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23 outubro 2006

Lucro das grandes companhias quadruplica no governo Lula

Reportagem do Estadão de hoje faz um comparativo entre os dois governos:

Lucro das grandes companhias quadruplica no governo Lula

As 227 empresas de capital aberto embolsaram R$ 131,7

bi, com alta de 349,8% ante o 2.º mandato de FHC

Marcelo Rehder

Em três anos e meio de governo Lula, o lucro das grandes empresas do setor produtivo mais que quadruplicou em relação a igual período do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, superando em muito a rentabilidade dos bancos. A soma do lucro líquido das 227 principais empresas com ações negociadas em Bolsa cresceu de R$ 29,3 bilhões para R$ 131,7 bilhões entre os dois governos. A diferença, de R$ 102,4 bilhões, representa um salto de 349,8%.

Na mesma comparação, o lucro dos 23 bancos de capital aberto teve crescimento bem mais modesto, de 104,2%: passou de R$ 26,7 bilhões para R$ 54,5 bilhões. Nesse grupo, estão as maiores instituições financeiras do País, como Bradesco, Itaú e Banco do Brasil.

A conclusão é de um levantamento feito pela Economática, empresa de informação financeira, a pedido do Estado. Todos os valores foram atualizados até 30 de junho de 2006, com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação no País, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Petrobrás, maior empresa brasileira, e a Eletrobrás não foram incluídas na amostra. Sozinha, a estatal petrolífera lucrou, na administração petista, mais que todos os 23 bancos juntos: R$ 77,4 bilhões, com expansão de 114,7% se comparado com o resultado obtido no último governo tucano.

'O lucro das empresas foi turbinado pela influência do cenário internacional, que nunca esteve tão favorável ao mercado de commodities quanto nos últimos anos', diz Fernando Exel, presidente da Economática. 'Teve também o impacto da valorização do real frente ao dólar, que facilitou bastante a vida das empresas que têm dívidas em moeda estrangeira', acrescenta.

As grandes companhias ganharam bastante dinheiro com o aumento da demanda e a valorização de produtos com preços cotados no mercado internacional, como minério de ferro, celulose, aço, açúcar e soja, entre outros. A combinação desses fatores impulsionou as receitas de boa parte das companhias, tanto de exportação quanto de venda ao mercado interno.

Só nos últimos três anos e meio, a cotação desses produtos subiu em média 87%, de acordo com o índice de commodities elaborado pela RC Consult. Já no governo FHC, a alta foi de apenas 4%.

'Isso faz uma enorme diferença no balanço das empresas', afirma Fábio Silveira, sócio diretor da consultoria.

Da administração tucana para a petista, o faturamento das 227 empresas analisadas pela Economática passou de R$ 880,7 bilhões para R$ 1,2 trilhão, o que representa alta de 35,3% (R$ 311 bilhões a mais).

'O problema é que somos um barquinho ao sabor dos ventos internacionais', alerta Exel. 'Se o vento virar, poderemos naufragar', acrescenta.

O comportamento do câmbio teve influência significativa nos resultados, apesar das queixas de perda de competitividade das empresa que atuam nos chamados setores concorrenciais, como calçados e têxteis.

Em três anos e meio do segundo mandato de Fernando Henrique, o real teve uma desvalorização de 135% em relação ao dólar, o que acabou destruindo o lucro das grandes companhias em razão do elevado nível de endividamento em moeda estrangeira que elas têm.

No governo Lula, ocorre exatamente o contrário. O dólar se desvalorizou 38,7%, permitindo às empresas obter ganhos financeiros por conta da redução de suas dívidas atreladas à moeda estrangeira.

Os dois movimentos explicam a queda de 46,7% ocorrida na despesa financeira líquida (receita menos gasto) entre os dois mandatos presidenciais. A despesa líquida recuou de R$ 72 bilhões para R$ 53,6 bilhões, o que representa ganho financeiro de R$ 45 bilhões para as empresas no período petista.

'Os resultados operacionais ficaram em segundo plano nos últimos dez anos', observa Boris Tabacof, vice-presidente do Conselho de Administração da Companhia Suzano de Papel e Celulose, empresa que faz parte da amostra analisada pela Economática. 'O resultado financeiro, para cima ou para baixo, passou a ter mais efeito sobre o lucro líquido.'

O conjunto das empresas cotadas em bolsa acumulou lucro operacional próprio de R$ 230,3 bilhões de 2003 a junho deste ano, o que representa aumento de 58,3% ante período equivalente no governo FHC.

'O resultado da atividade das empresas foi bom, porém o lucro líquido cresceu muito mais (349,8%)', ressalta Fernando Exel.

BANCOS

Para o gerente de Relacionamento Institucional e Comercial da Economática, Einar Rivero, o fato de o aumento de lucratividade ter sido maior entre as empresas do setor produtivo não significa que os bancos ganharam pouco dinheiro. 'O lucro dos bancos teve origem no maior volume de empréstimos, e não somente nas taxas de juros', diz Rivero.

Na carteira de financiamento à pessoa física, o que mais contribuiu para essa expansão foi a popularização do crédito por meio dos empréstimos consignados, com desconto em folha.

O levantamento mostrou que os lucros do setor produtivo cresceram na maioria dos 18 segmentos analisados. O de siderurgia e metalurgia foi o que teve o maior aumento médio, de 676,5% na comparação com o obtido no governo tucano.

No grupo das companhias de energia elétrica, o aumento foi de 493,1% e o das empresas de papel e celulose, de 222,6%. Só dois setores pesquisados registraram recuo nos lucros: eletroeletrônicos (-89,5%) e construção (-69,1%).


FRASES

Fernando Exel
Presidente da Economática
'O problema é que somos um barquinho ao sabor dos ventos internacionais. Se o vento virar, poderemos naufragar'

Boris Tabacof
Da Companhia Suzano de Papel e Celulose
'Os resultados operacionais ficaram em segundo plano nos últimos dez anos'

Rir é o melhor remédio - 16

Ignobil

O Prêmio IgNobel é uma brincadeira com a ciência. Organizado pelo Annals of Improbable Research (AIR), os vencedores são apresentados inclusive por ganhadores do Nobel na Harvard University. O prêmio começou em 1991 para premiar pesquisas que não podiam ser reproduzidas, mas hoje inclui também pesquisas engraçadas ou com aspectos inesperados. O nome é uma junção da palavra "ignoble" e "nobel", do prêmio Nobel. Não existe, a rigor, categorias no prêmio e as áreas destacas podem ser medicina, química, psicologia, literatura, paz, economia, engenharia etc. A lista dos vencedores pode ser obtida na Wikipedia.

22 outubro 2006

Transparência no Orçamento público

Um projeto, denominado Open Budget Iniciative, criou um índice de transparência do orçamento público, denominado em português de Índice do Orçamento Aberto. Procura-se determinar qual o nível que os cidadãos de cada país tem acesso ao orçamento. Foram pesquisados 59 países, incluindo o Brasil, cujo questionário foi preenchido pelo Ibase. Segundo o comunicado para o público,

"A classificação de um país no Índice do Orçamento Aberto é a medida de comprometimento de um governo em relação à prestação de contas e a transparência."

As conclusões das pesquisas são interessantes:

a) Apenas 6 países fornecem uma quantidade suficiente para prestação de contas: Estados Unidos, França, Nova Zelândia, Eslovênia, Africa do Sul e Reino Unido.

b) Seis países mantém sigilo do orçamento até sua aprovação: Angola, Burkina Faso, Chade, China, Egito, Mongólia e Vietnam.

c) Em 16 países o executivo pode demitir o chefe da entidade externa de auditoria do país, sem consentimento do legislativo ou judiciário.

O Brasil está na companhia de Bostwana, República Checa, Noruega, Peru, Polônia, Romênia, Coréia do Sul e Suécia no segundo nível de transparência: países de dispõe significativa informação para seus cidadãos.

Clique aqui para acesso aos relatórios (inclui em portugues a metodologia, o questionário respondido pelo Ibase, um relatório sumário do país, entre outros aspectos)

21 outubro 2006

Rir é o melhor remédio - 15


O aluno está em casa "fazendo" sua tese.

Os antecessores

Em 1922, Frank Knight antecipa o trabalho de Markowitz sobre teoria da probabilidade e diversificação. Em 1933, Alfred Cowles III estuda a eficiência do mercado, antes de Fama. Em 1942 Sidney Wachtel mostra que os preços das ações tem um melhor desempenho em janeiro.

Fonte: Mahalanobis

20 outubro 2006

Custo de produção


Postei uma notícia sobre o custo do etanol brasileiro (aqui)

Agora uma comparação do custo da celulose da Aracruz: $220 a 230 a tonelada, comparada com $400 das empresas norte-americanas. 98% da produção da empresa é para o mercado externo.

Apesar dos índios (clique aqui), a Aracruz ainda é um recomendada no exterior como um bom investimento.