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18 setembro 2006

Alteração transforma rotina do contador

Reportagem enviada por Ricardo Viana, publicada no Valor Econômico

Alteração transforma rotina do contador

De São Paulo
14/09/2006

Com a digitalização das notas fiscais e dos livros de escrituração contábil, as tradicionais salas com estantes abarrotadas de livros fiscais estão com seus dias contados. Mas para o contador e vice-presidente do Sindicato de Contabilidade de São Paulo (Sescom-SP), José Maria Chapina Alcazar, não há razões para tanto saudosismo. "As salas já começaram a mudar e muito, mas ficará melhor, teremos mais espaço e agilidade em administrar as informações", diz.

Segundo Alcazar, a informatização também exige uma mudança de perfil do contador. "O profissional passa a ter um perfil, mais consultivo e menos operacional", comenta.

A tendência, avalia ele, é aproximar o profissional de contabilidade da presidência das empresas, auxiliando em planejamentos tributários, análise de ponto de equilibrio de negócio etc. "A profissão está passando por uma revolução cultural, é preciso admitir que esse é um caminho irreversível", comenta. "Mas isso não significa que seja negativo, pelo contrário."

Segundo o Sescom-SP, atualmente há cerca de 400 mil contadores no país, espalhados entre empresas e outras 60 mil escritórios de contabilidade. Para Alcazar, as iniciativas em torno da NF-e exigirão dos profissionais do setor maior reciclagem de conhecimentos, além de investimentos em informática.

Esse impacto financeiro acrescenta, também deve chegar logo no pequeno e médio empresário. "O projeto da Receita Federal é interessante, mas preocupa o fato de não incluir o empreendedor, que não tem recursos para ficar gastando com computação", diz Alcazar.

A preocupação do vice-presidente do Sescom-SP, de fato faz sentido, quando considerado o projeto da Receita Federal, uma vez que são as próprias empresas as responsáveis pelo armazenamento da NF-e, o que já não acontece com a iniciativa da prefeitura de São Paulo, que centraliza todas as operações em servidores próprios. (AB)

Valor Econômico

Usando R em Auditoria e Contabilometria

Recebi um e-mail de Marcos F. Silva com os seguintes comentários:

"Tomei conhecimento do seu site hoje, pesquisando no google sobre a "Lei de Benford" e o achei muito interessante.

Como vc, também acho que o ensino da contabilidade, e da auditoria em particular, não fazem uso adequado de métodos quantitativos (Contabilometria).

Existe, a meu ver, uma carência muito grande de livros texto exemplificando o uso concreto de métodos quantitativos em auditoria.

Nesse campo se destaca, a meu ver, o livro organizado pelo Prof. Corrar e colaboradores "Pesquisa Operacional para Decisão em Contabilidade e Administração: Contabilometria".

Recentemente (junho/2006) abri uma página na internet (ainda em construção) onde tento ilustrar com exemplos práticos como fazer aplicações práticas de métodos quantitativos em contabilidade e auditoria.

Gostaria muito que, caso vc tenha interesse e tempo, me desse um retorno quanto o conteúdo da página.

Um grande abraço.

Marcos F. Silva"


Respondi o seguinte:

Marcos

É interessante como temos dificuldade de convencer as pessoas das vantagens de utilizar métodos quantitativos. Na área de pesquisa de pós-graduação isto já é um consenso, onde quem não utiliza geralmente tem dificuldades de ter um trabalho aceito. Mas na área de ensino, é difícil ver um professor que se disponha a dedicar algumas horas para mostrar a grande utilidade dos métodos quantitativos. A Lei de Benford é um exemplo de algo poderoso que não tem sido devidamente aproveitado em Auditoria.

Tenho lido muito sobre métodos quantitativos aplicados em contabilidade e cada vez mais estou convencido de que sem este instrumento não temos como avançar.

A sua página, apesar de ainda em construção, é interessante por mostrar usos na área de contabilidade. Por este motivo estou fazendo um vínculo para a mesma no meu blog.

Outro aspecto interessante é a dificuldade de achar páginas que sejam realmente interessantes e originais na internet sobre estes assuntos.

Espero que possamos romper esta barreira.

--
César Augusto Tibúrcio Silva
www.cesartiburcio.com.br
www.contabilidadefinanceira.blogspot.com

Oferta Pública de Ações

A oferta pública de ações (OPA) no Brasil exige, da empresa que está ofertando, uma série de procedimentos que estão definidos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Para isto, a empresa contrata uma consultoria que deve elaborar um laudo de avaliação. Este laudo será a base para determinação do preço da ação.

Uma análise destes laudos mostra que os mesmos podem estar distorcidos, influenciando o valor final da empresa. Dois mestrandos, Hélio Cincinato de Oliveira e Fernando Cardoso, analisaram diversas OPAs e encontraram diversos problemas. Em primeiro lugar, os pesquisadores constataram que a instrução da CVM nem sempre é seguida à risca. Alguns itens que deveriam estar num laudo não são encontrados. Oliveira e Cardoso analisaram laudos de diferentes empresas de consultoria (ABN-AMRO, Apsis, B&C, CSFB, HSBC, Interlink, Itaubba, L&F, Pactual, Planner, Santander e Unibanco) e notaram a ausência de conteúdos importantes para o investidor. Por exemplo, num laudo da Planner os autores não encontraram o cálculo do valor da empresa pelo múltiplo de mercado, pelo múltiplo de transações comparáveis e pela metodologia dos ativos.

Um outro problema encontrado foi a divergência nos indicadores macroeconômicos utilizados. Quem conhece avaliação de empresas sabe que pressupostos de desempenho da economia pode ser importante para o valor final da empresa.

Isto é preocupante pois a qualidade dos laudos pode afetar diretamente os interesses dos acionistas minoritários.

Para começar uma segunda...



Para uma segunda feira, duas tirinhas da PhD Comics. Uma antiga, mostra o orientador do personagem agindo de forma estranha. A outra, recente, mostra a aluna de pós-graduação reagindo aos graduandos.

15 setembro 2006

Fazendo negócios

Sairam as estatísticas sobre as facilidades e dificuldades de fazer negócios no Brasil. O país ainda possui muitos entraves para o empresário pois para começar uma empresa são necessários 17 procedimentos, levando 152 dias, que custa 9,9% da renda per capita. Nos países mais desenvolvidos (OECD) os números são 6,2 procedimentos, 16,6 dias e 5,3% da renda per capita. Os problemas também são encontrados com o registro de propriedade, em conseguir crédito, em proteger os investidores, em pagar impostos, fazer contratos e fechar uma empresa.

É interessante notar que na parte de proteção ao investidor os resultados não são tão desanimadores: o índice de evidenciação brasileiro é de 5, contra 6,3 da OECD e 4,3 da região, o que coloca o Brasil em 60o. no ranking. O índice geral de fazer negócios no Brasil é de 121.

Clique aqui para ter acesso as dados (em português)

14 setembro 2006

Capacete de ciclista e a contabilidade: existe uma ligação?


Qual a relação entre o capacete de um ciclita e a contabilidade financeira? Vamos por partes. Em primeiro lugar, é necessário informar uma interessante pesquisa realizada por um "maluco" que tentou medir o efeito do ciclita que usa capacete sobre o perigo numa estrada. O que ele encontrou é mais intrigante ainda: o ciclista que utiliza capacete está mais propenso a ser atropelado por um automóvel.

Ian Walker, um pesquisador prático na área de psicologia do tráfego, utilizou uma bicicleta para medir a distância que os carros passavam dele. Esta medição da distância foi feita através de sensores instalados na bicicleta. Na metade das vezes que ele fez a medida, Walker utilizou o capacete; na outra metade ele arriscou sua vida andando de bicicleta sem o capacete. Walker encontrou que ciclistas que usam capacete tem maior probabilidade de sofrerem um acidente do que aqueles que não usam. O motivo é que os motoristas dos automóveis tendem a passar muito mais perto do ciclista quando ele está com o capacete.

Na experiência de Walker, a adoção de medidas que reduzam o risco levou a um efeito contrário exatamente em razão das pessoas envolvidas acreditarem nesta redução e não serem mais tão cuidadosas.

É o famoso efeito do freio no automóvel, descrito no passado por Robert Simmons no seu livro de controladoria. Se sabemos que o freio de um automóvel é confiável podemos correr mais.

Numa empresa que adota sistemas de redução de risco operacional e outros instrumentos modernos de gestão de risco pode-se talvez esperar algo parecido. Os investidores podem acreditar que o sistema é seguro e confiar excessivamente na empresa. Suas ações serão mais valorizadas, apesar das fragilidades não percebidas. É como o ciclista que usa capacete, que irá proteger o mesmo de uma queda menor mas não de uma batida frontal com um automóvel. Os investidores poderiam ser, então, comparados com os motoristas, que acreditam na segurança do ciclita/empresa e reduz a margem de segurança.

Será que existe mesmo uma ligação?

Clique aqui para ler a reportagem no Times

Clique aqui para ler comentário do sítio de Estatística

Outro comentário do Mahalanobis

Esportes


O que podemos apreender com os esportes? Algumas pesquisas interessantes nesta área têm sido úteis para os gestores, inclusives para aqueles que lidam com o mercado financeiro. É o que afirma o blog Traderfeed.

Segundo este blog estudos em esportes mostram que as atividades que requerem grande esforço físico e concentração mental são as mais agradáveis. As pesquisas também têm demonstrado que a prática contínua no esporte é uma aliada do sucesso.