"Eu estava me perguntando se seria aceitável usar fontes do final do século XX para nosso trabalho final (encontrei um artigo interessante de 1994)."
De um e-mail de um aluno para o historiador John Penniman (via newsletter Nature) (imagem: aqui)
Sobre débitos e créditos da vida real
Parte do futuro do clima no nosso planeta passa pela contabilidade de custos. O gráfico acima, via newsletter da Nature, mostra da produção da energia solar em 30 anos.
A energia solar tem um problema de armazenamento. Quem sabe isso não será resolvido brevemente?
Do sempre polêmico Taleb:
(...) [Há] "golpe nigeriano" [uma forma de golpe pela qual alguém recebe uma grande quantia em dinheiro em troca de um pequeno pagamento inicial, que deveria ser usado para obter a grande quantia . Quando a vítima faz o pagamento, o fraudador inventa uma série de outras taxas a serem pagas ou desaparecem.]
Bem, a mensagem enviada pelos fraudadores é tão primitiva que a maioria das pessoas detecta imediatamente a fraude. Mas ainda funciona porque filtra uma certa categoria de pessoas: os idiotas. (...) O Bitcoin teve o mesmo efeito, agora é um ímã para idiotas, um detector de tolos.
Fonte: aqui. Traduzido via Vivaldi
Eu terminei de ler esse livro há dois meses e agora estou escrevendo a resenha com minha opinião sobre seu conteúdo. É uma obra que eu terminei a leitura o que significa uma leitura agradável. Mas há algo que incomodou desde que acabei de ler: eu sei que é um livro sobre influência, mas termino sem saber direito o conteúdo mesmo. Agora, ao olhar minhas marcações, eu vejo pouca coisa realmente interessante. Há uma história de Neil Gaiman e Neil Armstrong, quase no final, e algumas poucas ensinamentos que retiro do livro. Fico pensando o que aconteceu para que eu tenha tido essa incapacidade de absorver mais o conteúdo da obra. Talvez tenha sido o momento da minha leitura. Mas algo que parte do problema esta na exposição da autora.
Conforme a página de fundo do livro, são apresentadas técnicas para alcançar os objetivos de influenciar as pessoas e que pequenas mudanças podem trazer grandes resultados. Mas não fiquei convencido disso, tanto que não lembro, francamente, das técnicas ensinadas. Creio que há muita coisa sendo apresentada e de uma forma inadequada.
Um último ponto é que muitos autores gostam de apresentar na sua obra o fato de serem “especialistas” na área. A impressão que fiquei é que isso aparece no livro de maneira artificial.
O livro Preparados para o Risco foi escrito em 2014. Gerd Gigerenzer é um dos grandes nomes na área comportamental e isso aparece claramente na obra. Unindo o seu conhecimento médico, com uma análise estatística e uma sagacidade lógica, Gigerenzer derruba alguns mitos na obra. Apesar de escrito em 2014 e publicado no Brasil em 2022, vale a pena ler o livro. O cientista alemão trabalha com muita informação dos Estados Unidos e da Alemanha para analisar a heurística e a tomada de decisão. Há diversos ensinamentos na obra mas irei limitar em três deles.
A segunda regra é “não pergunte ao médico o que ele recomenda, mas o que ele faria se estivesse em seu lugar”. Nesse ponto, a obra traz ensinamentos valiosas sobre saúde, derrubando alguns mitos e apresentando pontos instigantes. De uma maneira geral, médicos não compreendem estatística e são perigosos na gestão de risco. Há uma citação no livro em que é dito se um avião fosse administrado como um hospital, cairia 1 ou 2 aeronaves por dia. Na área de saúde a ausência de seguir um checklist é muito danoso para as pessoas. Tendo uma grande experiência com saúde e risco, Gigerenzer afirma que você deveria pensar duas vezes antes de fazer um exame de prostrata (regra simples: não faça) ou uma tomografia (idem, o risco de contrair cancer é muito elevado e isso não é informado). Uma regra similar que ele anuncia no livro é não pergunte ao garçom o que tem de bom, mas o que ele comeria.
A terceira regra é semelhante ao que li em um artigo de Tim Harford: se tiver dúvida, jogue uma moeda para decidir. Particularmente eu uso essa regra para decidir qual os livros que adquiri na minha estante eu devo ler. É uma regra simples, mas eu entendo que se comprei o livro é que deve ter algum valor. Então a decisão de leitura por um número aleatório pode ser um critério válido na minha próxima leitura. Espero que essa seja sua próxima leitura, pois você certamente aprenderá algumas coisas interessantes.
Espero que outros livros do autor sejam traduzidos para língua portuguesa, para que os ensinamentos apresentados possam alcançar um público mais amplo.
O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos anunciou o vazamento de 3,6 milhões de documentos do Chipre. Na revelação, a acusação que o braço cipriota da PwC trabalhou no sentido de ajudar oligarcas russos de serem punidos, logo após a invasão da Ucrânia.
Ao mesmo tempo, a polícia de Portugal visitou os escritórios da PwC em Lisboa. O motivo foi a ajuda que a empresa deu para Isabel dos Santos, filha do ex-presidente de Angola, no desvio de recursos públicos.
O governo da Austrália decidiu juntar os três órgãos de normas contábeis do país - o Australian Accounting Standards Board, o Auditing and Assurance Standards Board e o Financial Reporting Council. Além da atribuição sobre contabilidade e auditoria, a nova entidade também irá ajudar na implementação de padrões relacionados com o clima. A previsão para inicio de funcionamento será 2026.
É sintomático que o anúncio do governo tenha sido feito sem consultar os profissionais contábeis.
O tamanho da fraude não é tão expressivo assim: 4 milhões de dólares, para uma empresa cujos números estão na casa de bilhões. Mas usualmente sabemos pouco de fraude empresarial já que as empresas evitam divulgá-las. Afinal, não é bom parecer trouxa para o público em geral. A funcionária Barbara Furlow-Smiles participou de um golpe contra o Facebook. Ela usava o dinheiro desviado para suas despesas pessoais.
O esquema era bem simples. Furlow-Smiles vinculava o cartão de crédito da empresa para pagar serviços que nunca eram executados. Quem recebia o dinheiro - amigos e parentes - repassavam parte para ela. É um esquema bem simples e já conhecido.
A acusada é também autora de livro infantil disponível no Kindle sobre uma viagem que ela e seu marido fazem à França.
Um site se viu vítima de um novo esquema on-line pernicioso (...). O site em questão é o Exceljet, um hub de tudo o que você deve saber sobre o Microsoft Excel. Seu proprietário David Bruns começou a perceber uma queda no tráfego a partir do ano passado. Neste outono, ele descobriu o porquê. Alguém estava usando uma IA para imitar quase todos os artigos de seu site com cópias inferiores e muitas vezes cheias de erros, projetadas apenas para agradar os mecanismos de pesquisa, seqüestrando o tráfego da Exceljet.
O "assalto" prejudicou o site de Bruns. Mas também está prejudicando os leitores que precisam de informações reais. Por sua análise, Bruns descobriu que alguns dos artigos gerados por IA continham erros factuais flagrantes, em um caso explicando um recurso do Excel que não existia.
Fonte: aqui
A montagem acima mostra algumas das obras que entrarão em domínio público em alguns dias. No centro, Mickey Mouse. Mas há conteúdos melhores, como Orlando (Woolf), O Circo (Chaplin) e Façamos (Porter, na verdade Let's do It, mas o título aqui é a versão brasileira, cantada por Chico e Elza).
No passado estas obras entrariam em domínio público nos anos 70. Mas um pressão de detentores dos direitos autorais fez com que a regra fosse postegada para os anos 90. Em 1998 o Congresso dos Estados Unidos novamente alongou o prazo. A Disney estava no centro da pressão e o motivo fica claro na figura acima. A empresa do ratinho distribuiu favores (e dinheiro) e obteve a alongamento dos direitos sobre o rato.
A lei não foi novamente alongada e agora será de domínio público obras de Buster Keaton e canções com Armstrong.
O link acima chama a atenção para o fato de que a extensão de 40 anos na lei provocou uma perda de obras. Vários registros de livros, filmes e músicas se perderam no período entre a primeira lei e o ano de 2024. Boa notícia já que isso permite que as obras possam ser recriadas nos tempos atuais. Como ocorreu com "Ursinho Pooh: Sangue e Mel", filme realizado a partir do momento que o ursinho tornou domínio público.
Anteriormente comentamos sobre o assunto no blog. Veja aqui e aqui (cujo vídeo da postagem foi removido).
Usando os dados do Google Trends, um grupo de pesquisadores tentou verificar se as buscas na rede social pelo nome de uma empresa tinham relação com a receita reportada. Os pesquisadores utilizaram uma métrica denominada MUP, que corresponde ao gerenciamento de receita para cima. A cada trimestre, o volume de buscas no Google Trends era comparado com o setor em que a empresa atuava. Deveria existir uma relação entre o crescimento nas vendas e a popularidade nas pesquisas do Google, mas quando isso não ocorre, não seria um caso estranho?
O índice criado na pesquisa era mais eficaz nas empresas que dependiam das vendas ao consumidor. O período de análise foi de 2004 a dezembro de 2020, para empresas com ações na bolsa dos Estados Unidos. Uma vantagem da medida é que ela não depende dos mecanismos tradicionais de controle gerencial ou do auditor externo.
O MUP não apenas se baseia no fácil acesso a dados gratuitos, como os autores enfatizam seu charme como uma métrica externa que é abençoadamente desprovida de controle gerencial. Isso a torna uma nova ferramenta potencialmente importante para os auditores, que, sob a prática típica de auditoria, devem triangular diferentes tipos de dados que, de uma maneira ou de outra, dependem da divulgação da administração.
O Efrag divulgou uma pesquisa sobre a implementação da IFRS 15 do Iasb. A pesquisa dividiu os respondentes em dois grupos: de usuários e de preparadores. A pesquisa pode ser obtida aqui (via aqui).
O documento procurou responder três questões:
Q1: Como as mudanças regulatórias impactam a elaboração de relatórios financeiros em termos de relevância e utilidade das informações produzidas para os usuários?
Q2: Até que ponto as MCS (sistema de controle gerencial) mudaram como resultado da implementação do IFRS e afetaram o processo de tomada de decisão das entidades?
Q3: Existem efeitos (não intencionais) das mudanças relacionadas ao IFRS nas MCS nos resultados/eficiência da empresa?
O tom geral do relatório é positivo. Serve como uma potencial referência. Mas é necessário ter cuidado com o viés do texto. Achei que não está muito claro os critérios de seleção da amostra e o Efrag não disponibiliza as respostas individualizadas.
Do Boredpanda:
Relação entre cigarros vendidos e câncer do pulmão (Fisher não iria gostar, já que recebeu dinheiro para defender o oposto)Tempo para quebrar a senha, versus número de caracteres e tipo. Distribuição da população no Egito (Olha o Rio Nilo aí)Queda da mortalidade infantil da Bolívia, em 60 anos.Da Bloomberg. Usualmente o múltiplo é em torno de 3. Mas o gráfico considera que há um peso no fato do clube ser de "elite" ou não. Lembrando que a avaliação é sempre subjetiva.