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30 outubro 2006

Lucro dos bancos deve recuar

Utilizando a amortização de ágios, os bancos reduzirão seus resultados neste trimestre. Veja reportagem do Estado de S. Paulo:

"Lucro dos bancos deve recuar no terceiro trimestre

Instituições resolveram amortizar ágios de aquisições

passadas, mas resultados ainda serão expressivos

Renée Pereira

O balanço dos bancos no terceiro trimestre deve trazer lucros bem menos exuberantes do que nos períodos anteriores. Isso porque as três maiores instituições privadas do País (Bradesco, Itaú e Unibanco) decidiram amortizar ágios de aquisições passadas, como BankBoston, América Express (Amex) e Banco do Estado do Ceará (BEC), que custaram bilhões de reais.

Ainda assim, os analistas acreditam que os números serão positivos. "Se forem excluídas essas amortizações, os ganhos continuarão elevados. Os bancos só estão preparando os balanços para resultados ainda melhores nos próximos trimestres", afirma o analista da Ágora Sênior, Rafael Quintanilha. Além disso, diz ele, a transparência dos bancos vai aumentar com essa operação.

O primeiro grande banco a divulgar balanço foi o Santander Banespa, na quinta-feira. O lucro líquido, de R$ 890 milhões, ficou 38% inferior ao de igual período de 2005, quando houve um lucro extraordinário referente à venda da AES Tietê. Sem esse ganho extraordinário, o resultado seria 11% superior ao do ano passado.

Na terça-feira, será divulgado o balanço do Itaú, que anunciou esta semana a amortização de R$ 2,59 bilhões de ágio pela compra do BankBoston no Brasil, em maio. Isso terá um efeito líquido negativo de R$ 1,76 bilhão no lucro do banco, segundo comunicado divulgado quarta-feira ao mercado.

Sem esse fato extraordinário, a previsão era de lucro de R$ 1,53 bilhão no terceiro trimestre, conforme cálculos da Fator Corretora. O valor seria 12,8% superior ao de igual período do ano passado, quando o banco teve ganho de R$ 1,35 bilhão. Entre janeiro e junho deste ano, o lucro do Itaú atingiu R$ 2,96 bilhões - valor 19,5% maior que em 2005.

Apesar da amortização, especialistas não acreditam em prejuízo no trimestre. Isso porque os bancos têm gorduras para queimar, como provisões e reservas, afirma o presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues. A expectativa dele é que, apesar dos fatos extraordinários, Itaú e Bradesco tenham lucros de R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão no trimestre.

No caso do Bradesco, o resultado também será afetado pela amortização de saldo de aquisições passadas, como Amex e BEC, em torno de R$ 1,4 bilhão. A expectativa era de que o banco lucrasse entre julho e setembro cerca de R$ 1,6 bilhão, valor semelhante ao do segundo trimestre de 2006. O balanço do banco sai dia 6.

Outro que também terá impacto maior de amortizações é o Unibanco, cujo resultado será divulgado dia 9. A instituição anunciou na semana passada que vai reduzir de 10 para 5 anos o período máximo de amortização de ágios. Com isso, o resultado do terceiro trimestre refletirá o efeito extraordinário de R$ 464 milhões, destaca comunicado do banco. A previsão da Fator Corretora era de lucro de R$ 557 milhões no trimestre. "

Petrobras cede na Bolívia

Reportagem da folha de S. Paulo de hoje (30/10) comenta o acordo da Petrobrás com a Bolívia. A reportagem afirma que "Mesmo admitindo que o novo acordo reduz os lucros da empresa, a Petrobras avalia que a presença na Bolívia é imprescindível para assegurar o abastecimento de gás boliviano ao Brasil (50% do total consumido) e também para consolidar sua estratégia de empresa com presença cada vez maior na América do Sul."

A seguir a reportagem completa:

"Petrobras cede na Bolívia para manter rentabilidade

Acordos fechados por Evo Morales com empresas precisam passar pelo Congresso

Acordo envolve exploração dos megacampos de San Alberto

e San Antonio, ambos operados pela companhia brasileira

FABIANO MAISONNAVE
ENVIADO ESPECIAL A LA PAZ
Nos últimos dois dias do prazo previsto pelo decreto de nacionalização, o governo Evo Morales conseguiu fechar novos contratos de exploração de gás e petróleo com a Petrobras Bolívia e outras nove empresas multinacionais em operação no país.
A empresa brasileira admite que o acordo reduz a rentabilidade das operações, mas considera a presença na Bolívia estratégica tanto para o fornecimento de gás ao Brasil quanto para fortalecer sua presença regional. Os novos contratos ainda precisam ser ratificados pelo Congresso, onde o governo tem maioria.
O acordo com a Petrobras Bolívia envolve a exploração dos megacampos de San Alberto e San Antonio, os maiores do país, localizados no departamento de Tarija (sul), fronteira com a Argentina, ambos operados pela empresa brasileira. Juntos, os dois megacampos produzem cerca de metade do gás boliviano. O contrato assinado com a Petrobras tem vigência de 30 anos.
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, classificou o acordo de "ponto de convergência" ao afirmar que a empresa brasileira atuará de agora em diante com "componentes de prestação de serviços", como queria a Bolívia, em troca de assegurar a rentabilidade das operações no país.
Nas negociações, a Petrobras alegou ser impossível a manutenção de uma alíquota de 82%, como queria Morales e que ficou em vigor nos 180 dias de transição (maio a outubro). Essa foi a principal divergência entre as duas partes nos últimos dias de negociação.
De acordo com cálculo da Petrobras obtido pela Folha, nesse período o chamado "government take" -termo usado para definir a parte que fica com o governo na comercialização de gás e petróleo- chegou a 95%, fazendo com que a empresa brasileira operasse no vermelho nestes últimos meses.
Mesmo admitindo que o novo acordo reduz os lucros da empresa, a Petrobras avalia que a presença na Bolívia é imprescindível para assegurar o abastecimento de gás boliviano ao Brasil (50% do total consumido) e também para consolidar sua estratégia de empresa com presença cada vez maior na América do Sul.
Já o presidente da YPFB, Juan Carlos Ortiz, afirma que os acordos com a Petrobras e as outras empresas aumentam o "direito proprietário" da Bolívia nos 69 campos de gás e petróleo do país e aumentam a arrecadação do Estado (leia entrevistas dos presidentes Ortiz e Gabrielli).
Em discurso na madrugada de ontem, o presidente Morales afirmou que os novos acordos com as dez empresas obrigadas a negociar pelo decreto de nacionalização -nenhuma ficou de fora- possibilitarão uma arrecadação adicional de US$ 4 bilhões daqui a quatro anos.
"Dessa maneira, vamos resolver os problemas econômicos e sociais do nosso país."

Controle das refinarias
A Petrobras aceita ceder o controle de duas refinarias de petróleo na Bolívia, dentro dos esforços de entendimento com o país vizinho na área de exploração de gás. "Mas a indenização [do valor investido pela Petrobras nas refinarias] é fundamental", disse ontem o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau . "O acordo foi bom. Petrobras e Bolívia deram demonstrações claras de que superaram suas pequenas diferenças", disse.
"Era tudo o que a Petrobras queria? Não. Era tudo o que a Bolívia queria? Não. Mas foi um acordo pragmático para os dois lados", disse o ministro."

Rir é o melhor remédio - 19


Talvez a melhor tirinha postada aqui do PhD Comics.

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28 outubro 2006

Ascensão e Queda do Administrador

A profissão de administrador surgiu com o capitalismo do século XIX. Segundo o estudioso Alfred Chandler Jr., o papel do administrador ficou claro com a expansão da economia nesta época.

Mas hoje temos talvez um novo capitalismo. Robert Samuelson, na revista Newsweek, pergunta se não estamos assistindo a queda do administrador. Para pensar. (Clique aqui para mais detalhes)

O que um químico pensa de um economista

Uma entrevista com o Nobel de Química de 2003 revela o seu desprezo pelos economistas. Veja o trecho:


Stephen Colbert interviews 2003 Nobel Laureate in chemistry Peter Agre:

Colbert: "You said 'anyone who grew up on a farm knows that evolution exists'. Ok, are you saying a monkey can milk a cow?"

Agre: "Well, if I can milk a cow I suspect a monkey as smart as I am can milk a cow."

Colbert: "Are there monkeys as smart as you?"

Agre: "I'm sure there are quite a few, quite a few.

Colbert: "Oh really? mmhum. Do they give a Nobel prize for thowing your own faeces?"

Agre: "........That's the Economics prize, I think."


Fonte: Mankiw

Os dez fatos mais relevantes da semana

10) Os Estados Unidos não pediram extradição do ator Wesley Snipes por fraude no imposto de renda. Ele está filmando na Namibia e a pena prevista para o crime é de 16 anos;

9) O Fed manteve sua política de juros

8) O lucro da Sony caiu 94% por causa dos problemas com as baterias de laptop e o atraso no PlayStation 3

7) Ford teve o pior resultado entre as "big three": perda de $5.8 bilhões no terceiro trimestre. A previsão é que no 4o. trimestre será pior

6) Executivo da Enron, Jeffrey Skilling, foi condenado

5) O mercado imobiliário norte-americano dá sinais de problemas

4) Exxon tem lucro de 10.5 bilhões.

3) Preço do petróleo cai para $60 o barril

2) A maior oferta pública de ações da história é um sucesso: ações do Industrial & Commercial Bank of China

1) A Dow teve outro recorde.

Fonte: Kramer