Sony Corp. e a Microsoft Corp.
Agora, a Nintendo está tentando reinventar o mercado indo atrás de um público pouco explorado — pessoas com mais de 25 anos. Num novo console a ser lançado este mês, a empresa está buscando simplicidade, em vez do poder de computação e dos gráficos velozes que puseram suas rivais na frente.
A empresa ainda vai vender os clássicos jogos de tiros e novas edições de seus sucessos dos anos 80, como Super Mario Brothers. Mas a Nintendo vai passar de joysticks e polegares ágeis para um novo tipo de controle que os jogadores movimentam no ar. Eles podem ficar em pé na sala de estar e imitar o movimento de lançar uma vara de pescar, arremessar uma bola de boliche ou fazer um voleio no tênis — e ver isso acontecer na tela da TV.
Se a arriscada estratégia da Nintendo for bem-sucedida, pode pôr em questão a idéia dominante na indústria de videogames, que movimenta US$ 17 bilhões por ano: a de que o sucesso está na máquina mais rápida, mais poderosa possível, seja qual for o custo. É por isso, em parte, que a Sony domina o setor desde 2000 com seu PlayStation 2, uma máquina tão poderosa que o governo japonês temia que pudesse ser usada para o desenvolvimento de armas avançadas. O PlayStation 3, que será lançado nos Estados Unidos uma semana antes do novo console da Nintendo, é ainda mais poderoso. A Microsoft, segunda colocada, está usando uma estratégia similar com seu Xbox 360, lançado ano passado.
[nintendo]
À medida que mais consumidores se sentem alienados por aparelhos cada vez mais complicados, algumas empresas estão tentando ganhar uma vantagem competitiva fazendo designs mais claros e simples. A Nintendo espera que uma inovação menos complexa consiga ter tanto impacto no mercado quanto a velocidade maior de um chip de computador — e a um custo menor.
A Nintendo tem tido lucros saudáveis em parte porque ela conta com produtos que são mais simples e custam menos para fabricar. A despeito de sua terceira colocação, ela teve lucro de US$ 841 milhões para um faturamento de US$ 4,35 bilhões no ano passado. Ela espera que seu novo sistema — chamado de Wii — e seus games sejam rentáveis em um ano.
Em contraste, a Sony e a Microsoft estão gastando bilhões de dólares no desenvolvimento de suas máquinas, com pouco retorno até agora. Os videogames da Sony geraram um lucro de US$ 75 milhões e receita de US$ 8,19 bilhões no ano fiscal encerrado em março de 2006. A Microsoft não lucrou ainda nenhum centavo com sua divisão Xbox, dizem analistas.
No Japão, a demanda por consoles de videogame está em queda. Nos últimos três anos, o número de aparelhos vendidos no país caiu mais de 8%, enquanto cresce o número de pessoas que não estão interessadas em jogar, segundo um levantamento anual feito pela Associação de Fabricantes de Eletrônicos para Entretenimento. As vendas tanto de consoles quanto de games caíram cerca de 20% de 2000 a 2005, para 496,5 bilhões de ienes (US$ 4,3 bilhões).
Nos Estados Unidos, a porcentagem de domicílios com consoles não passou dos 36% nos últimos dez anos, de acordo com a firma de pesquisa de mercado Odyssey LP, de São Francisco. As vendas de consoles nos EUA quase triplicaram no mesmo período, com as fabricantes vendendo mais jogos para o mesmo universo de usuários.
"Todos pensavam que os consumidores continuariam a comprar novos consoles desde que pudessem jogar games mais reais e impressionantes", disse o diretor-presidente da Nintendo, Satoro Iwata, ao Wall Street Journal. Embora os fãs tenham aplaudido os novos jogos, disse, "também havia pessoas que discretamente se afastaram porque eles ficaram complexos demais".
Clique aqui para ler mais
02 novembro 2006
Auditorias querem proteção do governo!
Auditorias querem proteção de governos em processos judiciais
November 2, 2006 4:05 a.m.
Por David Reilly
The Wall Street Journal
Os negócios estão a pleno vapor nas maiores firmas de auditoria do mundo, por isso a maior prioridade delas na defesa de seus interesses pode parecer irônica: elas querem proteção dos governos em caso de um grande abalo financeiro.
As receitas das quatro maiores firmas de contabilidade — PricewaterhouseCoopers, Deloitte & Touche, Ernst & Young e KPMG — cresceram num ritmo de dois dígitos nos últimos anos, quando as comissões que elas cobram dispararam. Mudanças na legislação americana aprovadas depois de escândalos contábeis desta década resultaram em mais trabalho para essas firmas. Um dos maiores problemas que elas enfrentam atualmente é a falta de pessoal para atender à enorme demanda por serviços.
E no entanto as quatro gigantes querem limitar as indenizações judiciais que investidores e outras partes possam tentar forçá-las a pagar por causa de erros na auditoria de companhias abertas. Sem essa proteção, elas dizem, é só uma questão de tempo até que uma delas seja derrubada por uma gigantesca indenização judicial.
[numbers]
O argumento delas está sendo defendido por um influente grupo formado recentemente para estudar a competitividade dos mercados financeiros americanos, com o estímulo do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson. Espera-se que o grupo vá recomendar nas próximas semanas que o governo aprove novas proteções para as firmas de auditoria. Um comitê criado dentro da poderosa Câmara de Comércio dos EUA está manifestando uma preocupação similar. Na Europa, a Comissão Européia está estudando a questão e deve recomendar limitações às indenizações com que as firmas de auditorias devem arcar.
O risco que as grandes auditorias de fato enfrentam tem estado em grande parte fora do debate sobre a responsabilidade civil delas. A despeito de uma série de ações na Justiça com grandes valores, que resultaram de escândalos corporativos, nenhuma das firmas sofreu um golpe fatal a partir dessas ações. A única grande firma de auditoria que quebrou, a Arthur Andersen LLP em 2002, foi vítima não de uma ação por responsabilidade civil, mas de uma condenação criminal por obstrução de Justiça, que posteriormente foi anulada num recurso.
"Não acho que os auditores tenham uma necessidade real de nenhum tipo de proteção especial", diz Bill Kelley, diretor jurídico da previdência do Estado do Alabama, que processou firmas de contabilidade depois de quebradeiras de grandes empresas. "É preciso que a cobrança das firmas de auditoria seja elevada. Elas são as pessoas de fora das companhias com que nós contamos. É duro ter essa responsabilidade, mas é para isso que elas estão sendo pagas."
As firmas dizem que a proteção especial é necessária porque elas podem ser processadas não somente pelas empresas cujos livros contábeis auditam, mas também por outras partes, como acionistas. Esses investidores, acrescentam as firmas, tentam usar as firmas de auditoria para recuperar perdas que tiveram nas bolsas.
"O custo de nossos serviços de auditoria nunca foi calculado para servir de seguro ao mercado de capitais", disse William G. Parrett, diretor-presidente da Deloitte Touche Tohmatsu, o braço internacional da Deloitte & Touche. "Não acho que estejamos dizendo que não devíamos ter nenhuma responsabilidade, mas ela precisa ser proporcional à nossa participação em qualquer problema."
November 2, 2006 4:05 a.m.
Por David Reilly
The Wall Street Journal
Os negócios estão a pleno vapor nas maiores firmas de auditoria do mundo, por isso a maior prioridade delas na defesa de seus interesses pode parecer irônica: elas querem proteção dos governos em caso de um grande abalo financeiro.
As receitas das quatro maiores firmas de contabilidade — PricewaterhouseCoopers, Deloitte & Touche, Ernst & Young e KPMG — cresceram num ritmo de dois dígitos nos últimos anos, quando as comissões que elas cobram dispararam. Mudanças na legislação americana aprovadas depois de escândalos contábeis desta década resultaram em mais trabalho para essas firmas. Um dos maiores problemas que elas enfrentam atualmente é a falta de pessoal para atender à enorme demanda por serviços.
E no entanto as quatro gigantes querem limitar as indenizações judiciais que investidores e outras partes possam tentar forçá-las a pagar por causa de erros na auditoria de companhias abertas. Sem essa proteção, elas dizem, é só uma questão de tempo até que uma delas seja derrubada por uma gigantesca indenização judicial.
[numbers]
O argumento delas está sendo defendido por um influente grupo formado recentemente para estudar a competitividade dos mercados financeiros americanos, com o estímulo do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson. Espera-se que o grupo vá recomendar nas próximas semanas que o governo aprove novas proteções para as firmas de auditoria. Um comitê criado dentro da poderosa Câmara de Comércio dos EUA está manifestando uma preocupação similar. Na Europa, a Comissão Européia está estudando a questão e deve recomendar limitações às indenizações com que as firmas de auditorias devem arcar.
O risco que as grandes auditorias de fato enfrentam tem estado em grande parte fora do debate sobre a responsabilidade civil delas. A despeito de uma série de ações na Justiça com grandes valores, que resultaram de escândalos corporativos, nenhuma das firmas sofreu um golpe fatal a partir dessas ações. A única grande firma de auditoria que quebrou, a Arthur Andersen LLP em 2002, foi vítima não de uma ação por responsabilidade civil, mas de uma condenação criminal por obstrução de Justiça, que posteriormente foi anulada num recurso.
"Não acho que os auditores tenham uma necessidade real de nenhum tipo de proteção especial", diz Bill Kelley, diretor jurídico da previdência do Estado do Alabama, que processou firmas de contabilidade depois de quebradeiras de grandes empresas. "É preciso que a cobrança das firmas de auditoria seja elevada. Elas são as pessoas de fora das companhias com que nós contamos. É duro ter essa responsabilidade, mas é para isso que elas estão sendo pagas."
As firmas dizem que a proteção especial é necessária porque elas podem ser processadas não somente pelas empresas cujos livros contábeis auditam, mas também por outras partes, como acionistas. Esses investidores, acrescentam as firmas, tentam usar as firmas de auditoria para recuperar perdas que tiveram nas bolsas.
"O custo de nossos serviços de auditoria nunca foi calculado para servir de seguro ao mercado de capitais", disse William G. Parrett, diretor-presidente da Deloitte Touche Tohmatsu, o braço internacional da Deloitte & Touche. "Não acho que estejamos dizendo que não devíamos ter nenhuma responsabilidade, mas ela precisa ser proporcional à nossa participação em qualquer problema."
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