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18 agosto 2006

Salários Reais

Conforme pesquisa do Hay Group, o salário médio de um administrador, considerando seu custo de vida local, é mais elevado na Índia, na Alemanha, na Suiça e no Brasil, pela ordem. Seguem depois a Espanha, a Rússia, a Polônia e a Turquia.

Corrupção e Trânsito

Em uma antiga postagem (clique aqui) comentei sobre um trabalho que considera a relação entre multas de trânsito e corrupção. Na The Economist de 12 de agosto existe uma análise deste artigo. Nada de novo exceto pela conclusão:

"Já qualquer superioridade moral de Nova Iorque deve ser considerada pelo comportamento da embaixada dos Estados Unidos em Londres. Ultimo ano, os assessores da embaixada deixaram de pagar a taxa de congestinamento - agora 8 libras ou acima de 15 dólares - para circular com carros no centro de Londres. A pilha crescente de multas não pagas agora está em $716 mil dólares."

Ótimo.

Métodos Quantitativos em Fundos

A análise quantitativa também chegou a área de investimentos. Segundo informação do sítio Seeking Alpha, 3 dos 10 maiores fundos de hedge são puramente quantitativos. "De acordo com o Financial Times, investimento quantitativo estão crescento duas vezes mais rápido que métodos tradicionais. Defensores dos investimentos quantitativos afirmam (...) que evitam erros comuns de comportamento humanos.

Clique aqui para ver a notícia

17 agosto 2006

Gol é contagioso

Um artigo da revista Nature, de 15 de junho de 2006, mostra que o gol no futebol é contagioso, estatisticamente falando. Quando uma equipe faz um gol aumenta a probabilidade que seu time irá fazer mais. Em outras palavras, a distribuição do gol no futebol não é uma normal.

Para notícia veja o sítio Mahalanobis e The Stalwart

15 agosto 2006

Importância da pontuação

Depois dizem que não precisamos da língua portuguesa:

Um homem rico estava muito mal, agonizando. Pediu papel e caneta.

Escreveu assim:

"Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada
dou aos pobres".

Morreu antes de fazer a pontuação.


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A quem deixava ele a fortuna? Eram quatro concorrentes:

1. O sobrinho fez a seguinte pontuação:

"Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro.
Nada dou aos pobres".

2. A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:

"Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro.
Nada dou aos pobres".

3. O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele:

"Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro.
Nada dou aos pobres".

4. Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:

"Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro?
Nada! Dou aos pobres".


Moral da estória:
Assim é a vida. Pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras.
Nós é que colocamos os pontos.

14 agosto 2006

Vale tudo para

Outra reportagem do Estado de S. Paulo

Vale-tudo na disputa entre Banespa e Nossa Caixa por servidor público

Santander Banespa inicia ofensiva para não perder a conta de 600 mil funcionários públicos para a Nossa Caixa

Patrícia Cançado

O Santander Banespa e a Nossa Caixa começaram a travar, neste fim de semana, uma batalha comercial nas ruas de São Paulo. Em várias cidades do Estado, os dois bancos colocaram funcionários para trabalhar fora do horário comercial para disputar a mesma clientela.

O que está em jogo é a conta de 600 mil funcionários públicos estaduais, hoje nas mãos do Santander Banespa. De acordo com uma determinação do governo estadual, as contas de depósito de salário passarão para a Nossa Caixa até janeiro de 2007, com o início da transferência em massa previsto para agosto.

Esse é um duro golpe para o Santander, que pagou R$ 7 bilhões para comprar o antigo banco estadual Banespa, há seis anos, justamente para administrar a massa de clientes do funcionalismo público.

No ano passado, o banco já havia perdido a exclusividade das contas dos servidores da prefeitura de São Paulo para o Itaú. Agora seu direito às contas dos servidores expirou e está brigando para não deixar a Nossa Caixa levar sua principal freguesia.

A disputa esquentou no sábado, quando a Nossa Caixa abriu 40 agências em regime de plantão na capital e em cidades do interior. Já o Santander enviou seus funcionários para fazer marcação cerrada na porta das agências do concorrente.

“Estamos confiantes que vamos manter esses clientes, que são muito importantes para nós”, disse Flávio Netto, gerente geral da agência do Santander do bairro Freguesia do Ó, que passou o sábado em pé, debaixo de sol forte, distribuindo folhetos e conversando com clientes na porta da agência da Nossa Caixa.

SORTEIO DE CARRO
O Santander não pode evitar a migração das contas salário, mas quer convencer os servidores a manter suas operações financeiras no banco. Para isso, está fazendo de tudo, de visitas pessoais a promoções financeiras, além de iniciativas raras em bancos, como sorteios de carros e descontos em supermercados e postos de gasolina.

Na quarta-feira, o Santander promete lançar um pacote generoso de vantagens para o funcionalismo. O pacote deve incluir promoções no cartão de crédito, descontos de tarifas e empréstimos com taxas de juros mais baixas para os servidores.

Desde junho, o banco está premiando seus clientes fiéis. Todas as semanas, o Santander sorteia carros zero quilômetro e aparelhos de DVD. Até outubro, pretende entregar 46 carros e 576 aparelhos de DVD, no chamado “Programa Amigo”.

Os servidores começaram a receber também telefonemas dos gerentes oferecendo um cartão de crédito exclusivo para o funcionalismo. Além da anuidade gratuita, o cartão de crédito Premium oferece 2% de desconto em compras em postos de gasolina e supermercados.

“O cartão é parte de um compromisso com os clientes, mas o melhor ainda está sendo preparado. Esse programa é só um aperitivo”, diz Román Blanco, vice-presidente de Projetos Especiais do Santander Banespa.

“Eu recebi uma carta com uma oferta de cheque especial com limite maior e juros menores. O Banespa está fazendo agora coisas que nunca fez antes para nós”, diz Elizabeth Dutra, professora da rede estadual.

O banco está cercando os clientes como pode. Gerentes estão visitando servidores no trabalho. Para os clientes mais graduados, a visita é feita por executivos de primeira linha do Santander.

Enquanto o Santander tenta bajular de todas as maneiras a clientela, a Nossa Caixa segue confiante que, seis anos depois, os servidores voltarão a um banco estatal. Para recebê-los , a Nossa Caixa serve sucos e biscoitinhos em suas agências.

Risco Brasil

Reportagem do Estado de S. Paulo de hoje.

Brasil precisa de mais crescimento para ter 'upgrade'

Segundo as agências de classificação de risco, grau de investimento exige que País cresça bem mais que 3%

Patrícia Campos Mello

Se o próximo presidente da República quiser exibir o trunfo do "grau de investimento" durante seu mandato, ele vai ter que pôr o Brasil para crescer bem mais do que parcos 3% ao ano. E, para isso, o novo governo não vai escapar das dolorosas reformas necessárias, principalmente de um ajuste fiscal mais profundo e de maior qualidade.

Esse é o diagnóstico das três principais agências de classificação de risco, responsáveis pelo cobiçado carimbo de grau de investimento, que equivale a um sinal verde para os investidores e reduz o custo de captação de recursos. Tanto a Standard & Poor's, como a Fitch e a Moody's, que esquadrinham os indicadores econômicos dos países e as perspectivas das economias de 100 nações para elaborar seus pareceres.

Segundo analistas ouvidos pelo Estado, existe a possibilidade de o Brasil ser promovido a grau de investimento até 2010 - mas não será nada fácil. "A diferença é que, dois ou três anos atrás, seria impossível pensar no Brasil chegando a grau de investimento", diz Mauro Leos, da Moody's. "Agora, com todas as melhoras do País, já se pode falar nisso."

Para Lisa Schineller, diretora de rating soberano da Standard & Poor's, países na mesma faixa de classificação do Brasil hoje levam, em média, 5 anos para chegar ao grau de investimento. Mas o México levou 7 anos e a África do Sul, pouco menos que seis anos - os dois países têm taxas de crescimento relativamente baixas, semelhantes às brasileiras. Outros países, como a Rússia e o Casaquistão, chegaram ao grau de investimento em apenas 3 anos. Mas eles crescem muito rápido e foram beneficiados pelos altos preços do petróleo.

"O principal é melhorar o lado fiscal", diz Lisa. "Com a redução do endividamento e dos gastos do governo, além de diminuição da carga tributária, seria possível ter uma queda nas taxas de juros, que permitiria um crescimento mais acelerado."

Para Roger Scher, responsável pela área de Ratings Soberanos da América Latina da Fitch, o maior obstáculo para a promoção do Brasil a grau de investimento é o baixo crescimento do PIB. O crescimento médio do Brasil nos últimos 10 anos foi de 2% a 3%. Este ano, deve chegar a 3,5%. A média de crescimento dos países com a mesma classificação que o Brasil é 5,8%.

"É preciso fazer as reformas que vão possibilitar esse maior crescimento", diz Scher. Um crescimento maior ajudaria a reduzir a relação dívida PIB. Além disso, sem expansão mais rápida do PIB, será difícil equacionar o problema de má distribuição de renda no País e investir em infra-estrutura.

"O próximo governo precisa pôr na agenda um banco central independente, reforma trabalhista, tributária e da Previdência, se o País quer crescer mais e chegar a grau de investimento", diz Scher. Segundo ele, o "Brasil está correndo, correndo, só para ficar parado no mesmo lugar." "Para realmente andar pra frente, precisa fazer mais do que está fazendo, e isso implica reformas estruturais." Scher diz que, desde 2004, não há avanço nas reformas.

Mesmo assim, há que se dar o crédito devido. A promoção para grau de investimento nunca esteve tão próxima, por causa de uma série de progressos dos últimos anos. A principal foi a redução da vulnerabilidade externa - o Brasil passou de déficits em conta corrente para superávit, graças ao ótimo desempenho das exportações. Houve também uma melhora da estrutura da dívida doméstica, com redução da parcela indexada à taxa Selic, eliminação da parte atrelada ao dólar e aumento dos prazos. Mesmo a relação dívida PIB, ainda alta em cerca de 50%, era de 70%. A dívida externa do setor público caiu de 100% do PIB para menos de 20%. "O setor público se desalavancou", diz Lisa.

BRICs
Fora o Brasil, todos os outros chamados BRICs são grau de investimento. Um relatório preparado por economistas da Goldman Sachs há três anos projetou que Brasil, Rússia, Índia e China (batizados de BRICs) terão o maior crescimento entre os países do mundo e se tornarão as maiores economias globais neste século.

Entre os BRICs, a China é a que tem a melhor classificação, seguida de Rússia e Índia. "O fato é que o Brasil ainda é mais arriscado do que todos os outros BRICs, em termos de capacidade do governo de pagar suas dívidas", diz Lisa.

A China, por exemplo, tem um sistema financeiro problemático, cheio de créditos podres, e riscos políticos, por causa do regime autoritário. Mas a inflação do país e a dívida do governo são muito baixas (ver arte) e a economia cresce 10% ao ano. E, o principal: tem reservas de mais de US$ 800 bilhões, que deixam qualquer credor tranqüilo.

A Rússia também tem riscos políticos e problemas de propriedade privada, como mostrou o caso Yukos. Mas o país tem enormes reservas de petróleo, o governo tem um superávit nominal do orçamento de mais de 6% do PIB e um superávit em conta corrente de 10,6%.

A Índia é o caso mais controverso, porque tem problemas de déficit orçamentário, infra-estrutura e legislação trabalhista. O déficit do governo foi de 7% do PIB, superior ao brasileiro, e a relação dívida bruta sobre o PIB é de 82,5%, também acima do Brasil. Mas o país praticamente não tem dívida externa, sua taxa de juro real é baixa e a poupança é alta. E, principalmente, a Índia cresce 8% ao ano. "Com essa taxa de crescimento, a Índia terá a mesma relação dívida PIB que o Brasil em três anos", diz Scher.