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26 outubro 2013

Rir é o melhor remédio

Amor é

Fato da Semana

Fato: O grande assunto da semana foi o leilão do campo de petróleo Libra. O governo fez um leilão onde apareceu um concorrente e vendeu o direito de exploração pelo preço mínimo. O governo tenta evitar a palavra “privatização”; talvez realmente não seja, já que a maior dos valores irá para uma estatal.

Qual a relevância disto? Para a contabilidade, o leilão possui alguns aspectos relevantes para a contabilidade. (1) O contrato que será executado terá o lucro distribuído. Isto dependerá da apuração dos custos e teremos aqui algumas boas discussões futuras sobre “planilha de custos”, “rateio de custos indiretos” entre outros assuntos. (2) A maneira como foi estruturado o leilão reduziu o número de concorrentes. As discussões sobre “leilão” é um assunto que interesse, tangencialmente, a contabilidade (e é uma das áreas focais para a economia). (3) A operação de extração conjunta de petróleo em alto mar poderá ser um belo estudo de caso sobre a contabilização.

Positivo ou Negativo?  A forma como foi realizado o leilão foi polêmica, mas parece que os analistas destacaram a ausência de concorrência.


Desdobramentos – Acredito que no longo prazo a questão da planilha de custos poderá despertar discussões. E no próximo ano, com as eleições, o assunto voltará a ser discutido. Quem sabe o governo aprenda com a experiência e melhore as regras para obter um melhor preço no leilão. 

Teste da semana

Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão ao final.

1. Parece que esta foi uma semana das listas. Para começar, a cidade mais poluída do mundo fica
Índia
Irã
Mongólia

2. A Petrobrás foi considerada a maior empresa do mundo em
Ativo
Dívida
Receita

3. A cidade que possui maior número de grandes empresas
Londres
Nova Iorque
Toquio

4. O país com maior número de pessoas inteligentes (o Brasil ficou em 20o.)
Coréia do Sul
Estados Unidos
Japão

5. O morto que mais gerou riqueza para sua família em 2012 foi
Elizabeth Taylor
Jonhny Cash
Michael Jackson

6. Este executivo ganhou uma remuneração de 2,3 bilhões de dólares em 2012:
Bill Gates, da Microsoft
Larry Ellison, da Oracle
Mark Zuckerberg, do Facebook

7. O número de combinações tributárias existentes no Brasil
1 milhão
10 milhões
100

8. A EY deu um parecer com conclusão adversa para esta empresa referente a contabilização da venda de uma empresa
Banco Noroeste
Multitec
Taurus

9. Esta empresa não terá direito a indenização em dobro sobre notas promissórias cobradas indevidamente por parte da General Eletric Capital Corporation, segundo decisão do STJ
Transbrasil
Varig
Vasp

10. O governo de Taiwan multou esta empresa por publicar falsos elogios
Nokia
Samsung
Sharp

Acertando 9 ou 10 questões = medalha de ouro; 7 ou 8 = prata; 5 ou 6 = bronze

Respostas: (1) Irã; (2) Dívida; (3) Toquio; (4) Estados Unidos; (5) Michael Jackson; (6) Zuckerberg (7) 10 milhões; (8) Taurus; (9) Transbrasil; (10) Samsung

Entrevista com Marcelo Moreira

Teoria assintótica, identificação em modelos de equações simultâneas, inferência em modelos de séries temporais não estacionários, estimação em modelos de painéis e testes em modelos de fatores. Parece complexo, mas esses são seus principais temas de pesquisa. Marcelo Moreira é Doutor em Economia e Mestre em Estatística pela University de California at Berkeley. Hoje utiliza as aulas da Fundação Getúlio Vargas para transmitir seus conhecimentos, mas no seu passado foi professor em Harvard e Columbia. Consciente da importância de fomentar a produção científica no país, o professor ressalta que os desafios que um pesquisador encara no Brasil ou em países como os Estados Unidos são muito similares: lutar contra as pressões para abordar projetos menores.
Globo Universidade - Você realizou o seu curso de doutorado em Economia e mestrado em Estatística pela University of California at Berkeley, uma das universidades mais respeitadas do mundo, cujos departamentos de Economia e Estatística figuram entre os melhores nestas duas ciências. Como foi a sua trajetória até chegar lá?
Marcelo Moreira – Certamente a minha trajetória não foi planejada. Como acontece com a maioria das pessoas no Brasil, eu tive que escolher a minha carreira muito cedo. E optei por fazer graduação e mestrado em Economia. Só mais tarde, durante o mestrado, é que eu decidi seguir a carreira acadêmica. A lição que eu aprendi ao longo da minha vida é que devemos prestar atenção nas oportunidades que surgem no nosso caminho.
GU - Antes de lecionar na Escola de Pós-graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas, você lecionou nas universidades de Harvard e Columbia. Como foram estas experiências e o que elas acrescentaram na sua carreira como pesquisador e professor?
MM – Talvez a melhor frase que resuma a importância destas experiências seja: “Se eu consegui ver mais longe, foi porque estive apoiado em ombro de gigantes”. Falo isso porque, certamente, não teria seguido o mesmo caminho sem o apoio do meu orientador do doutorado, em Berkeley. Passei dois anos trabalhando na minha tese de doutorado e nós conversávamos semanalmente sobre a pesquisa. Assim, o meu trabalho em Harvard e na Columbia foi apenas uma continuação deste processo, no qual tive a sorte de trabalhar com alguns dos melhores pesquisadores em estatística e economia da atualidade.
GU - Embora você seja doutor e professor de economia, a sua pesquisa sempre esteve relacionada às áreas de Métodos e Modelos Matemáticos, Econométricos e Estatísticos. Como se deu a descoberta de suas aptidões para métodos quantitativos?
MM – Quando eu iniciei o meu doutorado, a minha intenção era fazer pesquisa em economia do trabalho e avaliação de políticas públicas. Este foi um passo natural, principalmente depois que eu trabalhei durante todo o meu mestrado nesta área com José Marcio Camargo, Edward Amadeo, Gustavo Gonzaga e Ricardo Paes e Barros. Mas eu tinha consciência de que ainda precisava fortalecer a minha base quantitativa. Então, ao mesmo tempo em que eu fazia o doutorado em economia, também cursava matérias nos departamentos de estatística e matemática. E alguns desses cursos acabaram mudando a minha forma de pensar. Foi quando eu comecei a me interessar por métodos econométricos e estatísticos referentes a áreas mais aplicadas.
GU - Como é a sua rotina de pesquisa? Estar afastado dos grandes centros de produção de conhecimento interfere de alguma forma?
MM – Como as pesquisas envolvem criatividade, eu prefiro não estabelecer uma rotina. Eu tento trabalhar em alguns projetos simultaneamente, mas, geralmente, tem um em especial que toma boa parte da minha energia. Também tenho alguns projetos que ficam na gaveta até achar uma forma de conseguir resolver o problema de forma satisfatória. A Fundação Getúlio Vargas tem uma política muito interessante de permitir que os pesquisadores passem até três meses do ano visitando universidades no exterior. E eu uso esse período para ir a conferências, fazer seminários e trabalhar com co-autores. Da mesma forma, existe um programa de seminários que nos permite trazer pesquisadores para passar uma semana visitando o nosso departamento.
GU - Os seus temas de pesquisa são extremante técnicos. Há como tentar explicá-lo para o público leigo? Quais as aplicações deste instrumental teórico em pesquisas práticas?
MM – Boa parte da minha pesquisa é focada em métodos quantitativos que ajudem a avaliar dados da forma mais eficiente possível. Apesar de eu ter interesse em métodos quantitativos, a pergunta inicial sempre se refere a um problema bem prático e específico. Por exemplo, um projeto que desenvolve formas de se calcular retornos para a educação quando as características do trabalhador não são observáveis pelo pesquisador. Outro projeto é o que permite extrair informações quando há ruídos excessivos em redes de telecomunicações.
 
Marcelo Moreira (Foto: Arquivo pessoal)Marcelo Moreira alerta sobre a necessidade de investimento em pesquisas (Foto: Arquivo pessoal)
GU - Você é um professor jovem e já tem publicações importantes em duas das mais respeitadas revistas acadêmicas de economia e estatística, como a Econometrica e Annals of Statistics. Quais são os desafios de se publicar em revistas deste nível?
MM – Este talvez seja o maior desafio para se fazer pesquisas no Brasil. Isso porque existe uma grande preocupação em relação ao número de publicações ao invés de focar na sua qualidade e impacto. E isso leva a uma mediocrização da pesquisa. Por exemplo, eu demorei pouco mais de cinco anos para terminar uma pesquisa que solucionava um problema que ainda estava em aberto no campo da estatística e econometria. Esse projeto apresentava um risco enorme, porque muitas pessoas já haviam tentado solucioná-lo, porém sem apresentar respostas satisfatórias. Enquanto eu estava focado nesta pesquisa, também fui pressionado para trabalhar em outros projetos menores. Os desafios de se fazer pesquisa no Brasil são os mesmos que nos EUA só que com um fator a mais: o pesquisador precisa lutar contra as pressões para se trabalhar em projetos menores.

Isso me lembra um colega de Harvard que certa vez me disse que os departamentos americanos top 10-20 só se interessam por pesquisas de ponta e que o número de publicações não importa. Ele ressaltou, porém, que essa preocupação muda em departamentos menores. Eu entendo que o mesmo acontece aqui no Brasil. O problema surge quando as avaliações do governo e das agências de fomento são influenciadas pelos departamentos medianos.
GU - Em relação à inserção do Brasil na comunidade científica internacional, qual é a importância de termos pesquisadores brasileiros publicando nestas revistas?
MM – O Brasil não pode mais ser um importador de tecnologias. Precisamos criar um corpo maior de pessoas fazendo pesquisas de ponta e publicando nas melhores revistas científicas do mundo, que ainda são as internacionais.

Leilão segundo o Financial Times

O resultado do leilão do pré-sal, realizado na última segunda-feira, 21, volta a ser destaque na imprensa europeia. Em artigo publicado na edição desta sexta-feira, 25, do Financial Times, o chefe da sucursal brasileira do jornal britânico, Joe Leahy, questiona o comportamento do governo brasileiro, que comemorou o resultado de um leilão que teve apenas um concorrente. "Algo está errado com a formulação das políticas no Brasil", diz o texto, que classifica o resultado da oferta como "medíocre".

Com o título "Por que políticos brasileiros enalteceram o leilão com um lance", a análise de Leahy diz que o "entusiasmo do governo com o leilão que não foi um leilão pode ter sido, em parte, para esconder sua decepção". "Mas a explicação mais preocupante é que o governo está realmente satisfeito com o leilão que não conseguiu atrair concorrência. O governo pode estar aliviado com o resultado medíocre", diz o texto.

A explicação de Leahy está na cláusula da operação que exige um mínimo de "óleo lucro" para o governo. "Como isso (a falta de concorrência) aconteceu, o consórcio vencedor ofereceu o mínimo de 41,6%. Mas, se houvesse muita concorrência, o número poderia ter sido maior. Isso pode ter prejudicado a Petrobras, cujas finanças estão tão 'tensas' que não poderiam oferecer algo mais generoso para o governo", diz o texto.

O artigo compara esse conflito visto no leilão de Libra - desejo do governo de concorrência versus falta de fôlego financeiro da Petrobras - com outros fenômenos conflitantes da economia brasileira.

"De fato, tais resultados são cada vez mais comuns com o governo fazendo malabarismos com tantos objetivos conflitantes. Ele está tentando reduzir a inflação enquanto enfraquece a taxa de câmbio. Está aumentando o gasto público enquanto aumenta as taxas de juros. E, na indústria do petróleo, tenta aumentar a participação do Estado ao mesmo tempo em que tenta atrair o setor privado. Até o governo já não parece tão certo sobre o que realmente está tentando conseguir", diz o texto.


Jornal britânico diz que leilão de Libra foi 'medíocre' - Por Fernando Nakagawa, correspondente

25 outubro 2013

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Estrutura Conceitual: Mensuração - Parte 2

O Iasb divulgou recentemente uma proposta de mudança da estrutura conceitual. Esta proposta ficará em análise para sugestão até janeiro de 2014. Entretanto, dado a sua relevância, iremos fazer uma análise dos seus principais aspectos.

A proposta do Iasb é muito mais prolixa sobre o assunto. São 130 parágrafos sobre o assunto, que ocupam 24 páginas do documento preliminar. Este assunto descreve: (1) como o objetivo das demonstrações e as características qualitativas influenciam a mensuração; (2) descrição e discussão de três categorias de mensuração (custo, preço corrente de mercado e medidas baseadas no fluxo de caixa); e (3) como identificar a medida apropriada. 

1. Relação entre as Características Qualitativas e a Mensuração
No passado, a contabilidade trabalhava com o pressuposto que todos os elementos patrimoniais deveriam ser mensurados por única medida de mensuração. Assim, existia o príncipio contábil do custo histórico como base de valor, indicando que todos os ativos e passivos deveriam ser medidos pelo seu custo. (Lembrando que o patrimônio líquido é a mera diferença entre o ativo e o passivo e sua mensuração é considerada, por este motivo, como “menos” relevante)

Entretanto se olharmos um balanço patrimonial poderemos verificar que existem um conjunto amplo e diverso de medidas. Ou seja, os elementos que compõe o balanço são medidos de diversas formas, inclusive pelo custo histórico.

Diante desta realidade, existe uma constatação de que a variedade de medidas pode conviver. Esta discussão é retomada, explicitamente, na proposta de estrutura conceitual por parte do Iasb.

Mas o Iasb utiliza, como ponto de partida, as características qualitativas da informação contábil. O Iasb considera a relevância, a representação fidedigna, as características de melhoria – em particular a compreensibilidade e a restrição ao custo.

Com respeito à relevância, o Iasb faz um comparativo entre o preço de mercado e o medidas baseada no custo. Usar o custo implica em só determinar os efeitos da decisão de vender um ativo ou transferir um passivo somente irá aparecer no momento da venda ou transferência. Mas existem alguns ativos onde a informação sobre o preço de mercado poderá ter pouca utilidade, como é o caso de máquinas que serão usadas na produção. Assim, a relevância de usar um ou outro tipo de mensuração irá depender de cada tipo de ativo. Esta constatação implicaria em manter a atual situação, onde os ativos podem ser mensurados em bases diferentes.

Adotar diferentes bases de mensuração tem um preço: a soma dos ativos e dos passivos poderá perder relevância, já que representa a soma de coisas diferentes.

Diante do dilema entre qualidade da informação de cada item do balanço patrimonial e do seu total, o Iasb fez uma escolha: optou por considerar para cada elemento do ativo e do passivo. Adicionalmente, o Iasb acredita que a relevância de uma medida está relacionada como os usuários poderão avaliar a contribuição do ativo e do passivo para o fluxo de caixa futuro. Aqueles ativos que contribuem diretamente com a geração de caixa, como aqueles que podem ser vendidos, o preço de mercado seria mais relevante. Para os ativos que são usados em combinação com outros, como máquinas, o custo seria a opção a ser adotada.

Acredito que esta é uma opção ruim. O Iasb escolhe a figura de um “usuário” fictício como sendo o principal critério numa decisão relevante. Mas o usuário investidor é muito amplo para ser enquadrado em tipologias simplistas. Além disto, este investidor poderá desejos que poderão variar ao longo do tempo. O segundo problema desta escolha é a incoerência da entidade: ao mesmo tempo em que afirma que a contabilidade não tem a pretensão de determinar valor de uma entidade, usa como critério de relevância da mensuração o fato da medida ajudar a prever o fluxo de caixa futuro.


Prosseguiremos com a Representação Fiel

Fraude nos elogios

A FTC (Comissão de Comércio Justo) de Taiwan divulgou nesta quinta-feira (24) que autuou a Samsung em 10 milhões de dólares taiwaneses, que equivalem a R$ 745,7 mil, por ter concluído após investigação que a fabricante contratou pessoas para que escrevessem comentários positivos sobre a marca em fóruns virtuais. A companhia também designou funcionários para essa tarefa, que incluía não só elogios à Samsung, mas também comentários negativos em relação a concorrentes, como a HTC, que é taiwanesa. A empresa coreana contratou empresas de relações públicas locais para a contratação dos "falsos internautas", que escreviam em sites como o fórum chinês Mobile01.

Fonte: Aqui

Leilão

A revista britânica The Economist publica na edição que chega este fim de semana às bancas reportagem sobre o primeiro leilão para exploração do pré-sal. Com o título "Preço barato", a reportagem diz que a presença de apenas uma proposta para os campos de exploração de petróleo mostra "a fraqueza da abordagem liderada pelo governo para desenvolver as reservas". Para a revista, o resultado do leilão "foi uma decepção".


Isto é verdade, já que o valor foi o mínimo.

Na reportagem, a revista diz que a "a presença da Shell e da Total no consórcio vencedor permitiu que o governo declarasse o leilão como um sucesso". Apesar disso, a publicação discorda. "Enquanto o governo esperava mais de 40 empresas interessadas, apenas 11 se registraram no leilão", lembra o texto. "E, apesar de ter esperado pelo menos a oferta de seis consórcios, só foi feita uma proposta e com o valor mínimo exigido", diz a reportagem.


Além disto, a presença minoritária.

"A falta de competição foi uma decepção após a euforia de seis anos atrás quando o presidente da época, Luiz Inácio Lula da Silva, descreveu o pré-sal como um 'bilhete de loteria premiado'", diz o texto. Para a revista, uma das causas dessa falta de interesse foi a demora do governo em oferecer os campos. "Durante a longa espera, enquanto as regras do leilão foram reescritas e os governos discutiam como dividir os eventuais recursos, o xisto retirou do pré-sal o título de perspectiva energética mais emocionante do mundo. A maioria do interesse privado desapareceu", completa a reportagem, que destaca a ausência das gigantes BG, BP, Chevron e Exxon.

Apesar das críticas, a reportagem reconhece que as perspectivas de extração dos campos nos próximos 35 anos "são tão vastas que os riscos de exploração são bem baixos".


Para The Economist, leilão do pré-sal 'foi uma decepção' - Por Fernando Nakagawa, correspondente

Emprego público

Servidores públicos civis e militares responderam em setembro por 8,2% da população ocupada nas seis maiores regiões metropolitanas do país, proporção recorde para o mês.

Atualizados hoje, os dados do IBGE mostram que o emprego público está em alta no país neste ano: pela primeira vez, a proporção de servidores no total de ocupados ficou em 8% ou mais por cinco meses consecutivos.

Em comparação com o ano passado, o percentual cresceu em quatro regiões metropolitanas. A maior alta ocorreu no Rio de Janeiro, onde há maior concentração de servidores: de 9,2%, em setembro de 2012, para 10,5% agora.

Em São Paulo, onde o peso do emprego privado é o maior entre as regiões pesquisadas, o percentual de funcionários públicos aumentou de 6,2% para 6,7%.

Houve alta ainda em Recife (de 9,4% para 9,6%) e Belo Horizonte (7,5% para8%). A única queda evidente foi em Salvador (de 8,5% para 8%); em Porto Alegre, a proporção ficou estável, oscilando de 7,8% para 7,7%.

Os registros históricos do IBGE sugerem que o emprego público possa estar passando por uma expansão mais acelerada. Considerando os meses de setembro, a participação dos servidores no emprego total foi de 7,7%, em 2002, para 7,6% no ano passado.

Os dados não permitem identificar se a expansão do funcionalismo é puxada pelo governo federal, pelos Estados ou pelas prefeituras. Na União, o quadro de pessoal tem aumentado, basicamente, devido à contratação de professores e servidores dos ensinos superior e técnico.


Fonte: Aqui

Informação privilegiada

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) editou uma nova regra para atuação de analistas no mercado de capitais. A Instrução 538 vem alterar a regra anterior, de 2010, com o objetivo de evitar o conflito de interesse na atuação desses profissionais. A regra limita a participação deles em ofertas públicas e define quem pode ler seus relatórios antes de serem publicados.

Divulgar de forma equânime as informações sensíveis das empresas também foi tema de um evento que reuniu advogados, magistrados e representantes da CVM na sede do Tribunal Regional Federal (TRF), nesta quarta-feira, no Rio. A autarquia, que moveu processos administrativos contra 261 pessoas por indícios de participação em operações com insider information nos últimos 13 anos, destacou a parceria com a Justiça e a Polícia Federal na repressão a esse tipo de crime, também conhecido como insider trader.

Dentro da CVM, o combate é feito por profissionais de várias áreas e por um software que acompanha e alerta as operações fora do padrão. "O SIA Eagle capta os dados de negociação na bolsa e casa com os perfis de operação dos investidores, algo que até há pouco tempo era muito complicado para nós", conta procurador-chefe da autarquia, José Eduardo Guimarães.

O software foi contratado em uma licitação internacional por R$ 6 milhões, num pacote que garantia o programa, as licenças e o treinamento dos funcionários. "O sistema apresenta uma análise integrada a partir do estudo diário do comportamento dos valores mobiliários, dos investidores e dos intermediários, em diferentes horizontes temporais e em vários mercados de forma simultânea. Conta com informações sobre os emissores, seus administradores e acionistas, sobre notícias divulgadas no mercado, sobre a negociação na BM&FBOVESPA e na CETIP, sobre os investidores, os intermediários e ainda os fundos de investimento e seus cotistas.

Além disso, o dispositivo notifica quando ocorre divulgação de informação periódica ou eventual pelas companhias. Sem citar casos particulares, é oportuno esclarecer que já foram abertas investigações com base nesses alertas", informou a área técnica.

A ferramenta ajuda não só a CVM, mas as instituições parceiras. "Há a necessidade de detecção rápida para que atuação seja eficaz. Não adianta chegar à Polícia Federal com uma suspeita de trinta dias atrás. Busca e apreensão de computadores ou mesmo uma escuta telefônica pode perder a eficácia com o passar do tempo", pontua Guimarães.

O desafio agora, disse o procurador-chefe, é melhorar os filtros para identificar os potenciais criminosos. "No caso da Suzano houve o bloqueio dos bens de uma pessoa que, provou-se depois, não havia cometido o crime. A vida dele era fazer day trade. Estava dentro do padrão de investimento dele e do procedimento da CVM". Em 2007, a venda da empresa de celulose Suzano foi precedida por um vazamento de informações que redundaram na acusação de 22 pessoas em um processo administrativo sancionador da CVM, iniciado em 2008.

Luiz Antonio Campos, advogado e ex-diretor da autarquia, comentou estar ouvindo cada vez mais reclamações de pessoas físicas com medo de entrar no mercado de capitais. "Dizem que não entram na bolsa porque alguns investidores têm acesso à informação e outros não." O combate à operação com informações privilegiadas, disseram os painelistas, pode reabilitar a participação desse tipo de investidor. Em 8 de outubro, a BMFBovespa informou que apenas 15,9% do volume negociado no mercado de ações brasileiro era movimentado por pessoas físicas. É a metade da participação que o grupo tinha em 2009 e a menor desde 1999.

A preocupação da CVM com informações privilegiadas é antiga. A prova está no tema do primeiro inquérito administrativo da história da instituição. Em 1978, a autarquia investigou, processou e condenou o controlador da Servix, Sergio Schmidt Neves, e mais quatro diretores da empresa por violarem o artigo 157 da Lei das SAs. A companhia estava prester a ver cancelada uma licitação que havia ganho no Nordeste. Enquanto tentava resolver a situação em Brasília, Neves vendeu alguns papéis da empresa sem divulgar a possibilidade de perdas. "Fui o advogado dos minoritários. Cobramos na Justiça o ressarcimento pelo prejuízo causado", lembra o ex-presidente da CVM e advogado Luiz Leonardo Cantidiano.


Fonte: Aqui