Os grupos de ensino superior vão entrar na Justiça no próximo mês para derrubar a Instrução Normativa nº 1.394 da Receita Federal, que muda as regras de isenção de tributos do Prouni, programa do governo federal de concessão de bolsa de estudos. A nova norma estabelece várias mudanças, mas duas são as mais relevantes. Uma delas é a incidência do Imposto de Renda adicional de 10% sobre o LL que, até então, não era tributado para os grupos educacionais participantes do Prouni. A outra modificação é que a partir de janeiro de 2014 o cálculo para isenção do imposto passa a ser feito com base em um valor financeiro pré-determinado e não mais sobre a quantidade de bolsas ofertada. Trocando em miúdos: a faculdade que conceder 50% de R$ 100 mil em bolsas terá isenção de 50%. Atualmente, as faculdades que concedem bolsas de estudo são isentas de IR. Desde a criação do ProUni em 2005, as faculdades deixaram de pagar quase R$ 4 BI em impostos e beneficiaram cerca de 1,7 MM de alunos. "Há uma série de inconsistências que já foi mapeada. Estamos reunindo várias entidades e sindicatos do setor pra ingressar com a contestação", disse Elizabeth Guedes, vice-presidente da (Anup)."
Fonte Aqui
18 outubro 2013
Slow Science
(...) Agora, da terra do resistente Asterix, nos chega uma nova onda do slow movement: a slow science. Seus arautos condenam a cultura da pressa e do imediatismo que invadiu, nos últimos anos, as universidades e outras instituições de pesquisa. A fast science, segundo os rebeldes franceses, busca a quantidade acima da qualidade. Aprisionados pela lógica do “produtivismo” acadêmico, os pesquisadores tornam-se operários de uma linha insana de montagem. E quem não se mostrar agitado e sobrecarregado, imerso em inúmeros projetos e atividades, será prontamente cunhado de improdutivo, apático ou preguiçoso.
Os cientistas signatários da slow science entendem que o mundo da ciência sofre de uma doença grave, vítima da ideologia da competição selvagem e da produtividade a todo preço. A praga cruza os campos científicos e as fronteiras nacionais. O resultado é o distanciamento crescente dos valores fundamentais da ciência: o rigor, a honestidade, a humildade diante do conhecimento, a busca paciente da verdade.
A “mcdonaldização” da ciência produz cada vez mais artigos científicos, atingindo volumes muito além da capacidade de leitura e assimilação dos mais dedicados especialistas. Muitos trabalhos são publicados, engrossam as estatísticas oficiais e os currículos de seus autores, porém poucos são lidos e raros são, de fato, utilizados na construção da ciência.
Os defensores da slow science acreditam que é possível resistir à fast science. Sonham com a possibilidade de reservar ao menos metade de seu tempo para a atividade de pesquisa; de livrarem-se, vez por outra, das demandantes atividades de ensino e das tenebrosas atividades administrativas; de privilegiar a qualidade em detrimento da quantidade de publicações; e de preservar algum tempo para os amigos, a família, o lazer e o ócio.
A eventual chegada da onda da slow science aos trópicos deve ser observada com atenção. Por aqui, cruzará com a tentativa de fomentar a fast science. Entre nós, o objetivo de aumentar a produção de conhecimento levou à criação de uma slow bureau-cracy, que avalia e controla o aparato científico. A implantação gradativa da lógica fast, com seus indicadores e suas métricas, pretende definir rumos, estabelecer metas, ativar as competências criativas da comunidade científica local e contribuir para a construção do futuro da augusta nação. Boas intenções!
Os efeitos colaterais, entretanto, são consideráveis. A lógica fast está condicionando os cientistas operários a comportamentos peculiares. Sob as ordens de seus capatazes acadêmicos ou por iniciativa própria, eles estão reciclando conteúdos para aumentar suas publicações; incluindo, em seus trabalhos, como autores, colegas que pouco ou nada contribuíram; e assinando, sem inibição, artigos de seus alunos, aos quais eles pouco acrescentaram. Tudo em prol da melhoria de seus indicadores de produção.
Enquanto as antigas gerações vão se adaptando, aos trancos e barrancos, ao modo fast, as novas gerações de pesquisadores já são formadas sob os princípios da nova doutrina. Aqui, como ao norte, vão adotando o lema da fast science: publish or perish (publique ou desapareça). E, se o objetivo é publicar, vale tudo, ou quase tudo. Para onde vão os cientistas e a ciência? O destino não é conhecido, mas eles estão indo cada vez mais rápido.
Slow science - Thomaz Wood Jr. - (dica de Alexandre Alcantara)
Os cientistas signatários da slow science entendem que o mundo da ciência sofre de uma doença grave, vítima da ideologia da competição selvagem e da produtividade a todo preço. A praga cruza os campos científicos e as fronteiras nacionais. O resultado é o distanciamento crescente dos valores fundamentais da ciência: o rigor, a honestidade, a humildade diante do conhecimento, a busca paciente da verdade.
A “mcdonaldização” da ciência produz cada vez mais artigos científicos, atingindo volumes muito além da capacidade de leitura e assimilação dos mais dedicados especialistas. Muitos trabalhos são publicados, engrossam as estatísticas oficiais e os currículos de seus autores, porém poucos são lidos e raros são, de fato, utilizados na construção da ciência.
Os defensores da slow science acreditam que é possível resistir à fast science. Sonham com a possibilidade de reservar ao menos metade de seu tempo para a atividade de pesquisa; de livrarem-se, vez por outra, das demandantes atividades de ensino e das tenebrosas atividades administrativas; de privilegiar a qualidade em detrimento da quantidade de publicações; e de preservar algum tempo para os amigos, a família, o lazer e o ócio.
A eventual chegada da onda da slow science aos trópicos deve ser observada com atenção. Por aqui, cruzará com a tentativa de fomentar a fast science. Entre nós, o objetivo de aumentar a produção de conhecimento levou à criação de uma slow bureau-cracy, que avalia e controla o aparato científico. A implantação gradativa da lógica fast, com seus indicadores e suas métricas, pretende definir rumos, estabelecer metas, ativar as competências criativas da comunidade científica local e contribuir para a construção do futuro da augusta nação. Boas intenções!
Os efeitos colaterais, entretanto, são consideráveis. A lógica fast está condicionando os cientistas operários a comportamentos peculiares. Sob as ordens de seus capatazes acadêmicos ou por iniciativa própria, eles estão reciclando conteúdos para aumentar suas publicações; incluindo, em seus trabalhos, como autores, colegas que pouco ou nada contribuíram; e assinando, sem inibição, artigos de seus alunos, aos quais eles pouco acrescentaram. Tudo em prol da melhoria de seus indicadores de produção.
Enquanto as antigas gerações vão se adaptando, aos trancos e barrancos, ao modo fast, as novas gerações de pesquisadores já são formadas sob os princípios da nova doutrina. Aqui, como ao norte, vão adotando o lema da fast science: publish or perish (publique ou desapareça). E, se o objetivo é publicar, vale tudo, ou quase tudo. Para onde vão os cientistas e a ciência? O destino não é conhecido, mas eles estão indo cada vez mais rápido.
Slow science - Thomaz Wood Jr. - (dica de Alexandre Alcantara)
Análise de sentimentos pela voz
Este é um sistema de detecção usado para analisar, não o significado das palavras das pessoas, mas as entonação de sua voz: "Conflito entre o desejo e o autocontrole. Solidão, fadiga, frustração emocional", dizia o teletexto acima da cabeça de Jobs enquanto ele falava. Instantes mais tarde, sugeriu outro diagnóstico: "Insistência, teimosia. Possivelmente egoísmo infantil". E a conclusão: "Tristeza mesclada a felicidade. Possivelmente nostalgia".
Os seres humanos em geral sentem-se desconfiados quando seus interlocutores, por ansiedade ou sarcasmo, pronunciam frases em voz alta que contradizem seus sentimentos íntimos. Agora, novas técnicas de análise de voz computadorizada prometem ajudar as máquinas a identificar quando frases que soam como jocosas como a de Jobs trazem certa frustração e até dor. Embora o software ainda se encontre em sua fase inicial, desenvolvedoras como a Beyond Verbal, uma startup de Tel-Aviv, oferecem essa tecnologia incipiente como uma abordagem mais profunda para os call centers e outros serviços ao cliente que procuram ler e responder às emoções dos consumidores em tempo real. A companhia afirma que seu software pode detectar 400 variações de humor diferentes.
"Não é o que você diz, mas como diz", explica Dan Emodi, vice-presidente de marketing da Beyond Verbal. "Ouvindo estes diferentes padrões, podemos fazer com que as máquinas compreendam pela primeira vez o lado emocional das nossas mensagens."
Os consumidores, no entanto, podem se assustar com a ideia de que um operador estranho vai invadir sua "psique". Segundo analistas do setor, as companhias que adotam a detecção da emoção teriam de ser transparentes com os consumidores, alertando-os sobre a utilização e a análise dos seus dados, além da informação que estamos acostumados a ouvir: "Para a sua segurança esta ligação poderá ser gravada". "A questão é de privacidade, você está gravando a conversa do consumidor", diz Donna Fluss, presidente da DMG Consulting, empresa que faz pesquisa de mercado focando o setor de call centers.
Riscos. "Tenho a impressão de que o maior risco desta tecnologia não está no fato de ela violar a privacidade das pessoas, mas de as companhias acreditarem nela e a usarem para fazer julgamentos sobre clientes ou empregados em potencial", observa George Leowenstein, professor de psicologia na Carnegie Mellon University. "Ela pode acabar sendo usada para tomar decisões arbitrárias e até mesmo discriminatórias."
New York Times - Natasha Singer - publicado Estado de S Paulo, 15 de out de 2013 - B13
Os seres humanos em geral sentem-se desconfiados quando seus interlocutores, por ansiedade ou sarcasmo, pronunciam frases em voz alta que contradizem seus sentimentos íntimos. Agora, novas técnicas de análise de voz computadorizada prometem ajudar as máquinas a identificar quando frases que soam como jocosas como a de Jobs trazem certa frustração e até dor. Embora o software ainda se encontre em sua fase inicial, desenvolvedoras como a Beyond Verbal, uma startup de Tel-Aviv, oferecem essa tecnologia incipiente como uma abordagem mais profunda para os call centers e outros serviços ao cliente que procuram ler e responder às emoções dos consumidores em tempo real. A companhia afirma que seu software pode detectar 400 variações de humor diferentes.
"Não é o que você diz, mas como diz", explica Dan Emodi, vice-presidente de marketing da Beyond Verbal. "Ouvindo estes diferentes padrões, podemos fazer com que as máquinas compreendam pela primeira vez o lado emocional das nossas mensagens."
Os consumidores, no entanto, podem se assustar com a ideia de que um operador estranho vai invadir sua "psique". Segundo analistas do setor, as companhias que adotam a detecção da emoção teriam de ser transparentes com os consumidores, alertando-os sobre a utilização e a análise dos seus dados, além da informação que estamos acostumados a ouvir: "Para a sua segurança esta ligação poderá ser gravada". "A questão é de privacidade, você está gravando a conversa do consumidor", diz Donna Fluss, presidente da DMG Consulting, empresa que faz pesquisa de mercado focando o setor de call centers.
Riscos. "Tenho a impressão de que o maior risco desta tecnologia não está no fato de ela violar a privacidade das pessoas, mas de as companhias acreditarem nela e a usarem para fazer julgamentos sobre clientes ou empregados em potencial", observa George Leowenstein, professor de psicologia na Carnegie Mellon University. "Ela pode acabar sendo usada para tomar decisões arbitrárias e até mesmo discriminatórias."
New York Times - Natasha Singer - publicado Estado de S Paulo, 15 de out de 2013 - B13
Multis brasileiras e corrupção
Um estudo da Transparência Internacional divulgado nessa quarta-feira, 16, na Alemanha, mostra que as principais multinacionais brasileiras precisam aprimorar os mecanismos de combate à corrupção, aumentar a transparência organizacional e a prestação de contas sobre suas atividades no exterior. O levantamento - Transparência em Relatórios Corporativos: Avaliando o Mercado das Multinacionais Emergentes - faz uma análise da ética nos negócios por parte das 100 maiores companhias internacionais de 16 países emergentes.
Para a Transparência Internacional, as grandes empresas do Brics - bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - e de países como Chile, Hungria, México, Turquia e Malásia, entre outros, ainda são pouco transparentes e estão distantes dos modelos de combate à corrupção e de abuso de poder adotados na Europa e nos Estados Unidos. Em uma escala de 0 a 10, na qual as maiores notas indicam mais transparência, a média das 100 companhias foi de 3,6 e apenas 1 em 4 multinacionais receberam nota acima de 5.
As empresas brasileiras estão bem aquém dos critérios defendidos pela Transparência Internacional. A nota média das 13 companhias analisadas foi de 3,4 - acima apenas do índice das 33 estatais chinesas analisadas, quando se considera os cinco países do Brics. A mais bem classificada no ranking, a Marcopolo, está em 30.º lugar, com nota 4,8, e apenas uma das empresas, a Votorantim, tem regras explícitas de proibição ao pagamento de propina a agentes públicos. O pior desempenho entre as brasileiras é o da Odebrecth, com 0,2 na escala da entidade. (...)
Fonte: Estado de S Paulo, Multis brasileiras têm nota baixa contra corrupção - Jamil Chade - 17 de outubro de 2013
Para a Transparência Internacional, as grandes empresas do Brics - bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - e de países como Chile, Hungria, México, Turquia e Malásia, entre outros, ainda são pouco transparentes e estão distantes dos modelos de combate à corrupção e de abuso de poder adotados na Europa e nos Estados Unidos. Em uma escala de 0 a 10, na qual as maiores notas indicam mais transparência, a média das 100 companhias foi de 3,6 e apenas 1 em 4 multinacionais receberam nota acima de 5.
As empresas brasileiras estão bem aquém dos critérios defendidos pela Transparência Internacional. A nota média das 13 companhias analisadas foi de 3,4 - acima apenas do índice das 33 estatais chinesas analisadas, quando se considera os cinco países do Brics. A mais bem classificada no ranking, a Marcopolo, está em 30.º lugar, com nota 4,8, e apenas uma das empresas, a Votorantim, tem regras explícitas de proibição ao pagamento de propina a agentes públicos. O pior desempenho entre as brasileiras é o da Odebrecth, com 0,2 na escala da entidade. (...)
Fonte: Estado de S Paulo, Multis brasileiras têm nota baixa contra corrupção - Jamil Chade - 17 de outubro de 2013
Reino Unido e Big Four
O gráfico mostra o mercado de auditoria no Reino Unido nas maiores empresas da bolsa de Londres. A PwC tinha um pouco menos de 40% do mercado em 2001 e 30% em 2010. As outras empresas tiveram um aumento na participação. Parece que a situação piorou, mas existe um pequeno problema no gráfico: Andersen. Com a saída da empresa do mercado, o número de empresas auditadas por "outras empresas de auditoria" caiu de 10% do mercado para menos de 5%.
De qualquer forma, a ilustração é mais uma prova do oligopólio no setor de auditoria.
De qualquer forma, a ilustração é mais uma prova do oligopólio no setor de auditoria.
Futebol e Ranking da Fifa
Recentemente a Fifa, a entidade que promove a Copa do Mundo, anunciou que os cabeças de chave para este torneio irá respeitar o seu ranking. E surgiu a surpresa de que dos países que serão considerados os mais importantes em cada grupo: Espanha, Alemanha, Argentina, Colômbia, Bélgica, Suíça, Uruguai (se classificar) e Brasil (por ser o país sede).
Quem conhece futebol sabe que Colômbia, Bélgica e Suíça não são forças no futebol mundial. E França, Inglaterra e Holanda foram desprezadas pelo critério da Fifa.
A razão está no fato do ranking da Fifa ser muito ruim. Mas muito ruim mesmo. Aqui um exemplo interessante: o jogo Espanha 4 x 0 Itália, no final da Euro 2012, significou 846 pontos para Espanha no ranking; e o jogo Estados Unidos 5 x 1 El Salvador trouxe 903 pontos para os Estados Unidos. No cômputo da Fifa não se leva em consideração onde o jogo é realizado, a relevância da partida, se os times titulares estão em campo, entre outras variáveis.
A alternativa é um ranking criado por Nate Silver para a ESPN. Pelo critério de Silver os grupos seriam: Brasil (primeiro do ranking), Argentina, Espanha, Espanha, Alemanha, Chile, Colômbia, França e Uruguai. Mas ainda assim a presença de Chile e Colômbia é controversa.
A melhor solução seria um critério subjetivo, onde França, Inglaterra ou Holanda também comandariam um dos grupos.
Quem conhece futebol sabe que Colômbia, Bélgica e Suíça não são forças no futebol mundial. E França, Inglaterra e Holanda foram desprezadas pelo critério da Fifa.
A razão está no fato do ranking da Fifa ser muito ruim. Mas muito ruim mesmo. Aqui um exemplo interessante: o jogo Espanha 4 x 0 Itália, no final da Euro 2012, significou 846 pontos para Espanha no ranking; e o jogo Estados Unidos 5 x 1 El Salvador trouxe 903 pontos para os Estados Unidos. No cômputo da Fifa não se leva em consideração onde o jogo é realizado, a relevância da partida, se os times titulares estão em campo, entre outras variáveis.
A alternativa é um ranking criado por Nate Silver para a ESPN. Pelo critério de Silver os grupos seriam: Brasil (primeiro do ranking), Argentina, Espanha, Espanha, Alemanha, Chile, Colômbia, França e Uruguai. Mas ainda assim a presença de Chile e Colômbia é controversa.
A melhor solução seria um critério subjetivo, onde França, Inglaterra ou Holanda também comandariam um dos grupos.
17 outubro 2013
Administração pelo resultado
Uma notícia do Estado de S. Paulo informou que a Infraero estaria cortando despesas dos contratos de manutenção:
A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) determinou cortes substanciais nos contratos de manutenção preventiva dos aeroportos que administra. As medidas, adotadas apesar de alertas de que podem comprometer a segurança, têm o objetivo de reduzir gastos de custeio diante da previsão de prejuízo operacional de R$ 391,1 milhões.
A diretoria financeira da estatal projeta insuficiência de caixa a partir de janeiro de 2014. As informações constam de memorando interno, ao qual o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, teve acesso. A previsão de uma "situação financeira crítica" revela rápida deterioração do balanço da Infraero no primeiro ano após o início das concessões. Em 2012, houve lucro operacional de R$ 594,2 milhões e lucro líquido de R$ 396,7 milhões.
O desequilíbrio financeiro tem ligação direta com a concessão dos aeroportos de Brasília (DF), Viracopos (SP) e Guarulhos (SP) à iniciativa privada, em 2012. Juntos, eles respondiam por 38% da receita. Agora, a empresa recebe apenas o proporcional à sua participação de 49%, o que representou queda de 31,5% na receita de janeiro a agosto. O prejuízo chega a R$ 201,2 milhões no período e "não existe expectativa de reversão até o final do ano".
A situação tende a se agravar com os leilões de Confins (MG) e Galeão (RJ) no mês que vem. Em julho, o governo autorizou aporte de R$ 1,35 bilhão na empresa. Para 2014, estão previstos outros R$ 2 bilhões.
As medidas excepcionais de contenção foram aprovadas pela Infraero no fim de agosto e atingirão todos os aeroportos sob sua gestão, à exceção dos três já privatizados. Executivos da área operacional avaliam que elas reduzem a possibilidade de reversão do déficit. "Sobretudo, criam situação de alto risco para os gestores dos processos operacionais que envolvem vidas humanas", diz o documento interno. No aeroporto do Galeão, por exemplo, foram cortados 57% de pelo menos nove contratos de serviços de manutenção.
O trecho a seguir usa um termo pouco lembrado na literatura:
A falta de manutenção também pode se refletir em perda de equipamentos e custos mais altos de reposição, além de trazer "consequências operacionais imensuráveis". Os cortes anunciados pelas superintendências regionais da Infraero nos contratos de limpeza levam os superintendentes "a projetar o caos, especialmente na alta temporada de fim de ano e na Copa de 2014". Para o especialista em aviação Respício Espírito Santo, a redução do valor não significa necessariamente interromper a manutenção.
Em outro texto, o mesmo jornal afirma os perigos das medidas:
Às vésperas do leilão que concederá sua gestão à iniciativa privada, em 22 de novembro, o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro sofreu cortes de 57% em pelo menos nove contratos de prestação de serviços de manutenção preventiva. O Galeão é um dos aeroportos afetados pela determinação da Infraero de apertar o cinto para reduzir despesas.
O Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, apurou que o custeio médio mensal dos contratos de manutenção do aeroporto cairá dos atuais R$ 4,274 milhões para R$ 1,823 milhões mensais - excluídos os gastos com água e esgoto.
A Infraero reduziu em 75,5% o valor mensal pago no contrato de manutenção e operação do sistema elétrico do aeroporto, para R$ 267,4 mil, e de 206 para 44 o pessoal alocado nos serviços, prestados pelo consórcio MPE/Consbem. Segundo relatório do superintendente do Galeão, Emmanoeth Jesus Vieira de Sá, os sistemas de Auxílios Visuais e Navegação Aérea ficarão expostos a interrupções não programadas, assim como as pistas.
O relatório afirma que a manutenção preventiva nas pontes de embarque do Galeão será interrompida. Isso porque a Superintendência Regional da Infraero no Rio também reduziu de 50 para 20 o efetivo encarregado, bem como o valor pago.
A falta de manutenção nas pontes, com mais de 30 anos, resultará em "situação fora de controle" e "de gestão totalmente vulnerável frente aos órgãos de fiscalização". Além de reduzir a capacidade operacional do aeroporto, a mudança pode "gerar acidentes com aeronaves, causando prejuízos financeiros incalculáveis".
Como o Galeão será privatizado, não seria de interesse da Infraero fazer manutenção. O problemas seriam corrigidos pela nova administração. Mas isto é uma atitude "burra" já que o preço obtido na privatização seria menor.
A empresa publicou uma "resposta" ao texto. A Diretoria Executiva afirma que o ajuste aprovado não é compatível com os cortes anunciados e não colocam em risco os serviços. Mas está convocando os superintendentes do aeroporto para justificar os cortes.
A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) determinou cortes substanciais nos contratos de manutenção preventiva dos aeroportos que administra. As medidas, adotadas apesar de alertas de que podem comprometer a segurança, têm o objetivo de reduzir gastos de custeio diante da previsão de prejuízo operacional de R$ 391,1 milhões.
A diretoria financeira da estatal projeta insuficiência de caixa a partir de janeiro de 2014. As informações constam de memorando interno, ao qual o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, teve acesso. A previsão de uma "situação financeira crítica" revela rápida deterioração do balanço da Infraero no primeiro ano após o início das concessões. Em 2012, houve lucro operacional de R$ 594,2 milhões e lucro líquido de R$ 396,7 milhões.
O desequilíbrio financeiro tem ligação direta com a concessão dos aeroportos de Brasília (DF), Viracopos (SP) e Guarulhos (SP) à iniciativa privada, em 2012. Juntos, eles respondiam por 38% da receita. Agora, a empresa recebe apenas o proporcional à sua participação de 49%, o que representou queda de 31,5% na receita de janeiro a agosto. O prejuízo chega a R$ 201,2 milhões no período e "não existe expectativa de reversão até o final do ano".
A situação tende a se agravar com os leilões de Confins (MG) e Galeão (RJ) no mês que vem. Em julho, o governo autorizou aporte de R$ 1,35 bilhão na empresa. Para 2014, estão previstos outros R$ 2 bilhões.
As medidas excepcionais de contenção foram aprovadas pela Infraero no fim de agosto e atingirão todos os aeroportos sob sua gestão, à exceção dos três já privatizados. Executivos da área operacional avaliam que elas reduzem a possibilidade de reversão do déficit. "Sobretudo, criam situação de alto risco para os gestores dos processos operacionais que envolvem vidas humanas", diz o documento interno. No aeroporto do Galeão, por exemplo, foram cortados 57% de pelo menos nove contratos de serviços de manutenção.
O trecho a seguir usa um termo pouco lembrado na literatura:
A falta de manutenção também pode se refletir em perda de equipamentos e custos mais altos de reposição, além de trazer "consequências operacionais imensuráveis". Os cortes anunciados pelas superintendências regionais da Infraero nos contratos de limpeza levam os superintendentes "a projetar o caos, especialmente na alta temporada de fim de ano e na Copa de 2014". Para o especialista em aviação Respício Espírito Santo, a redução do valor não significa necessariamente interromper a manutenção.
Em outro texto, o mesmo jornal afirma os perigos das medidas:
Às vésperas do leilão que concederá sua gestão à iniciativa privada, em 22 de novembro, o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro sofreu cortes de 57% em pelo menos nove contratos de prestação de serviços de manutenção preventiva. O Galeão é um dos aeroportos afetados pela determinação da Infraero de apertar o cinto para reduzir despesas.
O Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, apurou que o custeio médio mensal dos contratos de manutenção do aeroporto cairá dos atuais R$ 4,274 milhões para R$ 1,823 milhões mensais - excluídos os gastos com água e esgoto.
A Infraero reduziu em 75,5% o valor mensal pago no contrato de manutenção e operação do sistema elétrico do aeroporto, para R$ 267,4 mil, e de 206 para 44 o pessoal alocado nos serviços, prestados pelo consórcio MPE/Consbem. Segundo relatório do superintendente do Galeão, Emmanoeth Jesus Vieira de Sá, os sistemas de Auxílios Visuais e Navegação Aérea ficarão expostos a interrupções não programadas, assim como as pistas.
O relatório afirma que a manutenção preventiva nas pontes de embarque do Galeão será interrompida. Isso porque a Superintendência Regional da Infraero no Rio também reduziu de 50 para 20 o efetivo encarregado, bem como o valor pago.
A falta de manutenção nas pontes, com mais de 30 anos, resultará em "situação fora de controle" e "de gestão totalmente vulnerável frente aos órgãos de fiscalização". Além de reduzir a capacidade operacional do aeroporto, a mudança pode "gerar acidentes com aeronaves, causando prejuízos financeiros incalculáveis".
Como o Galeão será privatizado, não seria de interesse da Infraero fazer manutenção. O problemas seriam corrigidos pela nova administração. Mas isto é uma atitude "burra" já que o preço obtido na privatização seria menor.
A empresa publicou uma "resposta" ao texto. A Diretoria Executiva afirma que o ajuste aprovado não é compatível com os cortes anunciados e não colocam em risco os serviços. Mas está convocando os superintendentes do aeroporto para justificar os cortes.
IPO da Azul
Terceira maior empresa do setor aéreo do Brasil havia desistido duas vezes da abertura de capital por condições adversas do mercado.
A Azul, terceira maior empresa do setor aéreo no Brasil, após adiar duas vezes sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), teve o registro de abertura de capital oficialmente cancelado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O parecer foi publicado na véspera no site do órgão.
Inicialmente prevista para julho, a abertura de capital avaliada em R$ 1 bilhão foi remarcada para setembro e depois ficou em aberto. No entanto, a companhia aérea informou que manteria a intenção de confirmar o IPO em comunicado enviado ao Brasil Econômico no dia 13 de agosto.
"A Azul Linhas Aéreas Brasileiras informa que mantém a intenção de abrir seu capital, entretanto, está acompanhando de perto o mercado de capitais para determinar o melhor momento de realizar sua oferta pública de ações, o qual ainda não está definido".
Os recursos captados na oferta primária seriam usados para expansão de seus negócios, incluindo investimentos em aeronaves para aumento de frota, crescimento do número de rotas e reforço do capital de giro.
Fonte: Aqui
A Azul, terceira maior empresa do setor aéreo no Brasil, após adiar duas vezes sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), teve o registro de abertura de capital oficialmente cancelado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O parecer foi publicado na véspera no site do órgão.
Inicialmente prevista para julho, a abertura de capital avaliada em R$ 1 bilhão foi remarcada para setembro e depois ficou em aberto. No entanto, a companhia aérea informou que manteria a intenção de confirmar o IPO em comunicado enviado ao Brasil Econômico no dia 13 de agosto.
"A Azul Linhas Aéreas Brasileiras informa que mantém a intenção de abrir seu capital, entretanto, está acompanhando de perto o mercado de capitais para determinar o melhor momento de realizar sua oferta pública de ações, o qual ainda não está definido".
Os recursos captados na oferta primária seriam usados para expansão de seus negócios, incluindo investimentos em aeronaves para aumento de frota, crescimento do número de rotas e reforço do capital de giro.
Fonte: Aqui
SPED para estrangeiros
(...) O resultado acaba de sair do forno: o livro “Big Brother Tax – The impacts at small Brazilian companies” (“Big Brother Fiscal – Os impactos nas pequenas empresas brasileiras”), pensado a partir dos mais de 15 anos de experiência do autor, com a finalidade de prover executivos procedentes de outros países com informações gerais ligadas à área.
Pioneiro a escrever sobre o SPED no Brasil, com uma série de cinco livros iniciada em 2008, ele agora também é o primeiro a tratar do assunto em língua inglesa, para detalhar aos leitores internacionais as múltiplas variáveis que cercam a implantação dessa sistemática, iniciada por aqui em 2006. (...)
Fonte: Aqui
Pioneiro a escrever sobre o SPED no Brasil, com uma série de cinco livros iniciada em 2008, ele agora também é o primeiro a tratar do assunto em língua inglesa, para detalhar aos leitores internacionais as múltiplas variáveis que cercam a implantação dessa sistemática, iniciada por aqui em 2006. (...)
Fonte: Aqui
CVM e Finanças Comportamentais
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) promoverá um seminário sobre educação ao investidor e economia comportamental em dezembro, no Rio. O evento contará com especialistas brasileiros e internacionais e, segundo José Alexandre Cavalcanti Vasco, superintendente de proteção e orientação ao investidor da CVM, faz parte dos trabalhos de comitê sobre o tema criado pela Organização Internacional das Comissões de Valores (Iosco, na sigla em inglês), entidade que reúne as principais autoridades reguladoras de mercados do mundo. Esse comitê é coordenado conjuntamente pela CVM e pela Ontario Securities Commission (OSC), do Canadá, e deverá propor uma política para educação e proteção ao investidor, que será seguida globalmente.
Os trabalhos dos reguladores nesse sentido, conta Vasco, começaram com a preocupação de garantir a ampla divulgação de informações aos investidores. No entanto, olhar apenas para isso não é suficiente para uma boa decisão de investimento. "As pesquisas mostram que, nesse campo, educação apenas não basta. Você pode prover toda a informação ao investidor, mas o que vai fazer diferença é o comportamento dele ao tomar suas decisões. E isso está bastante ligados a hábitos particulares de investimento", diz Vasco. Uma comparação possível é com um fumante. Não basta dizer a ele que o cigarro faz mal à saúde para convencê-lo a largar o hábito.
"Os estudos indicam comportamentos repetitivos que levam indivíduos a tomar decisões às vezes desastrosas, apesar de terem toda a informação", diz.
As questões financeiras são intimamente ligadas ao comportamento, uma vez que exigem paciência, perseverança e adoção de um plano a ser seguido. Estudos também já desenvolvem modelos de educação a partir do mapeamento de quais áreas do cérebro são ativadas no momento em que as pessoas investem.
O evento trará, dias 10 e 11 de dezembro, oito painéis sobre o tema, com a presença de economistas, neurocientistas, educadores e psicólogos. "O público-alvo não é o investidor, embora ele esteja convidado, mas sim aqueles que trabalham com educação financeira."
Entre os participantes, está Richard L. Peterson, autor de livros sobre o tema, e que, por meio de videoconferência, falará sobre a mente do investidor. O evento também terá Noel Maye, principal executivo da Financial Planning Standards Boards (FPSB), e Robert Stammers, diretor de educação financeira do CFA Institute. Eles participarão do painel que tratará da capacidade dos profissionais do mercado de prover educação financeira aos investidores. Haverá sessões específicas sobre estruturação de projetos que possam fazer a diferença na hora do investimento a partir da ótica comportamental e também estudos sobre educação financeira para crianças.
Fonte: Valor Econômico / Paula Ragazzi - 16.10.13 - CVM ORGANIZA DEBATE SOBRE FINANÇAS COMPORTAMENTAIS via aqui
Os trabalhos dos reguladores nesse sentido, conta Vasco, começaram com a preocupação de garantir a ampla divulgação de informações aos investidores. No entanto, olhar apenas para isso não é suficiente para uma boa decisão de investimento. "As pesquisas mostram que, nesse campo, educação apenas não basta. Você pode prover toda a informação ao investidor, mas o que vai fazer diferença é o comportamento dele ao tomar suas decisões. E isso está bastante ligados a hábitos particulares de investimento", diz Vasco. Uma comparação possível é com um fumante. Não basta dizer a ele que o cigarro faz mal à saúde para convencê-lo a largar o hábito.
"Os estudos indicam comportamentos repetitivos que levam indivíduos a tomar decisões às vezes desastrosas, apesar de terem toda a informação", diz.
As questões financeiras são intimamente ligadas ao comportamento, uma vez que exigem paciência, perseverança e adoção de um plano a ser seguido. Estudos também já desenvolvem modelos de educação a partir do mapeamento de quais áreas do cérebro são ativadas no momento em que as pessoas investem.
O evento trará, dias 10 e 11 de dezembro, oito painéis sobre o tema, com a presença de economistas, neurocientistas, educadores e psicólogos. "O público-alvo não é o investidor, embora ele esteja convidado, mas sim aqueles que trabalham com educação financeira."
Entre os participantes, está Richard L. Peterson, autor de livros sobre o tema, e que, por meio de videoconferência, falará sobre a mente do investidor. O evento também terá Noel Maye, principal executivo da Financial Planning Standards Boards (FPSB), e Robert Stammers, diretor de educação financeira do CFA Institute. Eles participarão do painel que tratará da capacidade dos profissionais do mercado de prover educação financeira aos investidores. Haverá sessões específicas sobre estruturação de projetos que possam fazer a diferença na hora do investimento a partir da ótica comportamental e também estudos sobre educação financeira para crianças.
Fonte: Valor Econômico / Paula Ragazzi - 16.10.13 - CVM ORGANIZA DEBATE SOBRE FINANÇAS COMPORTAMENTAIS via aqui
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