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26 outubro 2017

Ainda IPO da Aramco

Comentamos aqui, no passado, sobre a oferta pública de ações da Aramco. Uma notícia informa que a Arábia Saudita pretende construir uma cidade futurística. Talvez com o dinheiro da IPO.

Mas a melhor análise é da revista The Economist (dica de Sérgio Nazaré, grato). O tema é a confusão recente sobre o local da oferta, além do valor estipulado.

Sobre o local, a Bolsa da Arábia Saudita anunciou que tem condições de absorver a oferta sozinha. Isto é muito questionável, já que o valor de mercado de todas as empresas desta bolsa é muito pequeno e a Aramco é muito grande para esta bolsa. Existem notícias sobre a possibilidade de uma emissão privada para alguns investidores chineses. E como comentamos, a IPO nos Estados e Unidos e na Inglaterra não é tão simples assim.

Mas a melhor análise da The Economist é sobre o valor (aqui um link do blog). A revista é cética quanto a isto:

A confusão parece ter se originado no palácio real. Desde o início, o MBS, como o príncipe herdeiro é conhecido, insistiu que a empresa deveria ser avaliada em pelo menos US $ 2 trn e que o IPO deveria ocorrer no próximo ano. Ele ainda não levou em conta nem a ameaça de ações judiciais relacionadas aos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 que poderiam resultar de uma cotação na Bolsa de Valores de Nova York, ou a complexidade da emissão de ações na Bolsa de Valores de Londres, onde os investidores institucionais estão irritados com os esforços para reduzir as regras de listagem por parte da Aramco. Ele erroneamente assumiu que, dadas as enormes taxas prometidas aos banqueiros e conselheiros, outros atores do mundo das finanças dobrariam o joelho.

Conclui o texto:

Para atingir esse objetivo, o MBS pode precisar refletir mais sobre o que significa uma IPO. Seu governo é o único acionista da Aramco e, claro, tem a última palavra. Mas, a menos que ele esteja preparado para afrouxar as rédeas, permitindo que o IPO avance em um ritmo prudente e deixe os investidores decidir qual é o valor correto, ele pode fazer melhor para destruir o processo completamente. Sua atitude até agora sugere pouca fé nas forças de mercado que ele deseja desencadear.

Links

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O preço do cinema deve ser o mesmo?

Deutsche paga por manipulação de mercado

Os melhores lugares para viajar (país, cidade e estado)

Probabilidade num parque de diversão


 Vídeo muito interessante sobre estatística em um parque de diversão. O vídeo mostra como as chances estão contra os clientes. E alguns truques que os parques usam para reduzir suas chances de ganhar nos brinquedos. (via aqui)

Problemas com o Blockchain

Blockchain é a tecnologia por trás do Bitcoin. Essa tecnologia pode acabar com boa parte dos trabalhos de contadores e auditores. Mas até o momento ela tem vários problemas que impedem sua adoção em larga escala:

1) É muito complicado.

The technology behind blockchain is complex enough. Add it to the complexity of a heavily regulated business environment, and blockchain may not even get out of the gate. “Blockchain is thus also turning out to be more complicated than most of us thought,” warns Kris Henley, communications manager with the Centre for the Digital Economy at the University of Surrey. “Its tremendous potential is mitigated by its steadfast resistance to being a ‘magic’ solution, and its need for regulation like so many game-changing technologies of the Digital Economy.”

Optimas’ Pierron chimes in as well. “Processing trades via blockchain would not simplify the capital markets, but rather move the complexity around,” he adds.

2) Pode aumentar os custos de transações

By disintermediating financial institutions, so the reasoning goes, multiple parties can conduct transactions seamlessly, without paying a commission. However, cost savings are dubious. “Moving cash equity markets to a blockchain infrastructure would drive a significant increase of the overall transaction cost,” Pierron continues. “Trading on a blockchain system would also be slower than traders would tolerate, and mistakes might be irreversible, potentially bringing huge losses.”

3)Problemas de desempenho

Because of its inherently distributed, peer-to-peer nature, blockchain-based transactions can only complete when all parties update their respective ledgers – a process that might take hours. As ledgers grow, furthermore, people question whether they will bog down. “Blockchain has a lot to prove in its performance,” says Peter Hiom, deputy CEO at the ASX trading exchange.

The transaction delay may also be a deal-killer. “The delay before the final assurance that a transaction has been recorded ‘for good,’ that can be up to a couple of hours, would create too much uncertainty for market participants, especially during time of high volatility,” continues Pierron.

4) Imutabilidade dos registros nem sempre é bom

One of blockchain’s most touted benefits is the immutability of its ledgers: once participants record a transaction, no one can change or delete it. Such immutability prevents the correction of mistakes to be sure – but there are other issues as well.


In fact, immutability may cause blockchain to run afoul of regulation. “Digital ledger technologies must be chosen based on user needs and legal requirements,” writes the Open Data Institute. “For example; tamper-proof and immutable data stores prevent the modification of stored data, but this may not always be an acceptable property. The EU ‘right to be forgotten’ requires the complete removal of information; if that data is in an unchangeable system like a blockchain, this could be impossible.”

5) Adoção insuficiente

The promise of blockchain in large part depends upon enough parties using the same implementation of the technology – a classic example of the network effect. However, it’s unclear any particular blockchain solution (other than Bitcoin itself) will ever be able to reach this threshold.

Without such universal adoption, blockchain’s practicality is questionable. “It’s obvious that a credit union-only distributed ledger system will require universal adoption to be of any use,” says John San Filippo, cofounder and principal at OmniChannel Communications. “It’s my experience that trying to achieve universal adoption of anything in this industry is an act of pure futility.

6) Possibilidade de fraude

The fraud weakness lies at the transaction endpoints. By the term ‘endpoint’ I mean the boundary between physical space, where living, breathing human beings exist, and cyber-space, where the blockchain databases reside. The endpoint is where physical space users interact with the cyber-space blockchain.


Fonte: aqui e aqui



Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

25 outubro 2017

Finanças não é ciência

O mundo acadêmico das finanças está cheio de intelectuais, mas idiotas. Os melhores fundos de hedge do mundo (aqueles que "batem" o mercado ano após ano) não contratam economistas nem doutores em finanças, pois o conhecimento dessas disciplinas é praticamente inútil no mercado financeiro, principalmente econometria. Existem 3 problemas em finanças.

1) Não é possível estabelecer leis imutáveis em finanças. Nada funciona para sempre.

Finanças é o resultado de mudanças de instituições, agentes e leis humanas. Ao contrário dos fenômenos físicos, os mercados financeiros são um sistema adaptativo. Não há leis positivas em finanças. Na melhor das hipóteses, os acadêmicos podem encontrar algo que costumava trabalhar, já que a oportunidade será arbitrada após sua publicação.
2) O método científico não pode ser aplicado em finanças

O único laboratório financeiro é o mercado. Os acadêmicos não podem repetir experiências, portanto suas descobertas não podem ser validadas independentemente.  Em vez disso, os acadêmicos afirmam que as simulações históricas (backtests) podem substituir experiências verdadeiras. Mesmo que isso fosse verdade, praticamente nenhum estudo controla testes múltiplos, uma prática que a American Statistical Association considera "altamente enganosa". Como o atual presidente da American Finance Association reconheceu, isso significa que a grande maioria das descobertas publicadas em revistas de finanças provavelmente são falsas, devido ao viés de seleção. A razão pela qual essas teorias financeiras pseudocientíficas são ensinadas nas salas de aula é porque elas são não são falsificáveis ​​num sentido popperiano.


3) Todas as evidências mostram que as finanças acadêmicas não funcionam

Onde estão os acadêmicos da área de finanças bilionários? Não há vencedores bilionários do Prêmio Nobel em Economia. Nenhuma teoria financeira acadêmica gerou retornos de investimento substanciais para seus autores. Claro, alguns acadêmicos se enriqueceram cobrando taxas de gerenciamento ultrajantes para seus investidores, mas isso não tornou seus investidores mais ricos. Previsões inúteis significam que as finanças não são uma ciência.



Fonte: aqui

23 outubro 2017

Links

Insider Trading no caso da JBS

FBI está investigando os Guptas da África do Sul

SEC está "ajudando" as empresas a usar Não GAAP

Ex-executivo da GE usava dois aviões nas suas viagens (um bom exemplo de conflito de agência)

Mapa de risco na pesquisa científica

Ainda o IPO da Aramco

Ex-trader de câmbio do HSBC é culpado de fraude

Mark Johnson, ex-negociador de moeda estrangeira do HSBC, foi considerado culpado de conspiração e fraude de um cliente em um negócio de câmbio no valor de $3,5 bilhões. Segundo o Financial Times, essa decisão poderá trazer implicações históricas para o funcionamento do mercado de câmbio que movimenta cerca de $5,3 trilhões por dia.

O ex-bancário enfrentara até 20 anos de prisão após ter sido considerado culpado em nove das acusações (oito de fraude e um de conspiração), sendo considerado inocente em apenas uma.

Johnson foi preso em julho de 2016 no Aeroporto internacional de Nova Iorque e foi acusado de conspirar, em 2011, com outros funcionários da empresa, para comprar libras esterlinas antes de realizar uma operação cambial de US $ 3,5 bilhões solicitada pela Cairn Energy (empresa britânica de óleo e gás), que ajudou a aumentar o preço de moeda. O processo, de acordo com a acusação, lhes permitiu ganhar milhões de dólares em detrimento de seu cliente.

Roubo de Combustível

Recentemente o México abriu o mercado de distribuição de combustível para o investidor privado (e estrangeiro). Entretanto, desde então, os investidores não estão muito animados em atuar no mercado de forma mais intensa. Um dos motivos é a segurança ou o roubo de combustível. Segundo este site, o roubo de combustível custa para Pemex, a equivalente da Petrobras do México, o valor de US$ 4 milhões por dia ou 1,4 bilhão por ano (bem menos do que o desvio ocorrido na estatal brasileira, segundo a estimativa, pouco confiável, da empresa). Apesar dos gastos na prevenção do roubo, desde 2008 foram 1,5 bilhão, o número de desvios continua aumentando. Recentemente, os ladrões roubaram combustível diretamente de um posto de combustível da Pemex.

Sobre o curso de contábeis

Sobre o curso de Contábeis, o portal G1 fez uma reportagem, entrevistando a professora Clésia, da UnB, e Selma, da UFF:

Guia de carreiras - Ciências Contábeis

De acordo com a Fundação Brasileira de Contabilidade, o Brasil possui 530.373 profissionais da área – sendo 65,8% graduados e outros 34,2%, técnicos. Só em 2015, 42.483 pessoas se formaram nesse curso em universidades particulares e públicas do Brasil. No mesmo ano, foi a 10ª carreira mais procurada no Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Mesmo assim, a profissão ainda é cercada de mitos – confundida com administração e economia, por exemplo. Para discutir o que costuma ser dito sobre as ciências contábeis, o G1 entrevistou os seguintes especialistas: Selma Alves Dios, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF)e Clésia Camilo Pereira, do departamento de ciências contábeis e atuariais da Universidade de Brasília (UnB)

Confira a seguir:

O curso de ciências contábeis é muito semelhante aos de economia e administração?

Não. É comum que candidatos façam inscrição no vestibular e coloquem “ciências contábeis” como segunda opção e “economia” como primeira, por exemplo. Mas é preciso ter cuidado: os cursos têm focos muito diferentes.

Em ciências contábeis, a área principal é registrar e analisar contas. É concentrado no funcionamento dos agentes econômicos – sejam empresas, órgãos públicos ou terceiro setor. “A contabilidade foca na entidade que atua no mercado: no registro das operações dela e na prestação de informação sobre o patrimônio, por exemplo”, explica Selma Alves Dios, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Já a graduação em economia é voltada para a chamada “macroeconomia”. “O profissional dessa área aprende a ter uma visão do funcionamento do mercado e da economia como um todo, no qual estão inseridas as instituições”, completa Selma. E, em administração, o foco é na gestão da empresa – questões estratégicas, recursos humanos, marketing, etc. “A contabilidade vai avaliar justamente os efeitos econômicos dessas ações aplicadas pelos administradores”, explica a professora.

Toda empresa precisa de uma pessoa formada em ciências contábeis?

Sim. “As empresas de pequeno porte não precisam necessariamente de um economista ou de um administrador, mas obrigatoriamente de um contador”, afirma Clésia Camilo Pereira, do departamento de ciências contábeis e atuariais da Universidade de Brasília (UnB). “O controle e a prestação de contas são imprescindíveis a todas as organizações, independentemente do tamanho ou da finalidade delas”, completa a professora Selma.

Isso faz com que o mercado da profissão seja amplo e que a oferta de empregos, satisfatória. Além de atuar especificamente nas empresas, é possível também trabalhar em escritórios que prestem o serviço de contabilidade para quem os contratar. “As firmas individuais, por exemplo, podem preferir contratar o escritório. O serviço encomendado por elas começa já na abertura dela, na legalização de todo o processo”, afirma Selma.

É preciso ser muito bom em matemática?

Não. A área da contabilidade não exige conhecimentos profundos de matemática pesada ou fundamentos mais densos dela. Embora o curso aborde tópicos como estatística e cálculo, não são demandadas habilidades complexas na profissão. É possível contar também com os avanços tecnológicos para fazer as operações matemáticas no dia a dia. “Atualmente, temos muitos sistemas informatizados que nos auxiliam”, afirma Clésia.

No entanto, apesar de não ser necessário ter conhecimentos tão aprofundados, é interessante que o estudante tenha prazer em lidar com números. Afinal, boa parte das tarefas da contabilidade os envolve.

A rotina da profissão é insana?

Depende. “A carga de trabalho é grande e demanda tempo”, afirma Selma. As tarefas envolvem questões de responsabilidade, como prestação e fechamento de contas. A necessidade de sempre fornecer dados corretos e de cumprir os prazos faz com que o profissional trabalhe sob pressão. Apesar disso, a existência de recursos tecnológicos para auxiliar na tabulação de dados pode facilitar a execução das tarefas.

É importante entender também que a demanda de trabalho é sazonal. Em início de ano, por exemplo, as declarações de imposto de renda podem sobrecarregar as equipes.

É necessário ter conhecimentos além da contabilidade?

Sim. “É uma área muito disputada por profissionais de economia, de direito e de administração. Se a pessoa mantiver somente a formação nos números e no registro de contas, ela vai perder a oportunidade de ampliar sua participação no mercado”, afirma a professora da UFF. Ela avalia que é importante ter visão de negócios, habilidade de planejamento e conhecimentos do cenário econômico. Especializações, por exemplo, podem aprofundar questões como controladoria, auditoria, mercado e finanças.

Clésia reforça a necessidade de ir além da formação básica. “Embora existam muitos profissionais no mercado, há a procura por aqueles que não se limitam às questões fiscais, que tenham também noções de gerência, por exemplo”, afirma.