19 outubro 2006
Equador, uma nova Bolívia?
Será o Equador uma nova Bolívia? O desempenho esquerdista nas eleições presidenciais, os problemas com a apuração dos votos que seriam de responsabilidade de uma empresa brasileira e o tratamento que o nosso atual governo deu a crise com a Bolívia indica que a Petrobrás pode ter problemas com o Equador. Veja a seguir reportagem da Gazeta sobre o assunto:
Brasil prevê atritos com o Equador
Brasília, 19 de Outubro de 2006 - Promessas eleitorais como a revisão de contratos externos podem prejudicar negócios da Petrobras. Ciente de que será obrigado a ter um bom relacionamento com qualquer um dos candidatos que vencer a eleição presidencial do Equador, o governo brasileiro já traça os cenários que irá se deparar com a vitória de Rafael Correa ou Alvaro Noboa. Os dois estão na frente na contagem dos votos do primeiro turno e devem se enfrentar no segundo round, marcado para 26 de novembro. O Brasil sabe que poderá enfrentar dificuldades com ambos.
Representante das elites e do empresariado, o candidato Alvaro Noboa (Partido Renovador Institucional Ação Nacional) é o homem mais rico do Equador. Seu programa de governo prevê uma aproximação com os Estados Unidos e, conseqüentemente, um possível distanciamento do Equador dos demais países do continente sul-americano.
Um acordo de livre comércio entre o Equador e os EUA vinha sendo negociado. Mas as conversações foram interrompidas em maio pelo governo norte-americano depois de o Equador rescindir de forma unilateral o contrato da petroleira americana Occidental Petroleum. Segundo o governo equatoriano, a empresa violou as leis do país ao transferir ações sem a autorização do Estado.
Já o esquerdista e nacionalista Rafael Correa (Alianza Pátria Ativa e Soberana) defendeu, durante a campanha, a revisão dos contratos das empresas multinacionais. Nesse caso, a Petrobras poderá ser diretamente prejudicada. A estatal brasileira já investiu mais de US$ 430 milhões no Equador desde 1997 e planeja destinar ao país US$ 300 milhões nos próximos anos. A assessoria de imprensa da Petrobras informou que os executivos da companhia não se pronunciam sobre os acontecimentos políticos dos países em que atua.
Para o professor Alcides Costa Vaz, vice-diretor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (Irel-UnB), o maior interesse do Brasil é trabalhar com o próximo governo equatoriano a fim de garantir a estabilidade da região.
"Há uma polarização muito forte no Equador", diz o coordenador-executivo do Observatório Político Sul-Americano (Opsa) do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), professor Marcelo Coutinho. "Os dois candidatos têm políticas refratárias. São forças antagônicas."
As principais forças políticas do Equador são os empresários da cidade de Guaiaquil, elite econômica do país, e o poder administrativo, que se concentra em Quito, a capital. Há também uma divisão étnica entre indígenas e os herdeiros dos colonizadores europeus. Noboa está mais ligado ao empresariado. Do outro lado, o ex-ministro da Economia Rafael Correa conta com o apoio dos eleitores mais pobres e do presidente venezuelano, Hugo Chávez.
Apesar das divisões, o país tem saído por meios constitucionais de sucessivas crises políticas, o que é comemorado pelo governo brasileiro. Em 10 anos, o Equador teve oito presidentes.
Além de prejudicada por uma eventual revisão dos contratos das multinacionais a ser patrocinada por Correa, a Petrobras pode sofrer outro revés. A companhia brasileira aguarda a aprovação do governo equatoriano para o plano de desenvolvimento de um campo de petróleo localizado num território protegido por leis ambientais, o Parque Nacional Yasuní. Reprovado uma vez, o plano foi alterado e entregue em outubro do ano passado aos ministérios de Energia e do Ambiente. A Petrobras espera produzir 30 mil barris de petróleo por dia nesse campo.
A estatal brasileira produz 32 mil barris de petróleo por dia num outro bloco, do qual detém a concessão, desde 2002, para exploração por 20 anos prorrogáveis por mais cinco.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 12)(Fernando Exman)
Existe um modelo de Governança Brasileiro?
Uma reportagem da Gazeta Mercantil de hoje (19/10/2006) informa que a Fundação Dom Cabral está propondo um modelo brasileiro de governança corporativa, onde se leva em consideração a "realidade do mercado doméstico". Tenho sérias dúvidas se teríamos um "modelo brasileiro". Que as empresas brasileiras são diferentes daquelas do primeiro mundo isto é um truísmo. Mas nós temos semelhanças com empresas de outros países, em especial com países cuja herança colonial do direito romano é forte.
A seguir o texto, para suas próprias conclusões:
Governança Corporativa - Em busca de um modelo brasileiro de governança
São Paulo, 19 de Outubro de 2006 - Fundação Dom Cabral prepara programa que leva em conta a realidade do mercado doméstico. Existem cerca de 6 mil empresas nacionais com faturamento anual superior a R$ 24 milhões. Destas, cerca de 650 têm registro de companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), das quais 380 listam suas ações na Bovespa. Mas quando se fala em práticas corporativas saudáveis, não raro o assunto se restringe às 86 empresas que fazem parte de um dos níveis de governança corporativa da Bolsa. A grande maioria deste grupo é de empresas que, ou têm ADRs listados nos mercados norte-americanos ou abriram o capital recentemente, vendendo mais da metade das ações a investidores estrangeiros. Por isso, sua governança segue o modelo praticado por empresas em mercados dos EUA e Europa, regiões onde são comuns traços como a pulverização do controle e a participação ativa dos pequenos investidores nas decisões. Isso está distante da realidade brasileira, em que o predomina o controle familiar.
Para envolver a grande massa de empresas hoje completamente alheias à discussão das boas práticas, a Fundação Dom Cabral (FDC) lança em dezembro um projeto batizado de modelo brasileiro de governança corporativa. "A idéia é ter um padrão formulado a partir da nossa realidade local", diz Eduardo Gusso, um dos coordenadores do núcleo de governança criado em parceria com a Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR).
Avaliação qualitativa
Há um ano em elaboração, o modelo foi idealizado de forma a medir o desempenho das companhias em três classes distintas: fechadas, abertas e de capital pulverizado. São 150 métricas, distribuídas em quatro temas principais: alinhamento entre os sócios, conformidade com leis societárias, estrutura de controle e processos internos, todos com foco na geração de valor para o acionista. Em vez das tradicionais perguntas que exigem sim ou não como resposta, o sistema criado pela FDC demanda comentários aprofundados sobre a evolução de cada item. "Procuramos fugir do viés formalista. Preferimos dar espaço para as companhias detalharem como estão evoluindo", explica Gusso.
Com essa tática, a FDC quer identificar traços em geral ausentes dos relatórios, como a profundidade da discussão dos temas nas reuniões do Conselho de Administração. Além disso, o processo prevê entrevistas com o presidente do CA, o diretor-executivo, um membro independente do Conselho e um acionista minoritário, quando houver. Cada resposta recebe uma pontuação que vai de 0 a 10. "Mas não pretendemos divulgar um ranking. A pontuação só será divulgada se a empresa quiser", conta o professor da FDC. Outro diferencial é o envolvimento da própria companhia na avaliação. "Com isso, os executivos identificam eles mesmos o que podem melhorar", diz Gusso. Duas empresas já participam da avaliação, uma com ações em Bolsa e outra familiar, num projeto-piloto.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Aluísio Alves)
O passar do tempo
Da revista Forbes (publicado no Big Picture)
o que ocorreu nas últimas décadas.
Salário médio (Homem)* 1965 $28,599
1975 $33,148
1985 $42,847
1995 $39,186
2005 $41,386
* Ajustado para inflação de 2005. Fonte: Census Bureau
Salário médio (mulher)*1965 $9,533 (33% do homem)
1975 $12,697 (38%)
1985 $27,720 (65%)
1995 $27,990 (71%)
2005 $31.858 (77%)
* Ajustado para inflação de 2005. Fonte: Census Bureau
Taxa de Poupança1965 8.5%
1975 10.5%
1985 11%
1995 5%
2005 -0.4%
Fonte: Departamento de Comércio
Índice de Miséria (Inflação mais Desemprego)1965 6.1%
1975 17.7%
1985 10.7%
1995 8.4%
2005 8.5%
Fonte: miseryindex.us
Maior Alíquota de Imposto de Renda nos Estados Unidos :) 1965 70%
1975 70%
1985 31%
1995 40%
2005 35%
Fonte:taxpolicycenter.org
Aumento na Produtividade Desde 19651965 Ano Base
1975 +24%
1985 +42%
1995 +66%
2005 +220%
Fonte: Moody's Economy.com
Percentual de Mulheres Trabalhando
1965 34%
1975 39%
1985 44%
1995 46%
2005 46%
Fonte: Bureau of Labor Statistics
Remuneração de Diretor da Maior Empresa Norte-Americana, em dólares de cada ano:
1965 Frederick Donner/General Motors 3.9 milhões
1975 Ken Jamieson/Exxon $469,550
1985 Clifton Garvin/Exxon $1.5 million
1995 John Smith/General Motors $7 million
2005 Lee Scott/Wal-Mart $19 million
Fontes: Census Bureau, General Motors, Exxon Mobil, Wal-Mart
Remuneração do Atleta mais bem pago, em dólares de cada ano
1965 Joe Namath/football $142,333
1975 Pele/Soccer $1.5 milhões
1985 Mike Schmidt/baseball $2.1 milhões
1995 Michael Jordan/basketball $40 milhões
2005 Tiger Woods/golf $87 milhões
Fonte: Forbes
o que ocorreu nas últimas décadas.
Salário médio (Homem)* 1965 $28,599
1975 $33,148
1985 $42,847
1995 $39,186
2005 $41,386
* Ajustado para inflação de 2005. Fonte: Census Bureau
Salário médio (mulher)*1965 $9,533 (33% do homem)
1975 $12,697 (38%)
1985 $27,720 (65%)
1995 $27,990 (71%)
2005 $31.858 (77%)
* Ajustado para inflação de 2005. Fonte: Census Bureau
Taxa de Poupança1965 8.5%
1975 10.5%
1985 11%
1995 5%
2005 -0.4%
Fonte: Departamento de Comércio
Índice de Miséria (Inflação mais Desemprego)1965 6.1%
1975 17.7%
1985 10.7%
1995 8.4%
2005 8.5%
Fonte: miseryindex.us
Maior Alíquota de Imposto de Renda nos Estados Unidos :) 1965 70%
1975 70%
1985 31%
1995 40%
2005 35%
Fonte:taxpolicycenter.org
Aumento na Produtividade Desde 19651965 Ano Base
1975 +24%
1985 +42%
1995 +66%
2005 +220%
Fonte: Moody's Economy.com
Percentual de Mulheres Trabalhando
1965 34%
1975 39%
1985 44%
1995 46%
2005 46%
Fonte: Bureau of Labor Statistics
Remuneração de Diretor da Maior Empresa Norte-Americana, em dólares de cada ano:
1965 Frederick Donner/General Motors 3.9 milhões
1975 Ken Jamieson/Exxon $469,550
1985 Clifton Garvin/Exxon $1.5 million
1995 John Smith/General Motors $7 million
2005 Lee Scott/Wal-Mart $19 million
Fontes: Census Bureau, General Motors, Exxon Mobil, Wal-Mart
Remuneração do Atleta mais bem pago, em dólares de cada ano
1965 Joe Namath/football $142,333
1975 Pele/Soccer $1.5 milhões
1985 Mike Schmidt/baseball $2.1 milhões
1995 Michael Jordan/basketball $40 milhões
2005 Tiger Woods/golf $87 milhões
Fonte: Forbes
18 outubro 2006
Rir é o melhor remédio 13
Do blog de Greg Mankiw, conhecido escritor de livros didáticos de economia:
"Ponha os detalhes e as digressões em notas de rodapé. Então delete as notas de rodapé."
Brasil produz etanol a 50% do similar norte-americano
O etanol derivado do açúcar é produzido pelo Brasil a 90 centavos o galão. Nos Estados Unidos o custo do etanol obtido a partir do milho é de $1.70 a dois dólares o galão.
Para proteger os agricultores norte-americanos, os defensores do livre comércio taxaram o produto brasileiro em 54%.
Fonte: The Stalwart
A Soma dá 101%
Este assunto é matemática.
O blog do Cláudio Humberto chama a atenção para última pesquisa do Datafolha que apresenta o seguinte:
"Pesquisa concluída pelo Datafolha a 12 dias do segundo turno da eleição para a Presidência mostra que o atual ocupante do cargo e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, ampliou sua vantagem sobre o segundo colocado, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. Se a eleição fosse hoje, 57% dos eleitores brasileiros votariam em Lula. Essa taxa é seis pontos maior do que a que o petista obtinha na pesquisa anterior, realizada no dia 10 de outubro, quando 51% declaravam intenção de votar pela reeleição do presidente. Alckmin, por sua vez, oscilou para baixo, dentro da margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais, passando de 40% para 38% das intenções de voto. Assim, a vantagem do petista sobre seu adversário, no total de votos, subiu de 11 para 19 pontos percentuais. A taxa de eleitores sem candidato caiu de nove para seis pontos percentuais: hoje, 3% têm intenção de votar em branco ou anular o voto (eram 4% na pesquisa anterior) e percentual idêntico não saberia em quem votar (eram 5%)."
Somando: 57% + 38% + 3% + 3% = 101%.
O blog do Cláudio Humberto chama a atenção para última pesquisa do Datafolha que apresenta o seguinte:
"Pesquisa concluída pelo Datafolha a 12 dias do segundo turno da eleição para a Presidência mostra que o atual ocupante do cargo e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, ampliou sua vantagem sobre o segundo colocado, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. Se a eleição fosse hoje, 57% dos eleitores brasileiros votariam em Lula. Essa taxa é seis pontos maior do que a que o petista obtinha na pesquisa anterior, realizada no dia 10 de outubro, quando 51% declaravam intenção de votar pela reeleição do presidente. Alckmin, por sua vez, oscilou para baixo, dentro da margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais, passando de 40% para 38% das intenções de voto. Assim, a vantagem do petista sobre seu adversário, no total de votos, subiu de 11 para 19 pontos percentuais. A taxa de eleitores sem candidato caiu de nove para seis pontos percentuais: hoje, 3% têm intenção de votar em branco ou anular o voto (eram 4% na pesquisa anterior) e percentual idêntico não saberia em quem votar (eram 5%)."
Somando: 57% + 38% + 3% + 3% = 101%.
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