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13 setembro 2006

Diversão...


Enviado por Nelma Tibúrcio:

Presado Cenhor,
Quero candidatarme pra o lugar de ceqretária que vi no jornau. Eu teclo muito de pressa con um dedo e fasso contas ben.
Axo que sou boa ao tefone em bora seija uma peçoa sem muito extudo.
O meu salario tá aberto há discução pra que o senhor possa ver o que mi pode pagar e o Cenhor axar qui eu meresso.
Pósso comessar imediatamente. Agradessida em avanso pela sua resposta.
Cinceramente,
Catia Vanessa Estrela
PS : Como o meu currico é muinto piqueno, abaicho tem 1 foto minha.




Resposta do Empregador:
Querida Catia Vanessa,
O emprego é seu. Nós temos correção automática no word. Compareça já amanhã.

Mercado Eficiente e Cadeia

Notícia enviada por Gustavo Catão, publicada na the Economist e traduzida pelo Valor Econômico:



Jamie Olis sabe melhor que muita gente que as idéias maquinadas pelos economistas em suas torres de marfim podem ter um grande efeito no mundo real. Esse contador, condenado por fraude na época em que trabalhava na Dynergy, uma trading de energia, está preso desde março de 2004, em boa parte graças a uma teoria econômica controversa, a hipótese do mercado eficiente. Em outubro, uma corte de apelação anulou a condenação de Olis a 24 anos de prisão porque o juiz Sim Lake, que o sentenciou, fez uma interpretação econômica errada. Olis continua preso, aguardando nova sentença, de novo pelo juiz Lake. Ela será precedida de uma nova audiência, prevista para amanhã, que deve ser dominada pelo debate sobre eficiência do mercado.
Em resumo, a hipótese da eficiência do mercado, desenvolvida nos anos 50 e 60, diz que, sob certas condições, o preço de mercado de um ativo, uma ação, por exemplo, reflete integral e acuradamente todas as informações relevantes disponíveis sobre o seu valor. Num mercado eficiente, a única razão para que um preço mude é a divulgação de novas informações.
Essa hipótese influenciou imensamente o mundo das finanças, tornando-se base para outras teorias sobre temas como seleção de portfolios e precificação de opções. Mais relevante para Olis, ela tem a rara distinção, para um teoria econômica, de ter a aprovação da Suprema Corte americana.
Em 1988, ao julgar o caso Basic Inc. x Levinson, a corte endossou a teoria conhecida como "fraude contra o mercado", que se escora na hipótese do mercado eficiente. Como os preços de mercado refletem todas as informações disponíveis, disse a corte, informações enganosas de uma empresa vão afetar o preço de suas ações. Assim, informações enganosas lesam os compradores de ações da empresa, mesmo que eles não dependam diretamente dessas informações ou não estejam a par delas.
Essa decisão se mostrou uma mina de ouro para os advogados nos EUA, que ganharam fortunas processando empresas por prejuízos quando notícias (na prática, em geral, uma revisão de balanços das empresas) derrubam os preços de ações. A queda é tratada como uma prova de superavaliação devida a informação inicial incorreta.
Com freqüência, uma lógica similar tem sido usada em ações penais, como Olis descobriu. A sua sentença de 24 anos deriva de um cálculo do prejuízo financeiro causado aos investidores na Dynergy pelo Projeto Alfa, uma fraude contábil da qual Olis participou. Esse prejuízo foi estimado usando a queda no preço das ações da Dynergy após se noticiar que o Projeto Alfa era uma fraude. Para o juiz Lake, o prejuízo foi tão grande que, pelas diretrizes para sentenças então em vigor, Olis teria de ficar preso por um longo tempo.
Ao anular a sentença, a corte de apelo afirmou que o juiz Lake atribuiu um peso demasiado ao Projeto Alfa na queda das ações da Dynergy, e considerou pouco outras causas. Esta semana, a defesa e a acusação vão ambas usar economistas como testemunhas para debater exatamente quanto do prejuízo pode ser atribuído ao Projeto Alfa. Isso colocará em evidência várias questões técnicas espinhosas da aplicação da hipótese do mercado eficiente em casos de fraudes.
Segundo o especialista chamado pela Promotoria, Frank Graves, da consultoria Brattle Group, o Projeto Alfa foi responsável por US$ 4,45 dos US$ 11,13 de queda nas ações da Dynergy em 25 e 26 de abril de 2002, após a empresa anunciar que estava reduzindo sua previsão de lucro devido à fraude. Para a promotoria, isso justifica uma pena de 15 anos para Olis.
Mas num estudo elaborado a pedido de Olis, Joseph Grundfest, professor de direito na Universidade Stanford e ex-comissário da Securities and Exchange Commision (SEC, a CVM americana), diz que Graves cometeu vários erros técnicos. Se corrigidos, diz Grundfest, que está trabalhando "pro bono", a conclusão é bem diferente: Graves, ele diz, "não conseguiu provar em qual momento nem por qual valor o Projeto Alfa inflou as ações da Dynergy" nem que "alguma porção da queda no preços das ações da Dynergy" nas datas em questão possa ser atribuída ao Projeto Alfa.
Entre outras coisas, Grundfest notou que o mercado já estava digerindo notícias bem mais sérias: que a Dynergy estava sendo investigada pela SEC por negócios não relacionados ao Projeto Alfa; e a ameaça do então governador da Califórnia, Gray Davis, de que tentaria recuperar na Justiça o lucro obtido por traders de energia, incluindo a Dynergy e sua rival, a Enron, com a exploração das falhas na regulamentação do setor de energia no Estado.
Mais importante, o Projeto Alfa foi criado para antecipar a data na qual alguns lucros poderiam ser contabilizados nos balanços da Dynergy; mas o seu efeito geral no fluxo de caixa da empresa ao longo desse período foi neutro.
Certamente, num mercado eficiente, os investidores olhariam além do balanço, para a realidade econômica subjacente, argumenta Grundfest, assim que o efeito da fraude no preço das ações seria negligenciável. De fato, ele observa, o preço das ações da Dynergy não caiu em 3 de abril, quando a imprensa noticiou pela primeira vez os problemas com o Projeto Alfa, o que não foi considerado na avaliação feita por Graves.
Nenhuma dessas objeções desafia o uso da hipótese do mercado eficiente. Ainda assim, há anos a hipótese está sob crescente e intenso ataque no meio acadêmico, o que vem sendo ignorado pelo Judiciário.
Num estudo recente, Bradford Cornell, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, e James Rutten, do escritório de advocacia Munger, Tolles e Olson, de Los Angeles, argumentam que, mesmo mercados financeiros altamente desenvolvidos, como a Bolsa de Valores de Nova York, não são eficientes o suficiente para permitir que os tribunais usem as quedas no preço das ações para calcular o prejuízo financeiro causado por uma fraude.
Em especial, os mercados com freqüência reagem desproporcionalmente às notícias, especialmente às notícias ruins. Portanto, eles concluem que estimativas de prejuízos baseadas na hipótese e na oscilação do preço das ações serão exageradas. Se o juiz Lake tiver passado os últimos meses se atualizando em economia, talvez Olis saia da prisão muito antes do que pensava.

Coincidências...

A Isto é Dinheiro da semana tem como tema de capa a Telemar: " A última chamada da Oi - Telemar anuncia conselho independente formado por grandes nomes do meio empresarial e acadêmico e acena ao mercado que a reestruturação é para valer". A reportagem é amplamente favorável à empresa.

-x-x-x-x-

Notícia do blog Blue Blus, de 29 de agosto de 2006:

"Pessoal da Istoé Dinheiro está parado hoje por atraso nos pgtos 12:29 Os coleguinhas da Istoé Dinheiro estao paralisados hoje em protesto pelo atraso dos salários. Há vários meses a Editora Três vem atrasando o pagamento e, desde julho, a situação se agravou drasticamente. Os funcionários mandaram uma carta para a chefia ontem comunicando que nao trabalhariam hoje - escolheram a 3a feira para nao prejudicar o fechamento da revista, que acontece na 5a. 29/08 Julio Hungria"

11 setembro 2006

Diversão




Os melhores blogs

O Wall Street Journal escolheu os melhores blogs na área de finanças. Atualmente são milhares de blogs. Para sua escolha o jornal levou em consideração o conteúdo original (blogs com vínculo com outras notícias não foram considerados) e o grau de atualização (blogs atualizados menos que uma vez por mês não foram considerados). Além disto, levou-se em conta a existência de evidenciação do nome do autor e a política de publicação. Foram selecionados doze blogs, alguns já conhecidos de quem navega na internet (caso do Seeking Alpha, um bom blog de notícias financeiras e contábeis).

O resultado pode ser encontrado clicando aqui.

Espionagem na HP 02

Ainda sobre o caso da HP, Broc Romanek faz algumas considerações interessantes: se algo ocorreu no conselho, isto deveria estar relatado no documento 8k que exige que seja esclarecido se a renúncia de um diretor ocorreu em razão de existir divergências com as decisões da empresa. O documento 8k deveria descrever as circunstâncias que causaram as divergências.

Depois da renúncia de Perkins do conselho da HP, o formulário 8k simplesmente informou o fato indicando não existir divergência dentro da empresa.

O caso está cada vez mais complicado pois PAtricia Dunn, presidente da empresa e provável responsável pela decisão de espionagem, tentou, em entrevista ao The Wall Street Journal, reduzir seu papel na história.

09 setembro 2006

Espionagem na HP


A HP é uma das maiores empresas do mundo. Quinta-feira o mercado ficou sabendo que esta empresa utiliza a espionagem nas suas atividades. O jornal inglês Financial Times revelou que a empresa contratou espiões para verificar quem estava falando sobre as decisões da empresa na época da saída da antiga presidenta Fiorina.

A reportagem do Estado de hoje faz um balanço sobre o caso:

Vazamento levou HP a investigar jornalistas

Empresa cometeu irregularidades para descobrir fonte de notícias

Reuters e The New York Times

A fabricante de computadores americana Hewlett-Packard, às voltas com um caso de espionagem interna, admitiu na quinta-feira que sua direção contratou investigadores particulares que conseguiram registros telefônicos de vários jornalistas, segundo informou o jornal Financial Times. A intenção da empresa era descobrir qual dos seus diretores estava vazando informações para a imprensa.

A empresa disse que a preocupação com vazamentos começou nos meses que antecederam à saída de Carly Fiorina da chefia da empresa no ano passado. Um relatório interno identificou George A. Keyworth II, o mais antigo diretor da companhia, como a fonte desses vazamentos.

Segundo a empresa, o relatório se baseou no monitoramento de ligações de membros do conselho, de linhas fixas da empresa e celulares, em janeiro, uma iniciativa autorizada pela presidente-executiva Patricia C. Dunn. Quando o relatório foi apresentado em maio, o conselho pediu para Keyworth renunciar, mas ele se recusou, dizendo que tinha sido eleito pelos acionistas, segundo um porta-voz da HP. Mas a empresa, que realizará eleições para seu conselho em março, garantiu que Keyworth não seria renomeado para seu posto.

A companhia informou também que a tentativa de ejetar Keyworth havia levado Thomas J. Perkins, o fundador da empresa de capital de risco Kleiner Perkins Caufield & Byers, a renunciar a seu cargo no conselho. O porta-voz da empresa Michael Moeller disse que, como Perkins não mencionou que estava renunciando por desacordo com o conselho, a companhia não revelou os fatos relacionados à investigação quando reportou sua renúncia à Securities and Exchange Commission (SEC, equivalente à Comissão de Valores Mobiliários brasileira, a CVM).

As apostas agora são de que a própria presidente da HP, que autorizou as investigações, não conseguirá se manter no cargo. "Se a presidente da empresa acredita que esta é a maneira certa de fazer negócios, talvez seja tempo de dar a ela um descanso", disse Peter Morici, professor de economia da Universidade de Maryland. "É uma forma arrogante e inapropriada."

Patricia Dunn disse que os diretores da empresa não sabiam que houve transgressões durante a investigação. "Nossa direção, na verdade, não tinha idéia do que estava ocorrendo", disse. "E peço desculpas a qualquer pessoa que tenha sido vítima dessas investigações."

A HP não quis revelar o número de jornalistas que foram investigados, e disse que está colaborando com as investigações feitas pelas autoridades do Estado da Califórnia. "Estamos absolutamente horrorizados com o fato de que os registros dos jornalistas tenham sido obtidos sem autorização", disse um porta-voz da empresa.

As autoridades californianas disseram estar investigando se a HP infringiu alguma lei ao contratar investigadores que, com identidades falsas, obtiveram os registros nas companhias telefônicas. A HP disse que esses investigadores, que foram subcontratados, buscaram os registros telefônicos para tentar descobrir quem estava repassando informações da empresa à mídia.