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14 janeiro 2008

Por que a administração ignora as escolas de administração

Os três candidatos democratas para presidência dos Estados Unidos em campanha nas primárias são advogados. Mesmos os cônjuges de Barack Obama, Hillary Clinton e John Edwards são advogados. Mike Huckabee e John McCain não são advogados, mas Rudy Giuliani e Fred Thompson são. Esta é uma corrida para o CEO dos Estados Unidos, não para seu conselho geral. Existi um graduado em administração entre os candidatos? Mitt Romney - e ele fez direito junto com o seu MBA em Harvard.

Escolas de administração deveriam pensar sobre advogados. Primeiro, eles parecem mandar nos EUA. Dos 43 presidentes dos EUA, 25 foram advogados. Somente um tem um MBA (o atual, mas talvez seja melhor não falar sobre isto).

Segundo, escola de direito parece ter uma influencia sobre sua profissão que as escolas de administração não possuem. Quando um escola de direito publica um periódico, advogados os lêem. Quando escolas de direito fazem seminários, advogados vão.
Executivos, por outro lado, prestam pouca atenção no que as escolas de administração fazem ou dizem. Em 1993, Donald Hambrick, então presidente da Academy of Management, descreveu a academia de administração numa conferência como um "incestuoso ciclo fechado", em que os professores vão para "falar um com os outros". Muito pouco mudou.
Na atual edição da The Academy of Management Journal, Rita Gunther McGrath da Escola de Administração de Columbia diz: "Muito dos que nós publicamos sequer é citado por outros acadêmicos.
Não é somente as escolas de direito que tem um grande impacto na sua profissão. Escolas de medicina e engenharia também."

Por MICHAEL SKAPINKER Financial Times - 8/1/2008 -Asia Ed1 -Page 11

Quais as razões para isto? Skapinker lista as seguintes possibilidades:

a) Para progredir na carreira acadêmica é necessário a publicação em periódicos de prestígio. E nestas publicações, a legibilidade do artigo não é um aspecto importante

b) Alguns artigos são adornados com tabelas, estatísticas e jargões, o que faz com que o autor pareça um "acadêmico"

c) Dentro do mundo dos negócios, as escolas de administração sofrem de um complexo de inferioridade

Aqui também

Projeção

Na construção de uma estrutura de avaliação, uma das etapas mais sensíveis é a projeção do resultado futuro da empresa. O analista precisa determina como o futuro irá afetar os resultados e, conseqüentemente, o valor da empresa.

Existem diversas formas de fazer a projeção. O uso de métodos quantitativos confere a projeção uma certa cientificidade ao resultado, mas isto não garante, de certo modo, que o valor encontrado seja próximo ao valor que será realizado.

Desde a publicação de certos trabalhos ressaltando a qualidade do "mercado", tem-se buscado o uso de técnicas que poderiam substituir a opinião (ou a "sabedoria") da massa.

Existem bons e maus resultados com o uso desta técnica. Recentemente uma pesquisa foi realizada com dados dos funcionários da Google. Esta empresa está usando a "opinião" de empregados, através de contratos de compra e venda referente ao desempenho de um produto da empresa. O resultado deste encontro entre comprador e vendedor reproduziria o mercado de opiniões sobre determinado produto.

Dois pesquisadores tiveram acesso a estas informações e encontraram algumas conclusões interessantes:

=> os mercados são bons na projeção de quantos usuários o sistema de e-mail a empresa teria ao final de cada período
=> os empregados tendem ao otimismo quanto a esta informação
=> quando as ações da empresa no mercado de capitais estão em alta, os empregados são mais otimistas
=> A existência de afinidade/vínculo entre as pessoas termina por influenciar a projeção.

Fonte: Aqui e aqui

A questão é que o uso do mercado para previsão depende de certas características (diversidade, agregação e incentivos) que nem sempre estão presentes no que queremos medir. Recentemente, o uso do "mercado" sofreu uma derrota na previsão eleitoral dos Estados Unidos. Nesta situação, duas das condições não foram observadas, o que torna difícil afirmar que esta não é uma boa técnica tendo em vista este revés.

13 janeiro 2008

Anpcont

Instruções sobre elaboração de resumos e de trabalhos para o II Congresso ANPCONT já se encontram no sítio www.furb.br/congressoanpcont

Palavreado difícil

Um problema com o banco BCP e sua auditoria externa, a KPMG, produziu um texto interessante da Agência Lusa (BCP: KPMG garante que informou sempre autoridades dos resultados das auditorias, 12/01/2008). Este banco está sendo investigado em Portugal por suspeitas de ter financiado sociedades de paraísos fiscais para comprarem ações do próprio BCP durante o aumento de capital em 1999. As críticas sobre a KPMG provocou uma reação da empresa de auditoria, que escreveu um comunicado

A KPMG acrescenta que se encontra "submetida a estritos deveres legais e deontológicos que a impedem de comentar ou revelar quaisquer factos de que tenha tomado conhecimento no exercício da sua actividade", mas garante que, "no momento oportuno e quando se encontrarem reunidas as condições legalmente requeridas para esse efeito, a KPMG não deixará de defender o seu bom-nome por todas as vias que considere adequadas".

11 janeiro 2008

Rir é o melhor remédio


Propaganda machista

Acabou a conta "Lucros Acumulados"

Observe o que diz o artigo da nova lei contábil:

"d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados."

Onde está a conta "Lucros ou Prejuízos Acumulados"?

Verifique aqui e aqui

Links

1. Mercado em todo lugar: lentes de contato da Hello Kitty
2. Ensinando economia através da música. Uma boa idéia para fazer o mesmo com a contabilidade, não?
3. Ainda sobre a Sanyo e outras empresas que refizeram as demonstrações
4. Medo de perder e vontade de ganhar

As multinacionais dos emergentes


A The Economist da semana traz duas reportagens sobre as multinacionais dos países emergentes (The Challengers). O texto procura entender a razão da expansão destas empresas, usando diversos exemplos conhecidos: Tata, Cemex, Mittal e também empresas brasileiras.

O texto lembra o caso da Embraer que "tornou-se a terceira maior empresa fabricante de aviões do mundo, com especialização em jatos regionais. Metade das vendas da Sadia e Perdigão, duas empresas brasileiras de alimentos, o que equivale a cerca de 6 bilhões de dólares, são exportações."

Para explicar este fato, a The Economist usa a consultoria BCG.

"Seus mercados domésticos oferecem diversas vantagens. O crescimento rápido dá as empresas escala e poupa dinheiro para investir no estrangeiro. Os custos são baixos. As dificuldades de operar em um mercado emergente pode tornar os gestores adaptáveis e flexíveis. Finalmente, liberalização gradual dos seus mercados domésticos - como ocorreu na Índia desde o início da década de 1990, deixou-lhes expostas à concorrência das multinacionais. A ameaça à sua posição dominante doméstica tem incentivado seus gestores em aprimorar suas habilidades, tendo-os expostos às melhores práticas internacionais e impulsionando a buscar o crescimento no exterior para compensar a quota de mercado perdida em casa."

Segundo a BCG são cinco estratégias usadas pelas empresas emergentes.

1) Tornar uma marca local em global - o texto cita o caso da empresa chinesa Hisense
2) Transformar a engenharia local em excelência em termos de inovação global. O caso citado é o da Embraer:

"Apoiada pelo governo brasileiro e mais tarde, em grande parte, privatizada, a Embraer ultrapassou da canadense Bombardier e tornou-se líder mundial de fabricação de jatos regionais. (...) Em 2006, mais de 95% dos R$3,8 bilhões de vendas ocorreram fora do Brasil. É um dos maiores exportadores do Brasil, combinando baixo custo de fabricação com P&D avançada. Além disso, a Embraer possui uma joint venture com a China Aviation Industry Corporation II. "

3) Tornar-se líder numa estreita categoria de produto
4) Tirar partido dos recursos naturais domésticos - O exemplo são as brasileiras Sadia e Perdigão


Elas têm construído vendas em todo o mundo para tirar o máximo proveito dos abundantes recursos para a produção de suínos, aves e grãos no Brasil, complementado pela crescente condições ideais e baixos custos trabalhistas. Outra empresa brasileira, Vale, tem explorado as enormes e baratas fontes de minério de ferro para se tornar um dos principais fornecedores do mundo.

5) Novo modelo de negócios - é o caso da Cemex

Em outro texto (aqui) a revista chama a atenção para o fato de que a teoria econômica não considera a possibilidade de países pobres exportarem capital para países desenvolvidos.

P.S. O Rio de Janeiro possui 100 mulheres para cada 86,4 machos. Esta desproporção pode ter várias explicações. A violência seria uma delas? Esta questão intrigante é objeto de artigo na The Economist

SEC descarta morte rápida do US GAAP

O chairman Christopher Cox afirmou que apoia a existência de um conjunto de normas contábeis globais. Mas também afirmou que o US GAAP não irá morrer rapidamente. Isto talvez afaste uma projeção dos Estados Unidos adotarem a IFRS em três a cinco anos. Isto tranqüiliza alguns especialistas que acham que as normas internacionais são inferiores as normas norte-americanas (e provavelmente são).

Fusões e Aquisições



Os laudos de processos de fusões e aquisições no ano de 2007 foi novamente dominado pelas instituições financeiras norte-americanas, conforme pode ser visualizado na figura. Pelo número de o destaque ficou para Citigroup, Goldman Sachs, UBS e Rotschild. Em valor, os acordos promovidos pela Goldman Sachs chegaram a quase 1,2 trilhões de dólares, seguido pelo Morgan Stanley e o Citigroup.

Fonte: Aqui

Iasb e Fasb juntos


El IASB, el organismo internacional encargado de elaborar las normas contables internacionales aprobó ayer la nueva norma sobre combinaciones de negocios que las empresas que utilicen este tipo de contabilidad deberán aplicar a partir de julio de 2009. Pero la gran novedad es que por primera vez la emisión de esta norma se ha realizado en coordinación con el organismo estadounidense de contabilidad, el FASB, con el objetivo de alcanzar la convergencia entre las normas contables internacionales, las NIC o NIIF y los US Gaap.

Para el socio director responsable de práctica profesional de KPMG, Enrique Asla, el grado de convergencia que se consigue con la publicación de las normas reguladoras de las combinaciones de negocios "es una muestra clara de la voluntad de lograr un lenguaje contable común y de reducir las diferencias que actualmente existen entre las NIIF y los US Gaap". Asla señala que a pesar de que las normas aprobadas no sean completamente idénticas ambos organismos han compartido esfuerzos para lograr un acuerdo no sólo en los conceptos y principios, sino también en la terminología adoptada. El avance hacia la convergencia es uno de los factores que respaldan los cambios propuestos recientemente a las normas de la SEC, que permitirán utilizar las NIIF en los informes financieros presentados por emisores privados extranjeros sin tener que realizar la conciliación a los US Gaap. Pese al avance hacia la convergencia, el presidente de la SEC, Christopher Cox afirmó ayer que la desaparición de la FASB no es "inminente" ya que las normas emitidas por este organismo están "profundamente entroncadas en EE UU". Señaló además que la IASB debe mejorar su buen gobierno antes de que la SEC le otorgue la misma consideración que a la FASB.

La contabilidad de EE UU y la internacional pactan su primera norma
A. Corella Madrid - Cinco Días -11/1/2008

Aqui, uma melhor explicação da nova regra:

(...) One of the most controversial changes has been accounting for acquisition-related costs. Fees paid to investment banks, attorneys and valuation experts will no longer be included in goodwill and have the potential to affect earnings.

Until now, acquisition-related costs paid to third parties have been capitalized as part of the purchase price.

Under the new accounting rules, these fees will be considered an expense as incurred and have to be written off against profits. The move could seriously cut into the profits of companies engaged in major transactions, with bills for advisers sometimes running to hundreds of millions of dollars. Moreover, as deal costs are expensed when they are incurred, the appearance of significant spikes in such expenses could raise questions about potential acquisitions that are still confidential.

Under both regimes, the changes begin taking effect for financials in fiscal 2009.

However, the change is designed to make company financial statement more transparent so investors have a better idea of how funds are parceled out.

Additionally, both sets of standards require that acquirers recognize contingent liabilities (a current obligation that results from a future event, such as a lawsuit settlement) at the acquisition date, and that changes in the value of the liabilities after the acquisition date are recognized in accordance with existing rules governing contingent considerations.

Another change will be in so-called step, or partial, acquisitions. These occur when a company that holds stock in a target company acquires additional shares to take control of the target. Similar to FASB's new merger rules, (FAS 141R) IFRS 3 does not require companies to fair-value every asset and liability at each stage of a step acquisition to calculate goodwill. Instead, goodwill is now measured as the difference (at the acquisition date) between the combined value of the existing holding in the target and the value of shares transferred, and net assets acquired.

But differences between the two sets of rules still remain. While the international standard allows an acquiring company to measure minority interest in a target company either at fair value or at its proportionate share of the target's identifiable net assets, the domestic standard requires minority interests to be measured at fair value.

The two boards also have different definitions of control as it pertains to business combinations. A transaction defined under IFRS as a business combination may not be considered one under FAS. The IASB board expects to address the discrepancy sometime this year.

Another difference the IASB will take on this year is the definition of fair value. IFRS 3 bases fair value on the exchange value of an asset or liability, while U.S. GAAP defines fair value as an exit value. In addition, there is a split between the two boards regarding the threshold for recognizing contingent liabilities. IFRS 3 requires recognition of a liability if it can be reliably measured, while FAS 141R requires management to be more than 51% sure that the contingency is likely. (...)
Merger accounting standards converge - Donna Block - The Deal

10 janeiro 2008

Rir é o melhor remédio


A diferença entre querer e necessitar, segundo a New Yorker

Propagandas do passado





Fonte: Aqui

Links

1. Os melhores e piores comerciais de 2007 nos Estados Unidos e aqui em português
2. Cinco marcas famosas que ajudaram Hitler
3. Carreiras de futuro (e não tem o contador)
4. Abordagem econômica para os problemas diários

Nova lei

Um artigo publicado hoje na Gazeta sobre a nova Lei. É um interessante resumo das mudanças

As implicações da nova lei contábil
Gazeta Mercantil - 10/1/2007

10 de Janeiro de 2008 - Depois de uma longa tramitação no Congresso, foi sancionada pelo presidente da República, em 28 de dezembro, a Lei 11.638, que altera a Lei das Sociedades por Ações em pontos importantes. As mudanças trazidas representam um importante avanço institucional, contribuindo para aumentar o grau de transparência das demonstrações financeiras e, assim, oferecer maior segurança ao investidor.

A Lei coloca como meta a harmonização das normas e práticas contábeis brasileiras às internacionais, com o objetivo não apenas de colocar o Brasil nos trilhos dessa tendência global, mas também de facilitar o acesso das empresas nacionais aos mercados externos e atrair capitais estrangeiros ao País. Outra preocupação fundamental foi a de segregar os princípios contábeis em relação às normas tributárias e legislações específicas; o atendimento dessas normas não eximirá a companhia de apresentar demonstrações financeiras de acordo com as normas aplicáveis às demais empresas.

Adota-se a Demonstração dos Fluxos de Caixa em substituição ao Demonstrativo de Origens e Aplicações de Recursos, aumentando consideravelmente a visibilidade dos fluxos financeiros das companhias. Muitas empresas, voluntariamente, por demanda de mercado, já vêm apresentando demonstrações de fluxos de caixa. A institucionalização, no entanto, vai forçar uma padronização, em benefício dos usuários das demonstrações financeiras.

Dentro do elenco de dispositivos para adequar a legislação brasileira às práticas internacionais, destacam-se algumas outras medidas: (i) a criação da conta "ajustes de avaliação patrimonial", no patrimônio líquido, para incorporar as avaliações a valor de mercado dos instrumentos financeiros; (ii) a obrigatoriedade de realização de avaliações periódicas dos ativos permanentes, a fim de verificar a efetiva possibilidade de recuperação dos valores neles aplicados, assim como para ajustar os critérios para cálculo da depreciação; e (iii) o registro no resultado de doações e subvenções governamentais para investimento.

Nas contas de ativo, propõe-se a criação do grupo denominado intangível: bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia, inclusive o fundo de comércio adquirido. As novas disposições privilegiam a avaliação de ativos pelo valor recuperável, pelo valor de mercado ou pelo valor presente. Dentro dessa perspectiva, a Lei traz também as seguintes medidas: (i) a contabilização a valor de mercado dos ativos e passivos originados em operações de fusão, cisão ou compra do controle acionário; (ii) o ajuste a valor presente dos ativos de longo prazo e de exigíveis de longo prazo.

Algumas exigências aumentam a transparência das demonstrações financeiras, como a contabilização no resultado, como despesa, de remunerações a funcionários realizadas na forma de ações, debêntures, etc.; e a obrigatoriedade da apresentação da Demonstração de Valor Adicionado.

Algo a se lamentar foi a exclusão, durante a passagem do texto pela Câmara dos Deputados, de uma proposta que obrigaria empresas de grande porte (ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões), ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações, a publicar demonstrações financeiras. Permaneceu apenas a exigência de elaboração de demonstrações financeiras, que deverão sofrer auditoria independente, por auditor registrado na CVM, nos moldes das companhias abertas.

Inovadoramente, a Lei prevê que a CVM, o Banco Central e demais órgãos e agências reguladoras poderão celebrar convênio com entidade que tenha por objeto o estudo e a divulgação de princípios, normas e padrões de contabilidade e auditoria, podendo adotar suas orientações técnicas. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que já vem atuando, preenche essa finalidade. Idealizado a partir da união de esforços e comunhão de objetivos de entidades representativas de elaboradores e usuários de demonstrações financeiras, O CPC conta com o apoio dos órgãos reguladores.

A Deliberação 520/07 permite que a CVM coloque em audiência pública conjunta com o CPC as minutas de pronunciamentos técnicos por ele emitidas, podendo aceitar e referendar em ato próprio, no todo ou em parte, os pronunciamentos emitidos pelo CPC.

A aprovação da Lei 11.638 é muito bem-vinda. Embora ainda não traga todas as modificações desejáveis à nossa legislação societária, representa um inegável passo à frente no processo de seu aperfeiçoamento, sendo, assim, importante fator de fortalecimento e de estímulo a nosso mercado de capitais.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Reginaldo Alexandre)

Mais evidenciação

Segundo o Financial Times (Companies could be forced to reveal off-balance sheet vehicles, Jennifer Hughes, 9/1/2008, Europe Ed1, Page 17) o Iasb estuda a possibilidade de exigir das empresas um balanço patrimonial paralelo (a "parallel" balance sheet) para explicar melhor os instrumentos "fora de balanço". Os itens "fora de balanço" são alternativas que entidades encontram e que terminam por não revelar os seus riscos

Recentemente algumas instituições financeiras (Citigroup e HSBC) tiveram problemas com estes itens.


Some have suggested a form of parallel balance sheet on which entities such as SIVs could be explained in greater detail and the numbers would reconcile directly with those on the main balance sheet. This would mainly affect financial institutions.

Some details of off-balance sheet holdings are disclosed in footnotes to the accounts, but these are scattered throughout long reports and in many cases do not clearly match the actual balance sheet numbers, according to experts. The issue is due to be discussed by the board in the coming months and the full proposals have not yet been drafted. The parallel balance sheet is one possible option.

"At this stage, we're not trying to zero down to an answer. We'll be discussing this with a large number of interested parties," said Sir David Tweedie, head of the IASB. "What we're trying to do is simplify the accounting so banks can say, 'if it all blows up, this is what we face, but here are the reasons it won't'. That way, people have the information."

Auditors are conducting year-end audits of many of the biggest banks and have warned they will be paying particular attention to off-balance sheet activity and fair-value accounting - the practice by which banks mark their assets to current market prices.

Agreeing fair values has been made tougher this year by the complexity of the instruments and the drying-up of markets.

O outro lado da conciliação

A União Européia anunciou que as empresas estrangeiras que fazem negócios na comunidade de países não necessitarão de fazer a conciliação com o padrão europeu (ou seja, do Iasb), sob certas condições.

Recentemente os Estados Unidos tomou uma medida similar quanto ao IFRS. Clique aqui

Violinos como investimento

Kathryn Graddy e Philip Margolis pesquisaram se um violino Stradivarius é um bom investimento.

Apesar não ser um ativo com mercado regular, a raridade do produto e sua qualidade tornam possível fazer um acompanhamento do mercado e verificar o retorno de investir no ativo. Analisando os preços praticados entre 1850 a 2006 os pesquisadores encontraram um retorno médio de 3,3% ao ano.

Este valor é menor que retornos de outros investimentos, inclusive em arte. E este retorno não inclui as comissões, que são mais elevadas. Seria então ruim investir em violinos? Para os autores não necessariamente. A teoria de Markowitz explica um pouco esta contradição: a correlação é inversa em relação a alguns investimentos. Isto significa que o violino pode ser interessante para diversificar investimento.

Observe que mesmo sendo um ativo, potencialmente sujeito a depreciação, a qualidade do produto impede que a contabilidade reconheça o "desgate ou obsolescência".

Direito Canônico e Contabiidade

Uma notícia interessante da Espanha sobre a questão de evidenciação numa universidade católica da Espanha. O bispado solicitou que uma pessoa informasse a contabilidade, que não atendeu. A Igreja abriu um processo canônico.

El Derecho Canónico podría decidir otra controversia sobre las cuentas de la UCAM
La Verdad - 10/1/2008

Las cuentas de la Universidad Católica se han convertido en otra controversia, en paralelo, entre el obispo de la Diócesis de Cartagena y el presidente de la Fundación San Antonio. Hasta tal punto de que se podría iniciar un proceso canónico para respaldar la pretensión del Obispado de que José Luis Mendoza le informe sobre la contabilidad de la institución académica, cuya gestión está encomendada a la Fundación. Este último no atendió el primer requerimiento de monseñor Reig Plà para entregarle las cuentas, argumentando que la Diócesis está informada puntualmente cada año de la gestión económica a través de la memoria de la Universidad Católica. José Luis Mendoza señaló ayer, al ser preguntado por La Verdad, que no tenía conocimiento de que se hubiera abierto un proceso canónico sobre este asunto, sobre el que no quiso pronunciarse. Apuntó que «las relaciones con el Obispado son cordiales».

Un proceso canónico se abre en el seno de la Iglesia para dirimir cuestiones totalmente internas, que no tienen trascendencia civil. Es una figura recogida dentro del Derecho Procesal Canónico que tiene como objetivo resolver una duda. Los miembros del tribunal constituido al efecto tienen como finalidad adecuarse a la verdad objetiva. El proceso termina con una sentencia. La mayoría de casos que se dirimen están referidos a las nulidades matrimoniales. Ayer no fue posible conocer la opinión de la Diócesis al respecto. Otras fuentes conocedoras del caso apuntaron que dicho proceso se había iniciado a instancias del Obispado.