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06 setembro 2006

Nível de corrupção

Já se sabe que o nível de corrupção reduz a eficiência de um país, que reduz seu crescimento, os investimentos estrangeiros e que pode ter efeitos regressivos sobre a renda das pessoas.

Jennifer Hunt, uma pesquisadora da McGill University, Canadá, acredita que o nível de corrupção tem uma relação com o azar ou eventos adversos que uma pessoa está experimentando. Uma pessoa nesta situação pode necessitar mais de um serviço público. Por exemplo, vítimas de um crime podem precisar de ajuda da polícia; pessoas com doença podem necessitar de auxílio médico num hospital público; etc. Pessoas com estes problemas tem maior possibilidade de corromper um funcionário público (policial, médico etc).

O tamanho da importância do evento adverso pode depender não somente da importância do problema mas também da instituição que a pessoa irá recorrer.

Jennifer Hunt utilizou dados do Peru e mostrou que as vítimas são mais prováveis de corromper funcionários públicos. O efeito é mais forte na polícia.

Para ler, clique aqui - em PDF e inglês

Uma conclusão parecida chegou dois pesquisadores da West Virgina (Peter Leeson e Russell Sobel) ao analisarem os desastres naturais e a ajuda pública, segundo informa a The Economist (2/9/2006, p. 28). Estados dos EUA com muitos desastres são mais corruptos. Quando o desastre natural ocorre, o governo federal dispensa uma série de requisitos para gastar o dinheiro nas áreas afetadas através de uma agência de emergência chamada FEMA. Isto causa corrupção, segundo os pesquisadores.

Países artificiais


Um país "artificial" pode ter mais problemas (guerra, fome, subdesenvolvimento) do que um país formado de maneira natural? Esta pergunta foi realizada por três pesquisadoras da Harvad e New York University, Alberto Alesina, William Easterly e Janina Matuszeski.

Elas tentaram construir uma aproximação desta medida de artificialidade mensurando se as fronteiras de um determinado país são artificiais ou não. Uma primeira medida utilizada foi se um grupo étnico foi cortado por uma fronteira política. A repartição da Índia e do Paquistão em 1947 seria um exemplo. A América Latina também pode ser considerado um exemplo no caso da Espanha. (A Espanha criou no passado regiões administrativas que não tinha nenhuma relação com grupos indígenas existentes. Quando da independência, estas regiões transformaram-se em países, guardando a mesma demarcação da época colonial).

As autoras propuseram também uma outra medida de artificialidade: se a fronte de um país é fractal ou não. Uma fronteira recortada significaria um país menos artificial; uma fronteira reta indicaria a existência de um país artificial. O Chad, país da África, cujo mapa acompanha este texto, seria o exemplo maior de artificialidade medida pelo fractal. Observe que a fronteira deste país é uma linha reta. (após o Chad as autoras encontraram o Equador, a Guiné Equatorial, a Eritreia, a Guatemala, a Jordânia, o Mali, o Marrocos, a Namíbia, o Níger, o Paquistão, o Sudão e o Zimbabwe).

Entretanto, apesar do fato de que a proposta das autoras ser altamente criativa, os resultados foram "decepcionantes". Existe relação com medidas como fragmentação étnica e status colonial, mas não se pode concluir nada sobre a ocorrência de guerras.

Clique aqui para ler em PDF e inglês

04 setembro 2006

Diversão 2


Cecília é estudante de pós-graduação, na solidão da tese...

Diversão



O cartum foi publicado no Ph Comics. A figura de barba é o professor orientador, que está ansioso para acabar as férias e voltar ao conforto da Universidade.

Ainda sobre Cinema

Na revista Veja desta semana um artigo com o título "O Superdesempregado", falando sobre a dispensa, pela Paramount, de Tom Cruise. Num dos trechos, a articulista fala: "quanto mais os matemáticos e estatísticos que observam a indústria do entretenimento fazem suas contas, mais elas apontam para a mesma e supreendente direção - os astros deixaram de ser garantia de bilheteria."

Mais adiante a articulista informa: "Há muitos os economistas perceberam que a escalada desenfreada de uma tendência - como a dos salários astronômicos de Hollywood - quase sempre é sinal de sua culminação e esgotamento".

Pelo visto a articulista não sabe que isto denomina-se contabilidade. Parece que seu conhecimento - se é que existe - resume-se ao cinema.

DVD de Alta Definição decepcionam

Do Estado de S. Paulo de 4/9/2006:


Primeiros DVDs de alta definição decepcionam

Apesar da expectativa da indústria, vendas de aparelhos com os formatos Blu-ray, da Sony, e HD-DVD, da Toshiba, têm ritmo lento nos EUA

Hollywood espera que os DVDs de alta definição voltem a despertar o mercado de filmes nos Estados Unidos, que perdeu força nos últimos meses. Mas, até agora, os produtos atraíram reações pouco entusiasmadas dos consumidores e do varejo, principalmente por causa de questões técnicas e de uma amarga guerra de formatos.

Os formatos concorrentes, o Blu-ray, promovido pela Sony, e o HD-DVD, promovido pela Toshiba, têm o mesmo objetivo: oferecer melhor qualidade de imagem e recursos interativos. Mas alguns dos primeiros usuários não parecem muito impressionados. "Nenhum dos formatos está vendendo bem ou cumprindo as metas esperadas. Minha expectativa era de que os consumidores pioneiros tivessem mais interesse", disse Bjorn Dybdahl, presidente da Bjorn's, uma loja especializada em artigos eletrônicos localizada em San Antonio, Texas.

Um formato deve triunfar, como aconteceu com o VHS em relação ao Betamax. O Blu-ray era apontado por muitos especialistas, antes do lançamento, como o provável vencedor, graças ao apoio mais firme que conquistou entre os estúdios de cinema. Mas desde que a Samsung lançou o primeiro aparelho Blu-ray, ao preço de US$ 1 mil, no final de junho, o formato enfrenta queixas por causa das imagens de baixa qualidade, rumores sobre escassez de componentes para os aparelhos e outras questões técnicas.

"As expectativas eram altas. Em cada reunião com a Sony, as demonstrações eram espetaculares", disse Dybdahl. "E aí surgiu o primeiro aparelho Blu-ray, da Samsung, e minhas expectativas foram demolidas. Quando colocamos o disco, todos os vendedores olharam e disseram que a imagem não parecia muito melhor do que a de um DVD comum."

Mesmo assim, os aparelhos e discos de alta definição foram recebidos com agrado por muitos grupos de varejo e analistas de produtos. Um porta-voz da Samsung Electronics America preferiu não comentar, e a Sony Pictures Home Entertainment disse não ter recebido queixas de seus distribuidores.

Muitos especialistas da indústria do DVD disseram que a diferença de qualidade pouco notável nos primeiros lançamentos em Blu-ray acontece pela decisão dos estúdios de cinema em usar o padrão de compressão de vídeo MPEG-2 em vez do VC-1, usado em muitos títulos do formato rival HD-DVD.

A Toshiba lançou em abril seus primeiros players de discos HD-DVD, por cerca de US$ 500, e o preço mais baixo deu uma vantagem inicial em vendas unitárias. As vendas de players HD-DVD foram 33% maiores que as de equipamentos Blu-ray nas primeiras seis semanas de comercialização. REUTERS