Segundo a Forbes, via Associeted Press, o Manchester United é a equipe de futebol mais valiosa do futebol. O Real Madrid permanece em segundo e o Arsenal em terceiro. O Liverpool também faz parte da lista dos dez maiores (quarto), seguido pelo AC Milan, Barcelona, Chelsea, Juventus e Schalke.
David Beckham é o jogador que mais recebeu (49 milhões), depois que transferiu para o Los Angeles Galaxy e Ronaldinho ficou em segundo, com 33.
03 maio 2008
02 maio 2008
Insistência irracional
Insistência irracional é um conceito de finanças comportamentais e diz respeito ao fato dos tomadores de decisão insistirem no erro. Assim, quando um executivo toma uma decisão e mesmo diante de novos fatos não muda sua posição, estamos diante da situação de insistência irracional. O conceito está associado a falácia do custo perdido. (aqui, uma dissertação de mestrado sobre o tema).
A notícia a seguir, do Estado de São Paulo (1/5/2008), seria um exemplo de insistência irracional?
Varig já custou R$ 1 bi aos cofres da Gol
Mariana Barbosa
A Gol Linhas Aéreas Inteligentes, dona da Gol Transportes Aéreos (GTA) e da VRG Linhas Aéreas (Varig), divulgou ontem um prejuízo de R$ 74 milhões pelas regras de contabilidade brasileiras, ou R$ 3,5 milhões, pela contabilidade americana. De uma forma ou de outra, trata-se do terceiro prejuízo trimestral do grupo desde a incorporação da Varig, em 9 de abril do ano passado.
Com o resultado, em linha com as expectativas já pessimistas dos analistas, a conta da aquisição da Varig já chega a R$ 1 bilhão, admitiu ontem o presidente do grupo Gol, Constantino de Oliveira Junior. “Já investimos em torno de R$ 1 bilhão nessa operação e consideramos a aquisição um bom negócio”, afirmou Junior, durante teleconferência realizada ontem.
Ele prevê que, a partir do final de julho, a operação da Varig passará a contribuir positivamente para o balanço do grupo. Questionado se o grupo considera a possibilidade de vender a companhia caso não consiga atingir o equilíbrio financeiro em julho, ele respondeu: “Não está em nosso planejamento abrirmos mão da VRG.”
A Gol pagou R$ 558,7 milhões pela Varig há um ano, desembolsando R$ 194,1 milhões em dinheiro e o restante em ações. Os mais de R$ 400 milhões restantes equivalem ao prejuízo obtido pela VRG.
Só no primeiro trimestre deste ano, o prejuízo da Varig, pelo padrão de contabilidade americano, foi de R$ 203,6 milhões. No trimestre anterior, a empresa havia contribuído negativamente com R$ 114,2 milhões. O resultado de cada companhia em separado nos dois trimestres anteriores não foi divulgado. Entretanto, como a Gol não teve piora no desempenho, ao contrário, o prejuízo da Varig no segundo e terceiro trimestre do ano passado deve ter superado a casa dos R$ 100 milhões.
Considerando apenas a bandeira Gol, o lucro líquido no primeiro trimestre deste anos foi de R$ 200,1 milhões pela contabilidade americana, crescimento de 71,6% ante o mesmo período de 2007 (R$ 116,6 milhões), quando a Varig ainda não havia sido comprada. “A performance da GTA foi impressionante, com margem operacional de dois dígitos (15%), crescimento de receita e custos controlados, apesar da disparada no aumento dos combustíveis”, afirmou o banco Goldman Sachs em relatório para clientes. “Entretanto, toda a boa performance obtida pela GTA foi ofuscada pelo prejuízo e baixa performance operacional da VRG.”
(...)
E o mercado reage:
As ações da Gol despencaram com a divulgação do balanço, e lideraram as perdas do índice Bovespa na parte da manhã. Entretanto, a euforia que tomou conta da Bovespa após a obtenção do grau de investimento pelo Brasil contagiou até mesmo os papéis da companhia, que terminaram o pregão em alta de 1,5%. Nos últimos doze meses, as ações da Gol caíram 53,38%.
Contabilidade de partidos
PT e PSDB têm superávit nas contas de 2007, mas dinheiro pagará dívidas
O Globo - 1/5/2008
Contabilidade foi apresentada ao TSE, que vai checar origem dos recursos
Alan Gripp
BRASÍLIA. Depois de sucessivos prejuízos, PT e PSDB declararam ontem à Justiça Eleitoral que encerram o ano pré-eleitoral de 2007 com superávit de R$2,8 milhões e R$5,7 milhões, respectivamente. O resultado positivo, contudo, serve apenas para pagar uma pequena parte de dívidas acumuladas, que, somadas, representam um rombo de mais de R$50 milhões.
Há seis anos o PT não fechava o ano com resultado positivo, mas não tem muito a comemorar. Em 2007, o partido declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter arrecadado R$40,2 milhões e gasto R$37,4 milhões. Mas a sobra de R$2,8 milhões representa apenas 7% da dívida total da legenda, que gira em torno de R$40 milhões. O rombo tem origem em compromissos não honrados em campanhas eleitorais e na dívida herdada do mensalão. Em 2008, ano de eleições municipais, o partido tem poucas esperanças de sair do vermelho.
— A tendência é termos mais dívidas, mas encerraremos compromissos importantes — disse o tesoureiro do PT, Paulo Ferreira. — O PT não parou, mas cortamos gastos com pessoal (cerca de 30%) e revisamos contratos.
Dívida tucana cresceu com campanha de Alckmin
O PSDB fechou 2007 com receitas de R$25,4 milhões e despesas de R$19,6 milhões. O resultado ajuda a tapar apenas um quarto do buraco nos cofres do partido, de R$13 milhões. A dívida tem origem principalmente na campanha derrotada de Geraldo Alckmin, em 2006. O partido assumiu todas as dívidas da campanha e fechou suas contas com déficit de R$17,7 milhões.
— Apertamos o cintos em todas as áreas, mas o superávit de 2007 é meramente contábil. Apenas economizamos para pagar dívida — afirmou o vice-presidente executivo Eduardo Jorge, tesoureiro do partido.
Dois dos 25 partidos registrados no TSE não entregaram a prestação de conta anual até às 18h de ontem, fim do prazo da Justiça Eleitoral. Os técnicos vão analisar as contas e verificar inclusive se os recursos arrecadados tiveram origem legal. Também vão checar se há irregularidades nos gastos. Em 2006, o PT usou recursos do fundo partidário (dinheiro público) para pagar bebidas e cigarros para a festa de seu aniversário, como mostrou O GLOBO, e, por isso, pode ter as contas rejeitadas.
O PT declarou ter gasto R$8 milhões só na rubrica “despesas com fins eleitorais”. Outros R$6 milhões foram gastos com o pagamento de salários. Chamou a atenção dos técnicos o gasto declarado de R$4,6 milhões com as “depreciações”, o que significa o valor perdido com a defasagem de parte do patrimônio. O maior gasto do PSDB foi com transferências aos diretórios estaduais: R$7,2 milhões. As despesas com fins eleitorais somaram R$5,7 milhões.
Grifo meu.
Economizando
Segundo a AP (Like Motorists, Airlines Are Reducing Their Speed to Save Fuel Costs, THE ASSOCIATED PRESS, 2/5/2008), as empresas aéreas estão adotando a mesma estratégia dos motoristas em estradas, quando querem economizar: reduzindo a velocidade para diminuir o consumo de combustível.
A Southwest Airlines deverá economizar $42 milhões de combustível esse ano aumentando o tempo de vôo de um a três minutos. Se uma viagem entre Paris a Minneapolis o avião fizer 532 milhas por hora em lugar de 542 milhas por hora irá economizar 162 galhões de combustível.
01 maio 2008
Morgan Stanley e o machismo
Texto do NY Magazine sobre Zoe Cruz é muito interessante. Zoe era uma executiva do Morgan Stanley e ccandidata a ocupar o cargo máximo da empresa (e pela primeira vez em Wall Street, uma mulher chegar ao topo). Mesmo assim, Zoe era considerada a mulher mais poderosa de Wall Street. Apesar de Zoe não ser uma feminista - pelo contrário, o reportagem mostra Zoe como uma espécie de Hillary Clinton - o fato de ser mulher pode ter sido importante na sua demissão. Afinal, Wall Street é dominada por homens e mesmo que num determinado ano Zoe tenha recebido 16 milhões de dólares de compensação, isso não elimina a acusão de machismo.
P.S.: Aqui, mais sobre Cruz
30 abril 2008
Para evitar a destruição da marca, destruir o produto
A Mazda, subsidiária da Ford, decidiu destruir milhares de automóveis Mazda 3, para evitar prejuízos para a marca Mazda. Tudo começou quando o navio com uma carga de mais de quatro mil automóveis naufragou, mas parte da carga de veículos foi salva. O que fazer com o produto que sofreu os danos da água do mar? Vender mais barato para consumidores dispostos a correr riscos, deixar que Hollywood use o veículo em filmagens ou destruir. A empresa preferiu destruir os veículos. Aqui a reportagem completa do WS Journal. Aproveite para assistir o vídeo.
Valor Justo: ainda a discussão
Mas o que é a contabilidade verdadeira? Nunca é, e nunca pode ser, simplesmente os fatos. Trata-se de fatos tratados de acordo com alguma teoria para calcular o que a teoria define como seus resultados, por exemplo, a definição dos conceitos "lucro" e "capital".
Em outras palavras, não existe tal coisa como a contabilidade chegou a uma verdade de forma simples - só há fatos (e estimativas, projeções, suposições) que se transformou em resultados contábeis, tal como definido por alguma teoria.
(...)
Teoria contábeis são como os da política e filosofia: elas são debatidas durante anos sem uma clara demonstração de serem corretas (...) Isso as torna intelectualmente intrigante (pelo menos para alguns de nós) e aptas a inspirar ardente defesa e oposição, bem como deixá-los sob reserva de modismos. Por exemplo, a Securities and Exchange Commission exigiu a contabilização a custo histórico por várias décadas, mas agora a teoria da moda é o valor justo contábil. Quão boa uma teoria é?
Teorias podem ser julgadas sobre fundamentos conceituais e de política pública. Os opositores do valor justo salientam as suas muitas dificuldades práticas, tais como a incerteza do que pode ser um preço justo quando não existem traders nem ofertas. Mas, dada a prevalência das estimativas de contabilidade, esta não é uma objeção que impressiona os proponentes do valor justo.
Seguem-se três [falhas conceituais da teoria do valor justo]:
* O justo valor teórico trata de forma inadequada as empresas cuja atividade é gerar fluxos de caixa líquido ao longo do tempo como se fosse corretoras de valores mobiliários, cuja atividade diária é a compra e venda de valores mobiliários. (...)
* O valor justo significa que a deterioração da qualidade da dívida de uma empresa, que reduz o preço de mercado da dívida, seja comunicado ao público, bem como um aumento nos lucros e no capital da entidade. Por outro lado, uma melhoria na qualidade do crédito da empresa resulta numa dívida mais valiosa, que cria uma perda contábil e uma redução do capital. (...) é um absurdo. Quando um absurdo natural de uma teoria, temos que perguntarmos sobre a teoria.
* O valor justo contábil foi particularmente perverso nos resultados quando aplicado em meio a um mercado em pânico (...) Qual é o significado de um "preço de mercado" quando não há mercado? Mais ainda, os preços devem ser estimados ao projetar fluxos de caixa e pela aplicação de uma taxa de desconto. Sim, mas qual taxa de desconto?
Aqui o texto completo
Mais sobre o assunto, aqui
Em outras palavras, não existe tal coisa como a contabilidade chegou a uma verdade de forma simples - só há fatos (e estimativas, projeções, suposições) que se transformou em resultados contábeis, tal como definido por alguma teoria.
(...)
Teoria contábeis são como os da política e filosofia: elas são debatidas durante anos sem uma clara demonstração de serem corretas (...) Isso as torna intelectualmente intrigante (pelo menos para alguns de nós) e aptas a inspirar ardente defesa e oposição, bem como deixá-los sob reserva de modismos. Por exemplo, a Securities and Exchange Commission exigiu a contabilização a custo histórico por várias décadas, mas agora a teoria da moda é o valor justo contábil. Quão boa uma teoria é?
Teorias podem ser julgadas sobre fundamentos conceituais e de política pública. Os opositores do valor justo salientam as suas muitas dificuldades práticas, tais como a incerteza do que pode ser um preço justo quando não existem traders nem ofertas. Mas, dada a prevalência das estimativas de contabilidade, esta não é uma objeção que impressiona os proponentes do valor justo.
Seguem-se três [falhas conceituais da teoria do valor justo]:
* O justo valor teórico trata de forma inadequada as empresas cuja atividade é gerar fluxos de caixa líquido ao longo do tempo como se fosse corretoras de valores mobiliários, cuja atividade diária é a compra e venda de valores mobiliários. (...)
* O valor justo significa que a deterioração da qualidade da dívida de uma empresa, que reduz o preço de mercado da dívida, seja comunicado ao público, bem como um aumento nos lucros e no capital da entidade. Por outro lado, uma melhoria na qualidade do crédito da empresa resulta numa dívida mais valiosa, que cria uma perda contábil e uma redução do capital. (...) é um absurdo. Quando um absurdo natural de uma teoria, temos que perguntarmos sobre a teoria.
* O valor justo contábil foi particularmente perverso nos resultados quando aplicado em meio a um mercado em pânico (...) Qual é o significado de um "preço de mercado" quando não há mercado? Mais ainda, os preços devem ser estimados ao projetar fluxos de caixa e pela aplicação de uma taxa de desconto. Sim, mas qual taxa de desconto?
Aqui o texto completo
Mais sobre o assunto, aqui
Sobre a reforma
Sobre a reforma trabalhista (aqui) e a proposta que os empregados tenham acesso a contabilidade das empresas:
A proposta de agenda mínima para promover mudanças no regime trabalhista, apresentada pelo ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, foi recebida com surpresa por instituições que representam as indústrias. Procuradas, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) informaram que não tinham conhecimento do documento. (...)
Para Coelho [Luiz Eduardo Moreira Coelho, do Coelho, Morello e Bradfield], as empresas devem resistir à abertura de sua contabilidade na hora de traçar os planos para a participação em lucros. "Muitas vezes estão em jogo dados estratégicos. As companhias sempre vão preferir atrelar esses pagamentos a metas que fogem dos lucros contábeis", acredita. Como exemplo, cita o aumento de unidades produzidas ou a redução na taxa de retrabalho. Cordeiro acha que a resistência poderá vir principalmente das empresas que pagam a participação como forma de driblar os encargos trabalhistas sobre a elevação de salários.
Indústria desconhecia propostas de reforma
Valor Econômico - 30/4/2008
Custo no setor público
A prefeitura abre licitações, contrata empreiteiras e inicia as obras, mas nem sempre consegue concluí-las no prazo previsto. O principal motivo para isso (50% dos casos) é a falta de recursos para prosseguir com os projetos, que acabam tendo que ser paralisados por vários meses, segundo relatórios recém-aprovados pelo Tribunal de Contas do Município (TCM). A conseqüência é o aumento de custos para reformar ou construir creches, postos de saúde e praças, entre outros projetos.
O conselheiro Nestor Rocha, que relatou uma das auditorias, criticou o município por deixar o planejamento financeiro em segundo plano: “Em se tratando de obra pública, a disponibilidade e suficiência dos recursos não são meros cuidados e deveres do administrador. São mandamentos legais e o devido planejamento do empreendimento torna-se imprescindível no cumprimento dos princípios da eficiência e da economicidade”.
(...) Depois da falta de verba, o principal motivo para os atrasos é a demora de concessionárias de serviços públicos (como Light e Cedae) para realocar cabos e tubulações.
Obras paradas custam mais - O Globo - 30/4/2008
Relatórios do TCM mostram que interrupção de contratos da prefeitura eleva custos
Luiz Ernesto Magalhães
Contabilidade de seguros
Segundo notícia da Reuters (IASB's Jones: Insurance accounting is broken, Emily Chasan, 29/4/2008) o vice-chairman do Iasb, Tom Jones, declarou que as regras contábeis para seguro estão "quebradas".
As regras atuais para as seguradoras são diferentes das outras empresas e "não tem mostrado a realidade econômica das empresas", afirmou Jones.
Ao contrário de outros setores, o Iasb está optando por usar o "current exit value" para contratos de seguros, em lugar do valor justo.
Tanto o Iasb quanto o Fasb possuem projetos para discutir as regras contábeis desse setor.
Falência da Arthur Andersen beneficiou as big four
Uma pesquisa que deverá ser publicada hoje conclui que a redução para quatro grandes empresas após o colapso da Arthur Andersen, em 2002, levou a uma média 2,4 por cento em aumento nas taxas pagas - excluindo o impacto de outros fatores, tais como mudanças na regulamentação.
(...) [A existência] uma ligação direta (...) é potencialmente explosiva dado o debate sobre os riscos de se ter tão poucas empresas responsáveis pela verificação das contas de todas as maiores empresas.
(...) O relatório foi patrocinado pela BDO Stoy Hayward, um rival para o Big Four, mas realizados de forma independente pela London School of Economics. (...)
Intrigante, a LSE estudo não encontrou provas de uma relação entre a concentração e honorários antes do colapso da Andersen.(...)
O forte aumento dos honorários de auditoria desde 2002 tem sido, até agora, em grande parte atribuída aos efeitos da nova regulamentação, tais como a passagem para as normas internacionais de contabilidade e da introdução nos Estados Unidos da Sarbanes-Oxley.
Andersen's collapse results in a fee bonus for Big Four rivals - JENNIFER HUGHES -
29 April 2008 - Financial Times - London Ed1
29 abril 2008
Rir é o melhor remédio
Essa foto foi tirada quando a bola de beisebol estava perto de atingir o seu objetivo (veja se você consegue localizar. Aqui a foto em tamanho maior).
Musica e Contabilidade
Recebi um e-mail de uma estudante de Teresina sobre a possibilidade de fazer um trabalho de conclusão de curso sobre música e contabilidade. "Gostaria de saber se existe um ramo da contabilidade voltada as orquestras assim como existe contabilidade rural, ambiental..."
Aqui o link com as postagens sobre o assunto do blog .
Fiz uma rápida pesquisa em alguns jornais e não encontrei muita coisa. Meu conselho: aborde o assunto de uma orquestra que faz ensaios durante meses para apresentações e precisa contabilizar os custos.
Custos e Agronegócios
Saiu o novo número da revista Custos e @gronegócio, de janeiro/abril de 2008 (clique aqui). Os artigos são os seguintes:
1. Como as empresas classificadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial evidenciam os custos e investimentos ambientais?
2. Custos ocultos e agronegócio
3. Custos de produção, expectativas de retorno e de risco do agronegócio mel no Planalto norte de Santa Catarina
4. Estudo dos fatores determinantes para a variação do curso dos insumos e do preço da soja no Estado do Rio Grande do Sul após o Plano Real
5. Uma análise da estrutura de custos do setor sucroalcooleiro brasileiro
6. Produção conjunta e decisões gerenciais: O caso de uma empresa de exportação de madeira tropical
7. Custos do cultivo do melão amarelo na safra 2006/2007: Um estudo de caso na empresa Santa Júlia Agro Comercial Exportadora de Frutas Tropicais Ltda
1. Como as empresas classificadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial evidenciam os custos e investimentos ambientais?
2. Custos ocultos e agronegócio
3. Custos de produção, expectativas de retorno e de risco do agronegócio mel no Planalto norte de Santa Catarina
4. Estudo dos fatores determinantes para a variação do curso dos insumos e do preço da soja no Estado do Rio Grande do Sul após o Plano Real
5. Uma análise da estrutura de custos do setor sucroalcooleiro brasileiro
6. Produção conjunta e decisões gerenciais: O caso de uma empresa de exportação de madeira tropical
7. Custos do cultivo do melão amarelo na safra 2006/2007: Um estudo de caso na empresa Santa Júlia Agro Comercial Exportadora de Frutas Tropicais Ltda
Impostos concentrados
Petróleo, energia elétrica e comunicações recolheram R$ 150 bilhões aos cofres de Estados e da União em 2007
Os setores de petróleo, energia elétrica e comunicações se transformaram no principal alvo das máquinas de arrecadação federal e estadual e recolheram em 2007 quase R$ 150 bilhões aos cofres públicos. Esse volume foi apurado pelo Estado com base em relatórios do Tesouro Nacional, da Receita Federal e do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e já equivale a mais de 16% da carga tributária nacional.
Apelidados de blue chips da arrecadação, por seu potencial de gerar ganhos volumosos e fáceis para o Fisco, da mesma forma que na Bolsa de Valores, esses três setores carregam uma carga tributária em média duas vezes maior do que a maioria dos outros setores da economia. Para cada litro de gasolina, ao preço de R$ 2,50, o consumidor paga cerca de R$ 1,30 de imposto, ou seja, 60% do valor final. Isso sem contar tributos pagos pelas empresas sobre o lucro e, no caso da Petrobrás, pela produção do petróleo.
O mesmo ocorre com as contas de telefone e luz: de cada real pago para às operadoras e distribuidoras, quase metade é tributo. O mais famoso é o ICMS, arrecadado pelos governos estaduais. Não por acaso, a maior alíquota do ICMS, 25% (em alguns Estados, 30%), é cobrada sobre combustíveis, energia elétrica e telecomunicações.
Atualmente, 43% da arrecadação de ICMS provêm desses impostos blue chips. Há 11 anos, em 1997, a fatia dos três setores correspondia a 26%. A mudança, segundo técnicos, pode se explicar pela guerra fiscal (que isentou de tributo outras mercadorias) e pela decisão dos Fiscos estaduais de se especializar na tributação e combate à sonegação nesses segmentos.
O imposto sobre combustíveis é cobrado bem antes do consumidor abastecer seu carro. Os 25% do ICMS são calculados sobre um valor de tabela do Confaz e recolhidos pelas refinarias diretamente aos cofres estaduais. O mesmo ocorre com o PIS/Cofins e a Cide - nesse caso, tributos federais. “Petróleo e derivados já são tributados pesadamente no Brasil”, diz o economista José Roberto Afonso, contrapondo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, na semana passada, sugeriu aumento da taxação do petróleo.
Segundo ele, a tributação dos combustíveis era, pela Constituição de 1988, uma atribuição dos Estados. Tanto que o texto constitucional extinguiu os impostos únicos sobre combustíveis, energia elétrica, comunicações, minerais e transportes (cobrados pela União) e os transferiu para dentro do ICMS (antigo ICM).
Entretanto, na gestão de Fernando Henrique Cardoso, o governo federal aprovou uma emenda constitucional trocando a palavra “tributos” por “impostos”, que abriu a porta para a cobrança de contribuições sobre gasolina e álcool. Combustíveis passaram a ser tributados pela PIS/Cofins e, desde 2002, por uma contribuição especial, a Cide, criada para financiar infra-estrutura de transportes, mas que serviu mesmo para reduzir a dívida do governo.
Agora, a estratégia do governo é aumentar a tributação do setor petrolífero por outro canal, os royalties. Há dois tipos de royalties: o comum, de 10% sobre o volume de produção, e a participação especial, de até 40% sobre o lucro das empresas. Essa participação especial que pode aumentar, sob o argumento de que é baixa no Brasil.
Levantamento feito pelo secretário da Fazenda do Rio, Joaquim Levy, mostra que a fatia do valor da produção petrolífera apropriada pelo governo brasileiro por meio de royalties e tributos é de 47%, abaixo da média mundial, de 60%.
“A questão precisa ser analisada olhando-se não só para o petróleo, mas também para a cadeia produtiva”, avalia Afonso. Embora os tributos sobre o petróleo sejam mais baixos no Brasil, na comercialização do combustível se incorporam outros que pesam para o consumidor.
Três setores viram alvo da Receita
Sérgio Gobetti - Estado de São Paulo 28/4/2008
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