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31 janeiro 2019

Comprando na Internet

Usando dados da Heap, uma empresa de infra-estrutura de negócios on-line, o site Priceonomics descobriu que apesar da popularidade dos smartphones, a maioria das pessoas ainda usa o desktop para fazer suas compras. Usando dados de um ano, entre outubro de 2017 a setembro de 2018, o resultado mostra que 56% das vendas ocorre via desktop; com telefone móvel o volume das vendas é de 36%. Mas parece existir uma tendência de crescimento na utilização dos celulares. O tablet tem pouca participação, com tendência de queda.

Já em termos dos sistemas operacionais, há um predomínio do iOS e Mac. Juntos, as plataformas da Apple geram 63% das vendas do comércio eletrônico.

Big Brother Chinês

Se o Big Brother existe, ele está localizado na China.

Uma reportagem da Quartz informa que todos os carros elétricos do país entregam dados para o governo (vide imagem acima). Há um convênio entre o governo e as empresas fabricantes, onde estas fornecem os dados.

Em geral os carros elétricos são conectados à internet e encaminham informações para o fabricante. Isto ocorre em todo o lugar do mundo. Os fabricantes consideram que estas informações são úteis para melhorar o desempenho do automóvel e atualizar o sistema operacional. Na China, estes dados são encaminhados ao governo também.

São 1,4 milhão de automóveis movidos à eletricidade na China, com informação sobre localização, desempenho da bateria e outras dezenas de dados. Para o governo, os dados são para melhorar a segurança pública, fazer o planejamento e coibir fraudes dos fabricantes. Em tempo real.

Quando um consumidor compra um automóvel, ele assina um termo de consentimento para fornecer estes dados.

para as montadoras, fornecer dados de carros elétricos ao governo de partido único da China é apenas mais um custo de fazer negócios no país.

Este tipo de informação reforça a batalha de alguns governos ocidentais contra a Huawei, um fornecedora de hardware, acusada de espionar para o governo chinês.

Petrobras vende Pasadena

A Petrobras anunciou que assinou um contrato de compra e venda do sistema de refino de Pasadena, nos Estados Unidos, com a Chevron. O valor o contrato é de 562 milhões de dólares, sendo 212 milhões referente ao capital de giro. Como o valor deste capital de giro será ajustado pela data de fechamento da transação, o valor pode sofrer alteração.

A conclusão da transação também dependerá da aprovação dos órgãos antitruste dos dois países, Brasil e Estados Unidos.

A refinaria de Pasadena tornou-se um símbolo da corrupção na empresa. Há suspeitas que a aquisição, por parte da Petrobrás, envolveu um valor adicional. Na aquisição, a Petrobras pagou 1,3 bilhão. Uma conta simplória indica um prejuízo de 738 milhões de dólares, ou 1300 - 562. Em dezembro de 2014, a CGU estimou um superfaturamento de 659 milhões.

No comunicado da empresa não foi informado a existência (ou não) de efeito contábil da venda. Nos relatórios anuais anteriores também não existia nenhuma avaliação da refinaria em separado.

Odontologia proíbe registro de alunos do curso a distância

Foi publicada hoje a Resolução 197/2019 do Conselho Federal de Odontologia. Esta resolução, no seu artigo 1o, tem a seguinte redação:

Art. 1º. Proibir a inscrição e o registro de alunos egressos de cursos de odontologia, integralmente realizados na modalidade de ensino à distância - EAD, ficando esses impedidos de exercerem a profissão de cirurgião-dentista em todo o território nacional.

Como isto interessa a nossa área? No passado o Conselho Federal de Contabilidade tentou interferir na educação/ensino de graduação. O pressão era para só poderia ministrar aula quem fosse contador. O CFC mandava correspondência as universidades/faculdade.

Com o advento dos cursos com ensino à distância, a justificativa é a qualidade do profissional formado. Mas isto é competência do MEC, não de um órgão de classe.

Considerando a expansão das autorizações para realização de cursos de graduação com conteúdos na modalidade de ensino à distância, colocando em risco a qualidade da formação dos profissionais de saúde e, principalmente, colocando em risco a qualidade dos serviços ofertados à sociedade; e,


A resolução do CFO é tão estranha que coloca nos considerando a tramitação de projetos contra o EAD:

Considerando, ainda, a tramitação, no Congresso Nacional, de vários projetos distintos contra a oferta de cursos de graduação na modalidade de ensino à distância para formação de profissionais de saúde, com significativa repercussão e preocupação da sociedade

Rir é o melhor remédio

Quando a embalagem te engana:
Mais exemplos aqui

30 janeiro 2019

Custo não é a explicação da comida ruim no avião

Geralmente achamos que a comida ruim das empresas aéreas está associado ao custo. Pior, alguns de nós reclama que paga um preço absurdo na passagem e recebe uma comida tão ruim. Mas existem produtos baratos que são deliciosos. Na verdade, conforme o vídeo abaixo, a comida de um avião é ruim por dois motivos: (a) baixa umidade, que afeta nossa capacidade de saborear uma comida; (b) o ruído do avião, que também influencia no sabor. O vídeo mostra como evoluiu a questão da comida na aviação. No passado, era comum ter vinho e outras regalias. Via aqui

Estudo de Caso: Xisto e o Ponto de Equilíbrio

No capítulo 13 do livro Curso Prático de Contabilidade, nós mostramos conceitos relevantes da contabilidade gerencial. A partir da observação dos custos, uma empresa pode analisar a viabilidade do seu negócio. Classificando os custos em variáveis e fixos, em conjunto com o preço de venda, é possível fazer a análise custo-volume-lucro. Mostramos, ainda nesse capítulo, o conceito de ponto de equilíbrio, que mostra qual a quantidade que uma empresa deve produzir e vender para obter lucro.

Uma utilização da contabilidade gerencial que não comentamos no livro é tentar convencer alguém que o negócio é rentável. Assim, ao informar o ponto de equilíbrio, a empresa estará dizendo que é possível atuar em um setor, produzir um produto ou se manter no mercado. É como se dissesse: “veja, o ponto de equilíbrio é x e a nossa empresa consegue obtê-lo facilmente”.

O ponto de equilíbrio também pode ser usado em uma outra situação: para comparar produtos ou insumos diferentes. Se eu tenho um carro flex, que aceita álcool ou gasolina como combustível, eu posso calcular uma espécie de ponto de equilíbrio. A partir de um determinado preço, é vantajoso optar pela gasolina, por exemplo.

Outra aplicação do ponto de equilíbrio é determinar a partir de que preço é interessante para uma empresa produzir e vender um produto. Continuemos no exemplo do petróleo. Este combustível é a principal fonte de energia de muitos países e para muitas aplicações. Se o preço do petróleo está muito baixo, passa a ser interessante usar o petróleo e não a energia solar, por exemplo. Quando o preço do petróleo aumenta, as alternativas a este combustível se tornam mais interessantes. Observe que toda essa análise baseia-se no conceito de ponto de equilíbrio, só que aplicado a uma situação de produtos substitutos.

Nos Estados Unidos existe um grande número de empresas de extração de xisto. Este produto possui um custo de produção. Quando o preço do petróleo cai, torna-se menos lucrativo para estas empresas extrair o xisto, em razão da redução do preço no mercado para a energia obtida por esse produto. Se o preço do petróleo aumenta, o preço obtido com o xisto pode compensar os custos de produção, fazendo com que a empresa tenha lucro.

Pede-se:
a) No exemplo do xisto, o preço apresentado é dado pelo mercado. Ou seja, a empresa não tem controle sobre o mesmo. O que seria o “preço de equilíbrio” do petróleo, a partir do qual seria vantajoso para uma empresa de xisto fabricar energia?

b) Uma avaliação mostrou que algumas empresas que produzem xisto não estão incluindo certas despesas no cálculo do ponto de equilíbrio como despesas gerais, de transporte, do imóvel, entre outras. Isto afeta a viabilidade do empreendimento?

c) Mostre como isto pode ser usado para influenciar uma instituição financeira (usuário externo, conforme o capítulo 1 do livro) na sua decisão de conceder um empréstimo ou na determinação da taxa de juros.

Fonte: aqui

Curso Prático de Contabilidade. Gen. 2a. Edição. César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues. 

A Importância da Reclassificação do Balanço

Um dos aspectos mais relevantes para uma boa análise das demonstrações contábeis é o processo de reclassificação que antecede ao cálculo dos índices e a análise propriamente dita. Existem diversos itens que podem ser objeto de reclassificação, mas aqui talvez a sensibilidade do analista predomine.

Veja o caso da Cielo. A empresa divulgou suas demonstrações contábeis ontem e o balanço patrimonial divulgado foi o seguinte:

Note que a empresa tinha um ativo, em 31/12/2018, de 82 bilhões de reais. Seu passivo era de 72 bilhões. Ou seja, uma análise baseada em um índice tradicional de endividamento indicaria que a empresa estava bastante endividada: 88,5%. Considerando que a empresa gerou um lucro operacional de 4,6 bilhões (somei ao “lucro operacional” antes do IR divulgado a despesa financeira), temos que este grande ativo gerou um lucro somente de 5,6%. Se a análise é feita usando o giro do ativo, temos uma receita anual de 6,45 bilhões e um giro de 0,08, um valor muito baixo.

Toda análise do parágrafo anterior foi realizada sem a reclassificação. E no caso desta empresa, a reclassificação pesa muito. Observe que o ativo é alto, o passivo também, mas a receita, o resultado e o patrimônio líquido não. Com elevado índice de endividamento, baixa rentabilidade e baixo giro do ativo, a empresa talvez não passasse nos testes de qualidade dos modelos de análise.

Atente agora para o principal ativo da empresa. Trata-se de “contas a receber de emissores”; e o principal item do passivo é “contas a pagar dos estabelecimentos”. Vamos lembrar que a Cielo tem, entre seus negócios, a operação de máquinas de cartões de débito e crédito. Quando um consumidor compra em um estabelecimento, o dinheiro sai da sua conta para a Cielo, que repassa para o estabelecimento alguns dias depois. Assim, o ativo corresponde as dívidas do consumidor; o passivo é a obrigação da Cielo com os estabelecimentos.

Uma forma de analisar melhor o resultado da empresa é fazer uma reclassificação do passivo. Neste caso, reduz o valor do ativo relacionado com as dívidas dos consumidores. Em outras palavras, iremos passar 52 bilhões, de 31/12/2018, e 57 bilhões, de 31/12/2017, para o ativo. Isto irá fazer com que o ativo e o passivo se altere para os seguintes valores:

Ativo de 31/12/2018, de 81,757 bilhões para 28,879
Ativo de 31/12/2017, de 88,621 bilhões para 31,244

Passivo de 31/12/2018, de 72,393 bilhões para 19,515
Passivo de 31/12/2017, de 78,47 bilhões para 21,093

Com isto, os indices de endividamento, retorno do ativo e giro do ativo se alteram:

Endividamento, de 88,5% para 68%
Retorno do Ativo, de 5,6% para 16%
Giro do Ativo, de 0,08 para 0,22

Isto faz sentido? Observe que a análise das demonstrações contábeis não seguem um “regra” ou norma. O bom senso deve prevalecer, sustentado pela teoria. Este seria o caso. Ao reclassificar, estamos colocando juntos dois itens que são originários de uma mesma operação: a venda a um consumidor através da Cielo.

Capital Humano

A organização Human Capital Management Coalition está solicitando informações sobre a gestão do capital humano nas empresas. A HCMC é um grupo de investidores institucionais que está solicitando que a SEC promova a evidenciação de informações sobre o assunto.

Isto incluiria as estratégias de gerenciamento, as métricas, qualitativas e quantitativas, usadas para medir o sucesso estratégico, com as métricas são analisadas e como a empresa comunica as informações sobre capital humano. Além do HCMC, existem outras organizações interessadas no assunto, como o Sustainability Accounting Standards Board e o Global Reporting Initiative.

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Rir é o melhor remédio

Exemplos do cliente sendo enganado com a embalagem:







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29 janeiro 2019

Café está em risco de extinção

Estudos mostram que 60% das 124 espécies de café correm o risco de serem extintas.

Os cientistas dizem que a situação é “preocupante”, uma vez que o café selvagem é crítico para a sustentabilidade global das plantações dos grãos de café. Os cientistas afirmam que uma em cinco das plantações mundiais estão em risco de extinção, e que 60% é um valor “demasiado alto”.

Aaron Davis do Jardim Botânico Real de Kew, no Reino Unido, refere que “se não fosse pelas espécies selvagens, não teríamos tanto café para beber os dias de hoje” e conclui quando diz que “se olharmos para a história do cultivo do café, nós temos usado espécies selvagens para manter as colheitas sustentáveis”.

Um estudo publicado pelo jornal “Science Advances” descobriu que as medidas de conservação foram “inadequadas” para os grãos de café selvagens, incluindo aqueles considerados críticos para a produção global. Este mesmo estudo declarou que 75 estão ameaçadas com extinção, 35 não estão ameaçadas e pouco, ou nada, se sabe com as restantes 14. E ainda descobriram que 28% destas espécies crescem fora das áreas protegidas, e apenas metade das sementes são reservadas.

Outro estudo realizado pela “Global Change Biology” destaca que o café Arabica é, oficialmente, considerado como ameaçado, quando se tem as alterações climáticas em perspetiva, e é provável que esta produção tenha uma diminuição de 50% ou mais.

Tribunal de Contas e a falência dos estados

Depois de serem responsáveis (ou grandemente responsáveis) pelos problemas das finanças públicas, os tribunais de contas tentarão resolver as flexibilizações adotadas por eles na LRF. Haverá um reunião entre eles para buscar uma padronização em certos entendimentos. Segundo o Estadão:

O mais provável é que a solução envolva uma transição para que os governadores consigam se ajustar novamente aos limites, com a exigência de contrapartidas. Esse período seria maior que o previsto atualmente na lei, que é de oito meses para eliminar o excesso de gasto com pessoal. Esse tempo é considerado impraticável em casos como o de Minas Gerais, onde o gasto com pessoal já chega a 80% da Receita Corrente Líquida (RCL) – o limite é 60%.

Talvez isto não seja suficiente, já que continuará existindo tribunais viciados:

Um levantamento do cientista político Audálio Machado, realizado em 2017 durante seu mestrado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mostrou que 126 de 186 conselheiros de Tribunais de Contas dos Estados tinham origem política e vinham de cargos eletivos ou de direção e assessoramento nos governos estaduais. Outros nove foram nomeados pelas relações familiares.


... e tribunais politizados.

E a crise financeira dos estados ainda será motivo de debate.

(Foto: trecho do jornal O Commercial, 22 de fev de 1850, p 2 ed 33, editado no Brasil).