O Iasb anunciou mudanças na constituição da Fundação Iasc. Depois de destacar o avanço internacional nas normas do Iasb, denominadas de IFRS, o comunicado informa algumas mudanças importantes.
Uma das mudanças é aumentar gradualmente os membros do Iasb para 16 e, se for o caso, assegurar uma balanceamento geográfico mínimo. Atualmente países como o Brasil (ou seja, mercados menores) possuem uma representação reduzida.
Aqui, Ciesielski comenta a questão financeira do Iasb. Este órgão passaria a utilizar um modelo de financiamento parecido com o existente no Fasb antes da Sox. Necessitando cobrir despesas elevadas, a expectativa do Iasb é que contribuições voluntárias (de empresas de auditorias, países, empresas, bolsa de valores etc) sejam suficientes para sua independência financeira.
Este tipo de situação poderia retirar a independência do Iasb?
13 fevereiro 2008
AIG
Ainda sobre a AIG (clique aqui, para notícia anterior)
El presidente de la mayor aseguradora del mundo está en la cuerda floja
BLOOMBERG Nueva York
El Cronista Comercial - 13/2/2008
El cargo del máximo responsable de American International Group, Martin Sullivan, puede correr peligro porque un error de contabilidad condujo a una caída imprevistamente acusada del valor de la cartera de la empresa. Las acciones de AIG, la mayor aseguradora del mundo, tuvieron su mayor caída en veinte años después que la empresa dijo que el valor de una serie de contratos, vendidos para proteger a los inversores en renta fija contra pérdidas, declinó por u$s 4.880 millones en octubre y noviembre, cuatro veces más de lo que se esperaba. Sullivan les había asegurado a los inversores en diciembre que dichos saneamientos, vinculados al mercado de vivienda de EE.UU., eran “manejables”. “Hay que cuestionar la capacidad de liderazgo de Sullivan”, dijo Rose Grant, de Eastern Investment Advisors. “La gente está descontenta con la evolución de la acción, en resumidas cuentas han tirado la toalla. No cabe duda de que el cargo de Sullivan puede correr peligro”, agregó.
La auditora PricewaterhouseCoopers descubrió “deficiencias importantes” en la manera en que AIG contabilizó los contratos, llamados permutas de impago crediticio. El saneamiento de las permutas crediticias puede haber borrado por entero los beneficios de AIG correspondientes al cuarto trimestre. “Es incomprensible que nuevamente esta compañía, su consejo, su jefe ejecutivo y su director financiero, así como sus auditores independientes digan que la compañía no tiene controles adecuados”, dijo Lynn Turner, ex director de contabilidad de la Comisión de Bolsa y Valores de EE.UU.
Prejuízo da GM
GM tem perda de US$38 bi em 2007
O Globo - 13/2/2008 - 27
Prejuízo foi recorde. Montadora pretende cortar 74 mil vagas até 2010
DETROIT. A americana General Motors anunciou ontem que teve prejuízo recorde em 2007, de US$38,7 bilhões. Foi o terceiro ano consecutivo de perdas. Numa tentativa de reduzir custos trabalhistas e melhorar o desempenho da empresa em 2008, a montadora afirmou que vai oferecer um plano de demissão voluntária a 74 mil funcionários filiados ao sindicato United Auto Workers (UAW). O programa não atinge o Brasil.
O prejuízo de 2007 inclui uma despesa de US$39 bilhões do terceiro trimestre relacionada a mudanças na contabilidade fiscal. No quarto trimestre, as perdas foram de US$722 milhões, ante lucro de US$950 milhões em igual período do ano anterior. Em 2006, a GM perdeu US$1,98 bilhão.
De acordo com a empresa, o prejuízo do quarto trimestre reflete a redução na produção nos Estados Unidos, a estratégia de oferta de descontos no preço do seu novo modelo de picape e os fracos resultados na Alemanha, tradicionalmente seu mercado mais lucrativo na Europa.
— Esse foi um trimestre duro nos Estados Unidos — disse Fritz Henderson, diretor financeiro da empresa. — Os volumes caíram, e a concorrência de preços ficou mais difícil porque nós concedemos incentivos para nossas picapes.
O resultado ruim fez a empresa acelerar as negociações com o United Auto Workers. Aos funcionários que aderirem ao plano de demissão voluntária serão oferecidos benefícios de US$70 mil a US$140 mil, dependendo do tempo de casa. (...)
Os efeitos dos cortes só serão sentidos a partir do segundo semestre deste ano. A GM estima que, após 2010, quando o plano estiver totalmente implementado, a economia anual com a medida será de US$4 bilhões a US$5 bilhões. (...)
O objetivo da empresa não é reduzir o número de funcionários, e sim contratar novos a custos mais baixos. O programa de demissão voluntária segue outros acordos firmados entre o sindicato e as montadoras Ford e Chrysler LLC. Com os acordos, as montadoras sediadas em Detroit foram autorizadas a contratar funcionários por US$14 a hora, metade do salário atual.
12 fevereiro 2008
Microsoft e Yahoo
Microsoft pode aumentar oferta pela Yahoo ou torná-la hostil
11/02/2008
Por Robert A. Guth, Kevin J. Delaney e Matthew Karnitschnig
The Wall Street Journal
A rejeição pela Yahoo Inc. da oferta de compra feita pela Microsoft Corp. vai testar se a gigante do software está disposta a pagar muito mais pela empresa de internet, ou se prefere correr o risco de uma tentativa de compra verdadeiramente hostil.
A Microsoft está disposta a melhorar sua oferta, dizem pessoas a par do assunto. Mas qualquer aumento deve ficar aquém do que o conselho da Yahoo acredita ser o valor justo da empresa, dizem essas pessoas, o que abre o caminho para uma batalha de aquisição prolongada.
Pessoas próximas da Microsoft dizem que a gigante do software está relutante em abrir uma disputa no voto para desbancar o conselho ou a diretoria do Yahoo. Uma briga dessas pode atrasar a conclusão do negócio e aumentar as chances de que funcionários importantes do Yahoo deixem a empresa, dizem essas pessoas. Ela tende mais a buscar opções menos hostis, como recrutar grandes acionistas para que pressionem a diretoria do Yahoo a negociar com a Microsoft para encontrar um preço aceitável.
Conselheiros do Yahoo concluíram depois de uma reunião na sexta-feira que a oferta não negociada — avaliada em quase US$ 45 bilhões quando foi anunciada no dia 31 de janeiro — "subvaloriza gigantescamente" o Yahoo, de acordo com uma pessoa a par da situação. O conselho planeja enviar uma carta para a Microsoft hoje, detalhando sua posição.
Analistas vinham esperando que a Microsoft aumentasse sua oferta, de US$ 31 por ação. Mas o Yahoo está pressionando por pelo menos US$ 40 por ação, de acordo com uma pessoa a par do assunto. Um ágio desses aumentaria o valor da oferta original da Microsoft em dinheiro e ações em mais de US$ 12 bilhões.
(...) A diretoria da Microsoft continua consciente do risco de que uma oferta hostil possa deflagrar um ressentimento entre os engenheiros e outros funcionários do Yahoo cuja cooperação vai ser crucial para o sucesso de uma empresa combinada, dizem as pessoas próximas da Microsoft.
Mesmo assim, na carta original ao conselho do Yahoo para apresentar a proposta, Ballmer incluiu uma ameaça velada de que sua empresa fará o que puder para conseguir o Yahoo. "A Microsoft reserva-se o direito de tomar todos as decisões necessárias para assegurar que os acionistas da Yahoo tenham a oportunidade de (lucrar com) a nossa proposta", diz a carta.
Os conselheiros do Yahoo têm considerado outros cenários que evitam a venda, entre eles a terceirização da publicidade à base de buscas para a Google Inc., com objetivo de aumentar a receita e ganhar mais latitude para tentar continuar independente, dizem pessoas a par do assunto.
A convicção de que o Yahoo vale mais se baseia em vários fatores. Entre eles está a posição de liderança do Yahoo na parte do mercado de publicidade online conhecida como "display advertising", ou "publicidade visual", que inclui anúncios como banners. O conselho também deve argumentar que a oferta da Microsoft não cobre o risco de o negócio ser atrasado por análises de autoridades de defesa da concorrência.
Aqui, uma discussão interessante se a Yahoo está subavaliada ou não.
AIG
Problemas com a contabilidade da empresa AIG, da área de seguros. Depois do escândalo contábil, a AIG lida com problemas na própria contabilidade. Aqui, uma reportagem longo do Wall Street Journal. Um resumo, do Cinco Dias, da Espanha, a seguir:
La auditora de AIG revela problemas en la contabilidad de sus coberturas
A. B. N. Nueva York
Cinco Días - 12/2/2008
AIG registrará la jornada del lunes en sus libros de historia. La aseguradora sufrió la mayor caída en 20 años, un 11,7%, después de revelar que volverá a ajustar a la baja el valor de las coberturas vendidas para proteger CDO ligados al mercado de la vivienda de EE UU. Además, la entidad ha admitido a la Securities and Exchange Commission (SEC) que su auditor, PricewaterhouseCoopers (PwC), ha concluido que hay "debilidades materiales en los controles internos" relativos a la valoración de las coberturas swap de su cartera.
El hecho de que el auditor dude sobre la contabilidad de sus derivados cuestiona las declaraciones de los responsables de la compañía que aseguraban que el impacto de la crisis subprime en sus cuentas había sido muy pequeño. AIG había dicho que su cartera de coberturas de crédito había reducido su valor un máximo de 1.150 millones entre octubre y noviembre. Sin embargo, ayer, y en el mismo documento en el que informaba a la SEC de las opiniones del auditor, revelaba que esta cifra puede alcanzar los 4.880 millones de dólares. En esta comunicación al regulador, la aseguradora explica que las actuales condiciones del mercado le han llevado a adoptar otro método de cálculo. Y añade que cree que en este momento tiene "los procedimientos y controles necesarios para determinar el valor de su cartera en 2007". No obstante, AIG no ha podido determinar aún la caída del valor de todos sus derivados hasta el 31 de diciembre. La entidad espera presentar sus resultados a finales de este mes. En el tercer trimestre, el grupo registró un beneficio de 3.090 millones de dólares, un 27% por debajo del mismo periodo del año pasado. Este significativo retroceso se atribuyó a las pérdidas generadas por la caída del sector inmobiliario en EE UU. Entonces, el ajuste contable a a baja en la cartera de derivados fue de 352 millones de dólares. Las revelaciones de AIG han llevado a Fitch a reconsiderar su calificación crediticia de AA. Las malas noticias llegan cuando apenas se están curando las heridas abiertas por el escándalo contable de 2005 y que le costó el puesto al alma máter de la compañía, Herb Greenberg.
Agências de publicidade preocupadas com custos
Agências controlam mais os custos para recuperar margem
Valor Econômico - 12/02/2008
O aumento da concorrência nos últimos anos e a diversificação dos investimentos dos anunciantes fizeram com que a rentabilidade das agências de publicidade fosse caindo. Há cerca de dez anos, a margem do negócio era entre 10% e 15% maior do que é hoje. Diante do quadro, as agências vêm controlando os custos com maior rigor e tentando aumentar a produtividade de cada funcionário. (...)
O grupo [Totalcom] adota, há um ano e meio, ferramentas de gestão que permitem, inclusive, monitorar a rentabilidade de cada cliente - a receita de uma agência tradicional é proporcional ao que o cliente investe em compra de espaço publicitário. Quando o cliente não é um anunciante intensivo, a receita cai. Mesquita acompanha todos os investimentos feitos pelos clientes e quantas horas trabalhadas pelos funcionários das agências do grupo foram gastas em cada cliente - num sistema parecido ao de consultorias e escritórios de advocacia. (...)
Reservas irresistíveis
Um texto do Washington Post (Bolivia's Irresistible Reserves; Wealthier Neighbors Need Nation's Gas for Economic Growth, Monte Reel, Washington Post Foreign Service, 10/2/2008, A18. O texto pode ser lido neste link) comenta a questão do setor de energia na Bolívia.
Apesar da falta de investimentos e dos problemas com os investidores estrangeiros (incluindo o Brasil), o gás da Bolívia desperta interesse.
Apesar da falta de investimentos e dos problemas com os investidores estrangeiros (incluindo o Brasil), o gás da Bolívia desperta interesse.
The reason is simple: They can't afford not to.
South America's largest countries -- particularly regional powerhouses Brazil and Argentina -- are facing energy crunches and need natural gas to fuel economic growth. That has made them dependent on the poorest country on the continent and has helped Morales salvage a sector that critics believed was on the road to ruin. (...)
When existing contracts were rewritten to comply with that standard, some companies -- such as Brazil's Petroleo Brasileiro, or Petrobras -- initially balked, suspending their investments in the country. Television images of Bolivian soldiers occupying Petrobras installations outraged many in Brazil who believed it an insolent way to thank the country for investments in its much smaller neighbor. But in December, Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva traveled to La Paz and reinstated investments in Bolivia's energy sector.
Um velhor indicador
Quando menos vale mais
Por Angelo Pavini, de São Paulo
Valor Econômico - 08/02/2008
Um dos mais tradicionais instrumentos de avaliação se uma ação está barata ou cara, a relação Preço/Lucro ou P/L, perdeu um pouco de seu brilho nos últimos anos, substituído por outras ferramentas como indicadores de fluxo de caixa, a exemplo do Ebtida ou Lajida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ou do preço de mercado da companhia versus geração de caixa (Enterprise Value/Ebtida). Mas, mais recentemente, no Brasil, o P/L voltou para a mesa dos analistas como um instrumento auxiliar na busca por oportunidades, com uma nova roupagem: não se olha mais o lucro passado para calcular o retorno, mas o lucro projetado.
Basicamente, o índice é a divisão do lucro por ação de uma empresa - ou seja, o lucro dividido pelo número de ações que a companhia possui - pela cotação do papel no mercado. A idéia é avaliar se o papel está barato em relação ao lucro que a empresa apresenta e que vai para o bolso do acionista na forma de dividendos ou ao ser incorporado ao patrimônio da empresa. Assim, se uma empresa tem um lucro de R$ 50 por ação e cada papel é cotado a R$ 100, seu P/L seria 2 vezes (100 dividido por 50). Como o lucro é anual, de maneira simplista, poderia-se inferir que a empresa em dois anos retornaria ao investidor o valor pago pela ação.
Os detratores do P/L lembram, porém, que essa conclusão é perigosa. Uma empresa pode não manter o mesmo nível de lucros, ou pode ter um controlador que se apodera da maior parte do ganho em vez de distribuí-lo como dividendo ou deixá-lo na companhia. Há ainda casos de empresas jovens, que têm um P/L alto porque estão em fase de investimento, dão pouco lucro agora, mas serão muito lucrativas no futuro.
Para testar na prática essa discussão no Brasil, o professor Pierre Lucena, professor de Finanças da Universidade Federal de Pernambuco, fez um estudo sobre o comportamento das ações da Bolsa de Valores de São Paulo nos últimos 13 anos. No estudo, feito em conjunto com os alunos Odilon Saturnino e Joseanny Karla, ele montou dez carteiras divididas por critérios de P/L e analisou o comportamento das ações no período. O resultado foi que as duas carteiras formadas por ações de P/L mais baixos foram as que tiveram o maior retorno, com uma média de 117,1% ao ano.
Foram analisadas cerca de 200 ações por ano, em um universo total de 700 papéis, incluindo as que não foram negociadas em um dos meses. E a carteira foi sendo ajustada, com a entrada e a saída de papéis que saíam do critério de P/L de cada grupo. "Seria com uma carteira de ações ativa, onde o gestor troca o papel com P/L alto por outro mais baixo", diz. Lucena observa, porém, que não há uma uniformidade entre os rendimentos da maioria das carteiras, com exceção das duas últimas, de menor P/L, onde há um ganho maior.
O professor buscou ainda outros motivos para a rentabilidade maior. E separou o estudo por governos, descobrindo que, no governo Lula, o ganho é maior. "No governo Lula, houve um grande número de ofertas iniciais (IPOs, na sigla em inglês) e um forte aumento de liquidez", diz o professor. Essa liquidez maior pode ter favorecido papéis menos líquidos, justamente os que possuíam P/L menor, fazendo o grupo pagar mais. "O estudo mostra também que é uma oportunidade, que foi perdida pelo investidor, pois o mercado se ajustou", diz.
A discussão a seguir foi avaliar se essa teoria ajudaria na gestão de carteiras, explica Lucena. E a conclusão foi de que sim. "O modelo tradicional, de análise fundamentalista e de risco, funciona, mas, levando em conta o P/L, ele aumenta a eficiência". Segundo o professor, "o interessante é que o estudo mostra que P/L deve ser levado em consideração, apesar de os modelos tradicionais de risco não o aceitarem como relevante."
A idéia de que o P/L baixo é sempre um indicador de oportunidades em bolsa é contestada também pelo badalado especialista em investimento Aswath Damodaran em seu livro "Mitos dos Investimentos". "Uma estratégia baseada apenas nos baixos múltiplos Preço/Lucro pode ser perigosa", diz ele em seu livro, que serviu de inspiração para o trabalho de Lucena. Damodaran admite que as evidências do mercado confirmam que as ações com P/L baixo apresentam desempenho maior que as de P/L elevado. Mas quando são incluídos na análise outros dados, a conclusão é que o P/L baixo pode ser também um indicador de risco elevado e taxas futuras de crescimento baixas. Segundo ele, em uma análise envolvendo 115 ações com P/Ls passados, correntes e futuros inferiores a 10 vezes, mais de 60% dos papéis seriam removidos por terem risco acima da média ou crescimento inferior à média.
Damodaran lembra que é preciso analisar a qualidade do lucro, lembrando que muitas empresas americanas usaram truques contábeis para inflar seus ganhos recentemente. Os lucros também podem ser voláteis e o P/L baixo refletiria isso pelo risco maior da empresa, ou ainda que as perspectivas de crescimento da companhia estão esgotados. Damodaran lembra que o P/L varia de acordo com o setor e que há casos de um P/L ser considerado baixo em determinada época e alto em outra, em virtude das perspectivas para a economia como um todo.
Feitas essas considerações, Damodaran considera válido o uso do P/L para a montagem das carteiras, mas aliado a critérios que avaliem o risco dos papéis e o potencial de crescimento das ações.
De qualquer forma, o P/L é usado pela maioria das grandes corretoras no Brasil e no exterior. "Para quem está fora do mercado de ações, vale a pena entrar neste momento, as 'blue chips' caíram bastante e os múltiplos estão bons", afirma Roberto Nishikawa, diretor-geral da Itaú Corretora. E o critério é o P/L pelo lucro projetado para 12 meses, que para o Brasil seria de 11 vezes no início de janeiro. "O Brasil está mais barato que outros emergentes, como a Índia, onde o P/L é de 22 vezes e o da China, que está em 17 vezes."
Novamente Ricardo Viana
11 fevereiro 2008
Adaptação
A palavra "adaptação" é muito conhecida de todos nós. Um texto de 1978, “Lottery winners and accident victims: Is happiness relative?”, de Brickman et al, mostrou que pessoas paraplégicas não são menos felizes de outros grupos. Agora, quatro autores (Andrew Clark, Ed Diener, Yannis Georgellis e Richard Lucas) fizeram uma pesquisa observando seis eventos na vida de uma indivíduo, como o casamento. O interessante é que os autores fizeram uma espécie de série histórica, mostrando como as pessoas evoluíram em termos de satisfação. Observe o gráfico abaixo mostrando a satisfação do homem antes e depois do desemprego e do casamento (nesta ordem).
O gráfico seguinte mostra a situação do divórcio e casamento para uma mulher.
Observe que em ambos os casos, o nível de felicidade com o casamento (segundo gráfico) aumenta para depois voltar ao normal.
O gráfico seguinte mostra a situação do divórcio e casamento para uma mulher.
Observe que em ambos os casos, o nível de felicidade com o casamento (segundo gráfico) aumenta para depois voltar ao normal.
Cartões corporativos numa empresa
Empresas privadas têm controle rigoroso
O Globo - 9/2/2008
Funcionários têm de comprovar gastos e podem ser punidos se usarem cartões indevidamente
Nice de Paula*
O uso de cartões de crédito corporativos é comum nas grandes empresas, mas há regras e controle rigoroso dos gastos. A primeira regra, segundo o executivo de uma grande companhia de energia, é que o funcionário não pode usar o cartão para saque de dinheiro.
— O empregado recebe a senha do cartão, mas não pode usar para sacar em caixa automático — conta o executivo, que também já teve cartões em empresas de outras áreas e preferiu não se identificar.
Segundo ele, sua empresa atual não permite o uso do cartão em postos de gasolina. O objetivo principal é o uso como verba de representação: por exemplo, para almoço ou jantar com algum convidado. Além da cópia da boleta do cartão, é preciso entregar cópia da nota fiscal do estabelecimento onde foi feita a despesa e uma justificativa para o gasto.
Os valores disponíveis variam de acordo com a empresa e o cargo do executivo, mas a maioria impõe um limite mensal de gastos para o cartão. Numa empresa de telefonia, os limites do cartão corporativo variam de R$5 mil a R$20 mil nos níveis de gerente e diretoria, e há cartões sem limites para alguns executivos. Numa multinacional do setor químico, o cartão é dado a funcionários dos mais variados cargos e não apenas a diretores ou gerentes que possuem o benefício.
— Depende muito da função. Se ele faz muito serviço externo, tem gastos com almoços e transporte, terá um cartão — diz um executivo.
“O gasto tem que ser compatível com a função que a pessoa ocupa”
O principal na multinacional é a fiscalização. Para cada gasto, o funcionário tem que apresentar os recibos com nota fiscal. Os documentos são entregues, com uma justificativa formal, a seu superior, que o analisa e decide se aprova. Em seguida, os recibos são enviados para o setor de contabilidade, que faz nova verificação.
— O gasto tem que ser compatível com a função que a pessoa ocupa. Não faz sentido um funcionário de um setor técnico de manutenção pagar almoço para cliente. Já alguém que trabalha em atendimento certamente terá este tipo de gasto — explica um funcionário, que tem o cartão e também preferiu não se identificar.
Na empresa dele, até gastos com presentes para clientes são permitidos, desde que justificados. O funcionário de relações públicas pode comprar vários brindes para clientes. Mas há um orçamento que deve ser cumprido, com limite de gastos para cada setor. A cada quatro meses, uma auditoria externa analisa as despesas.
— Como temos ações negociadas em várias bolsas, qualquer deslize pode virar um escândalo e mexer com os papéis no mercado. A política de gastos do cartão corporativo está disponível na intranet e todos os funcionários, até aqueles que não têm o benefício, podem consultá-la — diz o executivo.
No caso de viagens, algumas empresas dão ao funcionário a opção de pegar a verba de adiantamento ou usar o cartão, e vetam o uso simultâneo dos dois, exceto em caso de emergências. O executivo da empresa de energia conta que, por uma falha da agência de viagens, sua reserva de vôo não foi confirmada. Como ele precisava ir uma reunião, comprou a passagem com o cartão e depois justificou o gasto na empresa, anexando carta da agência assumindo a falha.
Junto com o cartão corporativo, os funcionários de empresas privadas recebem as normas de utilização e as punições para descumprimento das regras. A mais básica delas é a obrigação de ressarcir a empresa em caso de gastos indevidos. Em geral, na primeira ocorrência de uso indevido do cartão, além de devolver o dinheiro, o funcionário recebe uma advertência e uma nova cópia das regras. A partir da segunda vez, as punições ficam mais graves, indo da perda do cartão corporativo até a demissão.
* Do O Globo Online
Controle e Cartões Corporativos
A questão dos cartões corporativos é interessante como um ponto de partida para discutir sobre CONTROLE em diferentes situações.
Este parece ser um caso onde o instrumento é interessante, mas que foi mal usado. Uma entrevista na Folha de S. Paulo ("No exterior, regras claras inibem abuso com cartões", 11/2/2008) com Marcos Fernandes Gonçalves (por Fernando Barros de Mello) mostra que o instrumento cartão corporativo é bom por facilitar os pagamentos menores. Gonçalves chega a afirmar que
Já o jornal O Globo (Nas contas tipo B, controle era pequeno, 10/2/2008) mostra que o problema estava em alguns tipos de contas, onde o controle é mínimo.
Já o Ministro Hage (GASTOS SEM CONTROLE: Ministro diz que transparência e controle aumentaram, O Globo, 10/2/2008, Chico de Gois, Luiza Damé e Gustavo Paul), os abusos não significam que o cartão seja ruim:
Este parece ser um caso onde o instrumento é interessante, mas que foi mal usado. Uma entrevista na Folha de S. Paulo ("No exterior, regras claras inibem abuso com cartões", 11/2/2008) com Marcos Fernandes Gonçalves (por Fernando Barros de Mello) mostra que o instrumento cartão corporativo é bom por facilitar os pagamentos menores. Gonçalves chega a afirmar que
O cartão corporativo não é culpado pela fraude, ele é a solução para combater esse tipo de corrupção, porque gera automaticamente a transparência e acaba com essa história de nota, recibo etc. Todo mundo sabe que é fácil pegar, por exemplo, um recibo superfaturado em um táxi, uma prática imoral. Se é cartão de crédito, aparece onde gastou e o valor exato. Ao surgir uma conta estranha, fiscaliza-se. Não por acaso, o escândalo só veio à tona porque os gastos ficaram registrados. Mostrou a importância de um instrumento como o Portal da Transparência. Mas há confusão sobre o que é um escândalo e o que não é.
Já o jornal O Globo (Nas contas tipo B, controle era pequeno, 10/2/2008) mostra que o problema estava em alguns tipos de contas, onde o controle é mínimo.
O principal é que se estabeleça regras mais rígidas de controle. É o que pensa o professor José Marias Pereira, especialista em administração pública da Universidade de Brasília (UnB):
— O que se constatou com os cartões é que a falta de controle e a frágil auditoria levaram de maneira natural aos abusos. O cartão é um cheque em branco na mão do funcionário.
Já o Ministro Hage (GASTOS SEM CONTROLE: Ministro diz que transparência e controle aumentaram, O Globo, 10/2/2008, Chico de Gois, Luiza Damé e Gustavo Paul), os abusos não significam que o cartão seja ruim:
Uma servidora da Presidência gastou R$40 na Feira do Paraguai, de produtos falsificados. Ficou muito fácil utilizar o cartão?
HAGE: De forma alguma. Essa mesmíssima facilidade sempre existiu, porque é suprimento de fundos. Era muito pior porque não ficavam sabendo, pois era retirado em dinheiro e depositado numa conta em nome do funcionário, que emitia cheques, sacava em dinheiro e ia comprar na Feira do Paraguai. Nunca ficaram sabendo nem bateram nos governos anteriores, porque nenhum lhes deu a oportunidade de mostrar isso na internet.
Regra contábil e IPO
O The Wall Street Journal de 11/2/2008 (Why Foreign Firms May Stay Overseas --- Experts Have Doubts If Accounting Shift Will Lure More IPOs, Lynn Cowan, c6) afirma que a mudança na exigência contábil de utilização obrigatória do US GAAP para ter ações negociadas nos Estados Unidos pode ser importante para aumentar o número de novas empresas abertas, mas talvez não seja suficiente.
Clique aqui também.
"It can reduce time to market and clearly reduces the costs of obtaining and maintaining a listing, but standing alone, the GAAP reconciliation requirement probably does not drive the decision not to access the U.S. public market," says Mr. Goodman, who works with foreign companies considering listings in the U.S. "I think foreign companies still have the perception that the U.S. has a more stringent and expensive regulatory regime, including as a result of Sarbanes-Oxley, and that the U.S. is a more litigious environment."
The U.S., once considered a central hub for stock listings globally, has seen a decline in its world-wide share of new foreign listings in recent years. Some have laid most of the blame for the downturn on Sarbanes-Oxley rules, which require companies to add procedures to catch financial misstatements and fraud, and make executives more accountable for fraud that does occur.
But others say it isn't just a negative perception of regulations in the U.S. that is keeping foreign listings away; there are also changes abroad, including increased liquidity in markets from Hong Kong to Brazil that have led to fewer international listings in the U.S. (...)
Clique aqui também.
Deu no NYT
O New York Times (10/02/2008, Brazil Is Site Of New Resort By Beckham, por Hilary Howard) informa que o jogador David Beckham está construindo um resort de luxo em Cabo São Roque, perto de Natal. O resort seria um centro de treinamento com oito campos de futebol e estádio para 10 mil pessoas. O resort terá 3 hoteis, 1350 residências, spa e outras facilidades. Espera-se abrir em 2010.
10 fevereiro 2008
09 fevereiro 2008
O Verde é Moda
Segundo o sítio CJR, dedicado a cobrir o que a imprensa está fazendo, o "verde" está na moda. Nunca, como agora, a imprensa falou tanto em sustentabilidade e meio-ambiente. Mas será que este interesse é de longo prazo?, pergunta Russ Juskalian. As histórias sobre o assunto continuarão mantendo a atenção do público? Aparentemente sim.
Um outro aspecto interessante mostrado por Juskalian é o fato de que o próprio presidente Bush, pouco amigável ao meio-ambiente, aumentou o orçamento para área. Uma boa notícia. Leia aqui
Um outro aspecto interessante mostrado por Juskalian é o fato de que o próprio presidente Bush, pouco amigável ao meio-ambiente, aumentou o orçamento para área. Uma boa notícia. Leia aqui
08 fevereiro 2008
Auditando o Caixa
Um texto (Corporate Auditors Focusing on Cash and Securities) publicado no NT Times (aqui) de 8 de fevereiro de 2008 e no International Herald Tribune (aqui) mostra que as empresas de auditoria estão se preocupando com o caixa.
Segundo Floyd Norris, os auditores estão gastando mais tempo do que nunca para o mais "mundano e facilmente verificável ativo de qualquer balanço patrimonial de uma empresa: caixa e aplicações financeiras"
Esta verificação não diz respeito a somente constatar o que uma empresa possui na sua conta corrente. Os auditores precisam também verificar o valor de mercado de ativos financeiros. Os problemas são maiores quando o ativo não possui liquidez suficiente, o que termina por exigir julgamentos subjetivos na avaliação.
O assunto tornou-se mais problemático com a baixa contábil de créditos de qualidade duvidosa. Isto ocorreu, por exemplo, na Bristol-Myers Squibb, empresa farmacêutica, que registrou 275 milhões de dólares de baixa. Para complicar, o número de empresas com problemas aumentou.
Segundo Floyd Norris, os auditores estão gastando mais tempo do que nunca para o mais "mundano e facilmente verificável ativo de qualquer balanço patrimonial de uma empresa: caixa e aplicações financeiras"
Esta verificação não diz respeito a somente constatar o que uma empresa possui na sua conta corrente. Os auditores precisam também verificar o valor de mercado de ativos financeiros. Os problemas são maiores quando o ativo não possui liquidez suficiente, o que termina por exigir julgamentos subjetivos na avaliação.
O assunto tornou-se mais problemático com a baixa contábil de créditos de qualidade duvidosa. Isto ocorreu, por exemplo, na Bristol-Myers Squibb, empresa farmacêutica, que registrou 275 milhões de dólares de baixa. Para complicar, o número de empresas com problemas aumentou.
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