Os efeitos econômicos da Copa na imprensa. Agora o Estado de S Paulo de 11/06/06, p. E6:
Europa já ganhou o Mundial, nos negócios
Estudo prevê lucros nos países do Velho Mundo na Copa e prejuízo para os sul-americanos
Antero Greco, Eduardo Maluf e Jamil Chade
Nenhum país da América do Sul vencerá a Copa do Mundo da Alemanha. Isso é o que prevê, pelo menos em termos econômicos, um estudo do Centro de Pesquisas e de Negócios, uma das principais entidades de estudos da Inglaterra.
Segundo a pesquisa, o Mundial deverá render US$ 24 bilhões para os países que participam do evento. Desse total, porém, US$ 20 bilhões ficarão na Europa, enquanto as economias sul-americanas terão um prejuízo de US$ 550 milhões.
Segundo o modelo usado para calcular ganhos e prejuízos, a Copa traz dois efeitos a uma economia. De um lado, impulsiona o comércio e o consumo. De outro, afeta a produtividade das empresas diante da falta e das pausas dos trabalhadores durante as partidas.
A Alemanha seria a campeã econômica da Copa, com uma injeção de US$ 13,6 bilhões ao seu mercado que há anos não cresce. A Câmara de Comércio Alemã estima que 60 mil empregos foram criados para o evento e que o turismo terá um impulso nos próximos anos, por conta da imagem que o país transmitirá a todo o mundo.
Neste mês, cerca de 1 milhão de pessoas devem visitar a Alemanha e deixarão na economia local quase US$ 1 bilhão. A vice-campeã seria o Reino Unido, com benefícios de US$ 2,2 bilhões, ante uma injeção de US$ 1,2 bilhão na economia italiana, que também não é das mais aquecidas ultimamente.
Já os perdedores - Argentina, Brasil, Paraguai e Equador - sofrerão com os horários dos jogos. Isso porque 17 das 24 partidas envolvendo times da região ocorrerão durante o horário de trabalho, afetando a produtividade dos funcionários e dando prejuízo às economias.
O local onde a Copa é realizada é determinante para o cálculo dos ganhos econômicos de um Mundial. Na Copa de 2002, na Ásia, 15 países europeus sofreram perdas de US$ 11 bilhões, por causa das faltas dos trabalhadores. Pela diferença de fuso horário, os jogos foram transmitidos durante o horário comercial a Europa.
PRODUTIVIDADE
A consultoria Business Link, da Inglaterra, contraria o estudo e o senso comum, e aponta que a Copa não vai reduzir a produtividade dos trabalhadores, mas incrementá-la. O entusiasmo com uma vitória, segundo a pesquisa, pode levar a um melhor ambiente de trabalho.
Das mais de 2.300 companhias entrevistadas na Europa, 60% disseram que vão mudar os horários de trabalho para que os funcionários possam acompanhar a Copa. E só uma minoria acredita que isso terá influencia negativa sobre o resultado anual das companhias.
Diante da disparidade nos resultados das duas pesquisas, ambas de entidades respeitadas, tudo indica que a previsão de economistas e analistas de futebol sobre quem sairá campeão só poderá ser conferida após o Mundial.
11 junho 2006
10 junho 2006
Futebol 6
Reportagem da Folha de S. Paulo de 09/06/06
Começa o maior espetáculo de marketing
Copa do Mundo tem a maior audiência global e ainda o nacionalismo para torná-la oportunidade única para propaganda
Fifa arrecadou US$ 800 mi só com patrocinadores oficiais; empresas investem bilhões de dólares para promover produtos globalmente
MARK LANDLER
DO "NEW YORK TIMES"
Com uma audiência televisiva de mais de 5 bilhões de espectadores prevista para as próximas quatro semanas (boa parte, admita-se, composta por telespectadores repetidos) e uma expectativa de audiência de cerca de 300 milhões para a final, a Copa do Mundo é um colosso do marketing, eclipsando com facilidade o Super Bowl e as Olimpíadas.
"A Copa do Mundo conta com duas vantagens de que nenhum outro esporte desfruta", disse Shawn Bradley, vice-presidente de operações do Bonham Group, empresa de marketing esportivo dos EUA. "É o esporte mais popular do mundo, e não podemos esquecer do fator nacionalismo." Em países cujas seleções disputarão o torneio, disse Bradley, é comum que 95% das TVs estejam sintonizadas nos jogos das equipes nacionais. Os legisladores de Portugal recentemente votaram por adiar um debate parlamentar importante, quando descobriram que coincidiria com a partida de sua seleção contra o México.
Poucos eventos de qualquer espécie geram essa espécie de paixão. E isso constitui uma oportunidade única de promover produtos de massa, como calçados esportivos (Adidas), cartões de crédito (MasterCard), cerveja (Anheuser-Busch), fast food (McDonald's) ou internet (Yahoo).
Essas empresas estão investindo mais de US$ 1 bilhão em campanhas de publicidade e marketing vinculadas à Copa do Mundo de 2006. A Fifa arrecadou mais de US$ 800 milhões junto a 21 parceiros e fornecedores oficiais.
Diferentemente das Olimpíadas, que continuam a proibir a publicidade em estádios, como homenagem às raízes amadoras do evento, a Copa do Mundo é escancaradamente comercial. A Anheuser-Busch escolhe o "jogador da partida" depois de cada jogo. A McDonald's patrocina as crianças de entre 6 e 12 anos que acompanham os jogadores quando os times entram em campo.
"As Olimpíadas são uma mina de ouro, mas é preciso efetivamente minerar o metal", disse Nick Marrone, ex-dirigente olímpico canadense e diretor de marketing esportivo mundial na McDonald's. "Com a Copa do Mundo, o ouro pode ser encontrado um pouco mais perto da superfície."
Os EUA continuam teimosamente imunes à febre da Copa do Mundo, embora as empresas patrocinadoras insistam em que a popularidade do futebol vem crescendo a cada ano no país. Os hispânicos, eles apontam, são torcedores fiéis, especialmente dada a presença do México na competição e o favoritismo do Brasil.
Para os sete patrocinadores americanos, porém, a escassez de interesse nos EUA não é muito importante, dadas as audiências que eles serão capazes de atingir virtualmente em todos os demais países. Formam um grupo de corporações multinacionais, que auferem boa parte de seu faturamento fora de seus mercados de origem.
O Super Bowl, final do campeonato de futebol americano e principal evento de massa do esporte nos EUA, atraiu 95 milhões de telespectadores em todo o mundo, em fevereiro, de acordo com a Initiative Media, agência londrina de compra de mídia. Isso representa menos de um terço da audiência potencial da final da Copa.
"O que é atraente quanto à Copa do Mundo é o fato de que ela seja tão popular fora dos EUA", disse Tony Ponturo, vice-presidente mundial de marketing esportivo e mídia na Anheuser-Busch. "Nós vendemos a marca Budweiser em cerca de 70 países. E o evento realmente nos ajuda a promover a marca fora dos EUA." A Anheuser-Bush é um dos 15 parceiros oficiais da Copa do Mundo de 2006, na companhia de Coca-Cola, Gillette, da linha aérea Emirates, Hyundai, Fuji e algumas outras companhias.
Cada um dos parceiros está pagando entre US$ 45 milhões e US$ 50 milhões por direitos exclusivos pelo uso do nome "Copa do Mundo" em suas categorias de produto e por placas de publicidade nos estádios.
A próxima Copa do Mundo, na África do Sul, será ainda mais dispendiosa, com cotas de patrocínio estimadas em US$ 100 milhões, de acordo com especialistas em marketing esportivo. E mesmo assim a demanda é forte. A MasterCard, um patrocinador tradicional do evento, foi recentemente sobrepujada pela Visa, que assinou um acordo com a Fifa para as Copas de 2010 e 2014.
A MasterCard abriu processo contra a Fifa em Nova York, alegando que o acordo assinado entre a organização e a Visa violava o contrato vigente entre com a MasterCard. O McDonald's encara a Copa principalmente como oportunidade de promover sua marca fora dos EUA. A empresa está alardeando pesadamente o seu patrocínio da Copa em seus restaurantes na Europa e na América Latina, e também nas unidades americanas que atendem a uma clientela hispânica.
Marketing de emboscada
A atmosfera comercial da Copa também oferece muitas oportunidades às empresas que não são patrocinadoras oficiais. O marketing de emboscada, nome aplicado a esse tipo de tática, está florescendo de novo neste ano, ainda que os patrocinadores oficiais digam que a Fifa vem se esforçando ao máximo para impedi-lo.
Em fevereiro, a Fifa conseguiu um mandado judicial que impedia o Burger King de usar imagens do troféu da Copa do Mundo em sua publicidade em Israel. A empresa também foi forçada a suspender um concurso que prometia passagens para assistir à Copa na Alemanha, privilégio reservado aos patrocinadores.
Mas alguns dos recursos de marketing utilizados são impossíveis de reprimir. A linha aérea alemã Lufthansa pintou os narizes de seus aviões de branco e preto, como se fossem bolas de futebol, embora a Emirates, de Dubai, seja a patrocinadora oficial do transporte aéreo no certame.
Já a maior parte das federações nacionais de futebol têm patrocinadores próprios, e isso dá a essas empresas extra-oficiais uma chance de vincular suas marcas ao torneio. A Nike, por exemplo, patrocina oito das equipes no torneio, entre as quais Brasil e Estados Unidos. A Adidas, a despeito de seu status oficial, só patrocina seis, entre as quais a Alemanha.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
Começa o maior espetáculo de marketing
Copa do Mundo tem a maior audiência global e ainda o nacionalismo para torná-la oportunidade única para propaganda
Fifa arrecadou US$ 800 mi só com patrocinadores oficiais; empresas investem bilhões de dólares para promover produtos globalmente
MARK LANDLER
DO "NEW YORK TIMES"
Com uma audiência televisiva de mais de 5 bilhões de espectadores prevista para as próximas quatro semanas (boa parte, admita-se, composta por telespectadores repetidos) e uma expectativa de audiência de cerca de 300 milhões para a final, a Copa do Mundo é um colosso do marketing, eclipsando com facilidade o Super Bowl e as Olimpíadas.
"A Copa do Mundo conta com duas vantagens de que nenhum outro esporte desfruta", disse Shawn Bradley, vice-presidente de operações do Bonham Group, empresa de marketing esportivo dos EUA. "É o esporte mais popular do mundo, e não podemos esquecer do fator nacionalismo." Em países cujas seleções disputarão o torneio, disse Bradley, é comum que 95% das TVs estejam sintonizadas nos jogos das equipes nacionais. Os legisladores de Portugal recentemente votaram por adiar um debate parlamentar importante, quando descobriram que coincidiria com a partida de sua seleção contra o México.
Poucos eventos de qualquer espécie geram essa espécie de paixão. E isso constitui uma oportunidade única de promover produtos de massa, como calçados esportivos (Adidas), cartões de crédito (MasterCard), cerveja (Anheuser-Busch), fast food (McDonald's) ou internet (Yahoo).
Essas empresas estão investindo mais de US$ 1 bilhão em campanhas de publicidade e marketing vinculadas à Copa do Mundo de 2006. A Fifa arrecadou mais de US$ 800 milhões junto a 21 parceiros e fornecedores oficiais.
Diferentemente das Olimpíadas, que continuam a proibir a publicidade em estádios, como homenagem às raízes amadoras do evento, a Copa do Mundo é escancaradamente comercial. A Anheuser-Busch escolhe o "jogador da partida" depois de cada jogo. A McDonald's patrocina as crianças de entre 6 e 12 anos que acompanham os jogadores quando os times entram em campo.
"As Olimpíadas são uma mina de ouro, mas é preciso efetivamente minerar o metal", disse Nick Marrone, ex-dirigente olímpico canadense e diretor de marketing esportivo mundial na McDonald's. "Com a Copa do Mundo, o ouro pode ser encontrado um pouco mais perto da superfície."
Os EUA continuam teimosamente imunes à febre da Copa do Mundo, embora as empresas patrocinadoras insistam em que a popularidade do futebol vem crescendo a cada ano no país. Os hispânicos, eles apontam, são torcedores fiéis, especialmente dada a presença do México na competição e o favoritismo do Brasil.
Para os sete patrocinadores americanos, porém, a escassez de interesse nos EUA não é muito importante, dadas as audiências que eles serão capazes de atingir virtualmente em todos os demais países. Formam um grupo de corporações multinacionais, que auferem boa parte de seu faturamento fora de seus mercados de origem.
O Super Bowl, final do campeonato de futebol americano e principal evento de massa do esporte nos EUA, atraiu 95 milhões de telespectadores em todo o mundo, em fevereiro, de acordo com a Initiative Media, agência londrina de compra de mídia. Isso representa menos de um terço da audiência potencial da final da Copa.
"O que é atraente quanto à Copa do Mundo é o fato de que ela seja tão popular fora dos EUA", disse Tony Ponturo, vice-presidente mundial de marketing esportivo e mídia na Anheuser-Busch. "Nós vendemos a marca Budweiser em cerca de 70 países. E o evento realmente nos ajuda a promover a marca fora dos EUA." A Anheuser-Bush é um dos 15 parceiros oficiais da Copa do Mundo de 2006, na companhia de Coca-Cola, Gillette, da linha aérea Emirates, Hyundai, Fuji e algumas outras companhias.
Cada um dos parceiros está pagando entre US$ 45 milhões e US$ 50 milhões por direitos exclusivos pelo uso do nome "Copa do Mundo" em suas categorias de produto e por placas de publicidade nos estádios.
A próxima Copa do Mundo, na África do Sul, será ainda mais dispendiosa, com cotas de patrocínio estimadas em US$ 100 milhões, de acordo com especialistas em marketing esportivo. E mesmo assim a demanda é forte. A MasterCard, um patrocinador tradicional do evento, foi recentemente sobrepujada pela Visa, que assinou um acordo com a Fifa para as Copas de 2010 e 2014.
A MasterCard abriu processo contra a Fifa em Nova York, alegando que o acordo assinado entre a organização e a Visa violava o contrato vigente entre com a MasterCard. O McDonald's encara a Copa principalmente como oportunidade de promover sua marca fora dos EUA. A empresa está alardeando pesadamente o seu patrocínio da Copa em seus restaurantes na Europa e na América Latina, e também nas unidades americanas que atendem a uma clientela hispânica.
Marketing de emboscada
A atmosfera comercial da Copa também oferece muitas oportunidades às empresas que não são patrocinadoras oficiais. O marketing de emboscada, nome aplicado a esse tipo de tática, está florescendo de novo neste ano, ainda que os patrocinadores oficiais digam que a Fifa vem se esforçando ao máximo para impedi-lo.
Em fevereiro, a Fifa conseguiu um mandado judicial que impedia o Burger King de usar imagens do troféu da Copa do Mundo em sua publicidade em Israel. A empresa também foi forçada a suspender um concurso que prometia passagens para assistir à Copa na Alemanha, privilégio reservado aos patrocinadores.
Mas alguns dos recursos de marketing utilizados são impossíveis de reprimir. A linha aérea alemã Lufthansa pintou os narizes de seus aviões de branco e preto, como se fossem bolas de futebol, embora a Emirates, de Dubai, seja a patrocinadora oficial do transporte aéreo no certame.
Já a maior parte das federações nacionais de futebol têm patrocinadores próprios, e isso dá a essas empresas extra-oficiais uma chance de vincular suas marcas ao torneio. A Nike, por exemplo, patrocina oito das equipes no torneio, entre as quais Brasil e Estados Unidos. A Adidas, a despeito de seu status oficial, só patrocina seis, entre as quais a Alemanha.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
Futebol 5
Do Jornal Folha de S Paulo:
Clubes de futebol faturam mais em 2005
Graças à parceria com a marca Kyocera, o Atlético-PR foi o que registrou o maior aumento percentual em suas receitas. Venda de Robinho coloca o Santos no topo do ranking; resultado das 20 maiores agremiações teve alta de 28% em relação a 2004
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os 20 maiores clubes brasileiros conquistaram a receita conjunta mais expressiva da história do futebol nacional. Essa é uma constatação da Casual Auditores, que publicou, pelo segundo ano consecutivo, o ranking das maiores receitas do futebol no Brasil. A lista se baseia nos balanços publicados no ano anterior.
De acordo com a a análise da Casual Auditores, os 20 clubes com maior faturamento geraram R$ 1,05 bilhão em receitas em 2005. Esse resultado representa uma evolução de 28% em relação ao exercício de 2004, que foi de R$ 825,7 milhões.
Embora ainda pequena, a representatividade desse montante em relação ao PIB brasileiro também aumentou. Se em 2004 as receitas acumuladas dos clubes correspondiam a 0,047% do PIB nacional, em 2005 o faturamento das agremiações passaram a corresponder a 0,055% do PIB brasileiro, que foi de R$ 1,9 trilhão.
Esse resultado deveu-se principalmente às receitas geradas pela negociação de atletas, que superaram os R$ 300 milhões em 2005. Três jogadores contribuíram muito para o aumento desse valor, que em 2004 era de cerca de R$ 210 milhões: Robinho, que foi negociado pelo Santos por R$ 30 milhões com o Real Madrid; Cicinho, que saiu do São Paulo e também foi para o time merengue, e Fred, que se transferiu do Cruzeiro para o Lyon.
Não é à toa que o Santos figura no topo da lista da Casual. O clube do litoral paulista foi o que mais faturou com negociação de seus jogadores, com um volume de R$ 93,5 milhões, 204% superior a 2004.
Entretanto, na opinião de um dos analistas da auditoria, os números que mais chamam a atenção são os do São Paulo. O clube do Morumbi foi o que mais gerou receitas com os direitos de transmissão no ano. Aproveitando-se do sucesso na Libertadores e no Mundial de Clubes, o São Paulo arrematou R$ 93,5 milhões com a TV.
"O clube conseguiu crescer no faturamento, mas não foi devido à venda de jogadores. Embora seja um dos maiores vendedores de atletas, esse aspecto corresponde a apenas 23% de seu faturamento. O restante das receitas o clube conquistou com seu desempenho esportivo, com premiações na Libertadores e no Mundial", disse Amir Somoggi, analista da Casual Auditores.
Outros clubes que chamam a atenção são dois do Paraná. Curiosamente, Coritiba e Atlético-PR registraram os maiores crescimentos percentuais de suas receitas em um ano.
"O Coritiba e Atlético-PR cresceram pelo mesmo motivo: venda de jogador. Entretanto, o Atlético tem um diferencial. O salto de R$ 40 milhões em suas receitas é fantástico para o porte que tem o clube. E isto se deve ao contrato com a Kyocera", conta Somoggi. Em 2004, a Arena da Baixada tinha gerado receitas de R$ 1,6 milhão. Já em 2005, após o clube ter firmado parceria com o patrocinador, as receitas do estádio pularam para R$ 13,3 milhões.
Nas receitas de patrocínio, os dois clubes de maior torcida lideram. O Corinthians foi o que clube que conquistou o maior montante: R$ 42,7 milhões. Com os contratos com a Samsung, o clube do Parque São Jorge aumentou em 234% sua receitas com patrocínio em relação a 2004.
Além disso, o Corinthians também se beneficiou do faturamento de bilheterias. Somente no Campeonato Brasileiro, em que se sagrou campeão, o Corinthians faturou com bilheteria R$ 7,2 milhões.
Já o vice brasileiro, Internacional, parece não ter se beneficiado tanto do sucesso de sua campanha no último Nacional. O clube registrou uma queda de 23,3% em suas receitas e caiu para a nono no ranking. "Isso se deve ao fato de que o Inter é muito dependente da venda de atletas para equilibrar as suas contas. Em 2004, o clube vendeu Nilmar e Daniel Carvalho e foi líder na transferência. Já neste ano não negociou muitos", concluiu Somoggi.
Clubes de futebol faturam mais em 2005
Graças à parceria com a marca Kyocera, o Atlético-PR foi o que registrou o maior aumento percentual em suas receitas. Venda de Robinho coloca o Santos no topo do ranking; resultado das 20 maiores agremiações teve alta de 28% em relação a 2004
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os 20 maiores clubes brasileiros conquistaram a receita conjunta mais expressiva da história do futebol nacional. Essa é uma constatação da Casual Auditores, que publicou, pelo segundo ano consecutivo, o ranking das maiores receitas do futebol no Brasil. A lista se baseia nos balanços publicados no ano anterior.
De acordo com a a análise da Casual Auditores, os 20 clubes com maior faturamento geraram R$ 1,05 bilhão em receitas em 2005. Esse resultado representa uma evolução de 28% em relação ao exercício de 2004, que foi de R$ 825,7 milhões.
Embora ainda pequena, a representatividade desse montante em relação ao PIB brasileiro também aumentou. Se em 2004 as receitas acumuladas dos clubes correspondiam a 0,047% do PIB nacional, em 2005 o faturamento das agremiações passaram a corresponder a 0,055% do PIB brasileiro, que foi de R$ 1,9 trilhão.
Esse resultado deveu-se principalmente às receitas geradas pela negociação de atletas, que superaram os R$ 300 milhões em 2005. Três jogadores contribuíram muito para o aumento desse valor, que em 2004 era de cerca de R$ 210 milhões: Robinho, que foi negociado pelo Santos por R$ 30 milhões com o Real Madrid; Cicinho, que saiu do São Paulo e também foi para o time merengue, e Fred, que se transferiu do Cruzeiro para o Lyon.
Não é à toa que o Santos figura no topo da lista da Casual. O clube do litoral paulista foi o que mais faturou com negociação de seus jogadores, com um volume de R$ 93,5 milhões, 204% superior a 2004.
Entretanto, na opinião de um dos analistas da auditoria, os números que mais chamam a atenção são os do São Paulo. O clube do Morumbi foi o que mais gerou receitas com os direitos de transmissão no ano. Aproveitando-se do sucesso na Libertadores e no Mundial de Clubes, o São Paulo arrematou R$ 93,5 milhões com a TV.
"O clube conseguiu crescer no faturamento, mas não foi devido à venda de jogadores. Embora seja um dos maiores vendedores de atletas, esse aspecto corresponde a apenas 23% de seu faturamento. O restante das receitas o clube conquistou com seu desempenho esportivo, com premiações na Libertadores e no Mundial", disse Amir Somoggi, analista da Casual Auditores.
Outros clubes que chamam a atenção são dois do Paraná. Curiosamente, Coritiba e Atlético-PR registraram os maiores crescimentos percentuais de suas receitas em um ano.
"O Coritiba e Atlético-PR cresceram pelo mesmo motivo: venda de jogador. Entretanto, o Atlético tem um diferencial. O salto de R$ 40 milhões em suas receitas é fantástico para o porte que tem o clube. E isto se deve ao contrato com a Kyocera", conta Somoggi. Em 2004, a Arena da Baixada tinha gerado receitas de R$ 1,6 milhão. Já em 2005, após o clube ter firmado parceria com o patrocinador, as receitas do estádio pularam para R$ 13,3 milhões.
Nas receitas de patrocínio, os dois clubes de maior torcida lideram. O Corinthians foi o que clube que conquistou o maior montante: R$ 42,7 milhões. Com os contratos com a Samsung, o clube do Parque São Jorge aumentou em 234% sua receitas com patrocínio em relação a 2004.
Além disso, o Corinthians também se beneficiou do faturamento de bilheterias. Somente no Campeonato Brasileiro, em que se sagrou campeão, o Corinthians faturou com bilheteria R$ 7,2 milhões.
Já o vice brasileiro, Internacional, parece não ter se beneficiado tanto do sucesso de sua campanha no último Nacional. O clube registrou uma queda de 23,3% em suas receitas e caiu para a nono no ranking. "Isso se deve ao fato de que o Inter é muito dependente da venda de atletas para equilibrar as suas contas. Em 2004, o clube vendeu Nilmar e Daniel Carvalho e foi líder na transferência. Já neste ano não negociou muitos", concluiu Somoggi.
07 junho 2006
Futebol 4
Segundo o Goldman Sachs, o Brasil é o grande favorito da Copa do Mundo. Conforme um relatório divulgado, são de 12,4% as chances do Brasil. Inglaterra, França e Espanha seguem na ordem.
O mesmo relatório aponta também existir uma correlação inversa entre o Ranking da FIFA e o PIB per capita de cada país. Ou seja, os países com melhor ranking na FIFA são aqueles que possuem maior PIB per capita (correlação de -0,41).
O documento também utiliza dados dos bookmakers, onde o Brasil aparece com 11/4 nas apostas, seguido da Inglaterra (6/1), Argentina (7/1), Alemanha (7/1) e Itália (8/1).
Isso não quer dizer muita coisa pois na copa anterior o Goldman Sachs não apontava o Brasil como um dos favoritos. De qualquer forma, vale também o registro de qual será a seleção da Copa:
Buffon (Italia)
Cafu (Brasil)
Terry (Inglaterra)
Nesta (Italia)
Carlos (Brasil)
Beckham (Inglaterra)
Ronaldino (Brasil)
Ballack (Alemanha)
Henry (França)
Rooney (Inglaterra)
Ronaldo (Brasil)
Só o futuro dirá.
O mesmo relatório aponta também existir uma correlação inversa entre o Ranking da FIFA e o PIB per capita de cada país. Ou seja, os países com melhor ranking na FIFA são aqueles que possuem maior PIB per capita (correlação de -0,41).
O documento também utiliza dados dos bookmakers, onde o Brasil aparece com 11/4 nas apostas, seguido da Inglaterra (6/1), Argentina (7/1), Alemanha (7/1) e Itália (8/1).
Isso não quer dizer muita coisa pois na copa anterior o Goldman Sachs não apontava o Brasil como um dos favoritos. De qualquer forma, vale também o registro de qual será a seleção da Copa:
Buffon (Italia)
Cafu (Brasil)
Terry (Inglaterra)
Nesta (Italia)
Carlos (Brasil)
Beckham (Inglaterra)
Ronaldino (Brasil)
Ballack (Alemanha)
Henry (França)
Rooney (Inglaterra)
Ronaldo (Brasil)
Só o futuro dirá.
Futebol 3
Outra notícia sobre Futebol e Mercado.
Torcida organizada
Por Adriana Cotias
07/06/2006
Gigantes do mundo financeiro como Goldman Sachs, UBS e ABN Amro dedicaram extensos relatórios ao tema Copa do Mundo, com estatísticas sobre favoritos e até correlações entre países vencedores do torneio e o crescimento da economia. A dois dias do início do campeonato, não dá para ignorar que, num país apaixonado por futebol como o Brasil, o evento esportivo tem o potencial de mexer com o ritmo de transações e até com os ânimos dos investidores. Nos bastidores, os negócios com opções das seleções participantes já mobilizam meio mercado e o time canarinho aparece como um dos contratos mais valorizados.
A rotina do investidor muda a começar pelos pregões da Bovespa e da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), que terão seus horários reduzidos quando o Brasil entrar em campo. Nos jogos dos dias 13, contra a Croácia, e 22, contra o Japão, as operações na Bovespa vão terminar às 15 horas, duas horas antes do encerramento regular. E não haverá after-market.
Na BM&F, os negócios envolvendo contratos futuros de Ibovespa e IBrX-50 acompanham o mercado à vista, assim como as transações com taxas de câmbio e de juros futuros. A roda de dólar à vista vai funcionar das 9 às 15 horas. As agências bancárias vão atender das 9h30 às 14h30 nas capitais, interior e regiões metropolitanas.
E se tudo vai parar antes do jogo, mais cautela precisará ter o investidor, pois a liquidez se reduz naturalmente nesses dias e ordens de compra e venda podem não ser executadas com a facilidade dos pregões tradicionais. "É melhor não deixar os negócios para o final", recomenda o diretor da Fator Corretora Antonio Milano.
Além da questão da liquidez, a Copa do Mundo ainda mexe com os brios da economia. É mais ou menos sabido que alguns setores costumam ser beneficiados, mas a tese foi levada ao extremo no estudo Soccernomics do holandês ABN Amro , que procurou quantificar a relação entre futebol e crescimento econômico.
Ao avaliar as copas desde 1970, os autores Ruben van Leeuwen e Charles Kalshoven concluem que países que conquistam o campeonato adicionam, na média, 0,7 ponto percentual ao PIB do ano em comparação ao anterior. Já o vice-campeão perde 0,3 ponto percentual no ritmo de atividade. O mercado acionário do vencedor também costuma reagir melhor comparativamente, com um retorno médio de 10%, ante perda de 25% do finalista perdedor. Esses desempenhos estão associados não só ao aumento da confiança dos agentes econômicos, mas também à evolução das relações comerciais no avançar do campeonato, já que alguns países ficam na vitrine.
O "favorito econômico" dos estudiosos é um país europeu, mais especificamente a Itália. A nação é, na visão deles, a que precisaria ter a economia impulsionada, já que Estados Unidos, América Latina e Ásia têm apresentado taxas de crescimento relativamente altas nos anos recentes. Usando correlações estatísticas, eles concluem, porém, que será o Brasil que baterá a França na final em Berlim.
Pelo modelo de probabilidade do Goldman Sachs, a seleção brasileira tem 12,4% de chances de conquistar o título. Em segundo lugar aparece a Inglaterra (8,6%), seguida pela Espanha e França (cada uma com 8,3%), Holanda (8%), Argentina (7,4%), Portugal (5,8%), Alemanha (5,5%) e Itália (5,3%).
O relatório de 59 páginas traz uma contribuição do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, que faz um paralelo entre a economia brasileira e as copas. Ele lembra que, em 1982, o Brasil voltou da Espanha derrotado pela França bem às vésperas da reestruturação da dívida externa - desencadeada pelo "default" do México, dando início à chamada década perdida. Em 1994, ano da vitória brasileira sobre os Estados Unidos, foi o marco do processo de estabilização de preços com o Plano Real. E após a conquista de 2002, Fraga dá o seu palpite bem ao gênero mesa redonda: Ronaldo e equipe conduzirão o Brasil ao hexacampeonato.
Não é o que prevê, entretanto, a equipe de análise da UBS Wealth Management Research, que por meio de simulações similares às usadas em previsões para o mercado concluiu que a Itália é que erguerá a tão almejada taça após enfrentar o Brasil na final.
No meio da badalação esportiva, o investidor não pode esquecer, sobretudo, que Wall Street, o cerne do estresse que tem remexido os mercados emergentes, continuará a todo vapor. Nas mesas nacionais será um olho na TV e outro nos terminais com os índices das bolsas internacionais e cotações de bônus, commodities e moedas, diz o diretor de Varejo da Ágora Senior, Marcelo Smarrito. "Se o investidor fez posições bem fundamentadas, o mercado pode ferver lá fora e aqui ele pode desligar os botões", diz.
Quanto às opções de investimento, o frenesi com a Copa do Mundo já vinha sendo incorporado aos preços das ações pertencentes à cadeia do consumo desde o início do ano, diz o diretor da Concórdia Corretora Marcelo Canguçu. Mas, com a virada recente, algumas oportunidades reapareceram. Nas indicações para a Carteira Valor de junho, oito entre as dez corretoras participantes sugeriram papéis relacionados ao aquecimento da atividade: Guararapes, Net, Pão de Açúcar, Lojas Americanas e Itaú são alguns desses exemplos.
O analista da Link Corretora Adriano Blanaru tem Ambev PN entre as suas indicações. Independente dos rumos do campeonato, ele diz que a fabricante de bebidas vem adotando um programa mundial de redução de custos espelhado na operação brasileira. E como os ativos da controladora do Canadá estão debaixo da Ambev, a subsidiária brasileira tende a captar a racionalização. Marco Melo, chefe de análise da Ágora, também indica Ambev PN e calcula que o volume de vendas entre junho e julho será de 5% a 10% maior do que 2005 só pelo efeito Copa.
Valor Econômico
Torcida organizada
Por Adriana Cotias
07/06/2006
Gigantes do mundo financeiro como Goldman Sachs, UBS e ABN Amro dedicaram extensos relatórios ao tema Copa do Mundo, com estatísticas sobre favoritos e até correlações entre países vencedores do torneio e o crescimento da economia. A dois dias do início do campeonato, não dá para ignorar que, num país apaixonado por futebol como o Brasil, o evento esportivo tem o potencial de mexer com o ritmo de transações e até com os ânimos dos investidores. Nos bastidores, os negócios com opções das seleções participantes já mobilizam meio mercado e o time canarinho aparece como um dos contratos mais valorizados.
A rotina do investidor muda a começar pelos pregões da Bovespa e da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), que terão seus horários reduzidos quando o Brasil entrar em campo. Nos jogos dos dias 13, contra a Croácia, e 22, contra o Japão, as operações na Bovespa vão terminar às 15 horas, duas horas antes do encerramento regular. E não haverá after-market.
Na BM&F, os negócios envolvendo contratos futuros de Ibovespa e IBrX-50 acompanham o mercado à vista, assim como as transações com taxas de câmbio e de juros futuros. A roda de dólar à vista vai funcionar das 9 às 15 horas. As agências bancárias vão atender das 9h30 às 14h30 nas capitais, interior e regiões metropolitanas.
E se tudo vai parar antes do jogo, mais cautela precisará ter o investidor, pois a liquidez se reduz naturalmente nesses dias e ordens de compra e venda podem não ser executadas com a facilidade dos pregões tradicionais. "É melhor não deixar os negócios para o final", recomenda o diretor da Fator Corretora Antonio Milano.
Além da questão da liquidez, a Copa do Mundo ainda mexe com os brios da economia. É mais ou menos sabido que alguns setores costumam ser beneficiados, mas a tese foi levada ao extremo no estudo Soccernomics do holandês ABN Amro , que procurou quantificar a relação entre futebol e crescimento econômico.
Ao avaliar as copas desde 1970, os autores Ruben van Leeuwen e Charles Kalshoven concluem que países que conquistam o campeonato adicionam, na média, 0,7 ponto percentual ao PIB do ano em comparação ao anterior. Já o vice-campeão perde 0,3 ponto percentual no ritmo de atividade. O mercado acionário do vencedor também costuma reagir melhor comparativamente, com um retorno médio de 10%, ante perda de 25% do finalista perdedor. Esses desempenhos estão associados não só ao aumento da confiança dos agentes econômicos, mas também à evolução das relações comerciais no avançar do campeonato, já que alguns países ficam na vitrine.
O "favorito econômico" dos estudiosos é um país europeu, mais especificamente a Itália. A nação é, na visão deles, a que precisaria ter a economia impulsionada, já que Estados Unidos, América Latina e Ásia têm apresentado taxas de crescimento relativamente altas nos anos recentes. Usando correlações estatísticas, eles concluem, porém, que será o Brasil que baterá a França na final em Berlim.
Pelo modelo de probabilidade do Goldman Sachs, a seleção brasileira tem 12,4% de chances de conquistar o título. Em segundo lugar aparece a Inglaterra (8,6%), seguida pela Espanha e França (cada uma com 8,3%), Holanda (8%), Argentina (7,4%), Portugal (5,8%), Alemanha (5,5%) e Itália (5,3%).
O relatório de 59 páginas traz uma contribuição do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, que faz um paralelo entre a economia brasileira e as copas. Ele lembra que, em 1982, o Brasil voltou da Espanha derrotado pela França bem às vésperas da reestruturação da dívida externa - desencadeada pelo "default" do México, dando início à chamada década perdida. Em 1994, ano da vitória brasileira sobre os Estados Unidos, foi o marco do processo de estabilização de preços com o Plano Real. E após a conquista de 2002, Fraga dá o seu palpite bem ao gênero mesa redonda: Ronaldo e equipe conduzirão o Brasil ao hexacampeonato.
Não é o que prevê, entretanto, a equipe de análise da UBS Wealth Management Research, que por meio de simulações similares às usadas em previsões para o mercado concluiu que a Itália é que erguerá a tão almejada taça após enfrentar o Brasil na final.
No meio da badalação esportiva, o investidor não pode esquecer, sobretudo, que Wall Street, o cerne do estresse que tem remexido os mercados emergentes, continuará a todo vapor. Nas mesas nacionais será um olho na TV e outro nos terminais com os índices das bolsas internacionais e cotações de bônus, commodities e moedas, diz o diretor de Varejo da Ágora Senior, Marcelo Smarrito. "Se o investidor fez posições bem fundamentadas, o mercado pode ferver lá fora e aqui ele pode desligar os botões", diz.
Quanto às opções de investimento, o frenesi com a Copa do Mundo já vinha sendo incorporado aos preços das ações pertencentes à cadeia do consumo desde o início do ano, diz o diretor da Concórdia Corretora Marcelo Canguçu. Mas, com a virada recente, algumas oportunidades reapareceram. Nas indicações para a Carteira Valor de junho, oito entre as dez corretoras participantes sugeriram papéis relacionados ao aquecimento da atividade: Guararapes, Net, Pão de Açúcar, Lojas Americanas e Itaú são alguns desses exemplos.
O analista da Link Corretora Adriano Blanaru tem Ambev PN entre as suas indicações. Independente dos rumos do campeonato, ele diz que a fabricante de bebidas vem adotando um programa mundial de redução de custos espelhado na operação brasileira. E como os ativos da controladora do Canadá estão debaixo da Ambev, a subsidiária brasileira tende a captar a racionalização. Marco Melo, chefe de análise da Ágora, também indica Ambev PN e calcula que o volume de vendas entre junho e julho será de 5% a 10% maior do que 2005 só pelo efeito Copa.
Valor Econômico
Futebol 2
A influência do Futebol sobre os mercados, segundo reportagem do Jornal do Commercio de 07/06/2006:
Américas - Menos operações; mais Copa do Mundo
DA AGÊNCIA REUTERS
Em poucos dias, o verde dos campos de futebol roubará quase toda a atenção normalmente voltada para as telas com cotações de ações e títulos na América Latina, e a sorte das seleções será mais importante do que qualquer decisão do Fed. Tudo isso por causa da Copa da Alemanha, em que a América Latina e o Caribe terão sete representantes, sendo dois deles Brasil e Argentina grandes favoritos.
Em uma região apaixonada pelo futebol, os mercados já especulam como será a vida a partir de sexta-feira. No intervalo entre as partidas, as operações devem ocorrer a meia força. Já na hora dos jogos das seleções locais, os mercados ficam praticamente parados. Operadores de diferentes países consultados pela Reuters concordam que nesses momentos o ritmo dos negócios será guiado apenas pelo que ocorrer em Wall Street. "Estamos colocando vários televisores para que possamos ver os jogos", disse Álvaro Bandeira, da corretora de valores Ágora.
Em alguns bancos do México e da Argentina, entre outros, os próprios empregados compraram TVs, que serão sorteadas ao final da Copa. "O mercado ficará distorcido. Haverá negócios esporádicos de acordo com a urgência, mas a pausa será normal", disse José Ansa, dono da Ansa Corretores de Câmbio.
Influência
Os operadores admitem inclusive que o Mundial poderá influenciar o temperamento dos mercados, especialmente no Brasil, que vive clima de grande otimismo e tem a Copa como prioridade. Embora poucos admitam, operadores e analistas já "programaram" faltas e doenças passageiras entre a próxima sexta-feira e 9 de julho.
Devido ao fuso horário, dessa vez os operadores da América Latina devem acompanhar ao vivo, durante o expediente, a maioria dos 64 jogos. Com a instalação de TVs nas salas de operação, quem quiser faltar precisará ser bem criativo.
No Brasil, os bancos e a Bovespa foram autorizados a mudar seu horário de funcionamento em dias de jogos da seleção. "Já reorganizamos nossas reuniões dos comitês de investidores para que não coincidam com os horários das partidas", disse Manuel de La Torre, executivo de uma operadora de sociedades de investimento na Cidade do México, com filiais em mais de seis países, entre eles Argentina, Brasil e Estados Unidos.
A Bolsa argentina decidiu colocar um telão na sala do pregão. "Já existe um clima de Copa entre os investidores e operadores, é comum que nas conversas de negócios entrem temas do futebol", disse Juan Diderich, operador da Capital Markets Argentina.
No México, os operadores acostumados a apostar na Bolsa criaram um bolão eletrônico. Marco Delgado, mediador de mercados de dívida do BBVA Bancomer, não apostou na seleção do seu país.
Américas - Menos operações; mais Copa do Mundo
DA AGÊNCIA REUTERS
Em poucos dias, o verde dos campos de futebol roubará quase toda a atenção normalmente voltada para as telas com cotações de ações e títulos na América Latina, e a sorte das seleções será mais importante do que qualquer decisão do Fed. Tudo isso por causa da Copa da Alemanha, em que a América Latina e o Caribe terão sete representantes, sendo dois deles Brasil e Argentina grandes favoritos.
Em uma região apaixonada pelo futebol, os mercados já especulam como será a vida a partir de sexta-feira. No intervalo entre as partidas, as operações devem ocorrer a meia força. Já na hora dos jogos das seleções locais, os mercados ficam praticamente parados. Operadores de diferentes países consultados pela Reuters concordam que nesses momentos o ritmo dos negócios será guiado apenas pelo que ocorrer em Wall Street. "Estamos colocando vários televisores para que possamos ver os jogos", disse Álvaro Bandeira, da corretora de valores Ágora.
Em alguns bancos do México e da Argentina, entre outros, os próprios empregados compraram TVs, que serão sorteadas ao final da Copa. "O mercado ficará distorcido. Haverá negócios esporádicos de acordo com a urgência, mas a pausa será normal", disse José Ansa, dono da Ansa Corretores de Câmbio.
Influência
Os operadores admitem inclusive que o Mundial poderá influenciar o temperamento dos mercados, especialmente no Brasil, que vive clima de grande otimismo e tem a Copa como prioridade. Embora poucos admitam, operadores e analistas já "programaram" faltas e doenças passageiras entre a próxima sexta-feira e 9 de julho.
Devido ao fuso horário, dessa vez os operadores da América Latina devem acompanhar ao vivo, durante o expediente, a maioria dos 64 jogos. Com a instalação de TVs nas salas de operação, quem quiser faltar precisará ser bem criativo.
No Brasil, os bancos e a Bovespa foram autorizados a mudar seu horário de funcionamento em dias de jogos da seleção. "Já reorganizamos nossas reuniões dos comitês de investidores para que não coincidam com os horários das partidas", disse Manuel de La Torre, executivo de uma operadora de sociedades de investimento na Cidade do México, com filiais em mais de seis países, entre eles Argentina, Brasil e Estados Unidos.
A Bolsa argentina decidiu colocar um telão na sala do pregão. "Já existe um clima de Copa entre os investidores e operadores, é comum que nas conversas de negócios entrem temas do futebol", disse Juan Diderich, operador da Capital Markets Argentina.
No México, os operadores acostumados a apostar na Bolsa criaram um bolão eletrônico. Marco Delgado, mediador de mercados de dívida do BBVA Bancomer, não apostou na seleção do seu país.
Projeção no Futebol
Segundo notícia do jornal Valor Econômico, enviada por Ricardo Viana, o Brasil é a melhor seleção para o mercado de opções. Outras pesquisas, postadas aqui, também confirmam esse favoritismo. Para quem gosta de futebol...
Brasil é a seleção melhor cotada no mercado de opções
De São Paulo
O favoritismo da seleção brasileira está expresso nas bolsas de apostas que se espalham pela internet e nas mesas de operações nacionais. As opções de Brasil campeão estão entre as mais caras, com ofertas de compra e venda a US$ 26 e US$ 26,2, respectivamente, segundo o site Tradesports.com, ante um preço máximo de US$ 100. Em seguida, os mais bem cotados são Inglaterra, a US$ 11,5 e US$ 11,7; Alemanha (US$ 10 e US$ 10,2); Argentina (US$ 9,5 e US$ 9,8), e, Itália, com um intervalo de US$ 7,9 e US$ 8,2 entre compra e venda. A França, que estaria na final com o Brasil segundo os cálculos do ABN Amro, aparece apenas como a sexta seleção melhor avaliada, com ofertas a US$ 6,8 e US$ 7,00.
No mercado brasileiro, os favoritos mudam de posto, mas as opções de Brasil seguem na liderança, cotadas entre R$ 31 e R$ 33. A Alemanha, anfitriã do campeonato, aparece em segundo lugar, a R$ 14 e R$ 15, seguida pela Inglaterra, a R$ 8 e R$ 10, e pela eterna rival argentina, cotada a R$ 12 e R$ 14 na compra e na venda, respectivamente. Toda essa brincadeira resulta no final em pagamentos que chegam a R$ 200 mil entre as partes.
Não é de hoje que nas mesas de negociações nacionais os operadores apostam em praticamente tudo: em reality shows como Big Brother Brasil e No Limite, passando por opções de Fórmula 1, Jogos Olímpicos, eleições e campeonato brasileiro. As transações com contratos das seleções participantes da Copa de 2006 só não estão mais aquecidas aqui porque há cerca de um ano houve um "default" com opções do campeonato brasileiro, em que a ponta perdedora não teve condições de honrar o total do débito.
As apostas são fechadas na base da confiança e não há um mercado organizado ou legal para centralizar as operações. Nos sites internacionais, as transações podem ser efetuadas até com cartão de crédito e há uma infinidade de variações.
No próprio Tradesports.com há a possibilidade de o investidor negociar índices de Copa do Mundo, arriscar o placar das partidas, os vencedores de cada grupo ou defender posições nos jogos individualmente. Na estréia do Brasil contra a Croácia, no dia 13, por exemplo, a seleção comandada por Parreira aparece com ofertas de compra e venda a US$ 68,0 e US$ 69,0 respectivamente, ante US$ 9,2 e US$ 9,9 do time rival, confirmando a predileção pelo time brasileiro desde a largada. (AC)
Brasil é a seleção melhor cotada no mercado de opções
De São Paulo
O favoritismo da seleção brasileira está expresso nas bolsas de apostas que se espalham pela internet e nas mesas de operações nacionais. As opções de Brasil campeão estão entre as mais caras, com ofertas de compra e venda a US$ 26 e US$ 26,2, respectivamente, segundo o site Tradesports.com, ante um preço máximo de US$ 100. Em seguida, os mais bem cotados são Inglaterra, a US$ 11,5 e US$ 11,7; Alemanha (US$ 10 e US$ 10,2); Argentina (US$ 9,5 e US$ 9,8), e, Itália, com um intervalo de US$ 7,9 e US$ 8,2 entre compra e venda. A França, que estaria na final com o Brasil segundo os cálculos do ABN Amro, aparece apenas como a sexta seleção melhor avaliada, com ofertas a US$ 6,8 e US$ 7,00.
No mercado brasileiro, os favoritos mudam de posto, mas as opções de Brasil seguem na liderança, cotadas entre R$ 31 e R$ 33. A Alemanha, anfitriã do campeonato, aparece em segundo lugar, a R$ 14 e R$ 15, seguida pela Inglaterra, a R$ 8 e R$ 10, e pela eterna rival argentina, cotada a R$ 12 e R$ 14 na compra e na venda, respectivamente. Toda essa brincadeira resulta no final em pagamentos que chegam a R$ 200 mil entre as partes.
Não é de hoje que nas mesas de negociações nacionais os operadores apostam em praticamente tudo: em reality shows como Big Brother Brasil e No Limite, passando por opções de Fórmula 1, Jogos Olímpicos, eleições e campeonato brasileiro. As transações com contratos das seleções participantes da Copa de 2006 só não estão mais aquecidas aqui porque há cerca de um ano houve um "default" com opções do campeonato brasileiro, em que a ponta perdedora não teve condições de honrar o total do débito.
As apostas são fechadas na base da confiança e não há um mercado organizado ou legal para centralizar as operações. Nos sites internacionais, as transações podem ser efetuadas até com cartão de crédito e há uma infinidade de variações.
No próprio Tradesports.com há a possibilidade de o investidor negociar índices de Copa do Mundo, arriscar o placar das partidas, os vencedores de cada grupo ou defender posições nos jogos individualmente. Na estréia do Brasil contra a Croácia, no dia 13, por exemplo, a seleção comandada por Parreira aparece com ofertas de compra e venda a US$ 68,0 e US$ 69,0 respectivamente, ante US$ 9,2 e US$ 9,9 do time rival, confirmando a predileção pelo time brasileiro desde a largada. (AC)
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