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20 novembro 2023

Falta de sinceridade foi o motivo alegado para a demissão do executivo

Todos sabem agora que o executivo que representou a revolução da Inteligência Artificial, Sam Altman, da empresa responsável pelo ChatGPT, foi demitido pelo conselho. Mas veja que interessante a mensagem que o Conselho divulgou sobre a saída dele da empresa:


A saída de Altman segue um processo de revisão deliberativa do conselho, que concluiu que ele não era consistentemente sincero em suas comunicações com o conselho, dificultando sua capacidade de exercer suas responsabilidades. O conselho não confia mais em sua capacidade de continuar liderando o OpenAI

ExxonMobil: Desafios Ambientais, Perspectivas do CEO e Investimentos em Tecnologias de Baixa Emissão

Quando se fala da redução de emissões, a empresa de petróleo Exxon desempenha um papel importante. Além de ser uma grande produtora de petróleo, a companhia sempre foi resistente às propostas mais ambientais. Acompanhar o que ocorre na empresa passa a ser interessante para quem estuda a questão ambiental.

O atual CEO da empresa, Darren Woods, fez algumas declarações recentes que merecem atenção. Ele argumentou que o caminho para resolver o problema do clima não é tornar as grandes empresas de petróleo "vilãs", pois isso teria um efeito contrário na tentativa de reduzir as emissões, além de trazer atrasos para milhões de pessoas no mundo.


As declarações foram feitas em uma conferência. Ele disse que "as soluções para as mudanças climáticas têm sido muito focadas na redução da oferta. Essa é uma receita para as dificuldades humanas e um mundo mais pobre." Em vez disso, sugeriu que o governo apoie o financiamento do desenvolvimento de tecnologias que reduzam as emissões, via mercado.

"Estou plenamente consciente de que muitos questionam o compromisso da ExxonMobil por causa do que foi dito há mais de 30 anos - ou do que eles acham que a Exxon sabia naquela época", acrescentou. "Francamente, estou mais interessado no que a ExxonMobil sabe hoje. A mudança climática é real. A atividade humana desempenha um papel importante."

A Exxon não reduzirá a produção de petróleo e gás nem fará investimentos substanciais em energia renovável, ao contrário de seus colegas europeus, disse Woods. Em vez disso, a empresa planeja concentrar-se em investir em tecnologias de baixa emissão que aprimoram combustíveis fósseis, incluindo captura de carbono e hidrogênio.

A partir do texto disponível aqui

Rir é o melhor remédio

 

Excesso de informação...

Capital Físico e capital monetário

comentamos no blog sobre a distinção entre o capital físico e capital monetário. Isso faz parte da Estrutura Conceitual e tem sido objeto de estudo por alguns na contabilidade. 

No passado, quando existia uma inflação enorme no Brasil, alguns chegaram a defender a substituição da unidade monetária, como unidade de mensuração contábil, por uma unidade física equivalente. Bom, isso não frutificou, mas quando olhamos as duas tabelas que apresentamos a seguir é possível notar uma grande razão para isso. 

Vamos começar com uma atualização de uma tabela que já postamos aqui no blog:

Dois computadores, separados por um período de 36 anos, e suas diferenças. Começa pelo preço, mas temos também as configurações técnicas. Usar a unidade física em computador é bem complicado pela evolução tecnológica existente. Mas um período de tempo de 36 anos é muito grande. Seria fácil de induzir o incauto. Vamos em outro exemplo:

Dois celulares, separados por cerca nove anos. O preço está a cotação para o mercado internacional, já que os impostos no Brasil tornam o comparativo complicado. 

Invasão holandesa no Brasil e o resultado sustentável

A ideia de resultado sustentável é bastante coerente e relevante. Usualmente é importante saber se o desempenho de uma empresa irá persistir no tempo. Ou seja, se é possível assumir que para o futuro a empresa continuará mantendo a sua atual trajetória. Uma forma de obter este tipo de análise é eliminando do resultado da empresa tudo aquilo que não repetirá no futuro. Se a empresa obteve um lucro enorme com a venda de um prédio, o resultado da venda não deveria constar da análise que fazemos, sendo necessário retirar esse valor. Se a empresa teve um grave prejuízo por conta de um desastre ambiental, podemos assumir que esse resultado não irá repetir no futuro. 


O conceito do resultado sustentável surgiu claramente quando eu li o capítulo 10, Governos da Holanda, do livro História da Riqueza no Brasil, de Jorge Caldeira. Vou fazer um breve resumo do capítulo do texto que trata da invasão holandesa no Brasil, entre 1630 a 1654. Antes disso, em 1624, uma esquadra dos Países Baixos invadiu e saqueou Salvador. Depois, invadiram Pernambuco e arredores, o que incluía Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. 

Maurício de Nassau

A aventura dos holandeses foi realizada por uma empresa, a Companhia das Índias Ocidentais ou VOC. A VOC foi a primeira empresa de capital aberto do mundo. Isso significa dizer que seu resultado era divulgado para os acionistas. Ela foi fundada um pouco antes da invasão e seu modo de atuação era a pirataria e saque. Bom, oficialmente era o comércio, que incluía o açúcar, tabaco, especiarias, escravos e outros produtos. Mas o grande impulsionador das atividades da empresa foi a captura de um navio chamado Santa Catarina. 

Caldeira mostra que quando os holandeses chegaram no Nordeste, o saque foi a primeira atividade. Isso gerou receita para a empresa. Mas é uma receita não sustentável. É principio do saque a tomada da riqueza à força, deixando o antigo proprietário sem seu ativo. O problema é que os holandeses venceram a primeira batalha, ao dominar o Nordeste, mas sem permitir que isso gerasse um resultado sustentável. Nas palavras de Caldeira:

A vitória significava não apenas o fim das oportunidades fortuitas como a necessidade de reiniciar a produção que havia sido desarticulada. 

Ou seja, para manter a extração de riqueza no Brasil, os holandeses deveriam fazer investimentos na produção de açúcar. Isso exige dinheiro e pessoas para produzir. A invasão derrubou a produção de açúcar, pois já existia, no Brasil, uma cadeia produtiva articulada e com um agravante em relação aos portugueses: eles precisaram montar um exército regular para defensa do novo território. Caldeira mostra que ao longo da história brasileira, os portugueses extraíram muito, em todos os sentidos, e investiram pouco na terra. Já os holandeses, diante da ameaça de perderem novamente sua conquista, tinham que manter uma segurança aqui. 


Em outras palavras, a história dos holandeses do Brasil é uma história explicada pela contabilidade. De um lado, os holandeses, que inicialmente saquearam o Nordeste e para gerar receita futura precisavam investir, o que significa que precisavam de capital. Ao mesmo tempo, também tinha despesas enormes com a manutenção da nova terra. De outro lado, os portugueses, que durante sua gestão não fizeram grandes investimentos - os engenhos eram investimentos privados e a defesa da terra era fruto das pessoas do local e um pouco do exército lusitano. Ou seja, enquanto a DRE dos holandeses apresentou um resultado inicial extremamente positivo, oriundo dos saques, esse desempenho não era sustentável. Já a DRE dos portugueses sempre foi lucrativa, com baixo investimento do governo lusitano. 

Sabemos como a história terminou.  

Convergência Setor Público e IFRS

 

Um resumo das normas do IPSAS para o setor público e o alinhamento com as IFRS. A norma IFRS que exige pouca mudança é a exceção. Corresponde a parte de cima do gráfico.  O comparativo final, na página 3 do documento, não leva em consideração a estrutura conceitual, que não é considerada uma norma contábil. 

18 novembro 2023

KPMG é multada por conta da Petrobras

Na última terça-feira (14), o órgão de supervisão de auditores nos Estados Unidos (PCAOB, na sigla em inglês) anunciou que impôs uma multa de U$ 40 mil (cerca de R$ 193.952,00 na cotação atual) à KPMG Brasil por violação das regras e padrões do conselho relativos às comunicações com comitês de auditoria dos clientes.

De acordo com documento divulgado pelo PCAOB, é citado como exemplo que a companhia teria falhado com o comitê de auditoria da Petrobras (PETR3;PETR4).

Neste caso, a auditoria não teria admitido nem negado as conclusões, mas concordou com a sanção e em adotar as medidas corretivas estabelecidas.

“O Conselho está impondo essas sanções com base em suas conclusões de que a empresa não fez certas comunicações exigidas ao comitê de auditoria de seu cliente de auditoria do emissor, Petróleo Brasileiro S.A. (“Petrobras”), em violação à AS 1301, Comunicações com Auditoria Comitês”, diz trecho do documento.

Ainda no documento, o PCAOB também afirmou que a KPMG Brasil não informou à auditoria da Petrobras o nome do comitê, localização e responsabilidades planejadas pela KPMG Assurance, uma outra empresa de contabilidade pública independente que executou procedimentos de auditoria.

Fonte: aqui

Imagem como são taxadas as propriedades

Para cada propriedade a seguir, de diferentes países, há uma forma de impor os tributos. Você seria capaz de descobrir o "fato gerador". 

Inglaterra


Vietnam
França

Brasil (esse é muito estranho, pois não sabia desse imposto. Talvez seja algo de antigamente)

O objetivo é tentar descobrir qual o fato gerador e como as pessoas reagem aos incentivos. No primeiro caso, o imposto recaía sobre janelas. O segundo, sobre fachadas. O terceiro, sobre pisos, exceto telhados. E o quarto, sobre construção de templo, quando terminado. 

Fonte: aqui, via Marginal Revolution. Veja o texto de um comentário:

This is a possible indication of a tax on completed churches that was levied in some colonial areas, such as Brazil. The tax was based on the completion of the church structure, and it was a way of extracting revenue from the religious orders. To avoid the tax, some churches left their towers or façades incomplete, creating a contrast between the ornate and the plain parts of the building.


Lições de um professor de Contabilidade


Joe Hoyle tem um blog onde conta suas aventuras em ensinar contabilidade. Tem dicas interessantes, baseado na sua experiência de estar em sala de aula desde agosto de 1971 (não digitei errado!). Já escreveu livros de contabilidade e recebeu diversas homenagens. Ele escreveu um livro que está disponível de maneira gratuita na rede. O resumo é esse:

Transformative Education presents a comprehensive approach to college teaching that stresses both the presentation of topical coverage AND the development of critical thinking skills. The book focuses on several key points in the learning process such as student preparation for class, student engagement during class, and student review and organization of the material after class. The book discusses the urgent need for more and better high-quality college education, a goal that can be achieved by a methodical approach to gradual teaching improvement.

O livro pode ser baixado em PDF aqui. Gratuito. Ele ensina desde 1971. 

17 novembro 2023

O Lado tangível do problema ambiental: Pepsi processada por poluir um rio

PepsiCo foi processada pelo estado de Nova York por poluição plástica ao longo do rio Buffalo que supostamente está contaminando a água e prejudicando a vida selvagem.

De acordo com o processo, A PepsiCo é o maior contribuinte identificável para o problema.

O porta-voz da PepsiCo disse à BBC que foi "transparente em sua jornada para reduzir o uso de plástico".

Na semana passada, Coca-Cola, Danone e Nestlé foram acusados de fazer alegações enganosas sobre suas garrafas de plástico.

A PepsiCo, fabricante de Pepsi, Doritos e outros lanches, é a segunda maior empresa de alimentos do mundo, depois de líder do setor Nestlé.

A gigante americana é a mais recente grande corporação a enfrentar uma ação judicial das autoridades locais sobre seu impacto no meio ambiente.

A denúncia de Nova York diz que a Pepsi violou as leis estaduais ao não avisar o público sobre os riscos das embalagens plásticas e promover declarações enganosas sobre seu esforço para combater a poluição.

"Nenhuma empresa é grande demais para garantir que seus produtos não danifiquem nosso meio ambiente e saúde pública", disse a procuradora-geral Letitia James.

De acordo com o processo, a PepsiCo fabrica, produz e empacota pelo menos 85 marcas diferentes de bebidas e 25 marcas de salgadinhos que vêm predominantemente em recipientes de plástico descartáveis.

Quando o escritório de James conduziu uma pesquisa com todos os tipos de resíduos coletados em 13 locais ao longo do rio Buffalo no ano passado, descobriu que a embalagem plástica de uso único da PepsiCo era a mais significativa.

"Das 1.916 peças de lixo plástico coletadas com uma marca identificável, mais de 17% foram produzidas pela PepsiCo", afirmou o documento.


Outras marcas identificáveis incluem McDonald's e a fabricante de doces Hershey's.

O processo disse que microplásticos foram detectados no suprimento de água potável da cidade de Buffalo, o que "pode causar uma ampla gama de efeitos adversos à saúde, da disfunção reprodutiva à inflamação do intestino e dos efeitos neurotóxicos ". Pepsi disse em comunicado que era" sério sobre redução de plástico e reciclagem eficaz ".

Acrescentou que essa era uma "questão complexa" que exigia o envolvimento de "empresas, municípios, provedores de redução de resíduos, líderes comunitários e consumidores".

O senador do estado de Nova York, Andrew Gounardes, disse à BBC que a Pepsi deveria projetar seus pacotes e produtos de uma maneira que não fosse prejudicial à saúde humana.

"Com base nas alegações apresentadas ontem no processo do procurador-geral, a PepsiCo tem se anunciado como uma empresa muito consciente do meio ambiente.... E, no entanto, a realidade é que, segundo o procurador-geral, eles não estão diminuindo, mas aumentando o uso de plásticos ", disse ele.

"Mas a empresa tem uma responsabilidade se for ator neste mercado. Eles precisam garantir que seus produtos não causem danos às pessoas." 

Fonte: BBC, Tradução Vivaldi

Mídia social: dificuldade de manter o interesse

Se você passa algum tempo na Internet, sabe que é raro passar mais do que alguns meses sem ouvir falar de um novo aplicativo de mídia social, cada um com um novo ângulo que promete quebrar o ciclo de rolagem sem sentido.

Nesta semana, foi a vez do Lapse - que, contraintuitivamente, usa a impressionante lente do iPhone para imitar uma câmera descartável - ficar em terceiro lugar na lista de aplicativos gratuitos da App Store.

Mas, se criar um sucesso de ruptura é difícil, manter esse impulso é muito, muito mais difícil. A análise do volume relativo de pesquisa no Google para as plataformas mais reconhecidas da Internet mostra que, salvo algumas exceções conhecidas, qualquer que seja o interesse inicial, ele cai drasticamente quando os aplicativos caem em desgraça (veja: Bebo, Vine, Friendster, MySpace, Clubhouse, BeReal e muitos, muitos outros).

Nem mesmo o fato de ter uma das pessoas mais famosas do planeta como seu talismã pode garantir o sucesso. Esta semana, a plataforma Truth Social do ex-presidente Trump relatou perdas operacionais de aproximadamente US$ 35 milhões desde sua criação, já que a rede social permanece em um limbo legal e regulatório.


Mídia não social

Plataformas como Lapse e BeReal às vezes são anunciadas como anti-Instagram, tentando reconectar as pessoas com seus amigos e familiares de uma forma não filtrada - preenchendo uma lacuna de mídia social que seja realmente social, em vez de focada em notícias ou entretenimento.

Mas, embora os megaaplicativos sejam velhos e feios o suficiente para servirem de para-raios para críticas regulares (o Facebook completará 20 anos em março), as pessoas parecem não conseguir parar de usá-los. Na verdade, apenas nesta semana, os dados da Apptopia revelaram que os maiores aplicativos do Meta tiveram um aumento modesto no número de usuários diários, superando o TikTok, o principal aplicativo da Geração Z.

Fonte: Chartr. Tradução DeepL

Manutenção periódica da IFRS: vantagens e desvantagens

Eis a notícia

O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu recentemente uma série de emendas às Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS), marcando uma mudança significativa [1] no setor contábil.


Essas alterações, que incluem novos requisitos para transações de venda e arrendamento, melhorias anuais [2] nas Normas de Contabilidade IFRS e maior transparência nas finanças de fornecedores das empresas, estão prestes a ter um impacto profundo [3] nas práticas contábeis em todo o mundo.

Compreendendo as emendas

As emendas do IASB à IFRS 16 Leases fornecem orientações adicionais sobre como as empresas devem contabilizar transações de venda e arrendamento após a data da transação.

Espera-se que essa mudança aprimore a consistência na aplicação do Padrão Contábil, embora não afete a contabilidade de arrendamentos fora das transações de venda e arrendamento.

Além disso, o IASB propôs melhorias anuais nas Normas de Contabilidade IFRS, que incluem esclarecimentos, simplificações, correções e mudanças para melhorar a consistência em várias normas.

Essas emendas propostas fazem parte da manutenção periódica [4] das Normas Contábeis pelo IASB.

Por fim, o IASB emitiu requisitos de divulgação para aprimorar a transparência das operações de financiamento de fornecedores. Esses requisitos visam fornecer aos investidores uma visão mais clara das obrigações, fluxos de caixa e exposição ao risco de liquidez de uma empresa.

Compreendendo as implicações

Essas mudanças regulatórias apresentam desafios e oportunidades para os contadores [5].

Por um lado, eles precisarão se familiarizar com os novos requisitos e ajustar suas práticas conforme necessário. Isso pode envolver a atualização de seus sistemas contábeis, a revisão de seus processos de relatórios e a requalificação de sua equipe.

Por outro lado, essas mudanças também oferecem oportunidades para os contadores aprimorarem sua proposta de valor.

Ao demonstrar sua expertise nas novas regulamentações, eles podem se posicionar como conselheiros confiáveis para seus clientes, ajudando-os a navegar pelo complexo [6] cenário regulatório e tomar decisões de negócios informadas.

Navegando pelas novas regulamentações

Para navegar efetivamente por essas novas regulamentações, os contadores devem adotar uma abordagem proativa. Isso inclui se manter atualizado com os últimos desenvolvimentos, participar de programas de treinamento relevantes e buscar orientação de especialistas do setor [7].

Além disso, os contadores também devem considerar a perspectiva de longo prazo de sua profissão. À medida que o cenário regulatório continua a evoluir, eles precisarão se adaptar e inovar continuamente para se manterem à frente da curva.

Embora essas mudanças recentes apresentem desafios, elas também oferecem oportunidades para os contadores aprimorarem sua proposta de valor. Ao se manterem informados, buscar orientação de especialistas e adotar uma abordagem proativa, os contadores podem navegar com sucesso pelo novo cenário regulatório.

[1] Não parece fazer muito sentido o fato de que emendas ou aprimoramentos tragam "substanciais" mudanças. Alterações assim deveriam ser objeto de uma nova norma. Mas vamos imaginar que o texto queira valorizar a tese de que o profissional deve se manter atualizado e exagera no argumento. 

[2] Veja que as mudanças são anuais. 

[3] Novamente o destaque é que as mudanças podem ser relevantes. Mas isso contradiz o trecho [4]

[4] Em que muda o fato de ser uma "manutenção" periódica e uma alteração na norma. Provavelmente o rito deve ser bem rápido. Mas há um problema de legitimidade aqui, pois uma "manutenção" pode, realmente, ter efeito profundo, como o texto destaca. A manutenção não necessita de uma discussão como uma minuta e não passa por um crivo mais amplo. Isso pode ser um perigo. Como os usuários estão garantidos de que a simples manutenção não é algo que deveria ser melhor discutido? 

[5] Aqui começa a parte "boa" para o profissional. 

[6] Mas a norma não deveria ser a mais simples possível. 

[7] Eis o preço para o profissional. Mas veja que as manutenções são "interessantes" para os contadores que permanecem atualizado. 

Resumindo: fazemos alterações periódicas e isso irá beneficiar que ficar atualizado. 

Foto: Louis Hansel

Vale citada pela SEC no relatório de fiscalização

A Securities and Exchange Commission (SEC) anunciou ontem, 14/1, os resultados de fiscalização para o ano fiscal de 2023, informando que foi dado entrada em 784 ações de execução, resultando em quase US$ 5 bilhões em soluções financeiras e distribuiu quase US$ 1 bilhão a investidores prejudicados.

Além disso, a SEC obteve sentenças de tribunais federais, e nesta parte cita o caso de uma companhia brasileira, a Vale, relacionado aos casos de rompimento de barragens. (...)

No Brasil, o Processo Sancionador na CVM, sob nº 19957.007916/2019-38, contra a Vale ainda não foi concluído. Ele foi aberto em 19/08/2019.

De acordo com a CVM, o processo tem por objetivo a “apuração de eventuais irregularidades relativas à possível inobservância de deveres fiduciários de administradores da Vale S.A., pelos fatos relacionados ao rompimento da Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG)”.

A última movimentação ocorreu no último mês de junho, quando o colegiado sorteou “novo relator”para o Julgamento.

A tramitação pode ser consultada no Portal da CVM aqui.

Fonte: Alexandre Alcântara

16 novembro 2023

Rir é o melhor remédio


 Perigo da Inteligência Artificial (IA)

Como ser um contador forense - 4


 Dan Heath: Então, Chris, no programa, sempre terminamos com uma rodada rápida de perguntas para nossos convidados. Então, deixe-me disparar aqui. Qual é uma palavra ou frase que apenas alguém de sua profissão provavelmente conheceria e o que ela significa?

Chris Ekimoff: Bem, vou ampliar a definição de profissão. Então vou dizer aqueles que trabalham no espaço de litígio ou investigação de fraudes, então advogados, vocês também são bem-vindos. A palavra é "scienter", Dan. Você sabe o que é scienter?

Dan Heath: Scienter, não.

Chris Ekimoff: Scienter é o termo legal para uma intenção fraudulenta. Então, scienter é frequentemente o que você precisa provar em um tribunal de justiça para que um juiz ou um júri possa determinar se isso foi fraude ou não. Escrever um cheque de $5.000 para si mesmo por acidente, novamente, podemos argumentar isso.

Dan Heath: Como alguém faz.

Chris Ekimoff: Isso mesmo. Com certeza aconteceu, tenho certeza em algum lugar, nada no mundo é novo. Versus escrever propositadamente um cheque de $5.000 para si mesmo para roubar da empresa, para se enriquecer, para fazer o pagamento inicial no seu iate, provar esse scienter, o conhecimento dessa intenção fraudulenta tem um elemento legal versus negligência, que é outro conceito legal de talvez não realizar abertamente um ato ou omitir um ato que cria um problema, mas apenas acontece por acaso ou por você negligenciar algo.

Dan Heath: Então, nosso amigo do cabo HDMI, muito scienter.

Chris Ekimoff: Sim, ficou bastante claro pelos documentos que ele talvez tenha sido um pouco preguiçoso em copiar a mesma captura de tela de HDMI repetidamente, mas não tinha muito a dizer sobre sua intenção fraudulenta depois de ser abordado.

Dan Heath: Certo, pergunta dois. Quem é o contador forense mais famoso, seja real ou fictício?

Chris Ekimoff: A resposta é tanto real quanto fictício. E o homem que me envolveu ou despertou meu interesse em contabilidade forense é um homem chamado Frank Wilson. Dan, você conhece Frank Wilson?

Dan Heath: Não. Não. Me fale sobre Frank.

Chris Ekimoff: Frank Wilson é uma das pessoas na equipe de Elliot Ness que ajudou a capturar o famoso Al Capone por fraude fiscal. Então, se você se lembra do filme do final dos anos 80, "Os Intocáveis", estrelado por...

Dan Heath: Claro.

Chris Ekimoff: ... um jovem Kevin Costner. Vi esse filme no início da minha carreira e apenas a ideia de que havia esse tipo de serviço de aplicação da lei ou atividade relacionada à contabilidade realmente me deixou animado. Então, tenho certeza de que as pessoas dirão, Ben Affleck...

Dan Heath: Adoro que você estava focado no contador daquele filme.

Chris Ekimoff: Exatamente. Sim. Há muitas outras coisas acontecendo. E Sean Connery é ótimo. A maioria das pessoas provavelmente diria que o personagem de Ben Affleck em "O Contador" é provavelmente mais famoso agora, após aquele filme de ação que saiu há alguns anos, mas eu sempre volto a Frank Wilson como uma força motriz em minha carreira.

Dan Heath: Ah, é verdade. O personagem de Ben Affleck era um contador forense, não era?

Chris Ekimoff: Sim. E esse filme é 100% preciso, se você se concentrar apenas na cena em que ele está na sala de conferências verificando os números. Todo o resto eu não vi em minha carreira em termos de campos de tiro, veículos voadores e tudo mais.

Dan Heath: Sim, basicamente, vocês são todos Selos da Marinha [?] com calculadoras, certo?

Chris Ekimoff: Com certeza, sim. É isso mesmo. E às vezes eu fico cansado em pé, mas isso é outra história.

Dan Heath: Ok, pergunta três. Qual frase ou sentença causa medo no coração dos contadores forenses?

Chris Ekimoff: "Ah, aqui está algo que eu deveria ter te dado no início da investigação."

Dan Heath: Já disseram isso a você antes?

Chris Ekimoff: Quando ouço isso de um cliente, eu só sei que estou enfrentando um mundo para conduzir, certo? Há alguma suposição que perdemos ou algum documento que não conhecíamos, talvez tenhamos seguido pelo caminho A e deveríamos ter seguido pelo caminho C, se soubéssemos disso, teríamos feito muitas coisas de maneira diferente. Então, isso é algo onde, todas as coisas sendo iguais, chegaremos à resposta certa, mas é uma dessas situações em que, tudo bem, temos que começar tudo de novo e reestruturar o que estamos fazendo.

Dan Heath: Chris Ekimoff é diretor nos Serviços de Investigações Financeiras e Disputas na RSMUS. Ele também é co-apresentador do podcast Insecurities, que explora o selvagem mundo da regulamentação e fiscalização de valores mobiliários. Vamos colocar um link para isso nas notas do programa. E sou assinante, aliás. Eu poderia ter conversado com Chris por três horas. Estou totalmente fascinado pelo que ele faz. E o que continuei pensando depois de conversarmos foi o ponto que ele fez sobre como geralmente são as pessoas mais confiáveis que são as mais responsáveis por atividades fraudulentas, não porque pessoas confiáveis têm mais probabilidade de ser criminosas, o que seria insano, mas porque pessoas confiáveis são as únicas com acesso e recursos para realizar os crimes. E então, porque aquela pessoa confiável em cem ou mil abusa da confiança e comete fraude, o restante de nós para de ser confiado preventivamente.

Então, toda essa atividade de conformidade surge ao nosso redor, os controles, a supervisão e a burocracia, e isso torna a vida de todos um pouco mais frustrante. É meio como as farmácias começaram a trancar as lâminas de barbear porque eram caras e fáceis de roubar, e depois porque um em mil maçãs podres poderia ter tentado roubar as lâminas de barbear, os outros 999 de nós têm uma experiência de compra garantidamente mais irritante. E acho que a mesma coisa é verdadeira com os controles financeiros. É como um imposto que todos nós temos que pagar por causa de pessoas como nosso amigo, o ladrão de cabos HDMI, mas pelo menos temos pessoas como o Chris por aí rastreando-os um por um. Você tem que amar uma profissão em que você pode usar suas habilidades matemáticas para combater o crime. E pessoal, é assim que é ser um contador forense.

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Como ser um contador forense - 3


Dan Heath: Existe alguma maneira de dimensionar como são os incidentes de fraude? Com base na sua experiência, qual é a probabilidade de qualquer empresa por aí estar passando por algo que você poderia interpretar como fraude agora? O que você chutaria?

Chris Ekimoff: A resposta é sim. Então, a Association of Certified Fraud Examiners que mencionei há um minuto, eles são um corpo internacional de profissionais anti-fraude que certificam pessoas como eu como examinadores de fraudes certificados por meio de um teste e treinamento e coisas assim, além de conduzir estudos e solicitar respostas de examinadores de fraudes certificados e pessoas no mercado. E a estatística deles é que 5% da receita total de um negócio pode ser atribuída a perda por fraude.

Dan Heath: Você está brincando, 5%.

Chris Ekimoff: Sim. Então, se sua empresa fatura $10 milhões, 5% disso, você pode, em algum lugar dessas despesas, em algum lugar nas operações da empresa, ou você está perdendo 5% da receita que está sendo desviada por coisas fraudulentas. E isso inclui desde pessoas registrando indevidamente seu tempo e dizendo que trabalharam mais do que realmente fizeram até adicionar uma refeição de viagem extra ao relatório de despesas, mesmo que não estivessem viajando tecnicamente naquele dia. Então, não são os casos de Bernie Madoff ou os escândalos da Enron que representam 5% do mundo. São realmente esses tipos de casos em que 5% da receita é realmente o ponto de referência pelo qual você pode se medir. Agora, trabalho com clientes o dia todo que são muito firmes em dizer que não há fraude acontecendo, e eles estão provavelmente certos em um grau relevante, especialmente se for um negócio familiar com seis pessoas.

É muito mais difícil criar uma oportunidade para fraude lá. Não que não aconteça, mas comparado a algumas das grandes organizações multinacionais, há pessoas fazendo pequenos ajustes e colorindo fora das linhas com bastante regularidade, não em uma extensão material, mas isso está acontecendo por aí. Enquanto falamos agora, alguém está sendo fraudulento no mundo.

Dan Heath: Eu estava curioso, quantas camadas de suspeita você precisa em uma situação típica. Se alguém lhe entrega faturas ou recibos de clientes, você aceita isso como verdadeiro ou há imediatamente um loop em sua cabeça do tipo, eu me pergunto se esta é uma fatura ou um recibo real? Quanto de verificação você geralmente precisa fazer?

Chris Ekimoff: Isso depende das circunstâncias, é claro, mas gosto de dizer que é um processo iterativo. Se você me der 11 faturas aleatórias de 2022 e todas seguirem um formato padrão de um negócio específico, todas tiverem valores e descrições muito detalhados, e os números e datas delas não se prestarem a qualquer tipo de manipulação. Falamos sobre numeração sequencial. Se eu escolher 11 faturas aleatórias da empresa A e elas estiverem numeradas de 101 a 112, e acontecerem ao longo do ano, minha pergunta é como esta empresa ainda está aberta se você é o único para quem estão enviando faturas? Se você não perceber nada assim, você vai se sentir de maneira diferente sobre essa fatura nesse negócio do que se vir algo que parece um logotipo que, Dan, não sei como você é com arte, mas talvez você ou eu poderíamos desenhar no Microsoft Paint.

Isso vai me levar a tirar uma conclusão diferente sobre o valor dessa informação. Ou se eles estiverem seguindo um formato não padrão, se as linhas de descrição forem de muito detalhadas para muito gerais ou se mudarem na página. Posso explicar isso ou não?

Dan Heath: Adoro isso. São telas tão boas que você acumulou ao longo dos anos.

Chris Ekimoff: Vou falar sobre um pequeno caso que tivemos há alguns anos, em que um indivíduo que era profissional de TI em uma empresa estava usando o orçamento de TI para comprar coisas para si mesmo, todo tipo de coisas em lojas de conveniência, Target, Walmart e todas essas coisas. Mas ele ia online e o que ele fazia era tirar uma captura de tela do item de linha de uma fatura de um fornecedor de peças de computador, Best Buy, quem quer que seja, que dizia cabo HDMI uma unidade, e ele colava isso sobre o item de linha real que ele comprou. O problema foi que ele fez isso e não mudou mais nada sobre aquela fatura. Então, recebíamos uma fatura do Walmart que listava todos esses cabos HDMI que ele havia comprado, mas das seis linhas, todos tinham preços loucamente diferentes. Como ele comprou um cabo HDMI do Walmart naquele dia por $640. Comprou outro por $6. Comprou um terceiro por $1.400.

Obviamente, isso é um exemplo extremo, mas ele estava tentando aprovar isso pelo sistema de despesas, e tudo o que o sistema de despesas fazia era verificar se esse dólar estava dentro do nosso orçamento. O que, infelizmente, era sim. E as descrições em uma verificação de amostra coincidem com o que achamos que eram? Claro. E isso é um sistema informatizado. Ele não passou e avaliou o preço apropriado de cada compra de cabo HDMI. Acabamos descobrindo que ele estava comprando muitas roupas, sapatos, eletrônicos e todas essas coisas, mas dizendo que eram todos cabos HDMI [inaudível 00:20:08].

Dan Heath: Ele havia adquirido mais de 780 cabos HDMI.

Chris Ekimoff: Isso mesmo, por $8,5 dólares, seja qual for o número, ao longo do período, ele tem um armário inteiro cheio de cabos HDMI muito caros. Então, sua pergunta foi quantas camadas você tem que percorrer, definitivamente depende. Há momentos em que especificamente isentaremos em nossos relatórios, não validamos a veracidade desta informação. Recebi um relatório do banco que disse que pagaram $11 na quinta-feira. Eu não fui até o banco perguntar onde estavam os $11. Supus que o banco me forneceu informações legítimas. Eles são terceirizados, não têm motivo para mentir para mim, vamos explicar isso em nosso relatório.

Dan Heath: Você recomendaria esta área a um jovem?

Chris Ekimoff: Eu recomendaria. Ao longo dos anos, aprendi que existem pessoas que são naturalmente boas em uma variedade de coisas. Um dos meus melhores amigos é auditor de saúde em Pittsburgh, e ele adora ver o mesmo cliente todo ano, fazendo um trabalho muito semelhante a cada ano, o mesmo tipo de trabalho de auditoria. Não que isso seja chato ou repetitivo de maneira alguma, mas ter esses relacionamentos de longa data com os clientes. Tenho amigos que trabalham como contadores internos e escrevem o mesmo relatório todo mês, todo ano, por uma dúzia de anos. Isso não é algo que...

Dan Heath: Estou percebendo uma necessidade de variedade em sua personalidade.

Chris Ekimoff: É isso mesmo, certo? Eu sou uma daquelas pessoas que, gosto de contar a história, estava em um grande litígio entre o criador de serviços de telecomunicações, satélites em uma agência federal. E aprendi mais sobre satélites do que provavelmente qualquer pessoa, exceto Dave Matthews, sabe, pausa para risos.

Dan Heath: Adoro. Piadas de pai são sempre bem-vindas no programa.

Chris Ekimoff: Você conseguiu. E eu não trabalhei em um caso de satélite desde então. Então, posso assistir a um relatório do que Elon Musk colocou no céu e saber um pouco mais sobre isso do que eu sabia há 10 anos, mas não estou indo de caso de satélite para caso de satélite. E gosto de ter essa visão de diferentes setores, diferentes serviços, diferentes tipos de circunstâncias, e aprender com eles e talvez arquivar isso como uma memória ou uma lição a ser aprendida em um caso futuro. Mas se eu estivesse sempre olhando apenas para um tipo de problema, acho que eu meio que perderia um pouco e isso é apenas minha preferência natural. Então, se você está perguntando sobre recomendações, eu pediria às pessoas para olharem para dentro de si mesmas e dizerem, você está bem em ser xingado por um cliente diferente a cada semana, 52 semanas por ano?

Dan Heath: Pura variedade.

Chris Ekimoff: Se a resposta estiver perto de sim. Sim, talvez pense nisso, onde se preferir ser xingado por um cliente a cada ano, talvez olhe um pouco mais para o meu amigo.

Dan Heath: Isso não é para você.

Chris Ekimoff: Sim.

Como ser um contador forense - 2


Dan Heath: E há uma tendência de empresas, assim como em violações, por exemplo, muitas empresas não divulgarão violações porque têm medo de que isso revele sua falta de uma boa política de TI. Às vezes, você encontra empresas que querem encobrir fraudes porque não querem que as pessoas saibam o quão ruins eram seus controles?

Chris Ekimoff: Sim, e vou dizer isso também. Uma das áreas em que vemos isso com frequência é na área sem fins lucrativos, porque a reputação deles, por falta de uma frase melhor, é baseada na reputação. Estamos fazendo um bom trabalho para cumprir nossa missão, seja servindo comunidades carentes, fornecendo alimentos para aqueles em situações difíceis ou abrigando sobreviventes de violência doméstica. Ser uma organização que não consegue manter a própria casa em ordem pode realmente prejudicar as bolsas, doações, coisas assim. E novamente, não estamos dizendo que essas empresas estão mentindo propositadamente para as pessoas sobre o que aconteceu, mas é menos provável que relatem isso às notícias ou talvez entrem com uma ação criminal ou civil porque algum dano reputacional pode pesar nisso também.

Dan Heath: Olhando para trás, qual foi o envolvimento que você sentiu mais emocionalmente conectado?

Chris Ekimoff: Então, eu fiz alguns trabalhos para advogados que representam instituições de ensino superior. E deve ter sido quatro ou cinco anos atrás agora, um dos advogados no sudeste dos EUA estava representando uma escola diurna, uma escola particular para crianças do ensino fundamental e médio, onde o diretor roubou, Deus, vou colocar um número nisso, em algum lugar nos sete dígitos baixos. Esta é uma escola onde a mensalidade é cerca de 15, $20.000 por ano para essas crianças, acabou saindo com mais de um milhão de dólares, e negou todos os aspectos do ocorrido.

Dan Heath: Oh meu Deus.

Chris Ekimoff: E isso realmente me tocou, porque estavam tirando um serviço legítimo de pessoas com recursos, tentando melhorar-se para aprender e crescer e abandonando isso. Isso não foi retirado de uma corporação de vários bilhões de dólares, é um erro de arredondamento. Isso fechou a escola.

Dan Heath: Ah, uau.

Chris Ekimoff: Então, nosso trabalho era realmente entender o que poderiam recuperar do indivíduo, o que poderiam recuperar de uma apólice de seguro contra perda por fraude e realmente tentar ser o mais eficiente e eficaz possível, porque a escola não tem a capacidade de ter uma investigação de vários anos. Eles não vão conseguir pagar advogados e contadores para sempre, então como fazemos isso rapidamente? Como fazemos isso de maneira significativa e como chegamos a um resultado que vai ajudar essas crianças a recuperar parte do dinheiro que pagaram por esta escola que não existe mais para colocá-las de volta nos trilhos e talvez para outra escola ou para outra situação? Então, há momentos em que você pode ficar, emocionalmente envolvido não é a maneira certa de dizer, mas eu me sinto mais conectado ao trabalho quando consigo ver o bem óbvio que isso pode fazer se chegarmos a uma boa resposta.

Dan Heath: E em uma situação como essa, há alguma maneira de recuperar parte desse dinheiro da pessoa que fugiu com ele?

Chris Ekimoff: Há, certo, é por isso que o sistema judicial civil e criminal existe nesses exemplos. Acho que ele financiou um estilo de vida provavelmente com cerca de 50% do que ele pegou, mas também melhorou uma casa em que morava. E então, essa casa, poderia ser vendida em leilão ou ele poderia desistir dela, e esses valores poderiam ser distribuídos para algumas das vítimas e de volta à administração da escola. Então, esse é um daqueles casos também, onde a investigação como testemunha dos fatos é realmente importante. John pegou um cheque de $1.000 da escola. Ele o escreveu para si mesmo da conta corrente, no mesmo dia ele pagou $1.000 a um empreiteiro que estava construindo sua nova cozinha. Uma das coisas que fizemos no caso de desvio de fundos foi olhar para os pagamentos feitos aos fundos universitários do desviador de fundos para seus filhos. E ficou muito claro que o cheque de pagamento dele doou $50 ou $100, seja qual for o valor, para cada um dos fundos universitários de seus filhos.

Mas então, o desvio dele levou a milhares a mais sendo colocadas lá. E assim, tivemos uma discussão bastante agressiva com o advogado que o representava, dizendo que esse dinheiro não era apenas o salário regular dele financiando a faculdade de seus filhos, eram fundos roubados. E tivemos que tomar uma decisão sobre se iríamos atrás dos fundos universitários inocentes das crianças para ver se poderíamos ajudar a recuperar parte da dívida resultante do desvio de fundos.

Dan Heath: Pergunta boba, mas por que você precisa estabelecer onde as pessoas gastaram os ganhos ilícitos? Não é o suficiente que eles tenham simplesmente levado mais do que deveriam da empresa? Mesmo que tenham doado para caridade, ainda seria uma violação criminal ou civil, não seria?

Chris Ekimoff: Sim. Vou te dar a pior resposta de todas, depende, baseado nos fatos e circunstâncias. Mas em certos casos, e eu tive o benefício, eu acho, e é um benefício um pouco mórbido, de trabalhar no caso Madoff, certo? Então Bernie Madoff-

Dan Heath: Oh, uau.

Chris Ekimoff: ... obviamente famoso por um esquema de Ponzi.

Dan Heath: Isso deve ser como o Everest da contabilidade forense. Não?

Chris Ekimoff: Eu digo isso, mas também, este é um caso de vários bilhões de dólares. É muito difícil encontrar um contador forense que não tenha trabalhado em algum aspecto do caso Madoff, seja-

Dan Heath: É mesmo?

Chris Ekimoff: ... para o administrador judicial, ou para alguns dos indivíduos que perderam dinheiro, ou para alguns dos fundos de alimentação, ou fundos de hedge que estavam envolvidos. Então, milhares e milhares de pessoas trabalharam no caso de alguma forma geral. E foi um daqueles problemas interessantes, eu trabalhei para uma empresa onde um indivíduo foi escolhido como testemunha especialista sobre a falência. E então, o trabalho dele era falar sobre como o dinheiro foi gasto. E eles tiveram que provar em tribunal que era um esquema de Ponzi. Eles tiveram que escrever literalmente um relatório de 125 páginas que dizia: "Estas são todas as razões pelas quais é um esquema de Ponzi", mesmo que Bernie já tivesse admitido. E a razão era que os mecanismos legais em torno de ser considerado um esquema de Ponzi tinham que ser aceitos pelo tribunal, e você não podia apenas aceitar a admissão de um conhecido vigarista e ladrão.

Dan Heath: Então, esse trabalho mudou a maneira como você vê as pessoas ou as organizações?

Chris Ekimoff: É difícil dizer. Estou tão cético. Penso nisso da mesma maneira que um médico de pronto-socorro pensa. Um médico de pronto-socorro pode olhar para alguém que chega com uma lesão grave no ombro e nem pestanejar. Acho que aprendi muito sobre as pessoas e sobre confiança, no sentido de que há muitas estatísticas da Association of Certified Fraud Examiners e outras organizações que estudam essas coisas, que dizem que as pessoas mais confiáveis são frequentemente aquelas que são descobertas levando dinheiro em situações em que a fraude é identificada.

Dan Heath: Ah, Deus. Sério? Isso é verdade?

Chris Ekimoff: Bem, é um debate entre controles e supervisão. Se você tem uma pessoa em quem confia implicitamente, não verifica cada pequena coisa que ela faz até que algo importante aconteça, certo? Como aquele CFO. O CEO confiou nele por uma dúzia de anos antes que ele estivesse em uma posição de roubar da empresa, e depois, quando ele começou a querer viver uma vida mais extravagante, essa confiança superou a supervisão em termos de como as despesas de viagem e entretenimento estavam sendo utilizadas. Então, essas coisas acontecem.

Dan Heath: Isso deve mexer com a sua mente. Você tem esse loop no seu cérebro agora, quando começa a confiar muito em alguém, você pensa, espera aí, essa é a pessoa de maior risco na minha vida?

Chris Ekimoff: Sim. Para mim, é uma escolha pessoal também. Minha esposa e eu gerenciamos um talão de cheques como qualquer casal casado faz, e às vezes há uma sobrancelha levantada sobre uma despesa específica ou algo assim. Mas para mim, tem muito mais a ver com educar essa pessoa quando ela liga e diz, não, de jeito nenhum que a Sharon poderia ter feito isso. E você diz, bem, eu conheci 11 Sharons nos últimos 10 anos e todas fizeram isso. Então, vamos entrar com olhos abertos e pensar sobre isso de uma perspectiva objetiva e vamos verificar o trabalho da Sharon e garantir que ela esteja assinando, obtendo a aprovação apropriada e informando quando algo está fora do lugar ou fora do orçamento.

Como é ser um contador forense - 1

Um podcast com Dan Heath, onde ele discute sobre a profissão de contador forense.  Como o texto é longo, eu dividi em partes. Via Behavioral Scientist, a transcrição está aqui. Tradução ChatGPT:

Dan Heath: Bem-vindo ao programa. Eu sou Dan Heath. Este é o What It's Like To Be. Em cada episódio, perfilamos alguém de uma profissão diferente. Seguimos nossa curiosidade sobre o que outras pessoas fazem no trabalho o dia todo, todos os dias, tentamos nos colocar em seus sapatos. Hoje, estamos conversando com um contador forense, Chris Ekimoff. Vamos ouvir sobre um diretor que roubou de seus próprios alunos. Vamos aprender sobre que tipos de pistas você procura quando está examinando os registros de alguém em busca de evidências de fraude. E vamos ouvir como essa mentalidade cautelosa, sempre de olho em pessoas mentindo ou trapaceando, afeta sua perspectiva na vida cotidiana. Eu sou Dan Heath. Fique conosco. Então, o que exatamente é um contador forense?

Chris Ekimoff: Então, eu uso a expressão simplificada, uma auditoria ou serviços gerais de contabilidade são extensos, mas não aprofundados. Você não está analisando cada transação individual, mas está obtendo uma noção geral de quão apropriadas são essas transações. A contabilidade forense é o oposto. Ela é profunda, mas abrange apenas uma pequena área. E isso porque você está olhando especificamente como os pagamentos estão sendo processados em Uganda? As pessoas certas estão recebendo as quantias apropriadas de dinheiro? Estamos interagindo com funcionários do governo em conformidade com nossa política e com a lei internacional?

Dan Heath: Então, voltando a esse diretor financeiro, aquele que foi pego desviando milhões de dólares, como ele conseguiu escapar? Bem, por anos, ele estava lançando despesas pessoais da empresa como despesas de viagem. Mas, há alguns anos, Chris me disse que isso não era mais possível.

Chris Ekimoff: A surpresa, Dan, foi em 2020, quando a pandemia global aconteceu e as viagens foram interrompidas. Naquele ano, ele não pôde mais classificar essas despesas como despesas de viagem, porque, como todos nós fizemos naquele dia, sabíamos que se as despesas de viagem fossem iguais às de 2019, provavelmente estaríamos contornando muitas das leis locais e questões relacionadas à COVID. Então, ele realmente parou de roubar em 2020 e depois, em 2021, voltou a começar a roubar, mas sabia que a empresa ainda não estava viajando tanto quanto em 2019 e anteriormente. Rastreamos essa atividade e ele começou a classificá-la como uma despesa adicional de folha de pagamento.

Dan Heath: O que, em parte, era verdadeiro em sua defesa, era uma despesa adicional de folha de pagamento.

Chris Ekimoff: Poderíamos passar a próxima hora falando sobre as implicações fiscais desse problema, certo, porque ele não estava relatando essa renda e a empresa não estava registrando isso como folha de pagamento porque não havia sido feito assim nos 10 anos anteriores.

Dan Heath: Então, quando você é chamado para um caso assim, há uma anomalia, há uma suspeita de algum tipo, você é contratado para intervir. Qual é o primeiro passo? Por onde você começa?

Chris Ekimoff: Obter uma compreensão robusta da situação é realmente onde podemos ser mais eficazes.

Dan Heath: E você está entrevistando pessoas no local ou eles lhe enviam um monte de documentos ou como você começa a entender a situação?

Chris Ekimoff: Eu acho que, para simplificar, no primeiro dia, o CEO liga e diz que estão desviando dinheiro. O que a empresa faz? Qual é o curso normal dos negócios? Em que setor estão? Quais informações contextuais posso aprender por meio de minha própria pesquisa antes de me aproximar do alvo de uma investigação ou começar a revisar documentos? O segundo é trabalhar internamente com nossa equipe. Na RSM, geralmente escalamos esses projetos com uma equipe de pessoas e a maioria dos contadores forenses seguirá o mesmo caminho. Para brainstorming sobre que tipos de insights estamos tentando obter? Qual é nosso objetivo? Que hipóteses estamos confirmando ou refutando e que informações financeiras ou outras informações precisamos para isso? E parte disso também vem de uma perspectiva de responsabilidade profissional. A maioria dos contadores forenses, ou contadores públicos certificados, ou examinadores de fraudes certificados, e nos apresentamos como tendo um determinado padrão profissional sobre o trabalho que fazemos.

Eu não vou apenas aceitar a resposta de Johnny e dizer: "Não, ele não está desviando dinheiro." E depois escrever um relatório dizendo que Johnny disse não, acabou. Vamos verificar um pouco mais, certo? Vamos fazer uma diligência em relação à adequação de seu comportamento e qual poderia ter sido sua resposta para poder responder a isso. Então, em relação à sua pergunta sobre estar no local, às vezes você se sentará do outro lado da mesa de alguém que você sabe que roubou milhões de dólares e fará o que é chamado de entrevista de busca de admissão. Você reúne todas as suas informações, nos casos clássicos, você entrevista por último o suspeito que você acha que fez isso, para ter o máximo de informações possível, e o coloca para baixo e diz: "Certo, me explique isso. Eu vejo um cheque com seu nome nele. Eu vejo sua assinatura nesse cheque. Vejo que é de $5.000 e não vejo motivo de negócios para isso acontecer. Por que esse cheque foi emitido e por que você o assinou?" E isso pode ser uma resposta difícil.

Dan Heath: E a maioria das pessoas cede nessa situação quando percebem que você tem evidências, ou muitas ainda estão no modo de negar, negar, negar?

Chris Ekimoff: Sim, depende do nível de sofisticação. Já me sentei diante de pessoas que nunca admitem, mesmo que tenhamos um e-mail que enviaram dizendo: "Estou cometendo uma fraude. Ha ha. Esta empresa é tão burra." Certo? Cara, você escreveu isso 18 meses atrás e agora está me dizendo que não aconteceu. Então, sempre haverá aquele 5 ou 10% que estão negando, ou acham que podem escapar, ou acham que são mais espertos que você. Mas a maioria dessas pessoas que admitem ou estavam sob investigação, às vezes até mostram um sinal de alívio. Eles dizem: "Tenho vivido sob essa terrível nuvem de estresse, decepção e mentiras, e me sinto tão terrível. Estou feliz por ter sido pego." E isso não é para minimizar a punição. Eles podem ir para a prisão, podem perder a licença, ou a capacidade de praticar, ou o emprego, mas eles só querem se livrar desse enorme fardo que paira sobre suas vidas.

Então, nessas entrevistas, e não precisamos entrar nas técnicas disso, mas é realmente dar a eles uma saída para dizer: "Escute, isso acontece muito. Nós entendemos. Foi um erro? Você achou que isso era apropriado? Está tudo bem, fale comigo sobre o que você estava pensando." E isso muitas vezes leva a uma melhor resolução para a empresa também, saber onde eles podem ter falhado em uma política, ou em uma assinatura, ou em uma solicitação de autorização, além de apenas alguém negando até o último grau e não querendo falar com você.

Dan Heath: Qual é a interface entre o que você faz e o direito civil ou criminal? Quando alguém confessa em um momento assim, você os encaminha às autoridades ou isso está fora do escopo do que você faz ou como funciona?

Chris Ekimoff: Isso anda de mãos dadas. Não é cem por cento em uma direção ou outra. Como eu falei sobre aquela investigação de desvio de fundos ao longo de um período de 10 anos, no valor de 7 milhões de dólares, fomos contratados pelos advogados da empresa. Então, os advogados deles estão considerando se conseguiremos recuperar algum desse dinheiro. A resposta curta é realmente não, porque ele gastou a maior parte em viagens. Você não vai recuperar um voo de volta ou uma despesa de jato privado. Mas eles consideram e aconselham a empresa sobre qual pode ser a recuperação em termos de roubo ou desvio de fundos. Eles discutem a mensagem que desejam enviar a outros funcionários ou empresas por aí de que não vão tolerar fraudes, seja $5 ou 500.000.

Assim como, ouça, o custo do litigio e de levar as coisas para o tribunal não é zero. Então, se você não vai obter uma grande recuperação de alguém e terá que pagar advogados muito dinheiro para levar o caso a julgamento, pode não ser uma boa ideia apresentar acusações criminais ou civis, porque é realmente uma análise de custo-benefício. Não está a favor da empresa.

Primeira mulher em uma Big Four

A Ernst & Young escolheu Janet Truncale como sua próxima CEO, tornando-a a primeira mulher a liderar uma das quatro maiores empresas de auditoria do mundo.


Ela vai suceder Carmine Di Sibio a partir de 1º de julho de 2024, de acordo com um comunicado da gigante contábil sediada em Londres. Truncale era até mais recentemente a sócia-gerente regional da organização de serviços financeiros da EY, que inclui 14.000 profissionais, conforme o comunicado.

(...) A mudança ocorre apenas meses após a empresa de contabilidade desistir de sua planejada divisão, que incluía um plano para a empresa desmembrar seus negócios de consultoria e grande parte de sua divisão de prática tributária em uma empresa pública independente. Esse plano foi comprometido depois que a importante afiliada dos EUA da EY recuou, enquanto os sócios brigavam por questões-chave, como a divisão da prática tributária.

Fonte: aqui