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Os mais ricos
1. Warren Buffett (foto)
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20. Mikhail Fridman
Fonte: Forbes
Empresa Socialmente Responsável
Os ativos de empresas que fazem investimento socialmente responsáveis (SRI) cresceram 18% para 2,71 trilhões de dólares em dois anos, encerrados em dezembro de 2006. (...) Segundo o WSJ existem 154 fundos SRI nos Estados Unidos, administrando 159 bilhões de dólares em ativos no final de 2006 (...)
[Alguns] argumentam que seria melhor investir dinheiro em empresas diabólicas e então doar o resultado para caridade.
Mais aqui
A nova Lei e Tributos
Lei ainda levanta dúvida fiscal
Graziella Valenti
06/03/2008
A nova lei contábil brasileira continua despertando debates a respeito da existência ou não de impacto tributário com sua adoção. Mais uma vez, em seminário com platéia lotada, em São Paulo, os especialistas reiteraram que o propósito, desde a época da criação do projeto de lei da reforma, é que não houvesse efeito fiscal, nem para mais, nem para menos.
Nelson Carvalho, presidente do conselho consultivo do Comitê Internacional de Normas de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês), enfatizou que o objetivo era ausência de impacto fiscal, durante o II Seminário Ibef e Anefac sobre a lei 11.638 e a convergência contábil brasileira ao padrão internacional, IFRS.
Ele fez coro ao ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Marcelo Trindade, que enfatizou a inexistência de aumento da alíquota de arrecadação. "Nunca se escreveu com tantas letras numa lei que não há impacto tributário. Se ainda assim houver é porque o Fisco virou o poder."
Trindade referia-se a dois artigos da lei: o primeiro que prevê a separação entre o balanço entregue à Receita Federal e o entregue à CVM e o segundo que deixa claro a ausência de impacto sobre os ajustes que forem feitos no balanço fiscal para adequação às normas de contabilidade.
Carvalho, do Iasb e um dos criadores do projeto de reforma da Lei das Sociedades Anônimas, que deu origem a lei 11.638, reiterou a história da reforma da legislação, lembrando que desde o início estabeleceu-se um equilíbrio de interesses. De um lado, a iniciativa privada apoiou o projeto pela ausência de impacto fiscal e do outro, a Receita Federal teve a contrapartida de que não sofreria perda de arrecadação.
"Já estamos dando conversa para quem não está na conversa", enfatizou Trindade, sobre os reiterados comentários feitos por especialistas a respeito da necessidade de um pronunciamento da Receita Federal. Carvalho, do Iasb, avalia que, se houver algum impacto de ordem tributária com a implantação da lei, "tudo o que foi feito até agora pode ser jogado fora".
Apesar de os especialistas reiterarem o pacto de cavalheiros firmado quando decidiu-se pela reforma da lei, as empresas temem alguma surpresa em relação à Receita Federal. "Acho que ainda há muito medo das decisões do Fisco", disse Marcus Severini, diretor de Controle da Vale do Rio Doce.
O economista e ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola participou do seminário de ontem e mostrou a mesma tensão em relação ao Leão. "Há preocupação com senso de oportunismo do Fisco. E não é apenas o brasileiro que é assim. O Fisco de qualquer lugar do mundo sente-se atraído pela possibilidade de ampliar sua arrecadação."
Na avaliação de Luis Felipe Schiriak, diretor financeiro da Votorantim Participações, as companhias deveriam também estar preocupadas com os custos internos de adoção das novidades da lei, pela necessidade de mudança nos sistemas de Tecnologia da Informação (TI). Ao mesmo tempo, destacou que companhias de atuação internacional serão beneficiadas pelo processo de convergência por conta da economia de custos.
"Temos um investimento num grupo na Colômbia, feito pela unidade peruana, a partir de investimento que começou no Chile. Temos que fazer um balanço para cada país", disse Schiriak.
Valor Econômico
Enviado por Ricardo Viana
Valor Justo
O valor justo é bom ou ruim? Enquanto os países que já adotaram o valor justo na sua contabilidade discutem as vantagens e desvantagens, e as profundas implicações do mesmo, a CVM decide pela regra.
Uma nova regra contábil promete deixar os balanços das empresas não-financeiras mais voláteis, com efeitos sobre os resultados e, por consequência, distribuição dos dividendos e pagamento de bônus. A partir do balanço de 2008, todas as companhias de capital aberto do país terão de fazer a chamada "marcação a mercado" de suas carteiras de títulos e valores mobiliários, além dos derivativos. Isso quer dizer que, independentemente de quanto a empresa pagou para comprar determinado papel, ela terá de atualizar seu valor pela cotação em mercado no dia do fechamento do balanço ou dos balancetes mensais.
(...) Essa volatilidade vai complicar a vida das empresas. Se a nova regra já estivesse valendo no ano passado, uma empresa que aplicou boa parte de seu caixa na bolsa poderia ter registrado um expressivo ganho no seu balanço, com impacto no resultado e, consequentemente, na distribuição de dividendos. Mas, em janeiro, com a queda da bolsa, aqueles papéis em carteira já não teriam o mesmo preço, mas os dividendos teriam de ser pagos da mesma maneira. Por causa disso, as empresas estão bastante apreensivas.
Muitos mercados ficaram sem liquidez e, para se determinar o valor justo, é preciso recorrer a métodos curiosos, como uma junta de economistas.(...)
Nova regra trará volatilidade a balanços - Valor Econômico - 6/3/2008
Clique aqui para ler o texto completo
Fair value
Um texto do Financial Times ataca o Fair Value (Banks wallow in the muddy waters of 'fair value' rules, de Christopher Whalen, 6/3/2008). Segundo Whalen, uma grande parte da crise é proveniente de perdas de "não-caixa" em razão da adoção do valor justo nos Estados Unidos.
Clique aquiara ler o artigo completo
Fair value accounting is a utopian concept that traces its intellectual roots back to the same origins as efficient market theory, the wellspring for most of the discredited quantitative models employed by the global banks to create the subprime mess. Unfortunately, the proponents of fair value accounting ignored the invocations of classical theorists who stated that liquid markets are a necessary condition for using market prices, either as a surrogate for measuring risk or for valuation.
Fair value accounting is a good idea in theory, but like most good ideas it is difficult to implement. Sylvain Raines, a lecturer at Baruch College in New York, told a meeting of the Professional Risk Managers International Association last September: "The Chicago School of Economics has been telling us for a century that price and value are identical, i.e. that they are the same number . . . If we do not recognise the fundamental difference that exists between price and value, then we are doomed."
Clique aquiara ler o artigo completo
Valor de Mercado
Na The Economist da semana, um texto sobre o valor justo. A revista informa que reguladores e banqueiros estão com receio de que o mark-to-market esteja ajudando a crise de liquidez (clique aqui para ler mais sobre isto).
Para a The Economist, o valor justo é ainda a melhor maneira de avaliar os negócios.
Usando uma conhecida frase de Churchill, para a The Economist o valor justo é a pior forma de contabilidade, exceto por todas as outras.
Clique aqui para ler o texto completo
Para a The Economist, o valor justo é ainda a melhor maneira de avaliar os negócios.
(...) fair-value accounting is still the best way to value businesses. Especially if investors and regulators treat accounting rules sensibly: as a measuring stick, not a source of universal truth.
On that score the old system of historic-cost accounting was worse.
Usando uma conhecida frase de Churchill, para a The Economist o valor justo é a pior forma de contabilidade, exceto por todas as outras.
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06 março 2008
Rir é o melhor remédio
Eis um vídeo muito interessante sobre economia de custos numa empresa. Ou até onde pode chegar esta economia.
Insistência irracional
A insistência irracional pode ser traduzida como insistir no erro. Representa um dos mais sérios problemas de uma administração e pode significar prejuízos enormes. Existem muitos exemplos reais que mostram situações de insistência irracional. Na gestão financeira, a insistência irracional manifesta-se em especial no desenvolvimento de projetos que não tem futuro.
A notícia a seguir é um contra exemplo da insistência irracional. Diz respeito a decisão da Toshiba em não continuar com a luta pelo novo padrão de vídeo. Conforme já foi noticiado, o padrão Blu-Ray venceu o padrão desenvolvido pela Toshiba (HD-DVD). O normal seria a empresa insistir em manter o padrão, mesmo que isto represente prejuízos e perda de recursos financeiros. Não foi o que fez a Toshiba. Surpreendendo o mercado, a empresa reconheceu de forma ágil que perdeu a batalha do padrão.
Depois da derrota na guerra dos formatos, para onde vai a Toshiba?
March 3, 2008 4:33 a.m.
Por Yukari Iwatani Kane
The Wall Street Journal, de Tóquio
Em fevereiro, depois de uma longa batalha de vida ou morte com o formato Blu-ray para definir o padrão de aparelhos de DVD de alta definição, o diretor-presidente da Toshiba Corp., Atsutoshi Nishida, abandonou seu formato HD DVD. A decisão surpreendeu analistas. As empresas japonesas tendem a buscar soluções menos radicais, numa tentativa de preservar o orgulho corporativo, e a expectativa era de que a Toshiba iria eliminar o formato aos poucos e sem alarde.
A derrota é um golpe para a Toshiba, um vasto conglomerado de eletrônicos que faz semicondutores, eletrodomésticos e reatores nucleares. A companhia via o HD DVD como uma maneira de aumentar sua presença em eletrônicos de consumo, área na qual não é muito grande.
Nishida, que estudou filosofia política alemã e entrou para a Toshiba por uma afiliada no Irã, é um tipo de administrador diferente para a gigante de tecnologia, que sempre escolheu engenheiros. Ele falou com o Wall Street Journal em seu gabinete sobre como tomou a decisão, seu estilo de gestão e como a Toshiba pretende continuar atuando em eletrônicos de consumo. Abaixo, alguns trechos:
WSJ: Quando o sr. começou a pensar em sair do negócio de HD DVD?
Nishida: Quando a Warner (o estúdio Warner Bros., da Time Warner Inc.) anunciou seu apoio para o Blu-ray em 4 de janeiro. Levamos um tempinho para chegar à decisão final, assim pudemos dar às pessoas a chance de expressar suas opiniões e pudemos considerar todas as implicações e conseqüências de sair, como de que maneira isso afetaria os consumidores e a empresa.
WSJ: A maioria dos observadores da indústria esperava que a guerra dos formatos fosse durar mais. Por que o sr. decidiu abandoná-la tão rapidamente?
Nishida: Não acho que tínhamos nenhuma chance depois que a Warner nos abandonou, porque isso significava que o HD DVD teria só 20% ou 30% da oferta de títulos (em DVD de última geração). No mundo dos negócios, é preciso calcular riscos. Mas também é importante mudar de marcha logo se você acha que sua decisão foi errada. Estávamos fazendo isso para vencer, e se não fosse para vencer, então tínhamos de sair, especialmente porque os consumidores já estavam querendo um padrão único.
WSJ: A derrota na guerra de formatos não é um golpe para a estratégia de crescimento da Toshiba?
Nishida: Essa era só uma das avenidas de crescimento. Uma entre 45 unidades estratégicas de negócios que temos. Isso só quer dizer que agora temos 44.
WSJ: Vocês anunciaram a construção de duas novas fábricas de semicondutores quando anunciaram a decisão de sair do HD DVD. Vão se concentrar mais em chips no lugar do HD DVD?
Nishida: Não, o momento do anúncio foi mais uma coincidência. Os planos para as fábricas já estavam em andamento e eu já havia dito publicamente que iria anunciar algo no fim de fevereiro ou março. Quando a Warner tomou sua decisão inesperada e mudou a situação para os negócios de HD DVD, passou a fazer sentido para nós fazer tudo junto em vez de ter duas reuniões separadas do conselho.
WSJ: Vocês vão sair do negócio de eletrônicos de consumo agora que perderam a guerra dos formatos?
Nishida: Não, vamos continuar a vender aparelhos de DVD comuns e ainda temos TVs e microcomputadores.
WSJ: Ter só DVDs comuns não é uma desvantagem?
Nishida: O que as pessoas não percebem é que os estúdios de Hollywood não vão lançar títulos só em Blu-ray, mas também para DVDs comuns, e o número de aparelhos da atual geração por aí é muito maior. Se você assiste a DVDs comuns em nossos aparelhos, as imagens são de alta qualidade porque (nossos aparelhos) têm um uma função de "conversão para melhor". E vamos melhorar isso ainda mais, de modo que os consumidores não conseguirão notar a diferença em relação a imagens de alta definição. E, ainda, os aparelhos seriam bem mais baratos que os de Blu-ray. Os toca-DVDs de próxima geração estão numa posição bem mais fraca do que quando os aparelhos de DVD comum foram lançados.
WSJ: Como fazer a divisão de eletrônicos de consumo crescer agora?
Nishida: Sem um toca-DVD de próxima geração, os computadores se tornam uma parte ainda mais importante de nossa estratégia. Não podíamos conectar computadores e televisões antigamente, mas agora há uma tecnologia que nos permite isso. Hoje é um fio, mas vai acabar virando sem fio. Isso significa que você pode usar o seu computador para tocar o DVD e assistir na tela grande de sua televisão, e nem precisa de um aparelho específico para DVD. O disco rígido dos computadores também tem muita capacidade, então dá para armazenar vídeos e filmes nele e usar como se fosse o toca-DVD.
WSJ: A Toshiba vai tentar controlar a sala de estar através do computador?
Nishida: Antes havia um debate sobre se a sala de estar seria dominada por televisores ou computadores. Está claro que as televisões dominam, mas os computadores agora podem se conectar a elas.
WSJ: Vocês vão participar do mercado de download de vídeos?
Nishida: É o que esperamos. Temos desenvolvido tecnologias nessa área, mas agora que não temos o HD DVD, quero pôr ainda mis energia aí.
WSJ: Sua abordagem pragmática de administração não é comum no Japão. Como o sr. a faz funcionar neste país?
Nishida: Eu não opero só com a lógica. Sou prático, mas também tenho entusiasmo, o que é o meu lado não-prático. Se você tem isso junto com força de vontade para atingir suas metas, então pode superar qualquer adversidade. Por exemplo, usei lógica para tomar a decisão racional de sair do HD DVD, mas meu entusiasmo faz com que eu siga adiante.
WSJ: Um fracasso o torna mais avesso a riscos?
Nishida: Se você não corre riscos, não progride. As situações mudam constantemente, então se você não pode mudar com elas, não há futuro.
WSJ: A Toshiba consideraria uma grande aquisição, como a da empresa de energia nuclear Westighouse Electric Co. por US$ 5,4 bilhões dois anos atrás?
Nishida: Dependeria da situação. Se fizer sentido e acharmos que podemos recuperar nosso investimento dentro de um certo período de tempo, então talvez sim.
A resistência do Governo
É mais fácil criar do que acabar. Esta máxima vale para o governo. Veja o exemplo da Bélgica (fonte, aqui). Lá ainda existe um Banco Central, que emprega mais de 2 mil pessoas, apesar do país não ter mais uma moeda para supervisionar desde 1999, com a adoção do euro.
Empresa e Filantropia
Uma empresa deve fazer filantropia? Na visão de Friedman, a única responsabilidade social da empresa é aumentar os lucros. Seria justo uma empresa usar seus recursos para fazer caridade? Na visão de Henderson e Malani, em Capitalism 2.0, na revista Forbes (aqui) uma empresa não existe somente para maximizar os resultados.
That this is an imperfect description of the real world can be found in the popularity of socially responsible investment funds, which avoid companies that, for example, invest in Sudan or produce tobacco. In 2005 these funds had $2.3 trillion in assets, 10% of all U.S. assets under management. These funds average a return 35 basis points less than comparable nonfiltered funds, meaning that investors put a value of at least $84 billion per year on steering capital to firms that do good. Companies are responding. More than half of the largest 500 companies in the U.S. publish social responsibility reports for investors.
Customers are also demanding products that show a commitment to the public welfare.
Aqui, mais discussão sobre o assunto.
E se o Acordo da Basiléia estiver errado?
E a pergunta do texto do WSJ (aqui)
Crise de crédito expõe falhas em novas regras de risco bancário
5/3/2008
Por Damian Paletta e Alistair MacDonald
The Wall Street Journal
Alguns dos cérebros mais importantes do mundo bancário passaram quase dez anos criando novas regras para ajudar as instituições financeiras do mundo a evitar problemas.
E se boa parte das soluções deles estiver errada?
A versão mais recente dessas recomendações — conhecidas como acordo da Basiléia II, por causa da cidade suíça onde foram engendradas — começou a ser adotada pelo Brasil no ano passado, num cronograma que deve ser concluído em 2012. Ela está em vigor na Europa desde 2007 e passaria a valer nos Estados Unidos no mês que vem, embora isso possa ser adiado. A sua diretriz primária: os bancos deveriam ter mais liberdade para decidir qual o risco que podem assumir, já que estariam melhor posicionados do que as autoridades para decidir isso.
Mas a atual crise financeira mundial, detonada pelo estouro da bolha imobiliária americana, está virando de ponta cabeça as tradicionais suposições sobre risco. Bancos de todo o mundo erraram feio em seus julgamentos quanto à segurança de investimentos que vão de empréstimos "subprime", ou de alto risco, a complexos títulos de dívida estruturados. Isso ficou especialmente evidente na Europa.
Num prenúncio dos problemas, o Reino Unido enfrentou no ano passado a primeira corrida a um banco desde 1866. A financeira de crédito imobiliário Northern Rock PLC não previu o colapso de seu modelo de negócios. Empregando os princípios da Basiléia II, o Northern Rock aumentou, alguns meses antes, o dividendo dos acionistas em 30% — o que reduziu seu capital próprio ao mesmo tempo em que as autoridades começavam a se preocupar com sua condição financeira. O Northern Rock acabou sendo nacionalizado pelo governo britânico no mês passado.
Até mesmo na Suíça, país com tradição de perspicácia no setor bancário, o UBS AG divulgou baixa contábil de US$ 18 bilhões por causa de falhas em sua administração de riscos. (O banco só começou a operar com as regras Basiléia II em 1º de janeiro.)
A maior parte das gigantescas perdas contabilizadas recentemente veio não de fundos de "hedge", cuja relativa falta de regulamentação vem preocupando o governo americano há anos, mas de bancos fiscalizados por governos. O Citigroup Inc., por exemplo, teve o maior prejuízo trimestral de sua história no quarto trimestre de 2007 e teve de captar mais de US$ 20 bilhões de investidores externos para equilibrar o seu balanço, depois de apostas erradas em títulos ligados a créditos imobiliários. O Citigroup não quis comentar.
"Eu acho que foi surpreendente (...) que alguns dos maiores problemas que tivemos com o mercado de capitais tenham partido de bancos regulamentados", disse o secretário americano do Tesouro, Henry Paulson, numa entrevista ao Wall Street Journal.
Enquanto autoridades no mundo todo começam a procurar soluções para a confusão, o resultado provável será mais vigilância e regulamentação nos bancos, pelo menos temporariamente. Charlie McCreevy, comissário para mercados internos da Comissão Européia, diz que a reavaliação das recomendações da Basiléia II precisa examinar se os bancos são os melhores gestores de risco. "Nada deve ser tabu", diz ele.
As regras da Basiléia nasceram na década de 80, quando a regulamentação dos bancos variava muito em cada país, o que tornava difícil para os bancos competir além de suas fronteiras. Os presidentes dos bancos centrais do mundo se reuniram na Suíça para definir padrões básicos, divulgados em 1988.
Uma segunda rodada de reuniões, a Basiléia II, se focou na expansão dessas regras — particularmente na busca de meios para defender o sistema financeiro dos novos e complexos mecanismos de investimentos que começaram a surgir nos bancos.
No mundo dos bancos, há poucas coisas mais essenciais do que o patrimônio mantido para amortecer prejuízos. No fundo, é o que evita a quebra.
De acordo com as regras em vigência antes da Basiléia II, determinar o nível desse colchão é um processo relativamente simples: os bancos têm que manter um volume específico de capital, que é calculado de acordo com o total, e os tipos, de ativos de que dispõe. Por exemplo, ativos relacionados a créditos imobiliários não demandam muita reserva de capital porque sempre foram considerados seguros, visto que há os imóveis como garantia.
As novas regras mudariam isso, permitindo que os bancos calculassem as suas próprias necessidades de reserva de capital com base, em parte, em suas próprias avaliações de risco e na opinião das agências de risco.
A Basiléia II conta com amplo apoio. Oficiais do Federal Reserve, ou o Fed, o banco central americano, têm argumentado que os seus padrões incentivam os bancos a incrementar a sua própria administração de risco.
Além disso, a Basiléia II recomenda que os bancos mantenham uma rede de segurança de capital para proteger-se de problemas com investimentos "fora do balanço" que eles tenham, uma questão que passou despercebida nos esforços anteriores de regulamentação. John Dugan, titular da Controladoria da Moeda, agência do governo americano que fiscaliza os bancos, diz que a turbulência no mercado de crédito fortalecerá a Basiléia II, ao fornecer dados novos e valiosos para os bancos alimentarem os seus modelos de gestão de risco.
Mas autoridades dos EUA e de outros países dizem que estudam agora fazer mudanças na Basiléia II — que provavelmente demandarão reservas maiores do que antes era considerado seguro. No mês passado, o Comitê da Basiléia anunciou que planeja atualizar os "princípios essenciais" de risco de liquidez para "refletir a experiência recente".
Como a Basiléia II dá a cada país uma margem de manobra para ajustar as recomendações, essa experiência recente deve também entrar na pauta no Brasil. "O modelo ainda está em discussão", observa o analista Luis Miguel Santacreu, da consultoria Austin Asis, de São Paulo. (O cronograma de adoção que vai até o fim de 2012 inclui audiências públicas para discutir as regras, disse um porta-voz do Banco Central.) Santacreu é da opinião de que o efeito da flexibilização das finanças internacionais precisa ser melhor debatido, mas nota que o Brasil não está exposto aos mesmos riscos que motivaram a crise do "subprime", por causa da característica dos empréstimos do sistema bancário.
De fato, um eventual aumento no índice mínimo de capitalização provavelmente não teria um impacto muito forte nos bancos brasileiros porque eles já seguem, desde Basiléia I, uma exigência de patrimônio mais alta, nota Márcio Serpejante Peppe, sócio-diretor da BDO Trevisan Auditores Independentes. O BC requeria que os bancos brasileiros tivessem capitalização de 11% do total de ativos ponderado, em comparação com 8% das regras da Basiléia I.
Além disso, acrescenta Peppe, o mercado brasileiro de derivativos de crédito é muito pequeno. Foram instrumentos de crédito mais sofisticados que estiveram no coração da crise do "subprime". "O mercado secundário de crédito é muito pequeno, em função do próprio histórico do sistema financeiro, não há histórico de emitir derivativos, opções", afirma.
(Colaboraram Patrick Brock e Natasha Brereton)
05 março 2008
Empresas admiradas
As empresas mais admiradas
1. Apple
2. Berkshire Hathaway
3. General Electric
4. Google
5. Toyota Motor
6. Starbucks
7. FedEx
8. Procter & Gamble
9. Johnson & Johnson
10. Goldman Sachs Group
Fonte: Fortune
Em 2007 foi o seguinte: GE; Starbucks; Toyota; Berkshire, Southwest, FedEX, Apple, Google, J&J e P&G. Ou seja, somente uma empresa saiu (southwest) para entrada de outra.
As melhores segundo os quesitos (as piores entre parênteses)
Inovação => Apple (Amtrak)
Administração de Pessoal = Medco Health Solutions, BMW e Disney (Dana)
Uso de ativos => Fortune Brands (Dana)
Responsabilidade Social => International Paper (Constellation Brands)
Qualidade da Administração => McDonalds ( WellCare Health Plans)
Finanças = Exxon Mobil (Dana)
Investimento de Longo Prazo => Berkshire (Amtrak)
Qualidade de produtos e serviços => Anheuser-Busch, Nordstrom e Medco (Molson Coors Brewing)
Uma medida contábil pode ser relevante para entender a economia
As vezes uma informação tipicamente contábil pode ser interessante para entender a economia. Lembro-me agora dos estoques, como um indicador de recessão ou crescimento econômico. Uma outra medida usada, e recentemente lembrada pelo jornal NY Times é o "caixa". E segundo o jornal a notícia é boa. Ao contrário do que se possa imaginar - num momento de crise financeira - as empresas norte-americanas estão muito bem de recursos financeiros. Um estudo mostrou que a quantidade de caixa aumentou desde 1998, enquanto a dívida caiu. As empresas que compõe o SP Industrial Index possuiam em janeiro 600 bilhões de dólares em caixa.
Para René Stulz, um conhecido pesquisador de finanças, este crescimento talvez seja indicador que o mundo hoje é mais rico para fazer negócios. A relação (Dívida - Caixa)/Ativos, um índice de endividamento e independência financeira, está, em muitas empresas, negativo.
Várias são as explicações. Um interessante é o papel cada vez menor dos estoques no capital de giro (por conta, entre outras razões, do just-in-time). Outra explicação é que as empresas estão menos intensas de capital físico (e mais de capital humano), o que significa menos ativo permanente.
Como entender isto dentro do contexto econômico? Mais caixa pode ser um sinal de que estas empresas possuem capacidade para fazer aquisições de empresas, comprar equipamentos para novas expansões, investir em novas tecnologias ou, simplesmente, distribuir dividendos. De qualquer forma, isto poderia representar mais dinheiro na economia, reduzindo a influência de uma recessão.
Clique aqui para ler mais
Citigroup necessita de mais capital
Segundo Sameer Al Ansari, executivo chefe da Dubai International Capital, o Citigroup necessita de mais capital. E não é só Ansari que acredita neste ponto. Outras fontes, inclusive analistas do Merrill Lynch, também concordam (veja "Afternoon Reading: Does Citigroup Need Another Capital Infusion?", Stephen Grocer, WSJ). Recentemente o dinheiro árabe ajudou a instituição financeira em perigo.
Mais sobre o assunto, aqui
Marcação a Mercado e a Crise
A adoção da marcação a mercado ajudou a crise financeira mundial? Segundo alguns pesquisadores, sim. Quando o preço dos ativos aumenta, melhora o patrimônio líquido. O inverso também é verdadeiro. Eis o que diz o Financial Times
Aqui para mais detalhes
Only now, in the middle of a global credit crisis, is the impact of the broad introduction of mark-to-market accounting becoming clear. The critical concerns are around how much these changes helped to inflate the credit bubble and whether they will increase the speed and destructive power of its collapse.
To be fair, the US banks protested at the outset that the move would change their role in the economy. So did the French banking federation before similar changes came to Europe in 2005. It warned that fair-value accounting "could even further increase the euphoria in a financial bubble or the panic in the markets in a time of crisis". Tobias Adrian, an economist at the New York Fed, and Hyun Song Shin of Princeton University, have produced a string of work about this kind of "pro-cyclicality" in finance and the economy, culminating in a paper last September entitled Liquidity and Leverage .
(...) The lesson for regulators is that the solution to one problem almost always contains the seeds of another.
Aqui para mais detalhes
Empresa brasileira compra no exterior
Segundo a Bloomberg News, a empresa JBS, a maior produtora de carne do mundo, concordou em pagar 1,27 bilhões de dólares em dinheiro e ações por ativos nos Estados Unidos e Austrália.
JBS wants to expand in the United States, Australia and Europe to bolster sales in markets that restrict imports of Brazilian beef. Smithfield, the largest American pork producer, is exiting the beef business as rising corn costs and surplus production capacity erode profit.
Beef Giant Buys Assets In the U.S. And Australia - The New York Times - 5/3/2008
É interessante notar que se fala muito em Embraer, Vale, Gerdau e outras empresas brasileiras multinacionais e esquecem da JBS.
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