09 setembro 2006
Espionagem na HP
A HP é uma das maiores empresas do mundo. Quinta-feira o mercado ficou sabendo que esta empresa utiliza a espionagem nas suas atividades. O jornal inglês Financial Times revelou que a empresa contratou espiões para verificar quem estava falando sobre as decisões da empresa na época da saída da antiga presidenta Fiorina.
A reportagem do Estado de hoje faz um balanço sobre o caso:
Vazamento levou HP a investigar jornalistas
Empresa cometeu irregularidades para descobrir fonte de notícias
Reuters e The New York Times
A fabricante de computadores americana Hewlett-Packard, às voltas com um caso de espionagem interna, admitiu na quinta-feira que sua direção contratou investigadores particulares que conseguiram registros telefônicos de vários jornalistas, segundo informou o jornal Financial Times. A intenção da empresa era descobrir qual dos seus diretores estava vazando informações para a imprensa.
A empresa disse que a preocupação com vazamentos começou nos meses que antecederam à saída de Carly Fiorina da chefia da empresa no ano passado. Um relatório interno identificou George A. Keyworth II, o mais antigo diretor da companhia, como a fonte desses vazamentos.
Segundo a empresa, o relatório se baseou no monitoramento de ligações de membros do conselho, de linhas fixas da empresa e celulares, em janeiro, uma iniciativa autorizada pela presidente-executiva Patricia C. Dunn. Quando o relatório foi apresentado em maio, o conselho pediu para Keyworth renunciar, mas ele se recusou, dizendo que tinha sido eleito pelos acionistas, segundo um porta-voz da HP. Mas a empresa, que realizará eleições para seu conselho em março, garantiu que Keyworth não seria renomeado para seu posto.
A companhia informou também que a tentativa de ejetar Keyworth havia levado Thomas J. Perkins, o fundador da empresa de capital de risco Kleiner Perkins Caufield & Byers, a renunciar a seu cargo no conselho. O porta-voz da empresa Michael Moeller disse que, como Perkins não mencionou que estava renunciando por desacordo com o conselho, a companhia não revelou os fatos relacionados à investigação quando reportou sua renúncia à Securities and Exchange Commission (SEC, equivalente à Comissão de Valores Mobiliários brasileira, a CVM).
As apostas agora são de que a própria presidente da HP, que autorizou as investigações, não conseguirá se manter no cargo. "Se a presidente da empresa acredita que esta é a maneira certa de fazer negócios, talvez seja tempo de dar a ela um descanso", disse Peter Morici, professor de economia da Universidade de Maryland. "É uma forma arrogante e inapropriada."
Patricia Dunn disse que os diretores da empresa não sabiam que houve transgressões durante a investigação. "Nossa direção, na verdade, não tinha idéia do que estava ocorrendo", disse. "E peço desculpas a qualquer pessoa que tenha sido vítima dessas investigações."
A HP não quis revelar o número de jornalistas que foram investigados, e disse que está colaborando com as investigações feitas pelas autoridades do Estado da Califórnia. "Estamos absolutamente horrorizados com o fato de que os registros dos jornalistas tenham sido obtidos sem autorização", disse um porta-voz da empresa.
As autoridades californianas disseram estar investigando se a HP infringiu alguma lei ao contratar investigadores que, com identidades falsas, obtiveram os registros nas companhias telefônicas. A HP disse que esses investigadores, que foram subcontratados, buscaram os registros telefônicos para tentar descobrir quem estava repassando informações da empresa à mídia.
Sharapova
Segundo informação da ABC News/ESPN Sports, Maria Sharapova é uma das melhores tenistas do mundo e uma máquina de fazer dinheiro.
Com 19 anos de idade, a russa chama a atenção dos olhares masculinos (foto) e aproveita para vender telefones, câmaras, sapatos, raquetes e roupas. Bem assessorada por seus agentes, Sharapova leva para casa anualmente US$20 milhões com estas propagandas. Como existe uma estimativa que ela trabalha de 10 a 12 dias por ano em propaganda, isto significa mais de US$1 milhão por dia, igual aos prêmios recebidos em torneios.
Fonte: CJR Daily
08 setembro 2006
Custo da Informação
O artigo a seguir apresenta uma posição interessante (polêmica ?) sobre a Sox e o custo da informação.
Governança Corporativa - Repensando a Sarbanes-Oxley
1 de Setembro de 2006 - Há quatro anos em vigência, a lei Sarbanes-Oxley (Sox), embora válida para empresas americanas ou estrangeiras que tenham ações listadas nas Bolsas dos EUA, exerce uma notória influência na forma de gerir os negócios em todo o mundo, quer sejam empresas abertas ou fechadas. A Sox chegou para colocar ordem no caos instalado nos EUA desde o colapso de Enron, WorldCom e Andersen. Na prática, mudou, de forma quase radical, a relação capital-trabalho e, assim, aplacou o temor de que novos escândalos viessem a acontecer.
Embora parecessem essenciais em um primeiro momento, as reações dos órgãos reguladores mostraram-se, com o tempo, exageradas, extrapolando os objetivos iniciais. Primeiro nos EUA, e agora no Brasil, se chega à percepção que os altos volumes de investimentos feitos para melhorar os processos contábeis e de controle de riscos não chegaram a convencer os executivos, diretores e conselheiros. Isso quanto aos benefícios que se alcançaria em tecnologia voltada para essa adequação, colocando em risco até a competitividade das empresas.
Talvez não seja exagero afirmar que hoje há organizações que se sentem tão obrigadas a se concentrar na obediência às regras financeiras da Sox, que acabam deixando suas áreas operacionais em segundo plano. São empresas que estão se fechando, em vez de procurarem a competitividade para gerar valor aos acionistas.
É irônico, senão trágico, notar que os custos para adaptação à Sarbanes-OxIey têm reduzido a probabilidade de as empresas americanas abrir seu capital, restringindo potencialmente seu acesso aos recursos necessários para expansões. Atualmente, uma empresa privada que pretende abrir o capital pensa mais do que duas vezes - e a Sox tem sido mencionada como um motivo importante por companhias que se decidem contra o registro na bolsa de Nova York.
A dimensão do problema ganha proporção. Levantamentos de opinião realizados nos EUA mostram que, em média, para 60% dos diretores financeiros em multinacionais a reforma na governança corporativa foi mesmo longe demais. A Korn Ferry pesquisou junto a 1.200 executivos, ao redor do mundo, suas opiniões sobre o que pensam da Sox e 58% entendem que essa legislação deveria ser revogada; outros 47% concluíram que a lei ajudou as empresas a se afastar das bolsas. Cremos que se trata de um resultado provocado exatamente pela constatação da dificuldade que existe, na prática, em encontrar o desejável equilíbrio entre os mecanismos de controle e a competitividade empresarial.
Os executivos de finanças, lá e aqui, têm vivenciado os custos do cumprimento das regulamentações, já que são obrigados a consumir longos períodos de tempo para decodificar a linguagem, muitas vezes confusa, dessas regras. Particularmente no Brasil, vivemos um momento em que as empresas precisam se preocupar mais com a perda de vantagens competitivas para segmentos menos regulamentados, especialmente aqueles situados na Ásia. É evidente que não defendemos a inércia, mas não podemos dar "tiros nos próprios pés".
A International Federation of Accountants, de Nova York, produziu um relatório sobre o que eles denominam "governança empresarial". O projeto pretendeu alcançar uma compreensão de como incorporar, em um referencial de governança corporativa, uma ênfase no desempenho de gestão, aquele que cria e adiciona valor. O relatório diz: "O foco é ajudar a diretoria a tomar decisões estratégicas; compreender seu apetite por riscos e seus principais vetores de desempenho, e identificar seus principais pontos de tomada de decisões".
Os executivos brasileiros, em especial o CEO e o CFO, utilizam ferramentas de GRC (Governança, Gestão de Riscos e Compliance) com mais freqüência que os europeus e americanos, e consideram-nas importantes para a criação de valor como vantagem competitiva. Por isso, segundo pesquisa feita pela PricewaterhousCoopers, a maioria dos CEO sul-americanos (82%) considera investimento os gastos com GRC, com impactos positivos na empresa. Nas outras regiões pesquisadas (EUA, Europa e Ásia) este gasto é considerado custo.
Embora a ênfase seja necessária, é importante que os executivos não esqueçam que a boa governança, por si só, não transforma a companhia em sucesso, não cria o dinheiro. Antes, é preciso equilibrar Conformidade com Desempenho. Juntos, estes se transformam em componentes fundamentais para a efetiva e desejada geração de riquezas.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Walter Machado de Barros - Presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF/SP) e sócio-diretor da WMB Consultoria de Gestão Ltda.)
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GM 01/9
Governança Corporativa - Repensando a Sarbanes-Oxley
1 de Setembro de 2006 - Há quatro anos em vigência, a lei Sarbanes-Oxley (Sox), embora válida para empresas americanas ou estrangeiras que tenham ações listadas nas Bolsas dos EUA, exerce uma notória influência na forma de gerir os negócios em todo o mundo, quer sejam empresas abertas ou fechadas. A Sox chegou para colocar ordem no caos instalado nos EUA desde o colapso de Enron, WorldCom e Andersen. Na prática, mudou, de forma quase radical, a relação capital-trabalho e, assim, aplacou o temor de que novos escândalos viessem a acontecer.
Embora parecessem essenciais em um primeiro momento, as reações dos órgãos reguladores mostraram-se, com o tempo, exageradas, extrapolando os objetivos iniciais. Primeiro nos EUA, e agora no Brasil, se chega à percepção que os altos volumes de investimentos feitos para melhorar os processos contábeis e de controle de riscos não chegaram a convencer os executivos, diretores e conselheiros. Isso quanto aos benefícios que se alcançaria em tecnologia voltada para essa adequação, colocando em risco até a competitividade das empresas.
Talvez não seja exagero afirmar que hoje há organizações que se sentem tão obrigadas a se concentrar na obediência às regras financeiras da Sox, que acabam deixando suas áreas operacionais em segundo plano. São empresas que estão se fechando, em vez de procurarem a competitividade para gerar valor aos acionistas.
É irônico, senão trágico, notar que os custos para adaptação à Sarbanes-OxIey têm reduzido a probabilidade de as empresas americanas abrir seu capital, restringindo potencialmente seu acesso aos recursos necessários para expansões. Atualmente, uma empresa privada que pretende abrir o capital pensa mais do que duas vezes - e a Sox tem sido mencionada como um motivo importante por companhias que se decidem contra o registro na bolsa de Nova York.
A dimensão do problema ganha proporção. Levantamentos de opinião realizados nos EUA mostram que, em média, para 60% dos diretores financeiros em multinacionais a reforma na governança corporativa foi mesmo longe demais. A Korn Ferry pesquisou junto a 1.200 executivos, ao redor do mundo, suas opiniões sobre o que pensam da Sox e 58% entendem que essa legislação deveria ser revogada; outros 47% concluíram que a lei ajudou as empresas a se afastar das bolsas. Cremos que se trata de um resultado provocado exatamente pela constatação da dificuldade que existe, na prática, em encontrar o desejável equilíbrio entre os mecanismos de controle e a competitividade empresarial.
Os executivos de finanças, lá e aqui, têm vivenciado os custos do cumprimento das regulamentações, já que são obrigados a consumir longos períodos de tempo para decodificar a linguagem, muitas vezes confusa, dessas regras. Particularmente no Brasil, vivemos um momento em que as empresas precisam se preocupar mais com a perda de vantagens competitivas para segmentos menos regulamentados, especialmente aqueles situados na Ásia. É evidente que não defendemos a inércia, mas não podemos dar "tiros nos próprios pés".
A International Federation of Accountants, de Nova York, produziu um relatório sobre o que eles denominam "governança empresarial". O projeto pretendeu alcançar uma compreensão de como incorporar, em um referencial de governança corporativa, uma ênfase no desempenho de gestão, aquele que cria e adiciona valor. O relatório diz: "O foco é ajudar a diretoria a tomar decisões estratégicas; compreender seu apetite por riscos e seus principais vetores de desempenho, e identificar seus principais pontos de tomada de decisões".
Os executivos brasileiros, em especial o CEO e o CFO, utilizam ferramentas de GRC (Governança, Gestão de Riscos e Compliance) com mais freqüência que os europeus e americanos, e consideram-nas importantes para a criação de valor como vantagem competitiva. Por isso, segundo pesquisa feita pela PricewaterhousCoopers, a maioria dos CEO sul-americanos (82%) considera investimento os gastos com GRC, com impactos positivos na empresa. Nas outras regiões pesquisadas (EUA, Europa e Ásia) este gasto é considerado custo.
Embora a ênfase seja necessária, é importante que os executivos não esqueçam que a boa governança, por si só, não transforma a companhia em sucesso, não cria o dinheiro. Antes, é preciso equilibrar Conformidade com Desempenho. Juntos, estes se transformam em componentes fundamentais para a efetiva e desejada geração de riquezas.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Walter Machado de Barros - Presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF/SP) e sócio-diretor da WMB Consultoria de Gestão Ltda.)
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GM 01/9
06 setembro 2006
Minoritários nas Americanas 2
Lojas Americanas igualam direitos de acionistasEMPRESAS - Ações prefereneciais da empresa sobem
8,18%, cotadas a R$ 92,50; ONs caem 8,08%, a R$ 91,90
JULIANA ENNES
DO JORNAL DO COMMERCIO
Todos os acionistas minoritários das Lojas Americanas terão os mesmos direitos dos majoritários em caso de venda de controle da empresa. A empresa publicou comunicado ao mercado em que propõe alterações estatutárias para a ampliação dos 100% de tag along dos acionistas ordinários aos preferenciais. Ou seja, os donos de Lojas Americanas PN terão o mesmo direito de prêmio em caso de venda da empresa que os acionistas controladores.
O mercado reagiu ao comunicado. Ontem, as ações preferenciais subiram 8,18%, cotadas a R$ 92,50, aproximando-se do preço-alvo estabelecido anteriormente pelos analistas da Ágora Corretora, de R$ 93,26. Durante o dia, as ações chegaram a ser negociadas a R$ 94,30.
Em contrapartida, as ações ordinárias desvalorizaram-se 8,08%, a R$ 91,90. A tendência, principalmente se a proposta for aceita na Assembléia de acionistas, é de que os preços das duas ações fiquem equiparados, já que teriam os mesmos direitos financeiros. Os acionistas ordinários terão a mais apenas o poder de voto.
O comunicado da empresa avisa ainda que os detentores de papéis preferenciais perderão o direito de receber dividendos em valor 10% superior aos dos acionistas ordinários. Todos os acionistas passariam a participar da divisão de dividendos de forma igualitária. De acordo com a empresa, a proposta tem por "objetivo alinhar os interesses de todos os acionistas da companhia, sejam controladores, minoritários ou titulares de ações preferenciais".
A ampliação das práticas de governança corporativa foi bem recebida pelo mercado, por indicar preocupação com o acionista. Além disso, pode ser a sinalização de uma futura entrada no Nível 2 de governança da Bolsa de Valores de São Paulo ou até mesmo no Novo Mercado, o que, neste caso, obrigaria a troca de ações, por serem permitidos apenas papéis ordinários neste nível.
Mudança de tag along é bem recebida pelo mercado
- O mercado tinha o receio de que a empresa fosse vendida no médio e longo prazo. O acionista preferencial poderia ter perdas em relação aos demais, em caso de mudança de controle. Com a extensão do tag along, os minoritários pegam carona em possível prêmio a ser pago aos controladores. Abre-se ainda espaço para possível pulverização de controle - disse Alexandre Garcia, analista da Ágora Corretora.
A corretora Planner recomendou a compra das ações preferenciais das Lojas Americanas. "A decisão do bloco de controle de conceder tag along de 100% às ações PN e ON visa ao alinhamento de direitos dos acionistas e segue uma tendência do mercado. Sendo este o primeiro passo no sentido melhorar a governança corporativa e o ingresso no nível 2 da Bovespa como alternativa no futuro", informou a corretora em comunicado divulgado ao mercado.
As perspectivas para as ações das Lojas Americanas são positivas. "As medidas aproximam os interesses dos dois lados, dos acionistas minoritários e dos controladores. O aumento da governança corporativa faz com que se aceite pagar mais pelo papel, o que dá melhor projeção", disse Garcia.
Além disso, a expectativa de aumento da renda do trabalhador e redução do custo do crédito faz com que as projeções para o setor de consumo interno sejam otimistas.
A tendência do mercado é a migração para níveis avançados de governança corporativa. Trata-se de uma exigência do próprio mercado. Com o tempo, ao invés de ações de empresas com boas práticas de governança serem beneficiadas, as demais é que terão um desconto, preço pago pela menor transparência e pela falta de alguns direitos igualitários entre acionistas.
Por enquanto, ainda é comum as ações preferenciais negociadas na Bovespa terem maior liquidez, mas isso também é resultado da concentração de papéis, já que para o controle de uma empresa é preciso que o acionista majoritário tenha maior parte das ações com direito a voto.
De qualquer forma, a tendência de modernização já se reflete nos lançamentos de ações na Bovespa, cuja maioria das ações entra diretamente para o Novo Mercado, nível máximo de governança da Bolsa.
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Jornal do Comercio 31/8/2006
8,18%, cotadas a R$ 92,50; ONs caem 8,08%, a R$ 91,90
JULIANA ENNES
DO JORNAL DO COMMERCIO
Todos os acionistas minoritários das Lojas Americanas terão os mesmos direitos dos majoritários em caso de venda de controle da empresa. A empresa publicou comunicado ao mercado em que propõe alterações estatutárias para a ampliação dos 100% de tag along dos acionistas ordinários aos preferenciais. Ou seja, os donos de Lojas Americanas PN terão o mesmo direito de prêmio em caso de venda da empresa que os acionistas controladores.
O mercado reagiu ao comunicado. Ontem, as ações preferenciais subiram 8,18%, cotadas a R$ 92,50, aproximando-se do preço-alvo estabelecido anteriormente pelos analistas da Ágora Corretora, de R$ 93,26. Durante o dia, as ações chegaram a ser negociadas a R$ 94,30.
Em contrapartida, as ações ordinárias desvalorizaram-se 8,08%, a R$ 91,90. A tendência, principalmente se a proposta for aceita na Assembléia de acionistas, é de que os preços das duas ações fiquem equiparados, já que teriam os mesmos direitos financeiros. Os acionistas ordinários terão a mais apenas o poder de voto.
O comunicado da empresa avisa ainda que os detentores de papéis preferenciais perderão o direito de receber dividendos em valor 10% superior aos dos acionistas ordinários. Todos os acionistas passariam a participar da divisão de dividendos de forma igualitária. De acordo com a empresa, a proposta tem por "objetivo alinhar os interesses de todos os acionistas da companhia, sejam controladores, minoritários ou titulares de ações preferenciais".
A ampliação das práticas de governança corporativa foi bem recebida pelo mercado, por indicar preocupação com o acionista. Além disso, pode ser a sinalização de uma futura entrada no Nível 2 de governança da Bolsa de Valores de São Paulo ou até mesmo no Novo Mercado, o que, neste caso, obrigaria a troca de ações, por serem permitidos apenas papéis ordinários neste nível.
Mudança de tag along é bem recebida pelo mercado
- O mercado tinha o receio de que a empresa fosse vendida no médio e longo prazo. O acionista preferencial poderia ter perdas em relação aos demais, em caso de mudança de controle. Com a extensão do tag along, os minoritários pegam carona em possível prêmio a ser pago aos controladores. Abre-se ainda espaço para possível pulverização de controle - disse Alexandre Garcia, analista da Ágora Corretora.
A corretora Planner recomendou a compra das ações preferenciais das Lojas Americanas. "A decisão do bloco de controle de conceder tag along de 100% às ações PN e ON visa ao alinhamento de direitos dos acionistas e segue uma tendência do mercado. Sendo este o primeiro passo no sentido melhorar a governança corporativa e o ingresso no nível 2 da Bovespa como alternativa no futuro", informou a corretora em comunicado divulgado ao mercado.
As perspectivas para as ações das Lojas Americanas são positivas. "As medidas aproximam os interesses dos dois lados, dos acionistas minoritários e dos controladores. O aumento da governança corporativa faz com que se aceite pagar mais pelo papel, o que dá melhor projeção", disse Garcia.
Além disso, a expectativa de aumento da renda do trabalhador e redução do custo do crédito faz com que as projeções para o setor de consumo interno sejam otimistas.
A tendência do mercado é a migração para níveis avançados de governança corporativa. Trata-se de uma exigência do próprio mercado. Com o tempo, ao invés de ações de empresas com boas práticas de governança serem beneficiadas, as demais é que terão um desconto, preço pago pela menor transparência e pela falta de alguns direitos igualitários entre acionistas.
Por enquanto, ainda é comum as ações preferenciais negociadas na Bovespa terem maior liquidez, mas isso também é resultado da concentração de papéis, já que para o controle de uma empresa é preciso que o acionista majoritário tenha maior parte das ações com direito a voto.
De qualquer forma, a tendência de modernização já se reflete nos lançamentos de ações na Bovespa, cuja maioria das ações entra diretamente para o Novo Mercado, nível máximo de governança da Bolsa.
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Jornal do Comercio 31/8/2006
Minoritários na Americanas
A questão dos Minoritários nas Americanas, segundo a Gazeta Mercantil de 31 de agosto:
Governança Corporativa - Tag along eleva cotação da Americanas
São Paulo, 31 de Agosto de 2006 - Com o incentivo aos minoritários, rede quer aumentar interesse dos estrangeiros. Com a concessão de tag along de 100% para todos os acionistas, aprovada na última terça-feira, a Lojas Americanas quis eliminar a desvantagem em relação a suas principais concorrentes do setor varejista no mercado de ações. Natura, Lojas Renner e Submarino, empresas que embarcaram na Bovespa desde 2004, já fazem parte do Novo Mercado, segmento que tem o tag along como um de seus pré-requisitos. O mecanismo - que garante aos minoritários o direito de receber o mesmo valor pago às ações do bloco de controle, em caso de venda da empresa - é um dos itens mais considerados pelos investidores estrangeiros, público que detém 35% das ações preferenciais da Lojas Americanas em circulação no mercado. A mesma classe de investidores tem 90% das ações da Lojas Renner. "Nós eliminamos a maior diferença entre nós e eles", diz Roberto Martins, diretor de relações com investidores da empresa.
Em relatório, o Unibanco recomendou fortemente a compra das ações da varejista, avaliando que a decisão pode corrigir a demanda reprimida pelas ações, especialmente por parte de investidores estrangeiros. Segundo o banco, a medida abre caminho para futuras captação no mercado via emissão de novas ações, hipótese que a companhia negou. "Nossa geração de caixa é suficiente para abertura de novas lojas e investimento em e-commerce", diz Martins.
O diretor de RI da companhia também evitou falar sobre a possibilidade de reestruturação societária, com a conversão de todo o seu capital em ações com direito a voto, ou na adesão ao Novo Mercado. Adiantou, porém, que novas medidas de aproximação com os investidores estão sendo preparadas. "O passo mais importante foi tomado. Agora temos que elevar o grau de disclosure", disse, referindo-se à divulgação de informações ao mercado.
A companhia não faz parte dos níveis de governança corporativa da Bovespa, mas já adota outras práticas previstas nesses segmentos, como a de ter um membro independente no conselho de administração e no conselho fiscal. Com anúncio do tag along os preços das ações PN subiram 8,2%, a R$ 92,50, enquanto o da ON cedeu 8,1%, a R$ 91,90.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Aluísio Alves)
Governança Corporativa - Tag along eleva cotação da Americanas
São Paulo, 31 de Agosto de 2006 - Com o incentivo aos minoritários, rede quer aumentar interesse dos estrangeiros. Com a concessão de tag along de 100% para todos os acionistas, aprovada na última terça-feira, a Lojas Americanas quis eliminar a desvantagem em relação a suas principais concorrentes do setor varejista no mercado de ações. Natura, Lojas Renner e Submarino, empresas que embarcaram na Bovespa desde 2004, já fazem parte do Novo Mercado, segmento que tem o tag along como um de seus pré-requisitos. O mecanismo - que garante aos minoritários o direito de receber o mesmo valor pago às ações do bloco de controle, em caso de venda da empresa - é um dos itens mais considerados pelos investidores estrangeiros, público que detém 35% das ações preferenciais da Lojas Americanas em circulação no mercado. A mesma classe de investidores tem 90% das ações da Lojas Renner. "Nós eliminamos a maior diferença entre nós e eles", diz Roberto Martins, diretor de relações com investidores da empresa.
Em relatório, o Unibanco recomendou fortemente a compra das ações da varejista, avaliando que a decisão pode corrigir a demanda reprimida pelas ações, especialmente por parte de investidores estrangeiros. Segundo o banco, a medida abre caminho para futuras captação no mercado via emissão de novas ações, hipótese que a companhia negou. "Nossa geração de caixa é suficiente para abertura de novas lojas e investimento em e-commerce", diz Martins.
O diretor de RI da companhia também evitou falar sobre a possibilidade de reestruturação societária, com a conversão de todo o seu capital em ações com direito a voto, ou na adesão ao Novo Mercado. Adiantou, porém, que novas medidas de aproximação com os investidores estão sendo preparadas. "O passo mais importante foi tomado. Agora temos que elevar o grau de disclosure", disse, referindo-se à divulgação de informações ao mercado.
A companhia não faz parte dos níveis de governança corporativa da Bovespa, mas já adota outras práticas previstas nesses segmentos, como a de ter um membro independente no conselho de administração e no conselho fiscal. Com anúncio do tag along os preços das ações PN subiram 8,2%, a R$ 92,50, enquanto o da ON cedeu 8,1%, a R$ 91,90.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Aluísio Alves)
Telemar
A Batalha da Telemar contra os minoritários foi muito bem relatada pela The Economist. A seguir a reportagem da revista publicada/traduzida pelo Valor Econômico de 31 de agosto:
Minoritários tentam barrar o "vencer ou vencer" das empresas
The Economist
Parecia o tipo de coisa que normalmente os investidores aprovariam. A Telemar, maior companhia de telecomunicações do Brasil, decidiu se livrar de sua pesada estrutura acionária, envolvendo três companhias diferentes e cinco classes de ações. Em vez disso, uma única empresa com nome novo e gracioso - Oi - iria emitir uma classe de ações no Novo Mercado, a parte do mercado de ações brasileiro que possui os padrões de governança corporativa mais exigentes. Com isso, a Telemar se juntaria ao clube das empresas brasileiras (que vem crescendo rapidamente) que oferecem a todos os acionistas um benefício garantido a apenas uns poucos: direito de voto.
Mas foi um problema. Ao abraçar a nova ética do acionista, os controladores da Telemar tentaram lucrar com a velha. Sob o "swap" (troca) de ações proposto em abril, os investidores que hoje controlam a companhia com participação financeira de apenas 14,7% ganhariam 31% da Oi (assumindo a participação de todos os acionistas); outros acionistas com direito a voto veriam sua participação crescer de 13,8% para 23,7%. Mas os investidores com ações preferenciais, sem voto, teriam suas participações bastante diluídas, com a fatia destes caindo de 71,5% para 45,4%. Para tornar a transação ainda mais atraente para os acionistas controladores, a Telemar permitiu a eles vender ações por meio de uma oferta secundária.
Uma queda do mercado de ações em maio e junho atrapalhou a distribuição secundária. A Telemar a cancelou em 17 de agosto. Enquanto isso, uma administradora de fundos da Califórnia chamada Brandes, que controla 9% das American Depositary Shares (ADS) da Telemar, queixou-se à Securities and Exchange Commission (SEC) sobre os termos de troca de ação. Em 18 de agosto, a Comissão de Valores Mobiliário (CVM) interveio.
Numa decisão que interpretou a lei corporativa do Brasil, mas que não mencionou a Telemar pelo nome, ela disse que em fusões que beneficia injustamente uma classe de acionistas às custas de outra, os beneficiados não podem votar na transação. A decisão tirou quase 20% do valor das ações ordinárias da Telemar em 21 de agosto e lançou incertezas sobre a sua reestruturação. Os investidores comemoraram uma vitória importante em uma longa campanha para melhorar dos direitos dos acionistas minoritários.
A CVM deu à panelinha que controla a Telemar uma escolha entre oferecer condições iguais aos acionistas sem direito a voto ou deixá-los decidir se aprovam ou não a transação. Mesmo assim, a Telemar decidiu continuar. O plano é "vencer ou vencer", diz Roberto Terziani da Telemar: os controladores trocam poder por uma participação econômica maior, os preferenciais fazem o contrário.
A decisão da Telemar provavelmente vai dar início a uma negociação na qual os acionistas preferenciais agora possuem mais poder, afirma Alexandre Garcia, da corretora Ágora. Ela também estabelece um precedente num sistema em que as ações com direito a voto podem responder por apenas um terço do capital de uma companhia e apenas metade disso é necessário para se ter o controle. A igualdade entre os acionistas é especialmente importante para os investidores estrangeiros, que respondem por 30% a 40% do giro do mercado de ações brasileiro. A migração proposta da Telemar para o Novo Mercado foi precedida pela Embraer e pela Perdigão. Ninguém reclamou porque os detentores de ações preferenciais receberam condições atraentes.
Investidores minoritários estão agora se voltando para a CVM prosseguir em mais uma luta, com a Mittal Steel, uma companhia siderúrgica global que recentemente assumiu o controle de uma outra, a Arcelor. Os acionistas com direito a voto da principal subsidiária brasileira da Arcelor alegam que têm o direito de participar da mesma oferta que os acionistas controladores da companhia tiveram. A CVM decidiu provisoriamente a favor deles. Segundo algumas estimativas, isso poderá custar à Mittal um extra de ? 5 bilhões. Em visita ao Brasil, Lakshmi Mittal, o presidente da Mittal, disse não, alegando que a empresa se fundiu com a Arcelor, e não assumiu seu controle. A batalha pelos direitos dos acionistas ainda não terminou.
(Tradução Mário Zamarian)
Nível de corrupção
Já se sabe que o nível de corrupção reduz a eficiência de um país, que reduz seu crescimento, os investimentos estrangeiros e que pode ter efeitos regressivos sobre a renda das pessoas.
Jennifer Hunt, uma pesquisadora da McGill University, Canadá, acredita que o nível de corrupção tem uma relação com o azar ou eventos adversos que uma pessoa está experimentando. Uma pessoa nesta situação pode necessitar mais de um serviço público. Por exemplo, vítimas de um crime podem precisar de ajuda da polícia; pessoas com doença podem necessitar de auxílio médico num hospital público; etc. Pessoas com estes problemas tem maior possibilidade de corromper um funcionário público (policial, médico etc).
O tamanho da importância do evento adverso pode depender não somente da importância do problema mas também da instituição que a pessoa irá recorrer.
Jennifer Hunt utilizou dados do Peru e mostrou que as vítimas são mais prováveis de corromper funcionários públicos. O efeito é mais forte na polícia.
Para ler, clique aqui - em PDF e inglês
Uma conclusão parecida chegou dois pesquisadores da West Virgina (Peter Leeson e Russell Sobel) ao analisarem os desastres naturais e a ajuda pública, segundo informa a The Economist (2/9/2006, p. 28). Estados dos EUA com muitos desastres são mais corruptos. Quando o desastre natural ocorre, o governo federal dispensa uma série de requisitos para gastar o dinheiro nas áreas afetadas através de uma agência de emergência chamada FEMA. Isto causa corrupção, segundo os pesquisadores.
Jennifer Hunt, uma pesquisadora da McGill University, Canadá, acredita que o nível de corrupção tem uma relação com o azar ou eventos adversos que uma pessoa está experimentando. Uma pessoa nesta situação pode necessitar mais de um serviço público. Por exemplo, vítimas de um crime podem precisar de ajuda da polícia; pessoas com doença podem necessitar de auxílio médico num hospital público; etc. Pessoas com estes problemas tem maior possibilidade de corromper um funcionário público (policial, médico etc).
O tamanho da importância do evento adverso pode depender não somente da importância do problema mas também da instituição que a pessoa irá recorrer.
Jennifer Hunt utilizou dados do Peru e mostrou que as vítimas são mais prováveis de corromper funcionários públicos. O efeito é mais forte na polícia.
Para ler, clique aqui - em PDF e inglês
Uma conclusão parecida chegou dois pesquisadores da West Virgina (Peter Leeson e Russell Sobel) ao analisarem os desastres naturais e a ajuda pública, segundo informa a The Economist (2/9/2006, p. 28). Estados dos EUA com muitos desastres são mais corruptos. Quando o desastre natural ocorre, o governo federal dispensa uma série de requisitos para gastar o dinheiro nas áreas afetadas através de uma agência de emergência chamada FEMA. Isto causa corrupção, segundo os pesquisadores.
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