Translate

27 junho 2008

Links

1. Capas do Olé (jornal argentino) e a rivalidade entre Brasil e Argentina no Futebol

2. As fotos dos índios isolados foram forjadas

3. IFRS nos Estados Unidos e o ensino de Contabilidade

4. Jornalistmo básico: o que é relevante

5. O significado de Bill Gates para Microsoft (The Economist) e aqui

6. Microfinanças

7. Detalhamento sobre a sentença da Exxon (Valdez)

Inbev e Bud 4

Segundo o WS Journal (InBev & Anheuser-Busch: Set Your Weapons to ‘Coup’, Heidi N. Moore) , a Inbev contratacou fazendo um questionamento a Delaware Chancery Court sobre os diretores que foram eleitos em 2006. Apesar de ser uma consulta, é um claro sinal de que a Inbev está pronta para guerra.

Analista com novas regras

Analistas de ações não precisarão mais de registro na CVM
26 June 2008
Valor + News

Os analistas de valores mobiliários devem ser dispensados da exigência de registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). É o que prevê, entre outras determinações, a minuta de instrução sobre o tema divulgada hoje pela própria autarquia. A proposta de regulamentação ficará em audiência pública até o próximo dia 25 de julho.

De acordo com o documento em que apresenta a minuta, com o fim da exigência de registro a CVM quer estimular a auto-regulação no setor e reduzir os "custos atualmente inerentes ao exercício da atividade de analistas". Pelos termos da minuta, bastará então a pessoa se registrar em uma entidade credenciadora de analistas, como é o caso hoje da Apimec. Atualmente, existe um duplo registro, tanto na entidade quanto na CVM.

Ao mesmo tempo em que transfere essa responsabilidade de controle cadastral para auto-regulação, a CVM deve aumentar a supervisão indireta sobre o trabalho dos analistas, seja via entidade credenciadora, ou por meio da instituição financeira que contratar o analista.

Entre as exigências para os credenciadores estão a existência de código de conduta e a fiscalização e punição dos analistas, a submissão dos testes de qualificação à autarquia e a criação de um programa de educação continuada para averiguar periodicamente a capacidade técnica dos profissionais.

Para as gestoras de recursos e distribuidoras de valores que contratarem analistas, haverá a obrigação de manter o cadastro de cada profissional atualizado, de segregar fisicamente as instalações onde a equipe de análise trabalha das demais atividades da empresa, além de identificar, administrar e eliminar, formalmente, eventuais conflitos de interesses que comprometam a imparcialidade do analista.(...)



Aqui a regra

MasteCard paga para Amex

A MasterCard Worldwide concordou em pagar 1,8 bilhão para a American Express em virtude de lei a favor da concorrência.

Há sete meses a Visa pagou 2,1 bilhão por reclamação semelhante.

Para MasterCard o pagamento resolve um litígio que impedia um maior crescimento do preço da sua ação.

Os pagamentos são resultantes de uma sentença da Suprema Corte dos Estados Unidos que condenou a Visa e o MasterCard por violar leis, barrando os bancos de oferecer cartão de crédito que poderiam ser usados pela Amex e pela Discover Financial.

Obviamente o acordo torna mais plausível acordo similar com a Discover Financial.

June 26, 2008
MasterCard Pays $1.8 Billion to Amex - Eric Dash

Pessoas Ricas e Tempo Gasto

“O economista e Prêmio Nobel Daniel Kahneman encontrou que ser rico é muitas vezes um poderoso preditor que as pessoas gastam menos tempo fazendo coisas agradáveis, e mais tempo fazendo coisas obrigatórias e sentindo estressados”.
Kahneman e os seus colegas consideram que existe uma ilusão mental, onde os pobres pensam que ser rico é ter condições de assistir uma televisão de forma mais confortável, quando na realidade isso significa mais tempo de trabalho e menos lazer passivo.

HOW RICH PEOPLE SPEND THEIR TIME
Washington Post, 23/06/2008 A02
Aqui e Aqui

Celebridade vende


“Nesses dias, é praticamente impossível surfer na internet, abrir um jornal ou revista ou escutar televisão sem ver uma celebridade vendendo algo como guardas-chuvas, soda, carros, telefones, medicamentos, cosméticos, jóias, roupas ou até mesmo fundos mútuos. (...) As estrelas estão em quase 14 por cento dos anúncios do ano passado, segundo a Millward Brown, uma agência de investigação de marketing. Embora o número mais do que duplicou na última década, está abaixo do máximo de 19 por cento em 2004. (Ei, poderia ser maior: Personagens aparecem em 24 por cento dos anúncios na Índia e 45 por cento em Taiwan.)

Estrelas e roqueiros envelhecidos continuam em anúncios por uma razão muito simples: celebridade vende. Se o consumidor acreditar que certa estrela ou cantor pode efetivamente utilizar o produto, as vendas podem decolar. (...)

o Índice Davie Brown, um sistema de avaliação independente on-line que foi iniciado há dois anos para poder acompanhar a comercialização de celebridades(... ) O índice baseia a sua pontuação em oito métricas (...) Os cinco principais [artistas] são Tom Hanks, Will Smith, Michael Jordan, Morgan Freeman e George Clooney.


Nothing Sells Like Celebrity – Julie Creswell – 22/06/2008

Conselho Fiscal


(...) menos de 30% das empresas que fizeram seu IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês) em 2007 e 2008 e negociam ações no Novo Mercado - mais exigente dos graus de listagem da bolsa paulista - instalaram Conselhos Fiscais em suas estrutura. (...)

Conselho Fiscal perde espaço nas empresas - Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – 23/06/2008 - Pág. 4)(Luciano Feltrin)

Casamentos mais caros

1. Liza Minnelli e David Gest – 3,5 milhões
2. Paul McCartney e Heather Mills – 3 milhões
3. Elizabeth Hurley & Arun Nayar - 2 milhões de dólares.
4. Christina Aguilera & Jordan Bratman – 2 milhões de dólares
5. Elizabeth Taylor e Larry Fortensky – 2 milhões
6. Tom Cruise e Katie Holmes - 2 milhões de dólares.
7. Madonna e Guy Ritchie – 1,5 milhão - 2000
8. Eva Longoria e Tony Parker – 1,5 milhão de dólares. 2008
9. Michael Douglas & Catherine Zeta-Jones - 1,5 milhão de dólares
10. Elton John e David Furnish – 1,5 milhão
11. Donald Trump e Melania Knauss – 1 milhão
12. Eddie Murphy e Nicole Mitchell – 1 milhão
13. Brad Pitt e Jennifer Aniston - 1 milhão - 2000
14. David e Victoria Beckham - 800 mil dólares. 1999
15. Ashley Judd e Dario Franchitti – 750 mil dólares
16. Mariah Carey e Tommy Mottola – 500 mil dólares (1993)
17. Nicole Kidman e Keith Urban - 250 mil dólares. Junho 2006

Fonte: Aqui

26 junho 2008

Rir é o melhor remédio


Roda gigante de Wall street

Anheuser rejeitará a oferta da Inbev

Como já era previsto, e segundo o NY Times (26/06/2008, Anheuser to Reject InBev Offer, ANDREW ROSS SORKIN) o board da Anheuser-Busch deverá rejeitar a proposta de 46 bilhões da Inbev.

Como isso abre-se a possibilidade de uma luta menos amigável pelo controle da empresa. A empresa justifica a rejeição pela possibilidade de reorganização, corte de custos e outras medidas.

Espera-se uma reação da Inbev. As ações da Anheuser-Busch fechou em 61,76 dólares.

Exxon e Valdez


A Suprema Corte decidiu reduzir a punição da empresa Exxon Mobil pelo desastre do navio Exxon Valdez (foto). Esse acidente significou a morte de milhares de animais (250.000 pássaros marinhos, 2.800 lontras marinhas, 250 águias, 22 orcas, e bilhões de ovos de salmão, segundo a Wikipedia) no Alasca, em 1989.

Inicialmente a punição era de 5 bilhões de dólares. A decisão da Suprema Corte reduziu esse passivo para $500 milhões. A decisão foi por 5 votos a 3 e baseou-se na justificativa que o valor está acima do que usualmente é cobrado em casos marítimos.

Segundo o NY Times (Damages Cut Against Exxon in Valdez Case, ADAM LIPTAK, 26/06/2008), a Exxon já pagou 507 milhões para compensar os 32 mil nativos, pescadores e donos de terra.

O valor de 500 milhões significa 15 mil dólares por reclamante.

Agrenco e Política


No mês de maio de 2008 postei um link sobre o uso de um indicador na análise das empresas: Um contra-indicador - quando uma empresa começa a fazer doações para políticos é tempo de alerta (Nos Estados Unidos!)

E a Agrenco fez doações para políticos em Santa Catarina. O indicador parece funcionar o Brasil:

Agrenco doou R$ 1,2 milhão a políticos de Santa Catarina
Valor Econômico - 26/06/2008

O grupo Agrenco aparece nas últimas duas eleições em Santa Catarina como um dos principais doadores de recursos para campanhas políticas. Somando as duas campanhas mais recentes, os pleitos de 2004 (eleições municipais) e 2006 (eleições para governo do Estado e deputados estadual e federal), a empresa doou cerca de R$ 1,2 milhão para candidatos a prefeito e a deputado pelo PT, PSDB e PMDB de Santa Catarina. A maior parte dos recursos foi doada na disputa eleitoral de 2004: R$ 655 mil.De acordo com as contas prestadas pelos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi o atual prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (PT), então candidato, que recebeu a maior quantia doada pela empresa: R$ 440 mil, o equivalente a 35% do total de despesas da campanha. O porto de Itajaí é administrado pela prefeitura.Morastoni, que atualmente é candidato à reeleição, não concedeu entrevista.

O chefe de gabinete, Adiel Truppel, argumentou que não há como saber o que ocorre dentro de uma empresa, e que desde que "ela tenha CNPJ e esteja em situação regular, ela pode ser doadora de campanhas". Além do prefeito de Itajaí, outros candidatos de cidades vizinhas receberam recursos da Agrenco, caso do atual prefeito de Balneário Camboriú, Rubens Spernau (PSDB), do prefeito de Camboriú, Edson Olegário (PSDB), o prefeito de São Francisco do Sul, Odilon Ferreira (PMDB) e o prefeito de Imbituba, Beto Martins (PSDB). Nem todos deram entrevistas. Spernau disse que foi apresentado a Francisco Ramos, executivo do grupo, por amigos. Ramos morava em Balneário Camboriú na época. Segundo Spernau, não era possível prever que poderia haver operações irregulares. "Meus amigos pediram ajuda dele e ele contribuiu. Como poderia sonhar que a pessoa teria esse envolvimento todo? Imaginava que estava interessada no abatimento de Imposto de Renda com a doação."De acordo com o delegado da PF, Airton Takada, à frente da Operação Influenza, há indícios de que a Agrenco trabalhava nas campanhas com "a política do toma lá dá cá". "As pessoas que financiaram as campanhas costumavam dizer isso. Temos nos autos essa frase. Não falavam nomes de políticos, mas deixavam claro o lema", disse o delegado.Cerca de R$ 170 mil foram recebidos pelo ex-superintendente do Porto de Itajaí, Décio Lima (PT), na campanha de 2006. Ele foi superintendente de janeiro de 2005 a março de 2006 e atualmente é deputado federal. Lima diz que "doador ninguém escolhe" e comenta que àquela época, a Agrenco era "acima de qualquer suspeita, tinha feito acordo com o grupo japonês Marubeni, atua nos mercados europeu e americano e que se trata uma sociedade anônima, que recebe uma fiscalização rigorosa da bolsa de valores", disse. Lima afirma que não houve má-fé de partido algum que recebeu recursos da empresa. "Quem declarou os recursos não pode ser rotulado como conivente com as irregularidades da empresa."A vice-prefeita de Itajaí, Eliane Rebello (PMDB), e que também foi superintendente do porto, de fevereiro a junho deste ano, concorda com Lima e diz que a Agrenco não levantava suspeitas, especialmente por ter ações listadas na bolsa. Ela afirma que não conhecia pessoalmente ninguém do grupo, tendo sido a doação feita para membros do seu partido.Para a deputada estadual, Ana Paula Lima (PT), esposa de Décio, sua imagem está sendo prejudicada, assim como a de todas as pessoas que receberam recursos da Agrenco e foram transparentes, declarando-os. "O Brasil inteiro acreditou nessa empresa. Ela lesou não só a nós, como também a imagem da cidade de Itajaí e do porto". Além de candidatos de SC, a empresa doou R$ 20 mil para a candidatura de Rosa Lopes (PTB) à prefeitura de Barra de São Miguel, em Alagoas.

Governança na Agrenco


É possível que em uma empresa que siga os princípios da governança corporativa ocorram casos de desvio de dinheiro, fraude no balanço e sonegação fiscal? Esta é uma das perguntas que têm sido feitas nos últimos dias a José Monforte, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e membro do conselho administrativo da Agrenco, empresa do setor de agronegócios que está sendo investigada pela Polícia Federal por suspeita exatamente desses crimes, em um processo que levou à prisão na sexta-feira dois dos seus sócios e mais um executivo.

(...) E quanto às auditorias? Ele lembrou que auditorias internas e externas são feitas por amostragem e é possível que desvios ou mesmo ações criminosas não sejam identificados por essas análises das contas. Seria preciso um sistema extremamente minucioso, detalhista, para ser possível levantar qualquer e toda inadequação.

"Processo de governança na Agrenco avançava" - 26/06/2008 - Valor Econômico


Uma boa auditoria, mesmo que feita sob amostragem, poderia conseguir descobrir os problemas da empresa. A afirmação de Monforte é infeliz e temos aqui duas justificativa: ou não conhece como funciona a auditoria ou tenta justificar o injustificável.

Como era a operação na Agrenco


(...) A investigação concluiu que a a TC Transportes fazia de conta que praticava serviços para a Agrenco em Itajaí. "Isso dava a entender que poderiam estar lavando dinheiro porque a única forma de praticar essa ação hoje é dando a impressão que você tem uma atividade lícita que na verdade não existe e ainda começar a pagar imposto municipal - o que era o caso da Agrenco", diz Takada. Segundo o delegado, a Polícia Federal também comparou notas fiscais dessa operação que lhe foram fornecidas -ele não quis revelar a fonte- e constatou que a ordem numérica de emissão não era coerente com as datas das notas. "Por exemplo, se a nota de número 1 está datada 25 de março, a nota 2 tem que ser do dia 25 daquele mês em diante, mas às vezes encontramos datas retroativas."Foi instaurado então um procedimento preliminar investigatório, no qual ele diz que foram observadas "situações estranhas": "Um dos acionistas da Agrenco, o senhor Francisco Ramos, que tinha um salário regular de cerca de R$ 40 mil (salário oficial), possuía uma despesa dez vezes maior", afirma o delegado. A Polícia Federal descobriu que os gastos do executivo eram infinitamente maiores do que os seus ganhos porque solicitou a quebra de seu sigilo bancário. Segundo o delegado, foi observado a partir dessas informações iniciais -a investigação começou em agosto de 2007, antes mesmo de a empresa lançar BDRs, recibos de ações, na Bovespa, em outubro- que Francisco Ramos tinha uma "rede de pessoas que trabalhava para ele".

Neste esquema, eles compravam carregamentos de soja que não existiam e dividiam o dinheiro desviado. Parte do valor também era usado no pagamento de propina, para legalizar o negócio.


Diretor da Agrenco comandava esquema
Valor Econômico - 26/06/2008

Pechincha


A Dreyfus, a despeito dos problemas de imagem que recaem sobre a Agrenco, encontrou meios econômicos de ficar com o negócio. E não deixou muito espaço de manobra para os minoritários. A capitalização da holding na qual estão os sócios controladores presos pela Polícia Federal é um meio ágil e barato de ficar com a Agrenco. Ao se tornar acionista indireta, consegue se desvencilhar da cláusula que limita a participação de um sócio a menos 20% - a chamada pílula de veneno. Qualquer acionista, exceto os controladores, que atingirem essa proporção teriam de fazer oferta aos minoritários. Mas tal veneno não é disparado nesse caso, pelo fato de o negócio passar pela holding.No entanto, a Dreyfus será, na prática, a nova controladora da Agrenco Limited. Pela Lei das Sociedades por Ações, a transação poderia demandar oferta por troca de controle aos minoritários, o chamado direito de "tag along". A companhia francesa, porém, condicionou a capitalização da Agrenco à ausência dessa obrigação.

A fatia dos acionistas minoritários, incluindo Credit Suisse e MFC Global, custaria R$ 100 milhões a preços de mercado. O acordo com a Dreyfus resgataria a Agrenco de uma possível insolvência. No mercado, está claro que a empresa enfrentaria dificuldades adicionais de conseguir dinheiro. A situação, antes mesmo do escândalo, já não era confortável: dívida de curto prazo de R$ 1 bilhão e R$ 50 milhões em caixa. Na Bovespa, as ações seguem suspensas desde sexta-feira. A bolsa quer informações sobre os problemas com a PF. Ontem, também na Bolsa de Luxemburgo as transações foram bloqueadas.

Minoritário entre a cruz e a caldeirinha
26/06/2008 - Valor Econômico

Uma solução para Agrenco?

O grupo francês Louis Dreyfus Commodities (LDC) anunciou ontem que fechou um acordo que poderá lhe conferir o controle da Agrenco Holding, que, por sua vez, controla a Agrenco Limited. (...) Ainda não se trata, contudo, de um acerto definitivo.

Segundo fato relevante encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a operação dependerá, entre outras condicionantes, de "due dilligence", análise da viabilidade legal do negócio, ausência de oferta pública de aquisição aos acionistas da Agrenco Limited e está condicionada também à não insolvência da Agrenco.

De acordo com comunicado da LDC, a operação teria a seguinte estrutura: aumento de capital da Agrenco Holding, no valor de US$ 33,521 milhões, de maneira ainda indefinida; aumento de capital da Agrenco Ltd., por meio de emissão de novas ações, de US$ 65 milhões. A LDC subscreveria, no mínimo, também US$ 33,521 milhões. A proposta incluiria ainda empréstimo conversível em ações de US$ 35 milhões, com prazo de cinco anos e juros de 7,75%.Uma variante do acordo inclui o exercício de bônus de subscrição, que venceriam em três anos.

Dreyfus fecha acordo para assumir Agrenco
Valor Econômico - 26/06/2008

Uma das alternativas propostas é a de aquisição de ações pelo valor de US$ 0,70 por ação ordinária (R$ 1,12 ao câmbio de R$ 1,60), o que, equivaleria a um valor nove vezes menor do que o valor da Oferta Inicial de Ações (IPO, sigla em inglês) - R$ 10,40 - em outubro do ano passado e um pouco abaixo do valor atual das ações da companhia - R$ 1,25. A Agrenco assumiu recentemente problemas de caixa para quitar dívidas de curto prazo, crise que se agravou, na semana passada, com a prisão de três de seus principais executivos.

Em comunicado oficial, o grupo LDC informou que assinou um memorando de entendimentos com a Agrenco pelo qual se dispôs a realizar um aumento de capital na empresa, desde que cumprida uma série de condições, entre elas, a realização de auditoria na empresa, etapa que, segundo o comunicado, começa de imediato. Caso concretizado, esse aumento de capital deverá fazer do Grupo o principal acionista da Agrenco. Até a conclusão do negócio e a assinatura dos contratos definitivos, não haverá qualquer participação do grupo Louis Dreyfus Commodities na gestão da Agrenco.

(...) Agressiva, Louis Dreyfus propõe compra da Agrenco - 26/06/2008
(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 10)(Fabiana Batista)

25 junho 2008

Rir é o melhor remédio




Da New Yorker, parece a música Rebelde sem Causa (Ultraje a Rigor). "Graças a infância feliz, vocês destruiram qualquer chance de tornar-me uma escritora"

IFRS na empresas construtoras


IFRS pode surpreender construtoras
Gazeta Mercantil - 25/06/2008

O desafio de entender e executar as regras contábeis internacionais, o chamado padrão IFRS (International Financial Reporting Standards), pode ser mais acentuado para as empresas do setor de construção civil. As especificidades do negócio de incorporação e construção e a falta de regras atuais sobre aspectos como contabilização de gastos com publicidade e reconhecimento de permutas terão impacto direto na receita, lucro e patrimônio das companhias - e até mesmo na contabilização de stock option.

(...) "A primeira diferença é o reconhecimento da função do ativo, com distinção da propriedade que é destinada a locação ou ganho por valorização de terreno e imóvel", diz Ederson Rodrigues de Carvalho, diretor da KPMG (...) O tratamento contábil do investimento poder ser definido pelo modelo de valor de mercado, não depreciado, ou pelo modelo de custo da compra, este depreciado por eventual perda de valor do bem.

No reconhecimento das receitas de incorporação, a atual regra do Conselho Federal de Contabilidade define que o valor dos imóveis vendidos na planta pode ser reconhecido conforme o andamento da obra - se 10% da obra está feita, esse mesmo percentual sobre o preço do imóvel entra na conta de receitas. Mas no IFRS há diferença na atribuição de risco conforme o contrato de construção.

"Hoje a incorporadora e construtora tem a receita na venda conforme percentual da obra, mas no IFRS será na transferência do risco para o comprador. Ou seja, na entrega das chaves", detalha o executivo. Para a prestadora do serviço (a empresa que é apenas construtora), o reconhecimento continua sendo no andamento de obra, já que o risco é da contratante. "A menos que a incorporadora encarregue a contratada desse projeto, como passar a demanda de um shopping que ainda não está desenhado. Nesse caso o risco é da contratada, que só reconhecerá receita quando entregar o empreendimento", explica.

No padrão internacional, os gastos com publicidade são registrados em despesas e não em ativo, como é possível no BR Gaap. Hoje o padrão nacional gera diferentes interpretações, como reconhecer essa despesa amortizada à medida em que a obra é construída ou no momento de veiculação da propaganda. "No IFRS está atrelado à veiculação, já que não dá para vincular claramente o retorno em vendas", pondera Carvalho.

Para Diego Barreto, coordenador de relação com investidores da imobiliária Lopes, apesar das dificuldades iniciais, a conversão de balanços trará muito mais clareza às companhias e ao mercado. "Nossa equipe identificou nas companhias abertas de construção 21 práticas diferentes de contabilização de receitas nas normas atualmente vigentes. Dificulta a noção de custo de capital, nota de ratings e comparação de desempenho, que com o IFRS será mais fácil", avalia.

Barreto cita um levantamento feito pela PricewaterhouseCoopers com bancos europeus que mostra que de 15 instituições, seis tiveram o patrimônio líquido reduzido com a conversão contábil, o que pode pegar de surpresa muitos investidores. Na Lopes, ele garante que os impactos não serão tão agressivos por ser apenas comercializadora, mas já se organizou.

Dividido em três fases, desde identificação de diferenças à divulgação das demonstrações financeiras na nova norma, o processo terá início neste segundo semestre e deve durar 18 meses. "Apresentaremos ao investidor seis meses antes da consolidação, para que possam entender as diferenças com tempo suficiente", diz.

A determinação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é que as companhias apresentem os balanços consolidados em 31 de dezembro de 2010 já em IFRS - mas os executivos lembram que este demonstrativo terá que trazer o comparativo com o exercício anterior, também ajustado.

Além das diferenças pontuais no negócio de construção, alterações genéricas também podem surpreender. "Poucas pessoas estão se atentando para o impacto sobre amortização de ágio e stock option, por exemplo", destaca Barreto. O plano de remuneração por ações não impacta hoje a linha de lucro das empresasas pois os registros são separados - mas no IFRS deve ser descontado, o que reduzirá significativamente a cifra e pode até levar algumas empresas a rever esses planos de remuneração.

Apesar de oneroso e trabalhoso, a padronização deve ter papel fundamental na atração de estrangeiros e acesso ao mercado externo, avalia Reginaldo Alexandre, vice-presidente da Apimec-SP. "Somando ADRs (recibo de ação brasileira listada nos EUA) e participação na Bovespa, vemos que esse público é responsável por 70% da movimentação diária nas companhias brasileiras", afirma. "Quanto maior a transparência, menor o custo do capital externo".

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Maria Luíza Filgueiras)

Acionista da Gol deve mais de 350 milhões para União



A família Constantino, dona da Gol e da Varig, possui uma dívida tributária de ao menos R$ 377 milhões com a União, a maior parte acumulada no INSS por conta do não recolhimento de contribuições previdenciárias de dez empresas de ônibus do grupo. Em junho de 2006, antes da compra da Varig, ocorrida em março de 2007, a Justiça Federal em São Paulo reconheceu a existência do grupo econômico e penhorou ações da Gol para pagar as dívidas das empresas de ônibus.

(...) A maior devedora é a Viação Planeta Ltda., com sede em Brasília, hoje administrada por uma das filhas de Constantino. A última lista de devedores da Previdência atribui à Planeta débitos de R$ 111 milhões. A Fazenda Nacional cobra da Breda Transportes e Turismo, com sede em São Paulo, administrada por dois filhos do empresário Nenê Constantino, quantia superior a R$ 60 milhões. O valor inclui impostos, contribuições, multas e atualizações.

A contabilidade inclui, ainda, as dívidas atribuídas à Viação Santa Catarina, também de São Paulo, que em setembro de 2007 devia ao INSS R$ 47,5 milhões. A empresa não está mais em nome da família, mas a procuradoria briga na Justiça para dirigir a cobrança aos filhos de Nenê Constantino. A procuradoria acredita que os Constantinos simularam a transferência da empresa a “laranjas” para escapar das cobranças. (...)


Donos da Varig devem à União R$ 377 milhões - Sônia Filgueiras, BRASÍLIA - O Estado de São Paulo - 25/06/2008

Agrenco e Governança



O caso da Agrenco tem um tempero adicional pela presença de José Guimarães Monforte, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), no conselho de administração da companhia. Ele foi eleito, no ano passado, membro independente do colegiado, ao lado de James Wright. O mandato oficial vai até 2009.

Monforte é largamente conhecido no mercado de capitais brasileiro justamente pelo seu trabalho de divulgação e desenvolvimento das boas práticas de governança corporativa pelas companhias abertas nacionais.

Procurado pelo Valor, o executivo não retornou às ligações para comentar os recentes acontecimentos e os possíveis trabalhos de governança que vinha desenvolvendo na empresa.

Em reunião na segunda-feira, ele assumiu, junto com Wright e Theodorus Antonius Zwijnenberg, que também é diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, a co-coordenação do conselho da Agrenco.

A Agrenco infringia umas das regras básicas da boa governança: o presidente executivo era também presidente do conselho de administração - além de sócio controlador do negócio. (...)

Outro pecado de governança da Agrenco era a ausência de um conselho fiscal. Poucas companhias listadas no Novo Mercado têm tal colegiado instalado. (...)

Agrenco infringia regras de governança
25/06/2008
Valor Econômico